Capítulo 18
Uma Luz no Final do Túnel
O vento balançava as folhas das
árvores, criando um som harmonioso. O céu estava escuro, apesar de ser de
manhã. A brisa mais parecia anunciar uma tempestade do que realmente refrescar,
pois apesar do clima litorâneo ligeiramente mais aquecido, o ar estava frio. O
som das ondas quebrando nas pedras era recorrente em Ambrette, que ficava estruturada
praticamente sobre um solo feito de rochas, alto. Um vai e vem constante que
terminava com a água arremessando-se no sólido e virando espuma branca, metros abaixo.
Levando em conta a previsão do
tempo, o trio decidiu adiar a viagem a Cyllage para o dia seguinte. A Rota 8
era longa demais para ser percorrida, e se um temporal os atingisse, não
haveria onde se esconderem – além da possibilidade de o mar ficar mais
agressivo com a chuva. Aproveitariam o dia para investigar as belezas da
cidade, reconhecida em todo o continente por ser um polo de pesquisas e
estudos.
Charlie sentava-se no hall do hotel
em que ficaram hospedados, enquanto tomava um gole de café para se aquecer. Com
a outra mão, segurava o jornal do dia, onde procurava assuntos interessantes.
Nada muito chamativo além do usual. Por cima das folhas de papel, notou uma
dupla de pessoas que passava pela saída do hotel, mas foi uma questão de apenas alguns
instantes antes das portas de vidro se fecharem atrás deles.
Vestiam trajes chamativos, de tons
fortes de laranja. Não houve tempo para reparar em detalhes, apenas notou a
predominância desse tom, mesmo nos penteados. Não reparou nos olhares –
possivelmente usavam óculos escuros. Conversavam de maneira despojada, e pelas
vozes que ouvira, eram um homem e uma mulher. Só conseguiu distinguir algumas
palavras do diálogo: “na Glittering Cave”.
— Será que…? — sussurrou o rapaz
para si mesmo, as palavras sumindo gradualmente.
Calem desceu as escadas do hotel e
deu bom dia a Charlies sem nem olhá-lho ao certo, dirigindo-se para o
restaurante, onde procuraria algo para comer. O garoto o seguiu, e enquanto o
primeiro servia-se, começou a falar:
— Calem, escuta. Nem acredito que
estou pedindo isso, e provavelmente irei me arrepender, — dizia, enquanto o garoto pedia uma xícara de
café. — mas preciso de sua ajuda.
O rapaz então o observou, com certo
espanto no olhar, mas ao mesmo tempo um sorriso de quem estava gostando
daquilo.
— Ora, ora, que surpresa, Charles. — falou, cruzando os braços. — O que tem em
mente?
Charlie respirou fundo:
— Eu vi um grupo suspeito se
dirigindo a uma caverna próxima da cidade, e decidi investigar o que está
acontecendo. — disse, um pouco baixo e
rápido demais. — Vai comigo?
O rapaz o ficou observando por
alguns instantes, até cair na risada sozinho. Charlie ficou a encará-lo com
desgosto enquanto se divertia. Calem replicou:
— Deixe-me ver se entendi: você
resolveu bancar o detetive, porque viu alguém estranho? E quer que eu vá com
você? Até uma caverna? Charles,
desculpe, mas isso não faz o menor sentido. Se eu fosse perseguir cada pessoa
estranha que eu visse…
Ele tornou a dar uma risadinha
cínica, enquanto Charlie começava a se arrepender do pedido.
— Por que não chama a polícia, se
isso te incomoda tanto?
— Sério? Eu chamando a polícia? — frisou o garoto. — Escute, Calem, isso está me incomodando
muito, muito mesmo. Eu não sei como explicar, mas eu preciso ir para lá. — Nesse
momento Calem parou de rir, pois a voz de Charlie assumia um tom sério, do tipo que jamais tinha ouvido antes. — Por favor, vá comigo.
— E o que eu faço se encontrar
criminosos? Jogo álcool em gel no olho deles?!
— Não são criminosos, acho. Por
Arceus, eu já estou me arrependendo. — disse Charlie, esfregando a palma da mão
no rosto. — É na Glittering Cave, é
famosa porque tem fósseis lá dentro, você deve conhecer. — explicou. — Vários
treinadores vão até lá.
Calem respirou fundo, olhando para
seu café.
— E se chover?
— Calem, é uma caverna! — exclamou
o outro, já impaciente. — Ela é mais segura que aqui no hotel.
O menino ficou mais um tempo
parado, pensando, até dizer:
— O.K., espere, que só vou chamar a
Serena.
— Não, não a chame! — interrompeu
ele, colocando-lhe a mão no ombro como impedimento. Encararam-se. — Ela vai
ficar mais segura aqui. Caso aconteça alguma coisa.
— VOCÊ ACABOU DE DIZER QUE NÃO TEM
PERIGO. — rebateu Calem. — Ótimo, e comigo pode acontecer alguma coisa, né?
Antes que pudessem dizer qualquer
coisa a mais, foram interrompidos pela voz tranquila de Serena, próxima a eles.
— Meninos, onde vocês estão indo?
Ela havia acabado de se ajeitar e
também descera para tomar café. Os cabelos ainda estavam úmidos. Charlie ficou em uma saia justa, sem saber ao
certo o que dizer. Aproximou-se da garota, segurando-lhe pelas mãos enquanto
falava em tom baixo:
— Sabe, princesa… Eu e Calem
estamos pensando em dar uma volta a sós. Acho que tivemos muitos atritos desde
que começamos essa jornada, então pensamos em nos conhecer melhor. — disse, tom
sério, mas com um sorriso.
Serena por alguns momentos ficou a
observá-lo, e em seguida lançou um sorriso sincero:
— Olha, minha família sempre foi
muito contra isso, mas eu considero que o amor supera todas as coisas, Charlie!
— disse.
— O quê? — indagou o rapaz, sem entender. Em seguida,
refutou, em tom alto. — Não, não é isso, Serena, por Arceus. — fez uma
expressão de nojo. — E mesmo se eu fosse assim, não iria querer conhecer logo o Calem. Estamos só indo dar
uma volta mesmo. Você se importa? — perguntou.
— Ah, sim, desculpe. — ela deu uma
risadinha. — É claro que não. Inclusive fico feliz de ver vocês se dando bem
assim. — a garota tocou o queixo, reflexiva. — Estou pensando em conhecer o
aquário da cidade, enquanto isso.
Os dois garotos assentiram, e a
deixaram tomar café enquanto iam em direção à chamada Glittering Cave. A menina selecionou algumas frutas e um bolinho,
acompanhados de café. Após ingerir tudo, sem pressa, levantou-se de sua cadeira
e saiu do hotel. Havia um mapa no interior que dizia os principais pontos da
cidade, mas sequer era tão grande assim para se perder. Além disso, o aquário
da cidade era famoso, e indicado por várias placas.
Ela parou em um banco de madeira
para observar a bela paisagem. Daquela altura, podia ver, ao longe uma
imensidade azul, contrastando com o céu nublado e gradualmente escurecido. O
som das ondas a acalmava de uma maneira surreal. Serena estava feliz de ter
conhecido a costa de Kalos.
Após alguns minutos, dirigiu-se
para o aquário, após pedir informações a algumas pessoas ao redor para
confirmar. Era uma construção que não conseguia contemplar com uma olhada
rápida. O famoso Aquário de Ambrette era um dos maiores de todo o mundo, e
muito usado em pesquisas e para a reabilitação de Pokémons feridos. Ela pegou
um folheto e pagou sua entrada no início. Em seguida, um rapaz indicou para
onde deveria prosseguir.
A menina notou-se em um corredor
bem escuro, o que a deixou ligeiramente incomodada. O atravessou porque via, à
certa distância, algumas iluminações. Chegou, por fim, em uma sala com várias
informações iniciais sobre o estabelecimento, e duas grandes caixas iluminadas.
Quando parou para reparar nas “caixas”, notou que na realidade eram tanques de
água.
Ela correu para observar. Os dois
tanques eram iluminados, e algumas espécies de Pokémons nadavam na água. Havia
alguns Magikarps como o de Calem, junto de peixes de tom esbranquiçado e cauda
fina e repleta de camadas – Goldeen, como dizia em uma placa de informação. – e
ainda uma espécie acastanhada de aparência esquisita – Feebas.
Ela ficou lá, observando o aquário
encostada no vidro. Afastou-se um pouco quando um funcionário a tocou e apontou
para uma placa que dizia “Favor não bater no vidro”. Serena continuou sua
caminhada após longos momentos admirando o nadar despretensioso daqueles peixes
inocentes. Avistou em uma placa:
A garota seguiu para a esquerda.
Andou por um corredor ainda mais escuro, que terminava em uma sala iluminada
por várias cores, que a intrigou. Não eram luzes quaisquer, e sim Pokémons que clareavam o
ambiente com seu próprio corpo. Chinchou e Lanturn possuíam luzes naturais que
utilizavam nas profundezas de seu habitat, enquanto Finneon e Lumineon tinham
detalhes em seus corpos que, no escuro, brilhavam em tons de neon, formando
desenhos que dançavam na água, contrastando com o ambiente totalmente
escurecido. A menina ficou maravilhada em como a natureza era capaz de criar
coisas tão singelas e bonitas.
Em seguida, avançou para uma
próxima sala, essa bem clara, simulando as zonas mais superficiais do oceano.
Havia o som ambiente Wingulls voando, e o barulho de ondas se movendo. Havia
várias espécies pequenas nadando nos tanques em cores vivas, passando por entre
os corais também multicoloridos.
Pequenos Horseas paraciam cavalos
apostando corrida embaixo da água com Skrelps. Alguns Staryus ficavam grudados
no vidro, presos, observando o exterior. Um Quilfish em um aquário isolado se
inflava quando alguém se aproximava, virando uma bola cheia de espinhos
engraçada. Um dos corais começou a se mover, revelando ser, na verdade, um
Corsola escondido.
A menina continuou, indo para uma
sala quente e de ar úmido. Os tanques agora já não eram totalmente preenchidos
de água, mas imitavam um ambiente terrestre. Havia alguns Polywags brincando e
espalhando a água de uma poça. Woopers e Tympoles também aproveitavam o terreno
lamacento, enquanto alguns Shellos – de dois tipos diferentes. – subiam pelo
vidro vagarosamente.
Serena notou a presença de um
Pokémon escondido no canto, que a maioria das pessoas sequer reparou. Se
assemelhava ao aspecto de um Shellos, porém era arroxeado, e tinha grandes
olhos, que estavam hesitantes naquele momento. Ele parecia abatido, encostado
sobre uma rocha, sem brincar com os outros. Pelas informações de uma placa, a
garota concluiu que era um Goomy.
— Ei, moço, — disse a menina a um
funcionário, que passava. — aquele Pokémon me parece doente…
O rapaz olhou de relance para a
direção do Goomy, e logo voltou a caminhar.
— Ele fica sempre assim. — disse, virando-se — Não há nada de errado.
A garota ficou a encarar o Pokémon,
que também a observava. Ela abaixou-se e tocou o vidro – cuidadosamente, para
não ser descoberta. A lesma aproximou-se um pouco, mas logo voltou a ficar
recostada com a mesma aparência infeliz de antes. Ela ficou por mais alguns
momentos, parada, tentando descobrir como ajudar. Percebendo que não havia o
que fazer, se não confiar no funcionário, continuou a visitação.
Ela agora passava por uma espécie
de túnel, mas com as paredes feitas de vidro. Uma voz constante que informava
cada atração comentava sobre aquela área, dizendo que simulava um túnel como o
Marine Tube de Unova. Naquele tanque passavam espécies de Pokémon realmente
assustadoras. Um enorme Tentacruel apareceu rente ao aquário, com seus tentáculos
dançando na água. Um Octilery grudou no vidro, assustando algumas crianças que
atravessavam o corredor. Um Wailmer passou próximo à menina, nadando de maneira
engraçada. Uma enorme Mantine parecia planar como um avião, com
vários Remoraids grudados na parte de baixo de seu corpo.
Serena ficou maravilhada. Todavia, por
outro lado, a imagem do Goomy veio em sua cabeça. Parou para observar aquelas
espécies, imensas, e só conseguiu projetar a feição daquele Pokémon: infeliz.
Talvez aquelas outras criaturas se sentissem da mesma forma. Eram imensos, e
ficavam confinados em um espaço de vidro que tentava imitar um pequeno pedaço
do oceano, onde pessoas passavam, apontavam, e fotografavam. Sentiu por um instante a sensação que tinha ao viver confinada em sua casa.
— Esse não é o lugar desses
Pokémons. — sussurrou a garota para si mesma, incomodada.
Algumas pessoas ao seu redor
conversavam, maravilhadas, e apontavam para cada ser fantástico que aparecia
nas águas ao redor, mas a menina já se sentia estranha, como se algo lhe
embrulhasse o estômago. O som das pessoas começava a se misturar com a voz robótica
e incessante que informava sobre as atrações.
Passou por um último corredor, que
tinha a aparência de um enorme freezer, com espécies como Spheals, Sealeos e
Lapras, que se moviam na água e no gelo, porém, Serena já não conseguia mais
olhar para nada. Sentia-se sufocada, ainda mais depois de imaginar como seria
aquela caixa artificialmente resfriada. Aproximou-se da saída, um pouco
ofegante. Antes de passar pela catraca e se retirar completamente, um outro funcionário sorriu:
— O que achou da visita?
— Foi… Surpreendente. — ela deu um sorriso de volta, mas a voz estava frágil e quebradiça.
Quando estava prestes a sair,
apalpou sua bolsa:
— Eu acho que minha carteira caiu
quando eu estava passando. — disse,
andando de volta. O rapaz apenas acenou com a cabeça, enquanto ela voltava.
A garota voltou a passos rápidos,
passando por entre as salas, perdida. Tentou seguir as placas, mas as letras
quase embaralhavam. Aqui não. Aqui não. Por fim, chegou à sala que esperava
quando sentiu uma temperatura discretamente maior. Lá estava o Goomy infeliz.
Ela se aproximou e abaixou na altura do Pokémon por trás do vidro. Ele, pela
primeira vez, mudou o olhar, aproximando-se um pouco dela.
Serena olhou ao seu redor, mas não
havia ninguém mais naquela sala e naquele momento.
— Agora vamos tirar você daqui.
A garota puxou de sua mochila a
Pokébola de sua Espurr, revelando a pequena criaturinha de pelos acinzentados.
A garota sussurrou algo ao Pokémon, que levitou uma placa de ferro com seus
poderes psíquicos e atingiu o vidro com força. O som dos estilhaços foi mais
alto que a menina esperava, assustando todos os Pokémons do lado de dentro. Um
ar ainda mais quente e úmido veio de dentro, e Serena estendeu as mãos ao
Goomy.
O Pokémon saltou em seu colo, e por
um momento ela sentiu a textura de sua pele mole e gosmenta, mas sequer teve
tempo de reclamar, pois começou a correr na companhia de Mary. Várias pessoas
foram para ver o que havia acontecido, e gritaram ao ver alguns Pokémons
escapando pelo espaço recém-aberto no vidro.
Serena corria e seu coração parecia
que a qualquer momento saltaria para fora de seu peito. Via as salas passando,
e em questão de segundos estaria do lado de fora. Seu instinto dizia que havia
feito algo certo, mas ao mesmo tempo temia estar cometendo um grande erro.
Quando menos esperava, trombou com um dos funcionários, que a segurou antes que
pudesse voltar a correr.
— Fim da linha. — disse ele, com
cara de poucos amigos.
...
Calem e Charlie seguiam os
indicadores em Ambrette que informavam uma saída do lado direito da cidade. Iriam
para a Rota 9, que permitia o acesso à Glittering
Cave. Um vento pesado soprava, trazendo o aroma de maresia, e também o
prenúncio de uma chuva forte que não tardaria a chegar.
Quando chegaram à rota,
surpreenderam-se ao notar que o solo não era uniforme. De alguns metros de onde
estavam em diante, o chão era rebaixado e coberto por pedregulhos de tamanhos
diferentes, alguns deles afiados, e onde alguns rochedos despencavam do alto de um morro, deslizando e
se partindo em pedaços menores ainda no solo.
— Não tem como atravessar essa
rota, Charles. — concluiu o garoto.
O outro ficou a observar a rota,
confuso. Aquilo era verdade, não havia outros treinadores ao redor que
estivessem caminhando naquele terreno acidentado. Parecia perigoso. Um homem,
todavia, apareceu ao longe, aproximando-se cada vez mais. Estava nas costas de
um Pokémon grande, que parecia ter uma pele coberta por placas resistentes e de
aparência rochosa. Um chifre estendia-se na parte da frente de sua face,
chamando a atenção. O homem desceu do Pokémon próximo aos dois, conversando:
— Vocês precisam ir montados em um
Rhyhorn. — explicou, ao ver a cara de
dúvida de ambos. — Não se preocupem, eles foram treinados para transportar
treinadores e são muito dóceis.
Disse, indo embora. De fato, havia
vários Rhyhorns amarrados nos arredores, parados, aguardando um treinador.
— Charles, você me convidou para ir
até uma caverna. E eu tenho que MONTAR. EM. UM. POKÉMON. — resmungou
Calem, alto. — Qual é o seu problema?!
— Ora, vamos, é só fingir que é uma
bicicleta. — disse Charlie aproximando-se de um Rhyhorn e tentando disfarçar
sua hesitação.
— Uma bicicleta de cem quilos que
anda em quatro patas e pode me atravessar com um chifre.
— Pense como quiser. — falou,
subindo, por fim, nas costas do Pokémon. Ele sequer se mexeu em reflexo. — Você
vem ou não?
Calem ponderou por vários momentos
como aquilo era contra vários de seus princípios. O outro preparava-se para
partir. Por fim, começou a subir nas costas do Pokémon, atrás de Charlie, que
levou um susto:
— O que está fazendo? É para subir
em outro! — reclamou.
— Charles, por mais que eu o odeie,
eu não vou subir nessa coisa sozinho. Ponto final. — falou ele, segurando nas
costas do rapaz, que soltou um suspiro de desprezo.
— A cada segundo mais arrependido.
Charlie fez um sinal com algumas
batidinhas nas costas do Pokémon para que andasse, e quando de fato ocorreu,
Calem soltou um grito instantâneo. O outro riu. Era uma sensação esquisita,
pois a dimensão do Pokémon era de certa forma assustadora, e sua pele tão dura
e protegida como uma montanha. Porém, era manso, caminhando a passos lentos, de
forma que outros treinadores que chegaram depois acabassem ultrapassando os
dois.
— Esse bicho não consegue ir mais
rápido? — reclamou Charlie, segurando as rédeas.
— Charles, não o apresse. — ordenou
o rapaz. — Mais cedo ou mais tarde chegaremos lá.
O outro concordou, relutante.
Ficaram observando os arredores enquanto o Pokémon caminhava com simplicidade e
preguiça pelo terreno rochoso.
— Parece que beeem mais tarde.
Após um tempo bem maior que o
previsto, puderam avistar um local na entrada da caverna onde não precisariam
mais da companhia do Pokémon para andar. Charlie já não aguentava mais Calem
tremendo e se remexendo com incômodo durante toda a travessia. Quando atingiram
o final, desceram do Rhyhorn sem tantas dificuldades, vendo uma placa fixa a
uma pedra: GLITTERING CAVE.
— Charles, não sei que mal me deu
na cabeça para aceitar vir aqui com você.
— Você pode parar de reclamar por um
minuto?
— Trinta segundos é o meu limite.
Entraram.
O caminho não era de todo escuro,
pois havia algumas lâmpadas nas paredes que envolviam o trajeto que ficavam
integralmente acesas. Contudo, na penumbra, ainda era difícil distinguir certas
coisas, ainda que alguns treinadores jovens estivessem nos arredores,
batalhando com espécies que se escondiam naquele ambiente. O som de vozes e
ruídos era amplificado e ecoado por toda a caverna, mesmo a metros de
distância. Calem, subitamente, parou de andar.
— Essa não.
— O que foi? — perguntou o amigo.
— Essa é a Glittering Cave. — ponderou ele.
— Sim, foi o que eu disse. — falou,
revirando os olhos. — Várias vezes.
— Eu não tinha parado para me dar
conta de que era aqui. — disse Calem, puxando seu guia da mochila e tentando
folheá-lo próximo a uma das luzes.
Charlie revirou os olhos, cruzando
os braços enquanto aguardava o garoto se explicar.
— Foi nessa caverna que montaram um
ossuário depois que os cemitérios não conseguiram mais receber pessoas. —
falou, apontando para uma página.
— Traduza para mim, por favor? —
pediu Charlie, sem sequer olhar para o livreto.
— AMONTOARAM UM MONTE DE OSSOS
HUMANOS E BOTARAM NESSA CAVERNA. ESTÁ CLARO OU QUER QUE EU DESENHE? — gritou
Calem, permitindo que sua voz fosse repetida pelo eco ao longe.
Charlie coçou a cabeça, não muito
impactado.
— Eu já havia ouvido falar, mas não
sabia que era aqui. Vamos lá, Calem, não me diga que tem medo dessas lendas? — brincou ele.
— Não seja tolo, Charles, medo de
lendas não faz sentido. — disse ele, guardando o guia novamente. — Por outro
lado é totalmente racional ter medo de vermes nojentos comedores de gente. O
que fazemos agora?
— Como assim? — indagou Charlie. —
Vamos continuar, ué. Eu vou parar por causa de uma bobeira dessas? Mesmo que
essa sala exista, ela deve ser bem escondida. Se não, não iriam deixar crianças
visitarem a caverna.
— Esse é sempre seu argumento? —
retorquiu Calem. — “Crianças visitam, então eu também posso”? — falou,
simulando a voz do amigo. — Crianças comem cola líquida, só por isso você vai
comer também?
— Você comia cola quando criança?
— Chega, eu vou voltar.
Quando Calem começou a fazer o
caminho de volta, ouviu um trovão ribombar do lado de fora, e logo um som de
gotas se quebrando no teto da caverna ecoou. Ao longe, podia ver pingos finos
caírem persistentemente do lado de fora, pela entrada. Havia começado a chover.
—
Droga.
Charlie riu, levando um soco no braço
pelo amigo. Os dois voltaram a caminhar para dentro, seguindo algumas placas
sem ao certo saberem para onde ir. Alguns Pokémons ocasionalmente apareciam,
mas não se mostravam muito incomodados com a presença humana – pelo menos não
nas áreas mais visitadas da caverna.
Chegaram em um local em que foram
acometidos pela surpresa: As paredes e o chão eram cobertos por pedras
especiais que eram famosas, e inclusive faziam jus ao nome da caverna. Algumas dessas pedras eram cobertas por pequenos seres bioluminescentes, que brilhavam em um tom azulado e iluminavam o interior da sala. Outros cristais tinham em seu interior uma luz própria, que refratava nas várias faces que possuíam e eram lançados para diversas direções. Pouquíssimas lâmpadas eram
colocadas na parede, justamente pela falta de necessidade. Havia avisos
indicando a importância de preservar aquelas pedras, portanto qualquer extração
ilegal era proibida.
O local possuía uma iluminação neon
natural que os deixou embasbacados e pensativos com relação a como a natureza
teria conseguido criar um mineral capaz de iluminar o próprio interior da
caverna, ou como criaturas conseguiam produzir tal brilho. Charlie sorriu ao outro, provocativo:
— Isso está um pouco melhor que um
cemitério.
A dupla continuou a caminhada por
alguns minutos pela caverna iluminada, até que Calem voltou a quebrar o
silêncio:
— Você pelo menos sabe para onde
estamos indo?
O garoto se virou para ele.
— Você quer a verdade?
— Hm. Melhor não.
— Boa escolha.
Conforme avançavam, o som de seus
passos deixou de ser a única coisa audível – além, é claro, dos ruídos típicos
de uma caverna. – pois, não tão longe, era possível notar o som de vozes
conversando. É claro que o ambiente permitia que confundissem as reais
distâncias em virtude das paredes que reproduziam eco, mas as vozes ficavam
cada vez mais perceptíveis.
Por uma entrada, Charlie colocou
sua cabeça ligeiramente à mostra, observando a mesma dupla de pessoas
uniformizadas que vira mais cedo no hotel. Também havia um senhor mais baixo
que eles, de jaleco e óculos – um estereótipo de pesquisador – participando do
assunto.
— Ali, são eles. — apontou Charlie.
Calem colocou sua cabeça inclinada
sobre a entrada também, as mãos apoiadas na rocha, escondido da mesma forma do
amigo. Fez uma expressão de julgamento no rosto.
— Um pouco excêntricos esses
trajes, né? — comentou.
— Não estou com um bom
pressentimento sobre esses caras. — balbuciou Charlie.
— Eles estão de terno, Charles. —
argumentou o outro.
— Calem, não é porque a pessoa
veste terno que ela não é perigosa. — falou, revirando os olhos enquanto
voltava a observar o trio ao longe.
— Charles, eu vou continuar
fingindo que acredito que você não faz ideia do que está acontecendo assim como
eu, se o tranquiliza. Mas saiba que eu vou cobrar uma explicação futuramente.
Se Charlie ouviu o que o outro
dissera, não dava para saber, porque continuou observando a conversa sem
piscar. O companheiro também continuou olhando, como se sua fala anterior nunca
tivesse sido dita. Em determinado ponto, o volume das vozes aumentou, bem como
os gestos tornaram-se mais acalorados, parecendo uma discussão. Charlie se
remexeu:
— Precisamos fazer alguma coisa. —
comentou, se levantando.
— Você nem sabe do que eles estão
falando. — retorquiu o outro.
— Você vem comigo ou não? —
perguntou o garoto, colocando-se em posição de caminhar, como se mostrasse que
qualquer ação seguinte sua era inevitável.
Calem respirou por um momento e
soltou um longo suspiro:
— E eu tenho escolha?
O amigo sorriu de um lado e desfez
o sorriso em seguida sem dizer nada, dando a entender que não, não havia
escolha. Avançou de uma só vez, soltando um brado mais alto que gostaria:
— Ei. — os três viraram-se para ele, sem muita
surpresa. — Está tudo bem aqui?
Todos se entreolharam de maneira
duvidosa, e Calem aproveitou a deixa para aparecer também. O senhor mais baixo
respondeu:
— Sim, jovem. Aconteceu alguma
coisa? — perguntou com simplicidade.
— Vimos vocês discutindo… —
comentou Charlie, mas notou que suas palavras não faziam sentido. Era difícil
explicar quando nem ele conseguia se justificar do porquê de estar lá.
— Estávamos apenas conversando com
o senhor Cuvier e divergimos sobre os sedimentos que formam a caverna. — um dos
capangas, o rapaz, abriu a boca. Sua voz era firme, mas tranquila. — Mas ele
tem mais propriedade que eu para falar sobre esses assuntos, não é?
— Ele é o pesquisador-chefe do
Laboratório de Fósseis de Ambrette. — comentou a moça ao lado dele.
O senhor deu uma risada descontraída
e ajeitou seus óculos, como se quisesse ver os garotos melhor.
— Ora, não coloquem tantos créditos
assim em minhas costas. — falou de forma humilde. — Já visitaram o laboratório,
meus jovens?
Os dois se entreolharam e fizeram
que não com a cabeça.
— Fazemos muitas pesquisas,
principalmente no campo dos fósseis. — explicou, com um sorriso. — Sabem o que
são fósseis?
— São… Restos de criaturas
pré-históricas, né? — disse Charlie, de maneira despojada.
— Charles, não me envergonhe. — o
amigo deu-lhe uma leve cotovelada. — Os fósseis mostram vestígios de como era a
vida há milhões de anos, principalmente como surgiram alguns de nossos
ancestrais. — explicou o outro quase que como um parágrafo decorado de um livro
de história.
— Exatamente. — falou o senhor Cuvier,
satisfeito. — Houve um grande processo de sedimentação nessa caverna, portanto
é possível encontrar diversos fósseis por aqui. Por isso escolhi Ambrette para
sediar o laboratório.
Ele tinha uma mochila consigo, que
até então não haviam notado porque estava jogada no chão, desgastada. O senhor
revirou a mala olhando por cima dos óculos, e pegou um pedaço de rocha disforme
de sua mochila:
— Hoje meus colegas encontraram
isso. — disse, entregando a pedra para Calem. — Interessa a você, jovem?
Ele pegou o rochedo com hesitação.
Em sua mente não faria isso em outras ocasiões, pensando em como deveria estar
cheia de germes, mas não queria desapontar o senhor com suas manias. Observou
por todos os ângulos, ainda que pegando na ponta dos dedos:
— Que tipo de fóssil é esse? —
perguntou.
— Oh, você descobrirá se levar até
o Laboratório de Fósseis. — falou ele, com um olhar provocativo.
Calem sorriu, colocando a pedra com
cuidado em um bolso de sua mochila.
— Combinado!
Os dois seguiram conversando sobre
assuntos que Charlie sequer tentou compreender. Algo envolvendo rochas
magmáticas. Ou seriam magnéticas? Viu que a dupla ao seu lado cochichava entre
si, um pouco deslocados. O rapaz aproveitou da distração e da proximidade para
observar um crachá que o homem usava em seu pescoço. Como tudo neles,
predominavam os tons alaranjados, com alguns dados e números que não sabia para
que serviam. Embaixo de um emblema, leu um nome:
— Team Flare. — murmurou.
Os dois voltaram suas cabeças
vagarosamente para ele. Usavam óculos que impediam que seus olhos fossem vistos
– ainda mais àquela iluminação. –, então era difícil ler suas expressões. A
mulher continuou, com uma voz interessada:
— Ouviu falar?
Charlie titubeou, arriscando:
— Vocês não são a organização que
estava roubando os outros?
Os dois lançaram um olhar rápido um
para o outro, e logo caíram na risada. Charlie sabia que ladrões jamais
admitiriam, assim, seu crime. Contudo, esperava diversas reações diferentes,
que não uma gargalhada sincera como a que demonstravam.
— Então é isso que falam sobre nós?
— disse o homem, ajeitando seu topete.
— Menino, ou estão nos confundindo,
ou é apenas um boato que espalharam para nos difamar. — explicou ela. — E vou
dizer que não seria a primeira vez.
— Estou um pouco confuso. —
confessou Charlie.
— Nós somos uma organização, sim.
Mas não queremos roubar o dinheiro de ninguém. — falou o moço, ainda soltando
uma leve risada.
— Há algumas facções que querem
isso aqui em Kalos. — comentou ela. — Mas nós também temos medo deles.
Os dois riram entre si, e Charlie
os acompanhou, mesmo que estivesse desconfortável demais para se divertir. Por
um momento veio em sua cabeça a imagem de Marc, seu irmão, que claramente seria
líder de um desses grupos perigosos. Tentou afastar, de uma vez, a imagem
perturbadora de sua mente.
— Se não se importam. — disse o
homem, checando um relógio de pulso, após parar de rir, ao tocar o senhor Cuvier no
ombro. — Precisamos ir, agora que a chuva deve ter parado.
Os garotos naquele momento pararam
para reparar que o som de gotas caindo no teto da caverna já havia cessado.
— Tudo bem, meus companheiros. —
falou o pesquisador. — Espero ter sido útil.
— Foi muito, sim. Obrigada pelo seu
tempo. — agradeceu a moça. — Entraremos em contato com o senhor. Até mais,
garotos.
Todos fizeram um aceno, enquanto os
dois dirigiam-se novamente para os corredores da caverna, como se soubessem
exatamente por onde ir, sem nem precisarem pensar. Calem e o senhor Cuvier continuaram sua conversa, e quando Charlie sentiu que estavam distantes o
suficiente, interrompeu:
— O que aqueles caras queriam?
Os dois voltaram o olhar para ele
após a interrupção, e o pesquisador demorou um pouco para interpretar a
pergunta, agora que o assunto mudara bruscamente.
— Eles queriam conversar sobre
pedras… — falou, fazendo um gesto com a
mão de pouco caso. — Desculpe, garotos, não posso falar muito mais sobre isso.
— O senhor foi… Contratado por
eles? — perguntou, levando em conta o que ouviu pela conversa.
— Bem, eles me ofereceram uma
proposta. — disse, e embora Charlie esperou que ele fosse continuar, nenhuma
outra palavra foi proferida.
— O que aqueles caras querem? — repetiu.
— O Team Flare é uma organização de cientistas e intelectuais bem
antiga. — falou ele, gestualizando. — Ninguém sabe direito o que fazem em suas
reuniões, mas dizem que prezam por “um mundo mais belo”.
— Cientistas e intelectuais que
acreditam em um mundo melhor. — resumiu Charlie cruzando os braços.
— Exato. Muitas pessoas de
influência aderiram à organização depois de se familiarizarem com os interesses
deles.
O senhor despediu-se deles após
checar o horário, e os dois garotos ficaram lá, parados por um tempo. Aquele
encontro havia sido estranho em muitos aspectos, mas por algum motivo era
difícil conciliar um grupo tão curioso como o Team Flare com a imagem dos
benfeitores de Kalos.
— Bom, Charles, está mais tranquilo
agora? — indagou o rapaz.
— Eu acho que sim. — respondeu-lhe,
mas havia uma pontada de mentira. — Mas me dá medo quando vejo alguém falar sobre
“um mundo melhor”.
— Não deveria. — riu Calem.
Os dois seguiram em silêncio pelo
caminho de volta. Agora já não era mais tão difícil e nem assustador retornar,
uma vez que conheciam o trajeto. Era só cuidarem para não se perderem, ainda
que fosse difícil, pois as pedras brilhantes eram bem marcantes. Quando estavam
quase na saída, Charlie quebrou o silêncio:
— Calem. — o outro encarou seus
olhos esverdeados que esboçavam sinceridade naquele momento. — Obrigado por ter
ido comigo.
Ele olhou para frente, sorrindo.
— Disponha.
Entardecia, mas mesmo assim estava
bem mais claro que dentro da caverna, causando-lhes um incômodo por alguns
segundos Até mesmo irem montados em um Rhyhorn já não era mais tão cansativo,
embora estivessem exaustos – o segundo que pegaram era um pouco mais veloz que
o primeiro.
Fizeram o caminho de volta em
direção ao hotel, mas viram uma multidão se acumulando nas proximidades.
Vencidos pela curiosidade, seguiram a direção pela qual um certo número de
pessoas também ia, percebendo que a acumulação era em torno do aquário da
cidade. Os dois se entreolharam com espanto e lembraram de Serena, aumentando a
velocidade do passo.
No centro do amontoado de pessoas
havia alguns policiais, vários funcionários do aquário, alguns fotógrafos e
jornalistas, e uma menina loura de saia vermelha e chapéu rosa – Serena.
— Serena, o que aconteceu? — gritou
Charlie, indo à frente do amigo.
Alguns policiais bloqueavam a
passagem fazendo uma barreira que envolvia Serena e os funcionários. Quando
Charlie tentou ultrapassá-la, um dos policiais o questionou:
— Essa garota está com vocês?
— Está. — respondeu Calem de
prontidão. — Qual é o problema?
O policial deu um grito aos que
estavam próximos a ele, e permitiram a passagem dos dois garotos, apenas.
Serena estava junto a um homem baixinho e calvo, com vestes extravagantes, que
mais pareciam uma tentativa frustrada de ser elegante e chamativo ao mesmo
tempo. A garota tinha certo pânico no olhar, assustada com a pessoas em sua
volta, principalmente os fotógrafos.
— Ela tentou roubar um Pokémon do
Aquário. — disse o homem, ríspido, dando a entender que era o dono do aquário.
— Quebrou um vidro e tirou a paz daqueles Pokémons.
— A criminosa não sou eu. — falou a
garota com um tom emotivo, quase derramando lágrimas dos olhos. — Eles é que
mantém vários Pokémons inocentes como reféns naquele lugar fechado e infeliz.
Os garotos se entreolharam,
compreendendo a gravidade do problema.
— Posso falar com ela um instante?
— pediu Calem, puxando a garota pelo braço um pouco distante dos outros
funcionários, onde podia conversar sem tanto incômodo.
— Serena, é um aquário. — disse ele,
fazendo gestos expansivos com as duas mãos. — Essa é a proposta. Esses Pokémons
são melhor criados e alimentados que nós dois andando pelo mato, sabia?
A garota engoliu em seco e ficou
por alguns momentos encarando o primo, em seguida voltando a falar, atropelada:
— Mas lá não é o lugar deles, Cal.
Eu não sei, não consegui aguentar. — dizia, cobrindo o rosto com as mãos, em um tom
quase sofrido. — Eles são tão grandes, e aquele vidro tão pequenino… O Goomy
estava tão triste.
Calem estapeou a própria testa com
suas duas mãos.
— Por Arceus, você sequestrou um
Goomy?
— Ele estava infeliz, Cal. —
argumentou, falando mais alto que gostaria. — Ele gostou tanto quando eu o
libertei.
Não
é novidade que o lado sensível da Serena me incomoda, mas em alguns momentos
ela simplesmente extrapola. Ser sentimental é legal, é bonito, porém, quando
você começa a fazer escolhas erradas e a colocar os outros em perigo, colocando
o sentimento acima da razão… Isso eu já não concordo. A razão deve se sobrepor,
sempre. Talvez com um Pokémon infeliz a mais no mundo, porém, sem problemas e contas de
vidraçaria a pagar. E, é claro, eu que precisava consertar as besteiras que
minha prima fazia por ser tão passional.
— Serena, eu juro que estou me
controlando para não dar uma na sua cara. — disse, estressado. Você não pode
sair fazendo coisas assim. — Você não sabe como funciona o Aquário. Você não sabe
de onde vem os Pokémons. Então não se meta. — falou. — Eles cuidam de espécies feridas em reabilitação, sabia?
Serena fungou, claramente abalada
com o tom ríspido que o primo usara, mas ele sequer se importou. Talvez até
então ele nunca tivesse ficado tão bravo àquele ponto com ela, e naquele momento
só conseguia focar em resolver aquele problema pendente. Puxou um dos
funcionários nos arredores pelo ombro:
— Alguém fotografou ou filmou o
momento? — questionou-lhe, impositivo.
— Não, não havia pessoas nos
arredores quando aconteceu. — respondeu ele, depois de alguns momentos pensando
na resposta.
Agora dirigia-se ao dono do
aquário, que estava de braços cruzados e com a pior expressão imaginável no
rosto. Charlie tentou consolar Serena, enquanto, sem ser intimidado, Calem
encarou o dono nos olhos:
— Quanto vocês pagaram para esse
Goomy chegar aqui, e quanto fica o conserto do vidro? — perguntou de uma vez.
O homem, após um olhar duvidoso com
as sobrancelhas arqueadas, puxou em seu bolso apertado um papel todo amassado,
com um valor que provavelmente era o orçamento do reparo do dano causado por
Serena. Mostrou para Calem, que o examinou, e logo fitou de volta o senhor:
— Pagamos o triplo disso se
deixa-la ficar com o Pokémon sem que os pais sejam notificados. — disse, com
firmeza. — Acho que não precisamos incomodá-los com essas besteiras, não é?
Escolhas
pessoais trazem consequências para os outros ao redor. Quando se fala de uma
família como a nossa, - e digo isso sem qualquer orgulho – um pequeno rumor
logo vira capa de revista de fofocas, daquelas que minha mãe lia enquanto o
cabelereiro lhe fazia um penteado novo. Uma fotografia da filha de um dos homens
mais poderosos de Kalos cometendo um crime é um prato cheio para um colunista
procurando furos para manter o emprego. E, por mais bravo que estivesse com
Serena, sabia que Stevan não ficaria nada satisfeito se soubesse disso.
Depois de alguns momentos ponderando,
o homem fechou os olhos com força e fez gestos como quem afastava uma ideia
para longe:
— Não foi apenas uma besteira. —
rebateu, guardando a conta de volta. — Não aceitamos suborno.
Calem arqueou uma sobrancelha e
revelou um pequeno sorriso.
— Então iremos processar o Aquário.
— disse com simplicidade. — Por maus tratos e aprisionamento indevido de
Pokémons.
O dono jogou a cabeça para trás.
— Isso é loucura!
Calem aproximou-se dele, abaixando
um pouco o tom de voz.
— Minha prima é muitas coisas, senhor.
Inocente. Tola. Inconsequente. — enumerou. — Mas não é mentirosa. Se ela disse
que havia um Pokémon doente ou incomodado, então havia. — falou ele com
convicção. — E duvido que seja difícil encontrar outro Pokémon nesse estado
para provar, sendo que todos estão presos em caixas cheias de água.
O homem começou a suar frio, e
Calem notava seu incômodo pela forma com que mudara sua respiração, agora mais
ofegante. Com o avançar dos anos, aquários começaram a receber objeções e
reclamações. Bastava um escândalo para que o maior aquário de Kalos ser forçado
a fechar as portas. O dono sabia disso. Calem também.
— Quer o meu conselho? — falou o
garoto, colocando algumas notas dentro de um envelope, tirando o homem do
transe. — Pegue o dinheiro de uma vez. E fique em silêncio. Ou garanto que os
advogados da família Windsor farão muito, muito, mas muito pior do que estou
fazendo agora. — e empurrou-lhe o envelope.
Àquela altura o dono pegara o
pedaço de papel trêmulo, e sua pele encontrava-se bem mais pálida. Puxou
Serena, que estava um tanto distante, por um braço e Charlie os seguiu. Quando
tentaram barrar sua saída, alguns funcionários avisaram que o trio estava
autorizado a se retirar. Procuraram um vão onde não havia mais um aglomerado
grande de pessoas, mas mesmo assim alguns fotógrafos tentaram aproveitar a
chance. Escondendo o rosto, correram e conseguiram despistá-los.
— Cal… O que você fez? — perguntou
a menina, um pouco com medo.
— Apenas o que eu tinha que fazer.
— respondeu ele de forma ríspida.
— Eles não vão avisar o pai da
Serena? — questionou Charlie, duvidoso.
Calem suspirou.
— Provavelmente não. — disse, por fim. — Agora vamos logo, está
escurecendo. Amanhã iremos embora desse lugar bem cedo.
Primeiramente, Olá Haos ^^
ReplyDeleteSegundamente... Olha, meus capitulos favoritos são sempre os com POV do Calem >.< não sei pq kkkk
Finalmente tivemos a aparição da Team Flare, e parece que irão aparecer cada vez mais e mais, estou bastante curioso na forma que você vai desenvolve-los na fic.
Ri demais imaginando a reação do Calem quando a Serena insinuou algo, mas Calem x Charlie seria um casal bem shippavel sim -q Tá parei :v
MARINE TUBE, devo ter ficado mais de uma hora admirando isso no White 2 quando joguei, adorava passar por lá, e foi bom ver uma outra versão dele. Goomy parece uma grande aquisição para Serena, e espero ver mais dele em ação.
Gostei do capitulo, muito mesmo, Calem lá ameaçando os donos do Aquário foi uma cena tipo assim, muito foda. A escrita estava boa e agradavel como sempre, e particularmente, não vi nenhum erro sequer.
Enfim, já estou indo, até o proximo cap o/
Hey Marco!!
DeleteSó resta agora o Charlie e o Calem aceitarem que essa amizade precisa dar muito mais frutos ( ͡° ͜ʖ ͡°) HAUEHAUEHAUEH
Eu também sou apaixonado pelo Marine Tube! Sempre que podia eu passava por lá no White 2 só para admirar mesmo, se fosse fazer uma lista com os lugares mais bonitos do mundo Pokémon (agora adorei a ideia), diria que ele está incluso! O aquário em que o de Ambrette foi baseada também tem um aquário em formato de corredor, se não me engano, por isso acabei incluindo. Gosto muito de criaturas marinhas, então se deixasse eu ficaria o capítulo todo descrevendo o aquário *¬* HAUEHAUEHAUH
Obrigado pelos elogios e pelo comentário! Até mais!!
3 semanas depois do outro ? A MALDIÇÃO DO CAPITULO 17 FOI QUEBRADA
ReplyDeleteEu gostei dessa mudança da Team Flare ,pra que você precisa de Grunts quando você tem uma cambada de maconheiros sem vergonha que estrupam garotinhas inocentes de 15 anos ?
E assim Calem oficialmente é o meu protagonista favorito : Tem um Larvitar ,Tem um Magikarp , parece que é o único com bom senso ,utiliza o lendário '' Eu vou dar na sua cara '' e tem o poder do suborno
Hey Donnel!
DeleteAposto que vocês não contavam com essa velocidade toda! HAUEHAUEHA (que velocidade, Haos? -qqq) Eu fiquei por um tempo viajando e veio uma onda de inspiração para os capítulos... Tenho até o 19 já esquematizado, agora falta só desenvolvê-lo melhor!
Marc sentiu esse shade pra ele, inclusive :v HAEUHAUEHAU E o Calem é justamente um cara que sabe equilibrar os momentos de pagar um micão básico e ser sério e manipulador. (Quem prefere o momento micão levanta a mão)
okay, não poder ver um dos posts me deu aquele tapa de shame pra vir ler logo né (perdoa as lerdeza e não desiste de mim)
ReplyDeleteenfim
ambrette <3 apesar de não ter taaanta coisa, curto pacas essa cidade, talvez pela localização (e acho o nome lecal também)
team flare nunca vai passar despercebido né nom :v (não foram muito inteligentes na escolha de outfit tbh)
eita nois, será que o quê?? [eyes emoji]
noss pro charlie pedir ajuda do calem ele tem que estar em desespero /qqq
e ainda chamá-lo pra investigar uma caverna?? sério?? calem vai fingir que nem ouviu /q
charlie eu percebi que tu tá muito noiado mesmo com os laranjinha pq seria mais fácil tu pedir ajuda pra policia /qqqq
Jogo álcool em gel no olho deles?! > EU TO GARGALHANDO AKLSDNAKLDNASLKNKLADNAKDAE
A GLITTERING CAVE É LINDA POR DEMAIS AFFS VAI LOGO
Ótimo, e comigo pode acontecer alguma coisa, né? > exatamente /qqqq (to rindo faz cinco dias mds)
mas anyways agora já era e ela vai também ahdadsadasdsakdajskdsa
EU TO ME ACABANDO COM O QUE A SERENA ENTENDEU ASDNAKDSANKDKSADASNDSAKD (mas affs queria ela indo também <33 ))
affs mano tu tá me fazendo apreciar ainda mais ambrette, quero passar um tempo lá agora ;^;
O som das ondas a acalmava de uma maneira surreal > a minha propria filha sim <3
num primeiro momento só tinha visto a primeira linha da placa aí comecei a gargalhar pensando nas zoeras de frances é simplesmente tacar e no fim das palavras ADHSAUDSAHUAHSUD (alias é frances mesmo né?? nem sei /q)
MDS OS POKEMONS QUE ILUMINAM AAAAAAAAAA QUE COISA LINDAAAAAAA (BIOLUMINESCENCIA FTW)
A menina ficou maravilhada em como a natureza era capaz de criar coisas tão singelas e bonitas > EUZINHA SIM TODO DIA
gente eu ia passar uma vida nesse aquario QUERO IR PRA AMBRETTE AGORA AFFS
goomy <3 MDS SE A SERENA FIZER AMIZADE COM ELE VO CHORA, ADORO ESSE BICHINHO
NOSS TADINHO DO BICHINHO, QUE FUNCIONARIO PÉSSIMO QUE SÓ DIZ "AH ELE FICA ASSIM" E PRONTO, TENTEM AO MENOS E_E
gente amo esses túneis/aquario, quero demais ir visitar um ;u; (mas btw que treco gigante pra ter até wailmer e junto com vários outros grandes oloco)
MDS EU AMO TANTO MINHA FILHA, ELA PENSANDO COMO OS POKES DEVEM ESTAR SE SENTINDO, EU TO ;^;
(e indeed por mais que sejam visitas lecais pra aprender e talzs, affs pobres bichinhos <//3 )
MDS ELA VOLTOU PRA RESGATAR O GOOMY, EU AMO ESSA MENINA DEMAIS AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
DeleteMAS MDS MIGA NÃO DE MANEIRA ESCANDALOSA ASSIM, VÃO TE PERCEBER E_E
o goomy indo direto pras mãos dela, eu to sensible, não me toca ç____ç
AFFS PQ CORTAR A CENA AQUI, PRECISO VER MINHA BBZA DANDO UM JEITO E ESCAPANDO COM O GOOMY Ç_Ç
cês tão vendo calem e charlie estando do lado de fora no meio de uma tempestade?? pq eu to e to rindo pacas (mas pobre charlie, o tanto que ele teria que ouvir....)
MDS VDD, A ROTA TEM QUE SER PERCORRIDA SOBRE UM RHYHORN. QUERO DEMAIS VER CALEM FAZENDO ISSO AHDAUSDHSADHSADAUDHAIOEHDHAUHEAE
EU TO ME ACABANDO, PARECE UM COMPLO CONTRA O CALEM MESMO ASDNKADNASKNADKNEAKDNEAKEAE
ELE INDO JUNTO COM O CHARLIE, EU TO ME ACABANDO, MDS AKANSDKASNDLASKNDAKLNEKANDEKAKAENAD
— Você pode parar de reclamar por um minuto?
— Trinta segundos é o meu limite. > AKSDKADNSADNADNAKSMDAEAKMEDALEDME
BERROS, TEM OSSOS HUMANOS LÁ?? NEM LEMBRAVA SOSSSS
Por outro lado é totalmente racional ter medo de vermes nojentos comedores de gente > EU VO RIR PRA SEMPRE DESSA ADASDKSADNSADSADMALMELADMELD
well migs se é seguro pra crianças então deve ser pra dois marmanjos munidos de pokes né nom
Crianças comem cola líquida, só por isso você vai comer também? > AKSDNKALDNSLNDALKDNSAKDNAKADKNSA MELHORES RESPOSTAS PQP
A TEMPESTADE CHEGOU LMAAAAAAAAAAAOO EU QUASE BATI PALMA AQUI, JÁ ERA CALEM AKDSNADLNSASNADKASDNKAEKNDAE
MDS TU USOU UMA DAS IMAGENS MAIS LINDAS DO MUNDO PRA GLITTERING CAVE, E ESSE LUGAR JÁ É LINDO DEMAIS, EU TO CHORANO NO CHÃO, IA VIVER LÁ SIM (AINDA MAIS PQ TEM OS FOSSEIS INDEED NÉ)
— Você pelo menos sabe para onde estamos indo?
O garoto se virou para ele.
— Você quer a verdade?
— Hm. Melhor não. > EU TO RINDO DEMAIS PLMDDS ASDNAKDNASKDNAKDNAKNKENKAE
(mas tbh quando os flare estiverem perto cês vão saber pq né)
Eles estão de terno, Charles > que tipo de argumento é esse meu amigo
mas indeed charlie parece saber mais do que quer aparentar, hmmmmm
charlie maior vida loca que tu respeita /qqqq
— E eu tenho escolha? > cê tinha de ficar no hotel, agora já era /q
well pelo menos o lugar é aberto pra visitas mesmo então né, não é tão suspeito estar por aí e se deparar com os caras :v
calem decorou a definição de fóssil da wikipedia não foi
MDS O CALEM GANHOU UM FÓSSIL ASSIM??? POXA TIO ME DÁ UM TAMBÉM Ç_Ç
Algo envolvendo rochas magmáticas. Ou seriam magnéticas? > EU DEI UMA RISADA
— Vocês não são a organização que estava roubando os outros? > SE FOR ELES VÃO DIZER SIM AMIGUINHO, E TE DEIXAR SAIR DE BOAS COM ISSO, PODES CRER /QQQ
hmmmm, essas "propostas" de team flare.....
Mas me dá medo quando vejo alguém falar sobre “um mundo melhor” > até pq melhor pra quem, não é mesmo?
— Disponha > ele diz enquanto pensa NUNCA MAIS TU ME META NUMA ENRASCADA DESSA
MDS MINHA BBZINHA, PRA QUE TODO ESSE AUE COM ELA, A MENINA TÁ ASSUSTADA E_E TO INDO TE RESGATAR, FILHA
realmente calem tu não viu a felicidade do bichinho quando ela estendeu os braços DEIXA ELA LEVAR VAI
noss cal chill também, não precisa ser tão duro com ela, ELA TÁ FAZENDO O QUE ACREDITA SER CERTO, MELHOR QUE NÃO ACREDITAR EM NADA E FICAR RECLAMANDO POR AÍ
LMAO MAS PELO MENOS ELE RESOLVEU A TRETA LINDAMENTE NÉ (E GOOMY GANHOU UMA FAMÍLIA <33 )
Minha prima é muitas coisas, senhor. Inocente. Tola. Inconsequente. Mas não é mentirosa. Se ela disse que havia um Pokémon doente ou incomodado, então havia. E duvido que seja difícil encontrar outro Pokémon nesse estado para provar > OOOOOOOOOOOOOOOOOOHHHHHHHH
vamos ver se nada desses fotografos vai sair, esperemos que não, mas duvido >.>
Hey Anne!
DeleteHAUEHAUEHAUE O outro post foi uma jogada de marketing para o pessoal ler [eyes emoji] (brinks, quem dera fosse). Também tenho muito amor por Ambrette, talvez por ter aquele ar litoral, mas ao mesmo tempo de caverna e tals (???). E tem aquário e laboratório de fósseis, pfvr. O que acham de passar o resto da temporada em Ambrette, galera?? -qqq
A placa é em francês sim. Eu ri com o que você falou porque às vezes me vem isso na cabeça também (er e ique, fazendo biquinho AJISDAUSHRE (falo isso mas vou correndo para o Google Tradutor, vdd)
Eu imaginei que você ia curtir essa cena da Serena sendo totalmente Serena com o Goomy (apesar da reprovação do Calem, né). No final das contas eles se completam. Ainda que o Calem tenha "salvado" a Serena, não podemos esquecer que ela ajudou o Goomy (igual você falou) com esse lado instintivo dela. E ele vai ser muito grato por isso.
Adorei seu comentário: "melhor para quem?". Acho que podemos deixar isso guardado que ainda usaremos com certeza. É uma questão pra ser levantada tantas vezes, até mesmo além do Team Flare. Hoje eles apenas mostraram seus trajes "discretíssimos", mas eles ainda tem muito pela frente. Não é atoa que demorei tanto para colocar eles! HAUSHDAUISAUHDAIUSH
boas!
ReplyDeleteaqui está mais um belíssimo capítulo haos, desde já os meus parabéns pelo fantástico trabalho!
comecemos por charlie, o mais destemido do trio: adoro o desenrolar destes personagens mais "misteriosos" e que se revelam ao longo do tempo e confesso que ficaria bastante satisfeito de o ver a perseguir e a enfrentar a team flare, mostrando a todos que o rapaz rebelde também sabe fazer coisas boas... quem sabe né?
em relação à serena, confesso que fiquei um pouquinho chateado quando o charlie e o calem a deixaram de lado com a intenção de a proteger. pensei até mesmo que ela não iria fazer parte deste capítulo. no entanto, surpreendi-me mais uma vez! adorei este tema do aquário e o "roubo" de goomy e toda essa cena de proteger os pokémon fez-me lembrar bastante o tema dos vegan! confesso que adoro estas abordagens e comparações xD no entanto, após este episódio um tanto marcante, será que vamos ver uma mudança na forma de ser da serena? com certeza ela percebeu que não foi bem interpretada pela maioria das pessoas e prejudicou até algumas...
agora, na minha opinião, a verdadeira estrela deste capítulo: calem! ele e charlie são a dupla mais iconic de sempre e ri muito quando a serena pensou que eles estavam tendo um caso ahahahah
calem é um personagem especial, complicado e muito difícil de entender, no entanto adorei o momento em que ele defendeu a serena, tentando resolver os estragos causados pela prima e depois, revelando-lhe a crua verdade que ninguém gosta de ouvir.
também gostei muito dos opostos representados no final do capítulo: serena, que se deixa levar pela emoção, calem, controlado pela razão e, a meu ver, charlie que sabe como equilibrar a balança. é verdade que estas são as marcas de cada um deles, no entanto será que com o desenrolar da história e com acontecimentos futuros iremos testemunhar uma alteração nestas características?
antes de acabar queria só confessar que ainda espero um capítulo ou uma cena pequenina onde um deles se lembre de treinar a sua equipa xD especialmente calem, tão determinado a vencer o próximo ginásio, nem se lembra de chamar os seus pokémon para explorarem a caverna com ele :p
por outro lado, confesso que este tipo de capítulos são os meus preferidos! o haos sabe mostrar como uma fanfic de pokemon não são só combates de ginásio e ligas pokémon, mas sim a evolução de personagens e o desenrolar de uma história coesa e complexa! e os meus sinceros parabéns por isso :D
é tudo, xau!
Poxa, eu não podia esquecer da Serena!! É que é bem comum que eu segmente o capítulo em duas partes, com dois dos personagens pra um lado e algum sozinho em outro (não sei se vc já reparou, mas acaba acontecendo até naturalmente! HAUSDIHAS). Mas realmente eu gosto bastante de trabalhar com Calem e Charlie juntos! Acho que eles combinam bastante justamente por serem diferentes e autoritários de sua forma. E embora não admitam, ainda gostam da companhia um do outro!
DeleteSem dúvidas, com certeza os acontecimentos do capítulo marcaram os personagens o suficiente para os próximos acontecimentos, especialmente a Serena!
E pode deixar que eu me encarreguei de incluir treinamentos em outros capítulos, ok? IAJSDIUASHU Sei que andei mais com o enredo nesses episódios, mas logo vc vai ver que temos mais batalhas pela frente!
Obrigado pelo comment e pelos elogios, Ângelo!! o/
Esse capítulo trouxe duas das coisas que sempre amei no mundo Pokémon: Cavernas e Aquários kkkk Ver o aquário que você preparou para Ambrette foi uma baita nostalgia, essas pequenas edições eram tão mágicas quando começamos com as fanfics, lembra? Eu gostei que você explorou esse cenário, a imagem dos Chinchous e criaturas das profundezas foi a minha favorita. Eu amo aquários na vida real e imagino que você já tenha tido a chance de ir no de Guarujá, estou certo? Nossa escola sempre fazia excursões. Eu nunca pensei muito pelo lado de que os peixes ficam presos e estão tristes. Acho que o fundo do mar parece tão mais cruel, sabe? Aqui pelo menos eles têm COMIDA kkkkkk Eu sempre curti maneiras não convencionais de se capturar Pokémons, e levando em conta que levaria um tempão até os Goomys darem as caras, foi uma ótima aquisição precoce para o time da Serena.
ReplyDeleteCharlie e Calem já tem um baita shipping se formando HAHA Mano, a cada cinco falas acho que umas três foram de reclamações. A Glittering Cave é um baita cenário único, mas vamos nos preocupar com os vermes invisíveis que habitam a terra kkkkk Sério man, nem parece que foi em 2012 que eu joguei XY, viajar em sua fanfic está me trazendo umas boas memórias de toda a experiência mágica que é essa região! Sempre achei que o Team Flare tem uma pegada de mocinhos, eles andam por aí e o povo não se importa, são vilões mais sensatos do que aqueles que só querem dominar o mundo (Rockets, Galactics, estou olhando para vocês kk), mas sério, não me surpreenderia se lá para frente o Charlie acabasse aderindo aos ideias de um mundo melhor, e... É melhor deixarmos as teorias para lá kkk Belo capítulo, companheiro!
Simmm, eu curto demais aquários! Tem essa pontinha meio Serena que pensa se prender os peixes acaba sendo uma atitude cruel, mas eu sou tão apaixonado pelo fundo do mar que não deixo de achar fantástica cada visita. Sério, posso passar horas observando os bichinhos indo pra lá e pra cá que continuo admirado igual uma criança HAUSDHASUDH
DeleteNem a Serena no aquário nem o Calem na caverna puderam aproveitar 100% a visita, mas espero nas descrições ter passado um pouco da minha visão entusiasmada! Imagino que a Glittering Cave seja um lugar simplesmente fenomenal e fico feliz demais que traga esse sentimento bom de reviver sua aventura jogando o Y! O aquário me decepcionou um pouco dentro dos jogos, por um momento achei que fosse como aquela construção submarina de Unova, mas nada que nossa imaginação não possa resolver, né? AHSDUAHSUDIAHS Explorar esses lugares acho uma parte tão gostosa de escrever as fics, sinto que é como nossas próprias impressões viajando por Kalos (ou qualquer lugar que seja) e fazendo nossos próprios relatos <3
Haos, não cheguei a comentar o capítulo antes, mas tá muito bacana, sério, todos os pontos. Vou ler o próximo pra tentar dar catch na história.
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