Nos últimos tempos o blog tem andado um tanto quanto... Parado. Venho através deste comunicado esclarecer minha ausência, e dizer como estaremos nos próximos dias.
Semana passada tive um encontro com alguns amigos, e dormi na casa de um deles na companhia de mais alguns (na realidade dormir é um termo generoso, porque passamos a noite acordados ~rs). No dia seguinte estive completamente bêbado... De sono! (Eu sem dormir/comer não sou nada ~rs). A disposição não foi das maiores estes dias, e de quebra ontem fiquei nos preparativos de Natal, dormi tarde, acordei podre de novo, e por aí vai. Não acho que queiram saber da minha vida pessoal, mas precisava esclarecer que estive bem desanimado a escrever qualquer coisa, e vou ficar até conseguir dormir por doze horas seguidas ~rs.
E como se não bastasse, sexta feira irei viajar com meus tios, e não pretendo abrir o Word neste meio tempo. Há dois anos não faço nada demais por motivos familiares, então espero que entendam que estou esperando bastante esta oportunidade, e vou tentar não passá-la ao lado do computador, como eu passo todos os dias (fora que vou ter dois primos mais novos por lá, e eles combinados a computador nunca resulta em algo bom).
Bem, então espero que não me matem até lá ~rs. Não tenho certeza do retorno ao certo, mas provavelmente será lá para o dia 06/01. Vou preparar postagens do Guia do Treinador e tentar programá-las, e se possível adiantar o capítulo e programá-lo também. Procurarei não deixar tudo às moscas.
Por fim, desejo-lhes um feliz Natal! Para mim é uma das datas mais bonitas que temos. É como se o mundo todo concordasse em algo e aceitasse essa boa energia. Ver os enfeites começarem a vender, árvores começarem a ser montadas... Aquela loucura clássica das pessoas querendo comprar presentes ~rs. Nos vemos em breve, pessoal! Até mais! Atualização: Para minha própria surpresa, a viagem foi adiantada para 26/12. Sendo assim, mal tive tempo de preparar alguma coisa para o blog direito. Desculpe, pessoal.
A sexta geração, com exceção de Sylveon, não trouxe novas evoluções. Tivemos a chegada das Mega Evoluções, portanto pré-evoluções e evoluções acabaram por ser "descartadas". Todavia, novos Pokémons inovaram com métodos diferentes e até mesmo malucos em alguns casos, que dão dor de cabeça a qualquer treinador que não conheça direito como fazê-los assumir uma nova forma. Veja abaixo os Pokémons que ganharam evolução através de novos itens ou de novos métodos.
Provavelmente um dos métodos mais malucos de todos. Caso você tenha um Inkay e queira o evoluir, você deve fazê-lo chegar ao nível 30, e antes de começar a batalha que o fará alcançar o determinado nível, vire seu 3DS de ponta cabeça (sim, de ponta cabeça.) para que se torne Malamar. Fique com ele ao contrário até evoluir. Inkay pode ser encontrado na Rota 8 e na Azure Bay. Abaixo há o link de uma demonstração feita no Youtube.
Goodra é o Pseudo-lendário representante de Kalos, portanto creio que é interessante tê-lo em seu time. Para consegui-lo, é necessário ter Sliggoo, que pode ser encontrado na Rota 19, ou pela evolução de Goomy, encontrado no mesmo local. Sliggoo deve alcançar o nível 50, no momento em que alcançar tal nível, deve estar chovendo. Vale lembrar que o clima em Kalos é um tanto quanto imprevisível, portanto não há rotas em que se chova integralmente. É preciso procurar bastante.
Pancham é o principal Pokémon de Charlie, pertencente ao tipo Fighting. Porém, caso o rapaz queira fazê-lo se fortalecer ainda mais, precisará de uma pequena condição, que é um Pokémon do tipo Dark em seu time. Pancham evolui no nível 32, desde que você esteja carregando alguém que pertença ao tipo Dark consigo, assim como ocorria com Remoraid e Mantyke. Pancham pode ser encontrado na Rota 5
Eevee é o único Pokémon de outra região que recebe uma evolução total em Kalos (e não apenas a Mega Evolução). Para fazê-lo assumir o tipo Fairy é preciso que seu Eevee tenha dois corações simbolizando ligação no Pokémon Amie, e também aprender um ataque do tipo Fada. Eevee aprende Baby-Doll Eyes no nível 9, e Charm no 29, portanto qualquer um destes servirá caso cumpra a outra exigência. Você pode achar Eevee na Rota 10.
Swirlix e Spritzee são Pokémons opostos, como já vimos em outros casos em outros jogos. Ambos pertencem ao mesmo tipo e podem ser encontrados no mesmo local, dependendo da versão. Swirlix é exclusivo de Pokémon X, e Spritzee da versão Y. Ambos só evoluem por meio da troca, segurando um item: Swirlix precisa de um Whipped Dream, enquanto que Spritzee usa o item Sachet. Dependendo da versão, podem ser encontrados na Rota 12 e na cidade Cyllage. Uma sugestão é trocar seu Pokémon com alguém com a versão oposta, para que ambos consigam ambas as formas.
Os fósseis Tyrunt e Amaura, assim como os outros fósseis, devem aparecer primeiro como um item (no caso Jaw Fossil e Sail Fossil respectivamente) para obtê-los em seguida através da restauração em Ambrette Town. Os fósseis podem ser encontrados por meio de Rock Smash na Glittering Cave. Porém, a evolução depende de dois fatores: O nível 39, e o período do dia. Tyrunt só evolui se for de dia, e Amaura se for de noite.
Calem passou, com o tempo, a buscar conhecer melhor os Pokémons, e acabou descobrindo que, afinal de contas, não era um simples combate físico. Kalos possuía mecânicas e regras diferentes, e até modalidades diferentes, além de certos ambientes e itens que só se conhecia nesta região. Nesta área estão reservados os assuntos dos jogos oficiais, ou seja, não possuem relação direta com a fanfiction. Caso queira conhecer melhor as mecânicas do jogo, ou esteja perdido dentro dele, basta procurar aquilo que corresponde ao que você procura. O Guia está em expansão, ou seja, mais temas serão acrescentados em breve.
Olá, leitores, como estão? Infelizmente ontem meus planos de postar o capítulo foram por água abaixo, mas não precisamos esperar mais uma semana para lê-lo! Agora estamos em Santalune, a cidade tradicional.
Espero que tenham gostado do ritmo deste capítulo. Santalune é uma cidade agradável, quis aproveitar este ar de tranquilidade ~rs. Mas vamos ao que interessa, que são dois novos personagens que conhecemos hoje: Katheryn e Aldrick. Aldrick é um cara gentil e justo, e pode-se dizer que a Kath é bem agitada, então os dois se completam bem como amigos. Por sinal, aos fãs da cantora, devem ter se surpreendido ao conhecer Kate Berry, a versão Kalos da Katy ~rs. Já planejava isso há um bom tempo, e saber que havia outros fãs, decidi investir ainda mais na ideia. E que ideia melhor para uma moça dessas que uma prima da Vivian e da Julia? Infelizmente, o Thiago saiu da Aliança pouco tempo antes de eu ter amadurecido melhor a ideia, então acabei não conseguindo planejar muitas coisas com a Julia, mas espero poder fazer qualquer ligação com Sinnoh. Afinal, cronologicamente, a Vivian teria a mesma idade da Katheryn, quem sabe não surgem citações ou algo mais? ~rs.
Por falar em cronologia, algo que facilmente passa batido é o tempo dentro da estória. Se vocês leram atentamente cada palavra, devem ter percebido a citação de que as aventuras se iniciaram há uma semana. E que a Viola também irá retornar em uma semana. Creio que eu dê a entender que cada capítulo se passa em um dia, mas espero mostrar que nem sempre essa ordem é necessariamente assim, como veremos no capítulo 7. Pode ser que um capítulo represente um dia inteiro, e outro apresente outro (2 capítulos = 2 dias consecutivos) Pode ser que um capítulo mostre metade de um dia e outro mostre a outra metade (2 capítulos = 1 dia). Pode ser que haja um intervalo entre estes capítulos de forma indefinida. (2 capítulos = 2 dias não consecutivos). Talvez seja complicadinho, e irrelevante, mas gosto de pensar em todos os detalhes, inclusive nessas coisas de tempo.
Férias! Há, agora é oficial! Estou de férias! Todavia, no fim de semana que vem haverá alguma reunião entre meus amigos, e irei recepcionar um aqui em casa, então não poderei estar no computador. Mas com os cinco dias úteis vazios, posso adiantar tudo e deixar programada a postagem. Depois temos Natal e Ano Novo, que também acho meio tumultuado, mas farei o que puder. Janeiro será bem tranquilo, então contem que teremos várias postagens! Afinal, falta atualizarmos páginas do menu, tenho artigos em mente, Pokédex... E para os fãs da Aliança Aventuras que ficaram um tanto abatidos com a ausência e saída de alguns membros, podem aguardar que 2014 trará novidades ótimas!
Funny Girl
Funny Girl na realidade é um musical, e não uma música. Na verdade este é o primeiro capítulo que não faz referência a uma música, lembrei-me do musical ao nomear o capítulo, mas não há relação entre as duas coisas. Vamos ver se os próximos trazem referências :)
Desta
vez o céu estava sem nuvens, pelo menos para a cidade de Santalune. Um sol
tímido fazia presença no meio da manhã, e os moradores aproveitavam para passar
o dia fora de suas casas, aproveitando o ar da pequena cidade do interior. Em
um pequeno chalezinho estavam Calem, Serena e Charlie.
A
porta do banheiro se abriu, liberando de dentro dela uma grande quantidade de
vapor, com um cheiro forte de sabonete. De lá saiu Calem vestido com um roupão,
envolto de toda a fumaça branca do banheiro. Os cabelos lisos úmidos. Charlie e
Serena estavam na cozinha, então logo o viram sair. A casa era pequenina, mas
agradava aos garotos.
—
Acabou? — indagou Charlie.
Calem
arqueou uma sobrancelha, esfregando a parte de trás do cabelo.
—
Daqui a dez minutos vou tomar outro. — respondeu.
—
Mas você já tomou quatro banhos! — disse a garota. — Mal consegui dormir com o
barulho do chuveiro.
—
A ideia de entrar na floresta não foi minha. Nem de ficar. Nem de me perder.
Nem de dormir no chão. — argumentou ele, recebendo um aceno de cabeça da prima,
como se insinuasse “eu sei”.
Ele
puxou uma cadeira da mesa em que ambos estavam sentados e se juntou à dupla.
Fitou tudo ao seu redor, cada coisinha em seu mínimo lugar. Ainda que pequeno,
o chalé era acolhedor, bem cuidado em cada mínimo detalhe, como vasinhos de
flor nas janelas, ou os quadros de paisagem nas paredes.
—
Aqui não é muito grande. — comentou o rapaz.
—
Eu gosto. — disse Serena. — Me deixa tão confortável.
—
Só de ter teto acima da minha cabeça eu já fico confortável. — argumentou
Charlie, recebendo um risinho da garota.
Calem
o encarou por um instante, voltou para o banheiro, e fechou a porta. Eles
escutaram o som da porta se fechando, e depois do chuveiro sendo ligado.
Suspiraram em conjunto, pois apenas o aguardavam para fazer alguma coisa.
Santalune não tinha muitas atrações, mas queriam aproveitar aquele ambiente.
Charlie
deu um tapinha na mesa e voltou o olhar para Serena.
—
O que acha de andarmos um pouco? — sugeriu, se levantando.
Ela
assentiu com um sorriso.
O Charlie é uma
incógnita, para ser sincera. Nos conhecemos há uma semana, mas é como se eu o
conhecesse a vida toda. Eu me sinto à vontade com ele. Mas ao mesmo tempo eu
não sei nada sobre ele, e consigo ver aquilo que Calem diz. É ainda um
desconhecido, não sei o que houve com ele antes de passar a morar nas ruas, nem
o que fez por todo esse tempo. É possível uma pessoa que tem nada ser tão para
cima, como ele, e uma que tudo tem ser tão para baixo, como o Cal?
Eles
deixaram a casinha, e correram os olhos pela cidade.
A
menina caminhava com passos singelos e animados ao mesmo tempo, notando cada
detalhe ao seu redor. Mesmo com o piso e as casas, o ambiente estava bem
preservado, a grama verdejante em tons claros e escuros, flores enfileiradas e
alguns bancos de madeira para quem quisesse deleitar-se com a tranqüilidade
local.
Segundo
o mapinha de Serena, havia uma boutique que vendia chapéus, o que a interessou.
Ela era dona de lindos cabelos louros, mas gostava de adorná-los. Charlie a
acompanhou até a frente da suposta loja.
Não
havia sofisticação, era do mesmo estilo que as demais casas, com rosas
enfeitando a porta e sinos de vento pendurados. Ao empurrar a porta outro
sininho tocou avisando sua entrada. Uma senhora ao ouvir o som olhou por cima
da revista que folheava e retirou os pés de cima de uma mesinha. Ela apoiou a
revista e sem tirar os olhos dela perguntou:
—
Posso ajudá-los? — sem muito ânimo.
—
Estamos só olhando. Obrigado. — disse Charlie, cuja aparência certamente não
agradou muito a vendedora.
Serena
o fitou.
—
Como assim?
—
É um padrão. — respondeu com simplicidade. — O vendedor te pergunta se pode te
ajudar, e você fala que está só olhando.
—
Mas por quê?
—
Caso contrário ela vai querer te empurrar alguma coisa que você não queira
comprar, entendeu?
—
Acho que sim. Eu nunca ia imaginar. — ela riu.
Charlie
não se interessou muito pelos chapéus, mas Serena admirou vários. O amigo tocou
seu ombro, aconselhando que experimentasse algum.
—
Tem certeza? Eu posso? — perguntou.
—
Claro que pode, sua boba. — ele riu. — Vá até o provador e experimente.
Ela
pegou alguns modelos de forma tímida, sem saber ao certo se devia mesmo. O fato
de nunca ter entrado numa loja falava mais alto, até porque Charlie não era a
pessoa mais recomendada para fazer compras. Poderia ser até maldade se pensar,
mas ele tinha experiência em… Roubar.
Ela
olhou no espelho enquanto depositava um a um em sua cabeleira loira, de
tamanhos e cores diferentes. Se divertiu naqueles minutos, mas logo puxou a
cortina do provador e saiu, colocando os chapéus de volta nas prateleiras.
—
Não gostou de nenhum? — quis saber o amigo.
—
Não é isso... — falou com certa hesitação. — mas tudo o que eu compro coloco na
conta da minha família. Não quero que pensem que eu estou gastando com
besteiras.
Ele
assentiu.
—
Pode deixar que eu dou um jeito nisso. — estalou os dedos.
Ela
deixou uma gotinha de suor cair.
—
O que você vai fazer? — perguntou, segurando em seu ombro direito.
—
Qual você gostou mais? O roxo ou o azul? — indagou, comparando os dois.
—
Você não está pensando em… Levar sem pagar, não é?
—
Tranquilo. — disse. — Já estou levando esse relógio pra mim também. — falou,
tirando o objeto do bolso.
Ela
esfregou a mão na testa e tentou não rir.
—
Charlie, para isso dar certo você não pode mais roubar coisas. — explicou,
segurando-o frente a frente pelos ombros como uma mãe educando um filho,
ignorando o fato da diferença de altura.
— Você está com a gente agora, e compramos comida, abrigo… Mas você
precisa colaborar.
O Calem sempre comenta
que sou inocente demais. Nos livros que sempre li e programas que assisti é
possível convencer as pessoas a ficarem boas, é possível influenciá-las. Mas eu
nunca sei onde estou me metendo, ou com quem. Acredito que posso fazer o
Charlie largar essa mania de roubar coisas, mas será que estou fazendo besteira
em me envolver?
Acabaram
se decidindo por sair da loja, e foram interceptados por Calem, já vestido, que
os procurava. O garoto não parecia tão contente.
—
Achei que iam me esperar. — disse. — Mas, de qualquer forma, estou indo rumo ao
ginásio da cidade. Me acompanhem.
Calem
aparentemente estava treinando para ser um treinador, e Charlie e Serena
evitavam fazer comentários sobre, porque não imaginavam como alguém com aversão
a Pokémons conseguiria entrar em um combate. Além de ser inexperiente, claro.
Algumas
ruas depois, se depararam com uma construção de dois andares não muito extensa,
ornamentada por árvores ao seu redor e flores decorando sua entrada, as janelas
e o telhado. Era um ginásio extremamente natural, o que poderia lhes dar a
impressão de que pertencia ao tipo grama. E claro, o símbolo que todos os
ginásios oficiais carregavam em sua frente.
Não
havia ninguém para recepcioná-los, então Calem foi à frente e empurrou a porta
de entrada. Estava vazio por completo, foi a primeira coisa que percebeu.
Depois focou melhor no ambiente, percebendo várias fotografias espalhadas, na maioria
de insetos, outras de paisagens de diversos cantos de Kalos. Isso os confundiu
um pouco.
—
Então alguém ousa pisar no meu ginásio… — disse uma voz alta em um tom
ameaçador.
O
trio se virou, percebendo uma menina da mesma altura deles, de cabelos pretos e
longos e um olhar expressivo os encarando. Suas mãos estavam depositadas na cintura,
e a boca ocupada fazendo um bico, na tentativa de intimidá-los. Porém, sua
imagem não era intimidadora.
—
Eu gostaria de encontrar a Gym Leader deste estabelecimento. — pediu Calem. —
Por favor.
A
menina arqueou uma sobrancelha e revelou um sorriso de canto.
—
Está olhando para ela. — atacou.
Calem
fez uma expressão de como quem chupou limão naquele momento.
—
Mas como… Você? — indagou.
—
Exatamente! — garantiu. — Eu sou Viola, a Gym Leader de Santalune! Quem de
vocês ousa desafiar meus poderosos insetos? Será você? Você? Ou você? — questionou, passando o apontador por cada
um . — Pensando bem, podem vir os três!
—
Vejamos... Qual o protocolo para solicitar uma batalha? — perguntou Calem agora
sim um pouco mais intimidado.
—
Oxi, e eu lá sei quem é esse “Tocolo” aí e vou falar o que é pra ele? — rebateu
de forma inocente. — Mas se quer uma batalha aqui e agora é só falar, porque de
mim ninguém tira essa insígnia!
—
Bem… Assim, aqui, agora? Pensei em agendar para daqui a alguns meses, ou coisa
do tipo. — admitiu Calem incomodado.
—
Vamos logo, lance seu Pokémon aí que eu detono ele seja qual for! Anda logo!
Não tenho o dia inteiro, menino! — ela sacou uma Pokébola.
Foi
quando mais um grito pôde ser ouvido desta vez.
—
Katheryn…!
A
garota deixou os braços amolecerem e revirou os olhos.
—
Aldrick, que droga! Você estragou minha batalha. — disse.
Um
rapaz saiu de uma das portas andando a passos largos, com uma expressão não
muito contente. A garota o fuzilou com o olhar, e ele soltou um longo suspiro.
Àquela altura, nem Calem, Serena ou Charlie entendiam o que estava acontecendo.
Será que os ginásios eram assim tão dramáticos?
—
Você se passou pela Viola de novo? — perguntou ele se voltando para o trio. — Queiram
nos perdoar. A senhorita Viola está em uma viagem para exposições fotográficas
e só retornará em uma semana. — explicou. — Mas caso queiram visitar a galeria
de fotos do ginásio, fiquem à vontade.
A
garota cruzou os braços.
—
Você adora estragar minha alegria, Aldrick-kun. — resmungou. — Eu nem estou com
as insígnias comigo. A Viola-sama achou que eu fosse acabar derrubando elas na
privada sem querer.
Os
três disfarçaram uma risada. Aldrick prosseguiu:
—
A Kath é aprendiz da Viola, então de vez em quando ela fica encarregada de
avisar os desafiantes a esperarem ela voltar de viagem… — comentou. — Mas adora
brincar um pouco como dona do ginásio.
—
Aprendiz? — questionou Charlie. — Sem querer ofender, e tal, mas você passa a
vida estudando insetos?
—
Para sua informação, eu tenho uma prima que possui insetos poderosíssimos. —
ela chacoalhou o dedo indicador enquanto falava. — Nunca os subestimem!
—
Não vejo como insetos podem ser uma ameaça. — concordou Calem. — Sinto muito.
Ela
se aproximou dele com raios no olhar.
—
Ah é?! — desafiou. — Então vamos decidir isso na raça. — disse, arregaçando as
mangas.
—
Kath, vamos manter a calma. — disse Aldrick tocando seu ombro. — Eles são apenas viajantes, e não queremos
arrumar problemas com…
—
Senta lá, panaca.
—
Suponho que você não esteja disposta a me enfrentar depois de passar a noite
perdido em uma floresta asquerosa. — comentou, coçando o queixo.
—
Eu cresci na roça, querido, derrubo um Tauros nervoso antes que você diga
“aquesrosa” de novo. — bradou.
—
Só se for com essa cara feia. — disse com um olhar irônico.
Ela
se preparou para saltar encima dele, se não fosse segurada por Aldrick.
—
ME SEGURA QUE EU ARRANCO OS DENTES DESSE CAPETA!! — arranhou o ar. — Ninguém
insulta uma das primas de Azalea e sai impune! Eu sou Kate Berry, ninguém
fala assim de mim!!
...
Depois
de desistirem do ocorrido anterior, o quinteto se reuniu próximo à fonte
característica da cidade. Uma Roselia feita de pedra esguichava correntes de
água de dentro de suas rosas. Com exceção de Calem, todos estavam sentados em
pares nos bancos, mas o rapaz usava um pano com álcool gel para desinfetar o
local em que pretendia se sentar.
—
Então vocês são a nova geração da família Windsor? — perguntou Aldrick se
atirando para o encosto do banco. — Puxa, é como conversar com celebridades!
—
Por favor, não pense assim em hipótese alguma! — interceptou Serena com um
aceno gentil. — Não quero que nos julguem por nossos sobrenomes.
As pessoas sempre
reagem assim ao escutar meu sobrenome. Eu não gosto, é como se apenas o “Windsor”
importasse, e a “Serena” fosse um nada. É pedir muito que não perguntem meu
último nome? Não quero que as pessoas me respeitem porque sou filha de uma
família rica, e sim pela pessoa que eu sou. E não quero que me odeiem pelo que
meus familiares podem ter feito, e sim pelo que eu sou também.
Desta
vez foi Kath quem resolveu fazer uma pergunta, mas olhava para Charlie. Calem
se sentou naquele momento.
—
Tu morou na rua mesmo? Tipo, na rua? — perguntou recebendo uma cotovelada do
amigo ao lado.
—
Já morei nesse banco que estamos sentados agora. — admitiu. — Na verdade,
Calem, acho que era aí que eu apoiava meus pés. — comentou, fazendo o menino
saltar do banco. — Brincadeira.
—
E vocês? — indagou Serena.
—
Eu sempre morei aqui, mesmo. Conheci a Katheryn quando ela se mudou para cá.
Foi difícil não notar a presença dela com os gritos que eu ouvia vindo do
ginásio. — ele riu.
—
E vocês não pensam em sair daqui? — perguntou Charlie.
—
Pra quê, uai? — rebateu Katheryn. — Azalea não é muito diferente daqui. Eu
gosto desse ar das cidades do interior. E tenho a mestra Viola aqui comigo!
—
E eu vivo aqui mesmo. Há dezessete anos. — admitiu Aldrick. — Acredito que você
seja um treinador, Calem. Para procurar uma batalha de ginásio…
Ele
se remexeu.
—
Bem, acho que você pode me categorizar assim — fez uma pausa. — mas nunca
participei de uma batalha oficial. Na verdade, participei de umas duas batalhas
até hoje.
Kath
saltou.
—
E você se considera um treinador? Nossa... — recebeu mais uma cotovelada de
Aldrick. — Como pretende ganhar da diva da Viola-sama?
Ele
deu de ombros.
—
Também gostaria de saber.
Katheryn
se levantou, empolgada.
—
Sem deixar os ânimos caírem, Calo,
porque eu posso ser sua inspiração. — falou.
—
É Calem… — ele corrigiu-a.
—
Santalune tem uma escola que oferece cursos relâmpago para treinadores
viajantes. — lembrou Aldrick. — Por que não faz uma visita a ela amanhã?
—
Pode ser…
—
Pra que esperar? Vamos começar com uma batalha agora mesmo! — sugeriu Katheryn.
Calem
fitou Serena, que fez um sinal com a cabeça o encorajando. Ele também se
levantou e puxou a Pokébola de Larvitar, enquanto a viu estender outra. Ela não
conseguia ficar parada, saltitava de um lado para o outro de forma animada. E
atirou sua Pokébola para o alto, com um comando:
—
Vai, Spinarak.
—
Larvitar, acho que você tem que ir também. — falou Calem lançando sua esfera.
À
frente de Katheryn estava um aracnídeo do tamanho da palma de uma mão, mas que causou
certa repulsa no garoto devido a suas pernas peludas e a expressão não muito
contente em suas costas. Larvitar assumiu a posição de batalha, mas não estava
muito a fim de ser comandado por Calem, que tentava não mostrar seu nervosismo.
—
Certo, a primeira coisa que você precisa saber sobre as batalhas é que você tem
que acabar com seu adversário. — disse Kath.
—
Pensei que era só nocauteá-lo. — comentou.
—
Esfregar a cara dele na terra até que ele implore por piedade, o que importa é
ganhar. — continuou ela. — Ok?
—
Ok.
Aldrick
esfregou a palma da mão no rosto.
—
Você pode começar. Claro, não vai ganhar
do meu Spinarak fofinho, mas posso deixar você ganhar dessa vez. Pensando bem,
por que eu não começo e acabo com seu sofrimento? Nossa, já viu como minha voz
fica linda quando eu grito? Eco, eco!
—
Certo, deixe-me começar. — interrompeu ele. — Larvitar, use o Sandstorm.
O
Pokémon coçou a própria cabeça e soltou um bocejo, deixando Calem com uma
expressão envergonhada por não conseguir controlar sequer seu próprio Pokémon.
Kath pareceu não perceber, pois ela mesma lançou um comando para seu Spinarak.
— Pode vir quente que eu to fervendo, meu bem!
Spinarak, Leech Life! — comandou.
O
Spinarak lançou um pequeno espinho segurado por um fio de teia. O espinho mal
conseguiu atravessar a pele de pedra de Larvitar, não sendo muito efetivo. Já o
pequeno dinossauro fechou os olhos se concentrou por um instante, e algumas
pedrinhas começaram a se levantar do chão. Ao abri-los, encarou Spinarak e
atirou-as.
Por
pouco o aracnídeo não fora esmagado. Todos ficaram olhando por um instante sem
entender aquele movimento, porque mesmo que em uma força mínima, Larvitar ainda
era iniciante demais para usá-lo.
—
Ancient Power… — ponderou Aldrick. —
Larvitar não aprende este golpe naturalmente, ele só pode consegui-lo através
da reprodução.
Calem
o encarou sem entender.
— Talvez seja isso que a loja quisesse dizer
no anúncio. Achei que esse bônus fosse algum acessório, e não um ataque. —
comentou Calem. — De qualquer forma, parece que eu venci.
—
O QUÊ? Ah, é claro que eu estou te testando. Óóóóbvio… Peguei meu Pokémon mais
fraco só pra ver como você se sai, e tudo mais. — mentiu Kath. — E até que você não é mal.
Larvitar
ficou parado encarando seu treinador, como se insinuasse que ele fizera tudo
sozinho naquela vez. O rapaz se sentia inútil por não conseguir comandar uma
batalha, pois assim não teria chances nenhumas dentro de ginásios. Ele retornou
Larvitar para sua Pokébola.
—
Mas não está pronto para a batalha ainda. — completou Katheryn. — Precisa melhorar
muito, a Viola-sama é uma mestra dos insetos.
—
E você precisa de mais um Pokémon. — acrescentou Aldrick. — As batalhas do
Ginásio de Santalune são de dois contra dois.
—
É uma obrigação que eu consiga mais um? — perguntou ele.
—
É mais seguro, porque um novato igual você pode perder fácil fácil. — respondeu
Katheryn.
—
O mesmo novato que ganhou de você?
—
Eu peguei esse Spinarak ontem!!
—
Eu estava perdido em uma floresta, ontem!
...
A
discussão teria continuado se os amigos não interrompessem. Foram convidados
para o pequeno chalé alugado pelos primos, para que compartilhassem histórias.
Aldrick apesar de não ter saído de Santalune, estudou bastante e sabia técnicas
de batalha, e Katheryn era aprendiz de Viola, assim podiam ensinar melhor
Calem. Estavam todos jogados no sofá, e já anoitecia aos poucos.
Eu também queria
batalhar, mas me mantive em silêncio. Charlie conversava comigo, e tentava
concordar vez ou outra, mas meu foco estava nos conselhos de Aldrick e
Katheryn. Aldrick é um moço muito gentil, acho que equilibra bastante a Kath.
Ela é uma menina muito engraçada sem nem precisar fazer piadas. O jeito
hiperativo dela me anima.
—
Você está bem? — perguntou Charlie. — Perguntei se eu poderia trocar seu
cérebro por um amendoim e você disse “uhum”.
—
Desculpe, estou prestando atenção em outra coisa. — respondeu a menina.
—
Você quer batalhar? — ele perguntou.
—
Eu não quero ser necessariamente uma treinadora. — ela começou, como se esse
discurso tivesse sido ensaiado várias vezes. — Mas eu quero batalhar sim. Eu
gostei tanto de lutar contra você, embora tenha me deixado ganhar.
Ele
riu.
—
Por que não batalha também, se quer tanto? — questionou. — Você deveria tentar…
Ela
sorriu suavemente.
—
É, você está certo.
—
Mas primeiro vai precisar de sua Pokébola.
Ela
apalpou o bolso e deu uma risadinha, estendendo a mão.
—
Me devolve. — brincou.
—
Aqui está, princesa.
Eu odeio quando me chamam de
princesa também. Princesas são tão… Contos de fadas. E eu odeio contos de
fadas. Mas não quero ser rude com ninguém, sei que o Charlie não faz por mal.
Querido
diário,
Santalune é uma cidade muito bonita. Conheci duas pessoas muito legais hoje, e
espero que amanhã seja um dia ainda mais legal. Parece que vamos em uma escola,
então estou muito curiosa! Sempre estudei em casa com professores particulares,
agora vai ser com outras pessoas. Bom estudo para mim.