Jun 20, 2020

Capítulo 35



CAPÍTULO 35
Alta Tensão
Quando estamos sonhando, nunca nos lembramos como fomos parar lá.
Era assim que Serena se sentia. Mas, quando sonhava, com certeza as coisas nunca eram tão lúcidas quanto naquele instante. Na verdade, nos últimos meses, ela havia prestigiado momentos daquele, em que apreensivamente se sentia perdida dentro de pesadelos que a consumiam e controlavam, onde seu mundo parecia ser absorvido e dar lugar a um inferno carregado de temores.
Até que ela abria os olhos e, surpreendentemente, estava tudo bem. Na medida do possível, é claro.
Naquele momento, porém, ela parecia estar em um deserto. Era noite, uma noite tão fria que se perguntava se desertos não eram quentes como havia imaginado. Não era um deserto de areia, mas uma terra tão seca e desolada que só encontrava rachaduras naquele solo desgastado e sem vida. Terra e pedra, por onde quer que olhasse. Acima de tudo, quando gritou por alguém, não havia sequer uma alma que pudesse ampará-la. O eco de sua voz se perdia nos rochedos montanhosos e não traziam nenhuma resposta.
Ela caminhava. Floette estava com ela – o que parecia curioso, pois era um Pokémon que com certeza não se sentia à vontade naquele espaço inóspito e sem qualquer sinal de flores e de plantas. Mas ela estava melhor por não estar sozinha. Caminhava por aquelas terras lutando contra o vento frio, cerrando os olhos para se proteger da poeira e para tentar enxergar em meio àquela noite escura e sem estrelas.
Ouviu passos, dessa vez que não eram seus. Olhou correndo para uma direção e tomou um susto, mas não gritou. Era um homem? Talvez, mas ela nunca antes haveria encontrado um homem daquele tamanho. Deveria ter três metros de altura, pois ela precisava inclinar a cabeça para enxergá-lo. Ela não era mesmo muito alta, mas naquele momento se sentiu tão pequena e insignificante que deu um passo para trás.
Ele tinha cabelos longos e grisalhos, tão gastos que talvez não os lavasse há muito tempo. Ele não parecia se importar com isso, as pontas se embaraçavam em longas mechas que caíam por todos os lados. Tinha tantas camadas de roupa que ela se perguntou se ele viajava – mas naquele frio com certeza ela invejou de ter algumas camadas de roupa a menos.
Quando ele deu um passo ela enxergou sua feição. Ficou assombrada, mas ao mesmo tempo não parecia alguém ruim. Parecia cansado. Tão exausto como uma alma perdida naquele deserto, tão sem força e energias que seu corpo perdia o próprio significado de ser. Alto, como uma árvore, seus movimentos pareciam lentos. Ele encarou a menina sem levantar a pálpebra, mas forçou a vista para enxergar aquela pequena criatura que estava ao seu lado.
De repente, arregalou o olho, dando um passo. Ela recuou.
Ele estendeu os braços enormes, e a Floette de Serena se afastou, com medo. Tinha medo de seres humanos que não fossem sua treinadora. Especialmente aqueles de três metros que ela encontrava em um deserto à noite. Ele moveu os lábios como quem iria falar algo. Ensaiou, feito uma máquina enferrujada que tentava mover as engrenagens para operar como há anos não fazia. Conseguiu balbuciar em um tom tão grave, que se um túmulo antigo pudesse falar, com certeza teria aquela voz – desgastada e melancólica.
— O Pokémon flor.
Ele abriu a mão, porém Floette não se moveu. Tinha uma expressão de desespero no rosto, mas também não recuou. O homem, com muito custo, se ajoelhou. Tentou encará-lo mais de perto, mas logo abaixou a cabeça. Estaria chorando? Ele levantou, desajeitado, quase caindo.
— D-desculpe.
Ele parou de costas e olhou perdido para longe. Depois de tanto tempo achou que finalmente havia encontrado – mas, mais uma vez, era uma ilusão perdida. Encarou a imensidão de terra arrasada, sem perspectiva e soltou um lamento.
— Desculpe Floette.
Serena tremia.
— Senhor…
Ele olhou com calma para a garota, examinando-a. Ficaram por intensos momentos congelados.
— …dela
— O quê?
— Cuide…Dela…
Serena olhou para o Pokémon e assentiu com a cabeça. Não sabia se deveria perguntar qualquer coisa, estava confusa. Ele olhou para o céu que não reconhecia, sem sequer poder se guiar pelas estrelas.
— Está perto…
Serena sentiu um calafrio. Silêncio.
— O que está perto?
— O terceiro levantar.
Naquele momento ela notou que ele carregava em seu pescoço um colar, com um enorme adereço pendurado. Era uma chave, uma chave grande, daquelas que já vira em museus, bem antiga. Afinal de contas, ele tinha uma moradia? Para onde aquela chave o levaria? Aquela figura, por si só, já levantava perguntas. Mas seu tom perdido, quanto mais falava, menos explicava.
— Precisa impedi-lo.
Serena prendeu a respiração.
— Ele quem?
De súbito, o homem avançou em sua direção com um enorme passo e a segurou pelos braços. O coração de Serena saltou, sentiu as mãos frias e os dedos sujos e enrugados apertando sua pele, o olhar perdido e desesperado daquele homem, suplicantes, tão velhos quanto as jóias dos impérios mais antigos. Parecia um zumbi, o bafo pútrido passando por seu rosto enquanto ele a chacoalhava:
— Precisa impedir ele! — gritou, quase em um tom de choro. — O criminoso. O criminoso os trai. — ele começou a chorar. — Precisa impedir, precisa!
♠ ♣ ♠
Calem deu um estalo com os dedos.
— Kalos para Serena.
Ela balançou a cabeça.
— Desculpe.
— Vai querer o leite morno ou quente? — repetiu ele.
Ela coçou a cabeça e demorou alguns segundos para formular a resposta.
— Pode ser quente.
Calem aumentou o fogo da boca do fogão. Charlie estava sentado ao lado na mesa da cozinha, lendo um jornal que sequer era o do dia. Serena apoiava a cabeça na mesa; levantou o tronco e se colocou em uma posição melhor para esperar o café da manhã ser preparado no pequeno quartinho. Calem encarou ela de novo.
— Passou a noite acordada?
Ela nem levantou o olhar.
— Tive pesadelo de novo, acho.
Ele voltou a focar no fogão. Terminou o que faltava e colocou tudo na mesa. Charlie fechou o jornal e ajeitou sua cadeira. Calem tocou a prima na cabeça, como em um pequeno carinho e um olhar sem jeito, quase acostumado.
— Essa fase vai passar.
♠ ♣ ♠
— O tempo seco destrói meu nariz. — resmungou Calem, fungando.
De fato, quanto mais adentravam aquela área, mais seco parecia. Os resquícios do clima da Coastal Kalos ficavam para trás com Coumarine City, a cidade que ainda carregava um pouco do litoral da região. Gradualmente estariam de volta à área central, mais próxima do interior.
A Route 13 era também conhecida como Lumiose Badlands. Diferente de toda a área de Kalos, as constantes explorações tornaram aquele um local quase desértico com o passar das décadas. Ainda assim, era conhecida por seu potencial energético ainda muito relevante em toda a região, localização da Kalos Power Plant. O trio encarou aquela imensidão de terra seca, um pouco apreensiva.
— Deve haver outro caminho. — disse Serena, abraçando com força seu ovo Pokémon.
— Parece pior do que é — disse Charlie. — Em menos de um dia de caminhada conseguimos chegar ao final.
Serena balançou a cabeça.
— Não quis dizer isso. — falou. — Quis dizer Lumiose.
Os meninos ficaram quietos.
— A costa de Kalos está toda protegida. Não podemos voltar para lá. — murmurou Charlie.
— Vamos passar o mais rápido possível. — acrescentou Calem. — Vai ficar tudo bem.
Serena respirou fundo e concordou, mas não parecia muito convencida. Thanos espreguiçou na bolsa de Charlie mas, após perceber que o local não parecia muito agradável, voltou a dormir. Os três avançaram em sua caminhada pelo território quase desértico. Só encontravam o mesmo cenário por onde quer que olhassem. Poucas plantas estavam vivas naquele espaço, apenas as que suportavam longos períodos sem água e grande intensidade de sol.
Calem acompanhava uma bússola na mão direita e tinha um mapa na área esquerda. Aquele território parecia maior que realmente era e, àquela altura, já havia algumas habitações que auxiliavam viajantes naquele espaço. Ainda assim, era importante tomar cuidado, pois não era um local onde gostariam de passar mais tempo que o necessário.
Ele parou de andar quando percebeu os ponteiros da bússola se movendo intensamente.
— Eu estava com medo que isso acontecesse. — resmungou o garoto.
— O quê? — indagou Charlie.
Calem mostrou a bússola maluca.
— Essa é uma área de campo magnético anômalo… — balbuciou — Alguma peculiaridade faz com que as ondas se comportem de um jeito anormal. É ótimo para que algumas espécies sobrevivam — disse ele guardando a bússola — mas péssimo pra que a gente consiga se localizar.
— Que ótimo — resmungou Charlie, balançando suas roupas já com calor.
Serena olhou para o lado. Sentiu algo esquisito, como uma pequena vibração chamando sua atenção. Ficou em silêncio, e cada vez mais parecia que se tornava nítido, ainda que distante.
— Estão ouvindo isso?
Os outros ficaram em silêncio. Já estavam prontos para dizerem que não, mas logo tornou-se perceptível o mesmo ruído. Não apenas o som, mas o próprio chão parecia se mover. Calem entrou em desespero. Sabia que, apesar de incomum, era possível que algumas áreas fossem sujeitas a terremotos. E ele sabia que tinha azar o suficiente para presenciar algum evento desses.
Contudo, era estranho. Não como um terremoto, mas como se alguma movimentação do chão estivesse acontecendo debaixo de seus pés. O garoto deu um salto e soltou um grito quando uma criatura saiu debaixo da terra, em um só pulo. Era um Trapinch, uma espécie de larva que habitava apenas áreas áridas do mundo Pokémon, preferindo viver debaixo do solo.
— O SUSTO QUE EU TOMEI. — berrou Calem.
Os outros dois deram risada do evento. O Pokémon era pequeno e inofensivo, deveria ter se assustado com a movimentação mas, logo que encontrou os treinadores, voltou a caminhar como se nada tivesse acontecido. Calem puxou de seu bolso uma Pokébola e a disparou em direção da criatura, que entrou no chão antes de ser atingido. O garoto resmungou, pegando o objeto de volta.
Serena olhou para trás, apontando rapidamente.
— O que é isso? É mais algum Pokémon? — indagou.
Calem e Charlie encolheram os olhos para tentar ver melhor. Subitamente, Calem tomou outro susto.
— É uma tempestade de areia.
— E agora? — indagou Serena.
— Agora a gente corre. — falou Charlie, se preparando para ir em disparada
— Não vamos conseguir despistá-la. — disse Calem, a voz sumindo.
Contudo, Charlie simplesmente disparou. Sem ter tempo para pensar, Serena foi atrás, e Calem não viu muitas alternativas se não correr também. Era inútil, ainda assim, tentar ir contra a natureza. Apesar de não ser uma área propriamente de areia, a falta de umidade constantemente provocava as tempestades de poeira naquele espaço, fruto principalmente das massas de ar que vinham da área litorânea não tão distante. A nuvem de poeira seguia com uma velocidade tão alta que os alcançaria em não muito tempo. Era difícil correr naquele território que vez ou outra tinha “pegadinhas” no chão, como pedras e espinhos.
O menino avistou algo não muito distante. Era a Kalos Power Plant, a usina de energia. Eles sabiam que ficava localizada naquela rota, mas não se lembravam onde. Era um complexo de construções metálicas imensas, que abastecia não apenas Lumiose, a maior cidade de Kalos – e também muito famosa por suas luzes – como as cidades ao redor.

Charlie bateu na porta que encontrou, mas não houve qualquer resposta. Os outros dois pararam junto dele, a respiração ofegante e pesada. A cada segundo a tempestade de areia se aproximava mais. Serena olhou para o chão e, como um milagre, encontrou um pequeno cartão. Ela tentou usá-lo em um sensor próximo à porta e viu a fortaleza de metal se abrir em um elevador. Com a reprovação no olhar de Calem, os três entraram, tentando fechar a porta o mais rápido possível.
Suspiro. Os corações pareciam tentar saltar do peito de cada um.
Charlie havia apertado qualquer botão para que as portas se fechassem. Só então perceberam que estavam de fato descendo para algum lugar, sem que sequer fossem autorizados para isso. Quando as portas se abriram, antes que Calem mandasse que fizessem o caminho de volta, os outros dois saíram, admirados.
Apoiaram-se nas grades para espiar para baixo, vendo diversos andares a perder de vista onde aquele bloco da usina funcionava. Tubulações e fiações se conectavam em tantas voltas e caminhos que era difícil dizer de onde saiam e para onde iam. Ruídos metálicos eram frequentes e intensos, bem com quaisquer sons que pareciam emitidos de um lugar industrial: engrenagens, gás, botões.
Funcionários caminhavam em várias direções, carregavam equipamentos, traziam pastas cheias de documentos. Muitos usavam jalecos de cientistas, outros vestimentas próprias para manusear os equipamentos perigosos de geração de energia. Mas, sobretudo, diversos utilizavam roupa social que indicava a posição de respeito e imponência que ocupavam, em tons de laranja tão vivos quanto o fogo.
— São eles de novo? — indagou Charlie, pensativo. — Team Flare...
Calem sentiu um arrepio.
— Não estou com um bom pressentimento.
Antes que pudesse chamar o elevador novamente, percebeu que precisava de uma identificação para sair. Colocou as mãos no bolso e notou que deixaram o cartão na entrada, no momento em que entraram desesperados. Chutou o ar, nervoso. Levantou a cabeça e avistou uma pequena câmera; tornou a fitar o objeto, como se este o encarasse de volta. Virou de costas, incomodado, indo atrás dos amigos.
— Precisamos sair daqui.
Charlie segurou-o pelo ombro.
— Você está louco? Não pode abordar qualquer um.
Calem removeu sua mão.
— Eles já sabem que estamos aqui —  e apontou para a câmera. — Vamos explicar a situação e ir embora de uma vez.
Serena agarrou com firmeza seu ovo Pokémon. Muitos metros acima havia um mural, decorado de maneira artística com um símbolo que se assemelhava a chamas, tomando diversas formas em uma batalha, como uma figura religiosa. Cravadas letras em uma linguagem relativamente incomum de se perceber na Kalos contemporânea, mas Serena havia estudado o suficiente quando mais jovem para decifrar sem problemas.
“Le jour de la liberté et du pain arrive, en feu”
— O dia da liberdade e do pão despontará em chamas. — sussurrou a garota.
Antes que os meninos pudessem decidir qualquer coisa, ouviram o som de um grupo subindo as escadas, que rangiam em metal. Calem suou frio, mas não havia para onde correr. Logo, um número de homens e mulheres com o mesmo uniforme laranja vinha dos dois lados, com expressões fechadas e olhos cobertos por óculos escuros. Alguns deles traziam consigo Houndour, que rosnavam enquanto exibiam seus dentes capazes de dilacerar qualquer um sem muito esforço.
— Nos acompanhem, por favor. — disse um dos rapazes, com uma serenidade que parecia um convite.
Calem deu um passo.
— Não queremos problemas. — disse. — Entramos fugindo de uma tempestade de areia. Somos só treinadores, só queremos sair.
Uma das moças estendeu um papel e o jogou na direção de Calem. O garoto dirigiu-lhe os olhos, percebendo o que era. Um cartaz de “procurados”. Mais um. E com uma foto horrível. Engoliu em seco, com as mãos levantadas.
Os três se entreolharam e não tiveram muita alternativa se não acompanhá-los. Entraram os três cercados no elevador, onde pressionaram uma tecla que indicava um andar bem abaixo do solo. Havia uma imensa tensão no pequeno espaço enquanto os números passavam, só então parando em um andar escuro e uniforme, como um conjunto de escritórios.
Entraram em uma sala, onde uma moça estava reunida com outros integrantes, mas parou de falar assim que recebeu suas visitas. Os três se sentaram em cadeiras confortáveis demais para fugitivos da polícia. A moça tinha alguns diplomas e certificações decorando a parede, enquanto uma lousa expunha várias equações físicas rabiscadas umas sobre as outras.
A mulher caminhou alguns passos. Trajava óculos que cobriam seus olhos tão tecnológicos que eles se aproximaram com lentes quando ela parou para examiná-los. Tinha cabelos ruivos bem curtos, e um batom alaranjado impecável. Ficou a encará-los e respirou fundo.
— São eles mesmos. — e sentou-se em sua cadeira.  — Ligue para a polícia.
— Espere! — protestou Serena.
Antes que qualquer um pudesse fazer algo, um Houndour rosnou, fazendo Charlie puxá-la novamente, por mais incomodado que estivesse. Na mesa dela era possível ler “Dra. Aliana – Cientista Administradora do Setor Energético” em uma plaquinha de metal. Serena olhou nos olhos – ou onde imaginou que estariam os olhos – daquela moça.
— Somos só treinadores, estávamos caminhando pela rota... É só um mal entendido.
— O único mal-entendido — disse Aliana, séria. — são fugitivos entrando sem autorização dentro de nossa empresa.
— Sua empresa? — indagou Charlie. — É a usina energética de Kalos.
Aliana deu de ombros.
— Faz algum tempo que o Team Flare tomou posse da Usina. — respondeu ela. — Não desviem o assunto.
Calem se lembrava das notícias, aparentemente o acordo havia sido firmado há algum tempo. As negociações deixaram boa parte da população insatisfeita, mas ele não havia parado para refletir com calma sobre a questão. E havia outras preocupações naquele momento especificamente. Serena tremia – o ar-condicionado naquela salinha claustrofóbica já a deixaria arrepiada além da situação toda.
— Essas equações — Calem disse, apontando para a lousa com a cabeça. — não são de nenhuma energia conhecida... Nenhuma atingiria esse valor.
Aliana lutou para se manter neutra, mas algo em sua feição entregara que titubeou.
Polícia de Kalos...  — disse uma voz robótica no telefone, mas Aliana apertou um botão que a desligou naquele mesmo segundo.
— O que você sabe sobre isso? — indagou, aumentando o tom de voz.
Charlie e Serena agradeceram Calem mentalmente por ter passado tanto tempo de sua vida estudando antes de sair em uma jornada. Ele poderia não saber lidar muito bem com Pokémon – ou com pessoas – mas, vez, ou outra seus conhecimentos relembravam o grupo que não era qualquer garoto em uma jornada.
— Essa energia hipotética, ela tem um símbolo antigo.  Infini... Infinito.
Alguns segundos de silêncio perduraram. Serena se lembrava dessa conversa, Calem havia tido com o professor Sycamore. Ela se arrependeu naquele momento de não ter procurado saber mais sobre o assunto, pois Aliana ficou congelada, assim como os demais integrantes do grupo pareciam confusos ao ver sua comandante em dúvida.
— Quem te disse sobre isso? — avançou, apontando para ele.
— Eu posso confessar se nos deixar sair. — arriscou ele.
— Que tal me confessar antes que eu entregue a cabeça de vocês para Stevan Windsor? — falou ela, puxando-lhe pela gola da camiseta.
Naquele momento um dos funcionários entrou correndo na sala.
— Administradora, senhora Aliana. — disse, ofegante. — Invasores no setor nove.
A mulher bufou.
— De novo? Como vocês conseguem ser incompetentes de deixar alguém entrar nesse espaço restrito? — gritou. — Façam alguma coisa, vão atrás!
Os amigos olharam nos olhos de Calem. Ele fez um sinal com as mãos – a letra C, em linguagem de sinais. Os dois assentiram, e começaram uma contagem mental de cinco segundos. Apesar da distância do grupo nos últimos tempos, havia um comum acordo de que em certos momentos precisavam engolir os conflitos por questões maiores – e provavam que, ainda que o tempo passasse, restava alguma sincronia.
Charlie olhou para sua mochila. Deu um toque com os pés, como se mandasse um sinal. Seu Pancham saltou instantaneamente, desferindo um golpe em um dos Houndour mais próximos, jogando-o confuso em direção alguns dos grunts. Aproveitando-se da confusão, Serena e Calem de imediato pegaram suas Pokébolas. Floette saiu flutuando pelos ares, disparando uma rajada de Fairy Wind ao comando de sua treinadora, logo afastando alguns dos adversários. Calem lançou seu Honedge, que com os poderes fantasmagóricos adentrava as sombras e atingia os inimigos com tamanha agilidade que sequer tinham oportunidade de ver o ataque chegando.
— Não deixem eles escaparem! — berrou Aliana, retomando consciência.
Os três começaram a correr, vendo grupos de seguranças avançando de um lado para o outro, talvez confusos de para onde exatamente ir. O trio conseguia abrir passagem se aproveitando da surpresa. Quando alguém aparecia para interceptá-los no meio do caminho, era praticamente atropelado por algum golpe: Floette despistando com seus poderes do tipo fada e Honedge golpeando com mais precisão alguns poucos Pokémon que se colocavam em seu caminho. O Pancham de Charlie ainda oferecia seus golpes do tipo lutador quando necessário, pricipamente tentando fechar passagens que deixavam para trás.
Um alarme soou pela usina inteira, enquanto as luzes piscavam. O estado de emergência alarmou até mesmo o trio, que corria como nunca. O pior era que não faziam ideia de como sair daquele lugar, mas com certeza não teriam como ficar ali esperando pela bondade do Team Flare.
— Precisamos tomar cuidado. — disse Calem. — Não podemos interferir demais, a usina fornece energia para Kalos. Destruir coisas que não sabemos o que são pode ser perigoso.
— Eles controlam aqui há semanas — disse Charlie — e se tiverem a ver com o blecaute de Lumiose? Começou na mesma época.
Qual não foi a surpresa do grupo quando atingiram uma área central da usina e se depararam com uma outra batalha acontecendo. Havia Pokémon típicos daqueles cadetes, como Golbats e Poochyenas. Porém, ao centro, dois jovens mais novos que os três encabeçavam um combate. Calem reconhecia o garoto, havia visto ele impedir um roubo no Pokémart de Coumarine.
Ele tinha consigo uma criatura grande, com espinhos que lhe saíam pelas costas e pela cabeça, protegido em uma armadura que parecia resistente, tal qual a semente de uma árvore. Era um Quilladin, que não hesitava em investir seu corpo robusto contra os adversários em golpes físicos, enquanto tinha como parceira uma Clefairy, um Pokémon cujas origens especulava-se que vinham do espaço, o que fazia jus às suas habilidades cósmicas que confundiam os inimigos.
Um Golbat se aproximou do Quilladin, pronto para pegá-lo desprevenido, mas o Honedge de Calem desferiu-lhe um golpe, chamando a atenção.
— Você de novo, tio! — gritou o garoto. — O que você está fazendo aqui?
— O que você está fazendo aqui, pirralho? — indagou Calem.
— Vocês se conhecem, Philipp? — perguntou a menina.
— Por que não tomamos um chá e conversamos mais tarde? — sugeriu Charlie.
Calem se aproximou dos dois.
— Não sei o que pensam que estão fazendo, mas precisamos ir embora daqui. — falou.
— Mas a gente acabou de chegar. — resmungou o menino com sua voz estridente.
— Garoto… — Calem o chacoalhou pelos ombros. — Isso. Não. É. Um. Jogo. Isso é sério.
Ele estava pronto para responder, mas os olhos de Calem traziam alguma verdade desesperada que o fez ficar em silêncio. Olhou nos olhos de sua amiga, e ela assentiu com a cabeça. De repente a situação poderia estar menos sob controle que imaginavam.
— Meu avô falou deles. — murmurou o garoto. — Eles são ruins, tio. Fala pra eles, Mel!
— Você não pode simplesmente chegar quebrando tudo em um lugar desse porque você acha que eles são ruins. — resmungou o rapaz.
— A gente encontrou com eles na Frost Cavern… Eles não são boas pessoas, eu juro. — falou a menina.
Calem olhou nos olhos dos dois e também ficou em silêncio. Por mais que tivesse mil motivações para reprovar a atitude, eles não pareciam mais apenas crianças querendo arrumar confusão. Algo também não lhe cheirava bem quando falava do Team Flare, especialmente naquele momento, mas não havia qualquer coisa que pudesse fazer para discutir.
De repente, interrompendo o assunto, uma nova horda de Pokémon apareceu. Um Golbat disparou um golpe venenoso que quase os atingiu, mas todos foram capazes de desviar. Acima de tudo, os soldados tinham cuidado, pois sabiam que aquela não era uma área de batalha – algum cabo danificado poderia explodir a usina e acabar com a energia do continente todo.
— Tá a fim de unir forças de novo, tio? — perguntou o menino.
Calem não evitou abrir um pequeno sorriso. Até que chegassem, na verdade, os dois garotos pareciam estar se saindo bem na batalha. O Quilladin de Phillip fazia bom uso de sua força corporal, juntando o corpo em uma esfera enorme e atacando com o Rollout¸ou então desferindo certeiros ataques com o Needle Arm, deixando a marca de seus espinhos. A Clefairy não possuía golpes tão intensos, mas seus truques funcionavam perfeitamente em equipe – seu Sing derrubava alguns dos adversários, bem como era capaz de utilizar o Follow Me para centralizar a atenção de alguns poderes do tipo noturno, que lhe causavam poucos danos.
Ainda assim, o garoto girou, investigando com os olhos alguma possível saída. Estavam em desvantagem, e pouco tempo bastaria para que o Team Flare se organizasse e os contivesse. Sempre que possível, o grupo desviava para o próximo corredor, tentando encontrar uma maneira de sair. Apesar de os elevadores terem sido fechados, encontraram uma passagem que dava em outro dos prédios.
— Entreguem-se! — gritou um dos funcionários.
Um Mightyena tentou avançar contra Serena, mas Honedge saiu das sombras para defendê-la. Entraram em um galpão que parecia um estacionamento, e logo Thanos golpeou a porta para que não conseguissem forçar uma entrada. Quilladin conseguiu derrubar um dos portões, de onde avistaram o vasto solo arrasado da Rota. Apesar de medidas de seguranças serem tomadas, a Usina ainda era um local de trabalho de Kalos, não muito preparada contra invasão de treinadores.
Quando saíram, era final de tarde. Um tom alaranjado pintava os céus, e um vento frio começava a soprar. Aquela área já era suficientemente hostil durante o dia, mas de noite certamente eles não iriam gostar de experimentar o que poderia acontecer. Especialmente sendo perseguidos por alguém – não que o trio já não estivesse acostumado com aquilo. Uma placa um tanto enferrujada apontava para a frente. “Lumiose City”. Serena sentiu um arrepio.
— Vocês também vão pra lá? — perguntou Mel, retornando seu Clefairy à Pokébola.
Calem concordou com a cabeça.
— Vamos apertar o passo.
Os garotos correram, seguindo os direcionamentos. A rota possuía tantas áreas que, felizmente, talvez conseguissem despistar seus adversários. No final, Phillip não sabia, mas não precisava se preocupar. Provavelmente o Team Flare não iria querer processá-lo por começar uma batalha no meio da Usina. Calem entendia que seus problemas eram um tanto maiores que esse medo. Olhava para trás vez ou outra, mas não havia ninguém. O garoto começou a pensar se, mais assustador que eles estarem atrás dele, era não estarem; pois só os deixariam escapar por um motivo: se tivessem certeza que os jovens seriam capturados de qualquer forma.
Ainda assim, ver aquele amontoado de prédios cruzando os céus, cada vez mais perto, parecia levemente reconfortante. Não que a cidade parecesse, de qualquer forma, aconchegante a ele. Muito pelo contrário. Mas, se tornando apenas mais um na multidão, talvez suas chances aumentassem.
Serena parou por um segundo para respirar fundo. Floette, ao seu lado, se virou.
Ela olhou para trás e sentiu um calafrio.
A claridade do sol se pondo estava muito intensa para que conseguisse ver qualquer coisa além de uma silhueta, àquela direção. Mas, se não por sua altura, o formato era humano. Deu um passo para trás, prendendo a respiração, mas a figura permaneceu congelada, ao longe. Pensou que poderia até ser o Team Flare, mas outra possibilidade a assustou muito mais que qualquer cientista de terno. Ela quase conseguiu ouvir, tão sutil quanto o assovio do vento soprando entre as montanhas.
“Cuide do Pokémon flor”
— Algum problema, Serena?
Mas, quando olhou de novo, não havia nada.
— Estou com sono, só. — respondeu ela. — Vamos nos apressar.
Em questão de momentos, estavam nas fronteiras da cidade. Placas em outros idiomas anunciavam “Bem-vindos a Lumiose”. Charlie quase vomitou. Diantha aparecia em um dos telões, estampando uma nova marca de perfumes. Treinadores dos mais diferentes locais buscavam informação nos guichês próximos ao portal de entrada, mas os jovens já sabiam bem demais tudo o que precisavam.
Serena abraçou seu ovo com força, tentando se retrair como um Squirtle entrando no casco. Lembrava-se perfeitamente quando entrou lá pela primeira vez. De certa maneira, aquele sentimento, muito pequeno, ainda a tocou: da última vez, parte da cidade estava desativada devido a um blecaute. Porém, dessa vez, estava tudo iluminado. A Prism Tower se colocava majestosa ao longe, parecendo tentar tocar o céu sem limites. Pessoas cruzavam o caminho aceleradas – trabalhadores, treinadores, turistas. Todos seguindo seus próprios caminhos na grande metrópole de Kalos.
Mas, logo se puxou de volta para a realidade, onde não era uma das turistas em busca da próxima batalha.
Phillip coçou a cabeça
— Bom, foi massa.
Calem olhou torto para ele.
— Você não pode fazer isso. — resmungou. — Não pode entrar em qualquer lugar e sair destruindo tudo.
— Ih, qual é, tio. — retorquiu o outro. — Vai me dar lição de moral agora. A gente te salvou.
— Quem será que salvou quem nessa história? — rebateu o outro.
— Parem com isso! — disse Mel. — Alguém sabe onde a gente tá?
— Entrada para a Rota 13. — balbuciou Charlie, tentando se localizar. — Pra lá fica o North Boulevard. Pra cá o South. Se vocês seguirem reto, passando o Magenta Plaza, perto do Centrico Plaza, vão encontrar um Centro Pokémon.
— Ué, vocês não vem? — perguntou o menino.
Calem sinalizou que não com a cabeça.
— Vamos ficar na casa de um amigo.
Os dois mais novos se entreolharam, mas deram de ombros, como se não quisessem perguntar. O trio não poderia arriscar incluí-los em seus problemas. Ambos se prepararam para seguir as orientações de Charlie, um tanto ansiosos para explorar as ruas da Cidade Luz. Serena sentiu uma pontada de inveja. Ela queria estar apenas explorando alguns novos restaurantes e ruas, mas só de estar parada ali, sentia o medo lhe consumindo.
— Prazer em conhecer vocês. — disse a garota, se retirando.
— Vê se não entra em mais nenhuma enrascada, hein, velhote.
Calem rangeu os dentes, mas logo soltou uma risada descontraída. Os dois saíam apontando para todos os lados, apostando uma corrida até o Centro Pokémon. Enquanto isso, os três se entreolharam – os olhos todos murchos e a respiração ainda falhando dos apuros na Usina. Depois de múltiplos temores, era hora de enfrentar seu maior pesadelo, o qual ainda hoje perturbava as mentes de cada um -  que até então esperavam nunca mais terem de pisar naquele lugar.
— Bem-vindos de volta a Lumiose. — murmurou Charlie, irônico, liderando o caminho.

    

8 comments:

  1. Personagens de novo na grande cidade? Opa, sinto cheiro de possível treta nova já que está cidade não tem um bom historial de acontecimentos para os nossos personagens. Mal posso esperar!

    Adorei o clima na região desértica e o próprio mistério enigmático do sonho de Serena. Não vou mentir que esperava algo mais profundo vindo da casa da eletricidade, mas foi um otimo capitulo mesmo assim! E, quem sabe, no futuro esse deserto e usina eletrica consigam render um bom arco de tensão ainda maior do que o mostrado neste capitulo. Vamos ver o que tens em mente para resolver esta situação toda. Até a próxima!

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    1. HUASHDAUS Pois é, pelo histórico de Lumiose já dá pra imaginar o que vem por aí... Que bom que já deu pra sentir essa tensão! Não vejo a hora de vocês poderem conferir tudo que vai rolar <3

      E simm, pior que também queria ter usado mais um pouco a Usina, Shii... Até porque nos jogos a gente acaba ficando um bom tempo lá, e considero que seria super massa por conta de todas as questões científicas e relacionadas aos Flare. Mas, no final, como o foco estava no retorno pra Lumiose, acabei não estendendo muito... Não cortei porque é uma área muito importante, e precisava de alguns acontecimentos específicos, mas também não quis distrair da trama que vai nos acompanhar nos próximos capítulos. Mas pode deixar que ainda vem mais coisas relacionadas aos planos do Team Flare, e mesmo da usina! Obrigadão pelo comentário, Shii, até a próxima! õ/

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  2. a imagem inicial do capitulo me trouxe memorias há muito jogadas pro fundo da mente sobre rotas infernais que nunca mais pus os pés depois que o absolutamente obrigatorio acabou
    yeah i hate this place, fck q
    "estava tudo bem" faz muito tempo que isso não rola mas finjamos né qq
    oh wait, floette? e nesse lugar? [eyes emoji] she gonna meet someone, i bet
    a descrição dele é tão on point, pq afinal ele é só uma alma cansada vagando com todo o peso disso, sem lembrar como funciona ou como vive >:
    EEEEEEEEETA ESSE FINAL, I HAVE A BAD FEELING, I HAVE A REALLY BAD FEELING E_E
    serena ainda tá meio fora da sintonia o café da manhã todo q (mas, well, não fora de kalos, definitivamente)
    calem, teu nariz fica bem em algum clima ou nem? q
    (alias a power plant tinha alguma treta, não tinha?? faz tempo demais que joguei, tenho vagas lembranças q)
    a serena de cara tá beleza um deserto só não quero voltar pra lumiose kk indeed gente tem varias rotas além vambora qq (até pq duvido que uma cidade centro das atenções como fucking lumiose não representa perigo nisso tambem)
    "vai ficar tudo bem" é o que narrativamente escrevemos quando tudo vai dar errado qqq
    O PIOR É QUE A GENTE NEM PODE DISCORDAR DO CAL PENSANDO QUE TEM AZAR O BASTANTE PRA ATRAIR TERREMOTO ASÇKDNDKÇÇDSNDKSÇDAS
    trapinch nenezineoooo
    e mds cal só pq tu deu sorte na ultima captura não significa que vai funcionar sempre qq batalha ao menos primeiro qq (mas trapinch nitidamente sem tempo irmão q)
    ai sim galera vamo correr de uma tempestade de areia, super vai dar certo q se não tiver abrigo bem perto é só desperdicio de energia q
    bicho ainda bem que alguém perdeu um cartão (well, azar pra esse alguém, mas sorte pra eles q), e indeed a power plant tá logo aqui q
    Ô INFERNO, CLARO QUE A POWER PLANT TAVA NO JOGO PQ TEAM FLARE TAVA LÁ
    e mds cal cês realmente tem um imã pra treta que é de se admirar q
    oooooh o mural, que lindo?? e a frase, risus
    f u c k, até o team flare já sabe das treta, agora deu ruim >.>
    team flare reclamando de gente que afronta autoridade é pra rir né qq
    as nerdzisse do cal salvando o pescoço deles, gracias, sempre bom ter um sabe-tudo por perto
    mds o acordo deles pra reagir, e a harmonia nisso, adorei??
    ih rapaiz, o mesmo menino de coumarine?? ALSO O ESTILO DA MINA, 10/10
    pelo menos com ajuda todo mundo conseguiu sair tranquilo (mas putz, team flare ainda tá de boas lá, vai dar ruim depois)
    uma placa de "bem-vindos a lumiose" é quase uma piada sem graça pro grupo a esse ponto
    ai gente não acredito que estamos aqui de novo. não agora. não assim. é nem ter saído de um pesadelo e ser puxado de volta pra outro, não sabendo qual vai destruir mais

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    1. Eu com minha rinite tomo a voz do Calem e digo que não, o nariz nunca dá folga em clima nenhum! QQ HAUSDHASUDHAUDSH

      Eu também acabei indo pra aquela rota de novo só por causa da fic, pra dar uma olhada, mas aqueles Pokémon brotando do chão é de matar HAUSDHASU Mas vou dizer que pelo menos curti trazer por aqui, porque é um lugar totalmente diferente de todos os outros do jogo, é uma geografia que a gente não vai ver mais em outros lugares... Então foi legal aproveitar, até por conta do que acontece nos jogos com o Team Flare e o encontro com a figura misteriosa que todos já imaginam quem é HAUSHDASUH

      E é o que a gente já comentou... Lumiose seria ruim de qualquer jeito, mas nesse timing, com essa relação complicada entre o grupinho, tudo fica em uma tensão ainda mais desesperadora... Mas isso também é super importante, prometo que vai valer a pena (um dia qqqq). Nem eu acredito que chegamos de novo nessa cidade, parece que foi ontem e ao mesmo tempo que faz anos (e não é que faz mesmo?? qqqq)

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  3. A Route 13 de Kalos é uma das mais chatas de toda a região, nem vou mentir. Mas ela tornou-se mais interessante neste capítulo, especialmente graças a essa tempestade de areia que obrigou o trio protagonista a procurar abrigo no interior do Power Plant da região.

    E voltamos a encontrar a Team Flare! Esses mauzões não têm aparecido assim com tanta regularidade, mas é sempre bom voltar a testemunhar os seus planos maléficos, especialmente se com isso estiverem incluídas batalhas e alguma destruição e confusão por todo o lado.

    Calem, Serena e Charlie conseguem-se safar-se, com a ajuda de novos amigos treinadores. Aproveito a deixa para perguntar sobre o paradeiro daqueles dois que apareceram lá no início da jornada. Katheryn e Aldrick. Eles eram bem engraçados e traziam sempre uma boa dinâmica ao grupo. Outra questão é: Shauna, Trevor e Tierno não vão dar as caras na história? Eu sempre achei os amigos de Kalos bem icónicos e tenho a curiosidade de ver como poderiam ser trabalhados na história.

    O capítulo termina com a chegada do grupo a Lumiose. Eu confesso que até fico um pouco nervoso, para descobrir como será a realidade deles nesta cidade, uma vez que a última vez que a visitaram as coisas deram um pouco para o torto. Fico à espera da confusão!

    Continue com o bom trabalho, Haos!

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    1. HAUSDHAUSDHAUS Acho que todo mundo é traumatizado com essa rota! Eu também não curti muito ela, lembro que criei algum hype antes do jogo sair por conta das coisas que apareciam da Power Plant nos trailers, mas no final achei que ficou tudo tão pequeno dentro do jogo que perdi até o pique de explorar essa área HAUSDHAUS

      E gostei muito das tuas perguntas com relação aos personagens! Tem uma passagem no capítulo 31 que comenta que eles até encontraram a Kath e o Aldrick em algum momento (tanto que ele que deu o ovo para a Serena). Não cheguei a aparecer com mais nenhum personagem por agora por conta de eles estarem evitando de aparecer para os outros, mas vou soltar um spoiler que em Lumiose teremos alguns reencontros! Pode deixar que não esqueci deles!

      Com relação ao Trevor, o Tierno e a Shauna, pra ser sincero eu não tinha tanta coisa planejada... Eles iam protagonizar um especial aqui do blog, mas tive alguns problemas com ele e acabou ficando travado. Penso de talvez achar alguma brecha para eles por aqui, mas por enquanto tenho mais claras as aparições daqueles rivais que a gente já conhece, tipo o Ald e Kath!

      Obrigadão pela força e pelos comentários, Angie! Sempre bom ter você por aqui! õ/

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  4. Eu sou suspeito pra falar, porque eu adoro rotas desérticas, e com a Lumiose Badlands não é diferente. Tirando aqueles Trapinchs e Dugtrios com Arena Trap que sempre perseguiam a gente, ela tem uma vibe bem maneira. E a quest da Kalos Power Plant foi interessante também.

    Mas indo direto ao ponto, foi uma passagem rápida, mas suficiente pra acontecer muita coisa. Por muito pouco eles não foram entregues à polícia, e talvez isso tivesse desencadeado consequências até piores do que se fosse aquela velha trama de sair no soco com os vilões. Ainda vamos descobrir o potencial maligno da Team Flare aos poucos, mas foi interessante essa decisão da Aliana de entregá-los. Logo a Team Flare mandando eles de volta pro Stevan, de certo modo dá aquela tônica de "eles contra o mundo".

    E por fim, Lumiose. Cada um com seus traumas nessa cidade. Desde os marinheiros de primeira viagem em XY que ficam se perdendo nas vielas estreitas, desde o trio dos protagonistas que passou por tudo aquilo lá na primeira estadia, e eu vendo pequenos mamíferos serem reduzidos a uma folha de papel ensanguentada depois de virar tapete de táxi. Mesmo a Cidade das Luzes tem seus cantos escuros...

    E cara, eu já ia encerrar o comentário me esquecendo talvez do ponto de maior destaque aqui, que foi o encontro (e aqui não estou entrando no mérito de ter sido material ou não) da Serena com o AZ. Finalmente o véio deu as caras! E justamente pra Serena, que agora vai ter uma responsabilidade de tentar decifrar os enigmas dele pra tentar entender o que ele está alertando. Ela era só uma menina que sonhava descobrir o mundo e a si própria, e agora vai ter que salvar Kalos do apocalipse enquanto foge da polícia. Tudo isso porque ela vandalizou um aquário kkkkkkkkkkkkk

    Ótimo capítulo, meu caro!

    Até a próxima! õ/

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    1. Hey Shadow!!

      Depois de tantos anos e tantas gerações, a trama do time vilão pra mim é sempre um desafio... Nos jogos as coisas são meio que resolvidas de um jeito fácil (a magia de Pokémon kkkk), e pra gente é complicado conseguir amarrar as coisas de uma forma coerente (sei que também deve ser complicado pra vc em Hoenn). A escolha de entregar os protagonistas acho que dá uma dimensão diferente do Team Flare, como se eles também obedecessem a alguma lógica além de só dominar o mundo, como em todo vilão de game UASDHUASD

      E simmm, adorei poder finalmente incluir o AZ! Eu adoro ele como personagem, acho um dos melhores de XY por toda a trama e tudo que o envolve. É só uma pontinha, mas ele ainda vai render por aqui!

      Curioso pra ver o que vc vai achar de Lumiose! É bem como vc descreveu, então precisei ser criativo pra poder traumatizar de novo nessa cidade sem usar de coelhinhos indefesos UASDHUS Obrigado pela leitura e pelo comentário, cara :D õ/

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