CAPÍTULO 36
Sombra e Luz
O
barulho dos passos acelerados no piso de madeira ganhava volume, como se o
garoto quisesse aniquilar todos os outros ruídos ao redor. Entrou nas sombras e
jogou o pequeno corpo debaixo da mesa. Ofegava, mas tentava abafar a respiração
pesada com as mãozinhas trêmulas. As lágrimas lhe escapavam pelos olhos com
intensidade, caindo no piso como uma garoa.
Ouvia
os passos se aproximando e tentava, a todo custo, conter-se de expressar
qualquer ruído mínimo. Cinco. Quatro. Fazia uma contagem regressiva mental de
quanto tempo até que o alcançasse. Ao fundo, os berros e ofensas atravessadas
eram disparados no ar em uma tempestade densa e caótica na qual o menino
esperava se proteger debaixo da mesa. Três. Dois. Um.
Os
passos, já próximos, pararam. Viu a sombra pela fresta de luz da porta e fechou
os olhinhos, como quem deseja desparecer ao fingir que não havia mais nada ali.
Qual criança nunca fez isso em uma brincadeira?
O
retorno à realidade veio com um estrondo, quando viu a mesa tombar para o lado
com o chute. Soltou um grito, mas ele quase não saiu. O monstro o encarava com
seus olhos murchos imersos em fúria, andando trôpego em sua direção. Os dentes
rangiam conforme o falso sorriso era desenhado em seu rosto, levantando a mão
em uma ameaça.
—
Para de chorar e me encara igual um homem. — rugiu, as palavras cortando o ar e
se juntando à atmosfera tóxica que o menino custava a respirar.
Ele
cobriu o corpo com os braços, vestindo seu escudo imaginário que naquele
momento parecia mais frágil que papel. O outro balançava a cabeça, chutando
mais uma vez a mesa, que rolou para o lado.
—
Consegue ser inútil igual tua mãe. — cuspiu em ódio.
O
menino soltou um grito, e viu uma sombra adentrar o cômodo em cólera,
colocando-se em sua frente. Levantou o olhar levemente e viu o irmão de pé em
um ato de coragem que o próprio não sabia se seria capaz de fazer. Tremia, mas mantinha a
posição.
—
Vai embora, seu monstro!! — gritava o irmão.
A
criatura pegou-o pelos cabelos e jogou-o para o lado, vendo o grito infantil
ecoar pelas paredes sujas de madeira. O mais novo abaixou-se, chorando as
lágrimas que ainda restavam dentro de seu corpo. O monstro avançou sobre ele, o
que fez se cobrir com as forças que não tinha, vendo as sombras ganharem vida à
penumbra da luz do corredor naquela noite desesperadora. Esperava que sua ânsia
atravessasse a janela aos ouvidos de algum salvador; contudo, já não lhe
restava muito mais esperanças. Esse salvador nunca tinha vindo, mesmo.
“Eu
te odeio, papai” engolia as palavras, presas no turbilhão
♠ ♣ ♠
Charlie não conseguiu pregar os
olhos durante a noite.
Não que qualquer um dos três
tivesse dormido bem, mas ele realmente não conseguiu mais de vinte minutos
direto em esparsos cochilos. Ainda que Coumarine fosse
movimentada, nada se comparava à agitação de Lumiose, quase insuportável para o
garoto àquela altura do campeonato. Isso, e a possibilidade de que, a qualquer
momento, Marc, sue irmão, os encontrasse.
Pela primeira vez em meses, a
polícia e Stevan pareciam um problema pequeno para o garoto. Não que ele não
devesse temê-lo – ele sempre temia – mas sabia que seu irmão faria muito mais
questão de prejudicá-lo que as autoridades de Kalos. E, no fundo, Stevan queria
pelo menos Calem e Serena vivos. Marc, ele já não tinha tanta certeza.
Quando Serena abriu os olhos, o
rapaz estava apoiado na janela do hostel
que haviam conseguido alugar. Era no mínimo curioso e mesmo triste comparar com
a outra ida a Lumiose – caminhando pela melhor parte da cidade, atrás de
entretenimento. Dessa vez, estavam em um hotel tão pequeno e sujo que Calem
quase se recusou a entrar. Ficava em uma área retirada da cidade, mas que ainda
assim Charlie tinha certeza de que tanto Marc quanto possíveis aliados de
Stevan não os encontrariam com facilidade.
— O que quer dizer com cercados? —
Serena ouviu a discussão enquanto se aproximava.
Calem suspirou.
— As fronteiras da cidade estão sob
supervisão desde hoje de manhã. Depois dos ocorridos na usina, devem saber que
estamos aqui.
— Isso quer dizer que estamos
presos aqui? — perguntou Serena, parada em frente aos dois.
Os meninos trocaram olhares vazios.
— Temporariamente. — respondeu
Calem. — Vamos dar um jeito.
A menina abaixou a cabeça por um
curto instante, mas logo se aproximou do primo, com uma voz ensaiada.
— Cal, eu preciso de sua ajuda. Preciso
ir a um lugar.
Calem balançou a cabeça
instintivamente.
— Serena, não podemos arriscar sair
daqui. Não ouviu o que eu disse?
— É um lugar seguro. Eu juro.
Ele ficou a observá-la. Charlie se
levantou.
— E para onde vamos?
Calem lhe dirigiu um olhar torto.
— Você, pra lugar nenhum. —
retorquiu.
— Quê? Por que só eu fico com a
parte chata? — brincou.
O outro permaneceu impassível em
sua expressão.
— Não podemos sonhar que qualquer
um dos seus… “Antigos amigos” veja que você está por aqui.
— Um dos caras mais filho da mãe de
Kalos tá mandando uma tropa pra monitorar a cidade e você tá preocupado com
isso? — Charlie deu de ombros.
— Charles… — Calem usou um tom tão
sério que o outro sentiu-se desarmar. — Por favor. Não precisamos de mais
problemas.
O menino ficou a encará-lo. Mal piscou;
não havia raiva ou ironia, como seria costumeiro. Não era seu rival Calem
querendo irritá-lo. Era só um menino com muito medo de estar em perigo. Mesmo
Serena, que em outros tempos faria de tudo para agradá-lo, apenas desviou o
olhar. Havia um tempo que ela não se colocava no meio das discussões. Estavam
todos exaustos demais para isso.
Charlie engoliu em seco, acenando
com a cabeça.
♠ ♣ ♠
Marc
caminhou pelo corredor. Após uma longa tempestade sempre emerge a calmaria,
ainda que se seja obrigado a observar a destruição deixada. Caminhava pela casa
vendo os móveis entrepostos, os quadrinhos tortos e caídos, tal como o
porta-retratos humilde que outrora ficava próximo à cozinha. Respirava fundo,
tocando o rosto dolorido. Agora já era consumido pelo silêncio da alta
madrugada, se não pelo choro abafado da mulher vindo do quarto.
Abriu
a porta e ficou em frente à moça, vendo seus cabelos castanhos bagunçados cobrindo
o rosto. Os braços trêmulos abraçavam o corpo tentando proteger algo que ela
nem mais sabia se tinha, e os gemidos de medo lhe escapavam do peito, por mais
que tentasse contê-los.
O
menino encarou a mulher, ficando ligeiramente mais alto que ela, abaixada.
—
Mãe, por que… — balbuciou, engolindo o choro. — Por que você deixou isso
acontecer?
A
mulher cobriu o rosto com as mãos, e a água pingava pelos antebraços marcados
em roxo como um mapa para lugar nenhum. O garoto cerrou o olhar, socando com
força a parede em sua frente, fechando as mãos com tanta força que as unhas
cravavam na palma. Sentiu os ossos ralando na pintura áspera, derrubando um
quadrinho com o impacto.
—
POR QUE VOCÊ DEIXOU ISSO ACONTECER DE NOVO? — gritou, fechando a mão.
A
mãe não conseguiu levantar o olhar, não pôde encará-lo. Mas o grito ainda
reverberava pelo casebre, perdendo-se entre os cômodos naquela madrugada. O
irmão mais novo caminhava sem reação, parando em frente à porta.
—
VOCÊ É INÚTIL, IGUAL O PAI DISSE. — rugiu ele, socando a parede, cada golpe com
mais fúria. — INÚTIL, INÚTIL, INÚTIL.
O
mais novo correu, puxando-lhe pelo ombro.
—
Não é culpa dela, Marc!! — gritou.
O
outro deu-lhe um empurrão e só então sentiu os ossos dos dedos tremendo com os
machucados que acabara de ganhar. Encarou a mão ralada e viu a parede manchada
com seu próprio sangue, como uma tela.
—
É SIM!! — vociferou, tão alto que percebeu o irmão arrepiar-se.
Quando
notou suas palavras ecoando pela casa, arregalou os olhos. Ficou por instantes
só respirando, recuperando o fôlego, enquanto ainda tinha os gemidos abafados
da mãe escapando pelo cômodo. Desviou o olhar dos olhos verdes desesperados do
menino porque não conseguiu encará-lo.
—
Eu não quero mais isso, Charlie. — falou Marc, lutando com todas as suas forças
para não desabar. — Eu não quero…
♠ ♣ ♠
Calem reconhecia aquelas fronteiras
da outra vez. Apesar de ser um prédio de aparência antiga – como vários outros
de Lumiose – as árvores e plantas florescendo em volta, perfeitamente podadas,
lhe davam vida e cor. Dois pilares com Pokébolas apresentavam a entrada, era
tudo tão convidativo que até mesmo alguém passando na rua sentiria vontade de
entrar só para explorar aquele espaço.
Dentro, apesar de mais clínico o
ambiente era aconchegante. Uma sala de recepção com diversos certificados pela
parede, pôsteres da anatomia de alguns Pokémon e uma televisão exibindo as
últimas notícias. Diversos assistentes de jaleco passavam trazendo espécies de
Pokémon não muito comuns nas áreas próximas, enquanto um homem de cabelos
castanhos conversava com um grupo de crianças que deveriam ter acabado de
chegar aos dez anos.
Serena desejou muito ser uma dessas
crianças. Deveriam estar no começo de sua jornada, sem grandes coisas para se
preocupar.
Enquanto o professor Sycamore
falava, deslizou os olhos pela sala, estacionando nos dois jovens parados na
entrada. Apesar de não ouvirem com clareza o que dizia, foi possível perceber
seu tom morrendo aos poucos. Ele deu qualquer desculpa e se afastou, indo em
direção aos dois. Parou em frente a eles e ficaram a se encarar, congelados. Na
última ocasião em que se encontraram, as coisas eram muito mais receptivas.
Por fim, ele os abraçou.
♠ ♣ ♠
Sycamore mexia uma pequena colher
em sua caneca. O café preto aromatizava o espaço enquanto o vapor sumia pela
sala. O professor tinha cheiro de café. Café e algum perfume sutil e agradável
de Kalos - era como uma combinação das coisas mais Lumiose possíveis. Ele
arrumou uma mecha dos seus cabelos perfeitamente e milimetricamente espalhados
atrás das orelhas. Estavam em sua sala particular do laboratório, onde Serena
conseguia observar fotografias antigas do professor.
— Uau. — Sycamore quebrou o
silêncio.
Os olhos de Serena quase marejaram.
— Professor, sei que é pedir muito
que…
— Eu não falarei nada. — ele disse,
com simplicidade.
Um silêncio novamente pairou no ar.
Nem precisaram falar muito mais.
— Podem ficar tranquilos. — ele
respirou fundo. — Mas não sei se posso fazer muita coisa para ajudá-los a sair
da cidade. Provavelmente as fronteiras ficarão sob supervisão por um bom tempo.
— Será que posso falar com o
senhor? — disse Serena, então virando o olhar para Calem. — Em particular.
Após alguns segundos, seu primo
entendeu a exigência. Se levantou, percebendo certa dúvida no olhar de
Sycamore, e caminhou para fora. Antes de abrir a porta, notou uma fotografia
cuja moldura se destacava das demais. Três crianças – uma com certeza era
Sycamore. O outro era um rapaz ruivo, ligeiramente mais alto que ele; a
terceira era uma menina, que deveria ser um pouco mais nova, de olhar tímido.
Calem girou a maçaneta e saiu.
Com o ruído da porta, isolou-se um
silêncio – até onde era possível ficar em silêncio em Lumiose. Ao longe ainda
se ouvia os carros, apesar da rua onde o laboratório se localizar ser
relativamente mais tranquila, uma vez que não podia estressar as espécies de
Pokémon que eram pesquisadas ali. Sycamore, não pressionou, deixou que a menina
brincasse com os dedos, tímida, até falar sem muito mais ensaio:
— Eu estou procurando sobre minha
mãe.
O professor não mudou o olhar.
Tomou um gole de café.
— Quem é sua mãe, Serena?
Ela balançou a cabeça, com um olhar
suplicante. Era doloroso encarar aqueles orbes azuis tão perdidos. O professor
depositou a caneca na mesa.
— Eu tenho pensado em muitas coisas
ultimamente, professor. — ela falou. — Sobre quem eu sou… E sobre quem eu quero
ser. E acho que ela pode me ajudar a responder algumas dúvidas.
Serena ensaiou aquelas palavras
tantas vezes, mas elas soaram enroladas em um nó, um nó em que estava emaranhada.
Estava tão sem direções que já não mais tinha coragem de falar a verdade.
Respirou fundo e, talvez pela primeira vez, conseguiu admiti-la em voz alta:
— Talvez ela seja minha única forma
de me afastar do meu pai para sempre.
Augustine não precisou de mais que
aquilo. Ele conhecia a família de Serena, apesar de não intimamente. Conhecia
os primos. E, com certeza, estava acompanhando os noticiários. Era capaz de
juntar as peças sem que Serena precisasse, desconfortavelmente, lhe explicar
tudo. O professor dirigiu-lhe um sorriso, mas um sorriso compassivo, frágil,
como de quem consola uma criança.
— Você tem algo que possa ajudar,
Serena? — perguntou o professor, com cuidado.
— Nada. Nem fotos, nem documentos…
Meu pai mal me disse o nome dela. Ele só dizia que… Que ela foi uma treinadora.
— Não consta o nome dela em sua
certidão?
Serena balançou a cabeça, tentando
não chorar.
— Certo. — Sycamore deu alguns
passos para os lados. — Talvez se você olhar em suas documentações…
— Não existe. — ela retorquiu,
perdendo o tom linear. — Nada. Eu olhei nos Arquivos de Coumarine, mas não
encontrei nenhuma informação... Por mais que eu procure em outros lugares,
sinto que vou ter o mesmo resultado.
O professor concordou com a cabeça
e pegou de novo sua caneca de café. Deslizou os dedos por onde bebia, onde se
depositava uma gotinha de café, dessas que fica onde se coloca a boca. Ele
levantou os olhos para ela, sérios, ainda que seu rosto tenha um tom
naturalmente agradável.
— Jovem Serena, eu agradeço a
confiança em mim… Mas tenho medo que não consiga auxiliá-la… Digo, não conheço
o suficiente sobre sua família.
Serena engoliu em seco.
— Você é a única pessoa que eu
consegui pensar que ainda poderia me ajudar, Professor. — ela disse. Dessa vez
não conseguiu evitar que uma pequena lágrima escorresse, mas ela limpou o mais
rápido que pôde. — Eu realmente estou sem nenhuma outra alternativa.
Sycamore concordou com a cabeça.
Deu alguns passos pela sala enquanto Serena tentava se recompor. A menina
precisou se concentrar para suprimir as emoções – ela estava cansada de ser
forte, cansada de fingir que aquelas coisas não a afetavam. Por toda a sua vida
aquele mistério pairou sobre si, e ela o aceitou porque acreditava que, se um dia
quisesse descobrir a verdade, conseguiria.
Mas, a cada vez que procurava, se
sentia mais distante. Como Azria disse uma vez. E seu tempo se esgotava.
O professor xeretou algumas gavetas
velhas, e ela percebeu um amontoado de papéis de tantas naturezas diferentes
que com certeza o próprio professor notou que precisava fazer uma faxina. Mas,
em um pequeno escaninho, manuseou um pedaço de papel tão pequeno quanto um
cartão. Observou com calma e passou os dedos pelo material, só então entregando
na mão da menina, que fitou com calma cada detalhe.
— Observador?
— Um velho amigo. — disse ele, se
sentando sobre a mesa de novo.
— Tem certeza que…
— Pode confiar nele. — falou o
professor, com tranquilidade. — Não posso garantir que vai funcionar, mas com
certeza seria minha última cartada.
Serena virou o cartão, na esperança
de mais pistas, mas era só aquilo. Sua chance de resolver o mistério de sua
vida era pequeno como um cartão sem verso.
— Diga que eu a enviei. Eu não
mandaria alguém se não fosse uma emergência.
♠ ♣ ♠
Charlie passava os dedos pela
parede gasta. Sentia a textura do mofo que consumia aquele lugar antigo que já
nem deveria mais existir. Via o branco borrado e sujo da tinta que lembrava
aquele espaço que algum dia chamou de casa. Várias das construções de Lumiose
não eram assim tão distintas entre si, especialmente nas áreas mais periféricas
da metrópole.
Encostou a cabeça. De lá conseguia
até mesmo ouvir o que acontecia nos outros quartos do hostel. Implorou para ouvir qualquer coisa pois, em meio ao
silêncio do quarto, o misto de ruídos urbanos se misturava às suas memórias
perdidas, que pareciam fantasmas presos àquelas paredes e ruas que lhe
assombravam por toda a sua história.
♠ ♣ ♠
—
Moleque inútil! Não consegue nem servir uma mesa direito! — gritou o senhor.
O
rapaz foi expulso a chutes do pequeno restaurante. O dono o ameaçou com uma
vassoura quando tentou voltar, mas o menino protegeu o rosto antes que fizesse
qualquer movimento. Nervoso, jogou a vassoura longe, se preparando para bater a
porta.
—
Está despedido! — bradou.
Marc
tentou impedi-lo de fechar a porta.
—
Pelo menos posso pegar o que sobrou da gorjeta?
Ele
empurrou o garotinho, que caiu sentado na rua.
—
Fora daqui! — retorquiu, com nojo. — Moleque sujo!
Marc
ficou por alguns segundos encarando a porta fechada em sua frente. Era a
terceira vez. Além dos gritos do dono irado do lado de dentro, não houve mais
nada. Conferiu em seus bolsos o que restara das gorjetas que conseguiu pegar naquele
meio tempo e seguiu caminhando. Tinha um longo caminho a traçar por entre as
diversas ruas de Lumiose. Passou pela Estival Avenue com seus requintados cafés
e logo entrou onde as luzes de Lumiose não brilhavam tão intensamente – nem a
luz do sol. Entre as ruazinhas estreitas e casebres mal-construídos, encontrou
o pequeno rapaz sentado no chão, que subiu o olhar para ele subitamente.
Marc
jogou um saco de pães na sua frente, com um resto de moedas que se espatifaram
no chão, fazendo barulho.
—
Foi o que deu hoje. — murmurou.
Charlie
não pensou muito, sequer se preocupou com a limpeza. Apenas abocanhou um dos
pães com a fome que lhe consumia. Marc sentou em sua frente, cabisbaixo. Pegou
um dos pães e mordeu com força, arrancando o miolo. Charlie tinha os olhos
baixos, tímidos. Sua barriga ainda roncava. Disse, com uma voz fraca:
—
Eu quero voltar pra casa.
Marc
lhe dirigiu um olhar fuzilante.
—
Nunca mais fala isso.
—
Eu tenho medo daqui.
—
A gente não vai voltar! — gritou Marc. — Não pra ser um… Um merda igual nossos
pais.
O
menino olhou para os becos escuros que perdiam de vista naquela área de
Lumiose.
—
Eu tenho um plano.
♠ ♣ ♠
Calem se instalou em uma salinha
para aguardar a conversa. Ele perguntou para Serena mais sobre o motivo de
estarem ali, mas honestamente não se preocupou em interrogá-la. Sabendo que não
correriam perigo – e que aparentemente ela não estava para fazer nenhuma
loucura – ele se tranquilizava e evitava pensar a respeito. Caminhou até um
filtro de água e, em um copinho, despejou alguns goles gelados.
Desviou o rosto para uma televisão
no cômodo, onde outros assistentes se sentavam em um sofá, agitados. Aquele era
um espaço de confraternização, possivelmente para pausas e lanches dos
pesquisadores durante suas atividades, mas naquele momento o grupinho parecia
ter esquecido completamente que estavam lá a trabalho.
Deveriam ter a idade de Calem, mais
ou menos. Se espremiam no sofá, trocando alguns soquinhos quando um invadia o
espaço do outro. O rapaz deu alguns passos até ver do que se tratava que
assistiam tão empolgados, e seu coração saltou.
— O que está passando? — indagou.
— Não tá acompanhando a Liga
Pokémon? — questionou um assistente em resposta, quase incrédulo.
— A Liga? — murmurou Calem. — A
Liga não é agora.
O grupinho dividiu uma risada
debochada entre si.
— Essa mulher venceu o torneio uns
anos atrás, e acho que agora ela vai enfrentar a Elite. — acrescentou um outro
pesquisador, sem tirar os olhos da tela, como se fossem notícia velha.
— Eu nem sabia que isso podia. —
retorquiu outro.
— Essas merdas são cheias de
regras. — resmungou o primeiro.
— Imagina se ela ganha agora a
loucura que ia ser para a Conferência no final do ano.
Calem concordou mentalmente,
observando aquelas duas figuras. De um lado, um moço louro de vestes finas que
não se via com frequência mais em Kalos - talvez nos últimos séculos – mas que
indicavam não apenas sua posição social, como seu papel na hierarquia do mundo
de batalhas. Sua pose era serena mas, quando a televisão mostrava um close de seu rosto, era possível notar
um par de olhos azuis como o oceano, imprevisíveis, que poderiam facilmente
sair de uma calmaria para uma tempestade avassaladora que engolia tudo que
visse pela frente.
Do outro lado, uma moça de pele
escura e cabelos cacheados volumosos que caíam pelo rosto. Ela não parecia
muito menos desafiadora, com um olhar cravado no combate. Suas roupas também
eram finas, mas não de uma maneira extravagante. Eram vestes de certa maneira
modestas, mas que destacavam seu belo porte e elegância. A audiência gritava ao
fundo, perdendo apenas para as falas entrecortadas do interlocutor, tentando
destacar a importância do contexto.
— ...e estamos frente a uma batalha
eletrizante, entre a desafiante Marquesa Sienna e o integrante da Elite 4, Duque
Siebold.
♠ ♣ ♠
Se não por uma situação tão tensa,
o Flood Chamber seria um local
formidável de se admirar. Cada um dos salões de batalha da Liga Pokémon era
projetado especificamente para o membro da Elite que o comandava, não apenas
favorecendo seus Pokémon como fornecendo um tipo de desafio diferente a cada
desafiante.
No caso de Siebold, era um salão de
metros de altura, grande como um estádio. Diversas ruínas velhas e destruídas
eram entrepostas com cascatas, que se derramavam a um chão bem abaixo do centro
da luta, formando uma piscina. A claridade de fora entrava pelas imensas
janelas decoradas com vitrais de figuras mitológicas dos mares de Kalos e do
mundo Pokémon, onde alguns feixes criavam arco-íris nas quedas de água.
A muitos metros de distância, os
olhos dos dois treinadores se encontravam. Um telão demonstrava que ambos
tinham apenas mais um Pokémon cada. Permaneciam em silêncio, deixando os gritos
da audiência e o som das águas se quebrando falarem por si. Em sincronia, pareciam
coreografados. Cada qual acabara de fazer um gesto que levou a audiência à loucura:
evidenciaram pedras de valor que carregavam consigo, gritando em uníssono:
— Mega Evolução!
Siebold tinha uma criatura grande
como um míssil, até mesmo em um formato parecido. Sua pele era resistente e
áspera, sendo capaz de machucar simplesmente pelo seu contato – a dinâmica de
seu corpo, combinado às barbatanas imensas que possuía, permitiam que
alcançasse altíssimas velocidades em seu nado, se tornando um oponente
sanguinário para suas presas. Os olhos vermelhos cravaram no inimigo com
ferocidade, de maneira que algumas pessoas que assistiam se sentiram até
intimidadas, especialmente quando abria a boca repleta de fileiras de dentes
afiados e ferozes, capazes de mastigar aço. Era um Sharpedo que, em sua forma
ainda mais potente, revelava uma serra colossal.
Sienna tinha uma criatura que fez
os outros suspirarem. Muitos, que até então não se lembravam dela, relembraram
ao ver aquele Pokémon que era sua marca. Uma espécie de rocha, mas capaz de flutuar com a leveza de uma fada. Seu corpo era incrustado de pedras
preciosas, que brilhavam em muitas cores com os feixes de luz que entravam.
Parecia usar uma coroa, tão reluzente quanto uma rainha dos tempos antigos. Era
Diancie, espécie mítica de Kalos, que carregava consigo uma espada feita
com os diamantes mais resistente do solo da região.
Os dois treinadores mantiveram o
ritmo.
— Aqua Jet. — murmurou Siebold
— Moonblast! — acompanhou Sienna.
Sharpedo avançou com uma agilidade
tão alta que, em um piscar de olhos, estava atingindo sua adversária. Diancie
aproveitou-se da energia dos astros, fazendo suas pedras reluzirem em um golpe
típico das fadas. Ambas as criaturas sentiram os danos intensos, e pararam para
respirar. Seus treinadores se moviam e comandavam em sincronia; parecia uma
dança. Em meio a um dos conflitos mais importantes das últimas décadas de
Kalos, Sienna sentia como se só houvesse os dois ali.
— Crunch! — gritou Siebold.
— Diamond Storm! — retrucou Sienna.
Sharpedo abriu sua boca, revelando
as inúmeras camadas de lâminas prontas para destruir. Diancie utilizou suas
pedras para criar seu golpe-marca, levantando diamantes históricos de Kalos em
uma explosão – apesar de avassaladora, era de uma beleza caótica inacreditável.
O cronômetro corria, e a dança se tornava cada vez mais intensa, onde qualquer
passo errado os arrastaria para o fracasso.
♠ ♣ ♠
—
Voltem aqui!
Era
difícil dizer o que soava mais alto naquele momento. As batidas do coração de
Charlie, os gritos do vendedor o amaldiçoando, ou as buzinas daquela manhã em
Lumiose. Entre a rua movimentada, era difícil se esquivar das pessoas. Mas,
quando entrava nas vias obscuras, sabia que estava em seu território, onde não
conseguiria ser parado ou encontrado.
Um.
Dois. Três. Ele contava mentalmente os passos, sabia quase quantos precisava
para estar longe. O vendedor corria rápido, mas ele não tinha a mesma energia
dos dois garotos. Além disso, correr e praguejar ao mesmo tempo acabava com o
fôlego de qualquer um. As crianças entraram entre os imensos edifícios de
Lumiose, se perdendo nas sombras como fantasmas fugindo do sol. O velho só teve
tempo de parar e girar em todas as direções, sem encontrar pistas.
Soltou
um palavrão alto.
Ao
longe, Charlie apoiava as pequenas mãos nos joelhos. Ofegava, sentia os ouvidos
estalando com os batimentos, como se sua cabeça fosse uma bomba. As gotas de
suor escorriam pela nuca, molhando os cabelos. Ele enfiou as mãos no bolso e
tirou um conjunto de barrinhas de chocolate. Encarou o amigo, e os dois
comemoraram com um toque, soltando uma risada. Charlie rasgou a embalagem de
plástico, cravando os dentes no doce com brutalidade, sentindo o sabor lhe
trazer uma paz em meio àquela perseguição matinal.
Fizeram
o restante do caminho em um caminhar lento. Charlie jogou o que restou da
embalagem em qualquer canto, guardando o resto dos chocolates no bolso. Entrou
em um pequeno casebre que parecia abandonado de tão depredado, com as paredes
sujas e janelas quebradas.
—
Charlie, Ludovic. — um rapaz na porta cumprimentou. Deveria ter dezessete anos.
Os
meninos jogaram os doces em uma mesinha. Um moço mais velho observou
atentamente, sentado em um canto com seus cabelos espetados e olhar fechado; o
rosto marcado por cicatrizes cujas origens nenhum dos garotos ousava perguntar.
Ele apenas acenou com a cabeça, murmurando por entre os dentes amarelados:
—
Bom trabalho. Bem-vindos à Lumiose Gang.
♠ ♣ ♠
Garçons passavam a todo o momento
levando drinks coloridos, produzidos
com as berries mais características
de Kalos. A música estava alta, mas não insuportável. Ainda assim, as pessoas
dançavam e conversavam pelo salão em voz alta, vez ou outra se tirando para
dançar. As luzes néon transpassavam a fumaça, criando uma névoa colorida que
preenchia o cenário. Havia tantas figuras conhecidas da região que alguns
poucos convidados da mídia pareciam eufóricos em ter tanto material para
divulgar no dia seguinte.
Siebold tomou o último gole da
bebida, respirando fundo. Olhou para os lados, mas não havia mais ninguém
consigo no bar. O barman arriscou alguma conversa, mas não houve uma resposta
muito simpática. Naquele momento a música parou, e ele olhou para a entrada.
Uma salva de aplausos veio junto de alguns gritos. Sienna usava um vestido
dourado e ficou um pouco sem jeito com a atenção, acenando.
Seu olhar encontrou o de Siebold no
mesmo momento. Ele pediu mais um drink, e ela tentou alcançá-lo, cumprimentando
com simpatia todos os parabéns que recebia no meio do caminho. Ela se sentou ao
lado dele e ambos ficaram em silêncio por um momento. A música logo voltou a
soar, em batidas agitadas naquela área vip.
— Se eu precisasse enfrentar a Campeã agora, em seguida… — falou ela. — Estaria em uma enrascada.
— Não estaria. — ele respondeu,
simples. — É você. Você e Diancie.
Pausa.
— Você está tão ressentido com a
batalha?
— Não é com a batalha. — retorquiu
ele, olhando para cima. — É só…
Ele se virou para ela. Os olhos
azuis perdidos e meio confusos, de quem já havia provado mais bebidas do que
planejava naquela noite. Ainda assim, ela estava linda. O tom de dourado de
seus acessórios combinava com sua pele escura, como uma noite estrelada em que
se podia arriscar fazer um pedido aos céus. Alguém poderia lhe trazer a Coroa naquele instante, pois ela estava como uma rainha. Em suas memórias, ela sempre parecia uma
rainha.
Siebold fechou os olhos.
— Eu quis tanto reencontrá-la,
Sienna. Tanto. E o único jeito foi em um campo de batalhas.
— Siebold, eu não estava pronta na
época. — falou ela, pegando em sua mão, com uma voz suave. — Nem para ser a Campeã.
Nem para ser sua esposa.
Ele tomou a dose. O barman serviu
Sienna, com um copo alto e uma bebida com tantos adereços que parecia um
enfeite de mesa. Um enfeite de mesa chique. Era uma batida com frutas tropicais
típicas de Hoenn. Ela sentia falta das coisas que provou em suas viagens pelo
mundo. Siebold olhou no fundo de sua alma.
— Você vai ganhar, Sienna. Você foi
a única pessoa que venceu a Elite em muito tempo.
Ela deu de ombros e tomou um gole.
— Diantha é uma treinadora
importante.
— Você sabe que irá ganhar. —
retorquiu ele, ríspido.
Ela ficou em silêncio. Siebold se
levantou do banco. Precisou segurar no balcão quando se deu conta que, ao
tentar ficar de pé, o lugar girava um pouco mais que quando se sentou. Ela
estendeu uma mão para segurá-lo, mas ele recusou. Tocou-lhe a pele e fitou
aqueles olhos brilhantes como jóias. A saudade lhe consumiu – como se pode ter
saudade de alguém que está na sua frente?
— Espero que entenda a
responsabilidade que isso lhe confere.
Ele começou a andar, pedindo
licença aos grandes nomes de celebridades conversando pelo caminho. Parou ao
ouvir a voz de Sienna cortando o ar.
— Eu disse que só sairia com a Coroa.
Ele não se virou, mas abriu um
sorriso e voltou a caminhar para a saída.
ai ai, depois de respirar bem fundo e encarar essa imagem inicial desoladora e em ruínas que sinto que é uma ótima prenuncia pro que virá.... hora de ler
ReplyDelete[guess i'll die meme]
PLMDDS JÁ COMEÇOU DEIXANDO A GENTE TUDO DE CORAÇÃO APERTADISSIMO, MDS DO CÉU EU QUERO ACOLHER ESSA CRIANÇA E SALVÁ-LA Ç_Ç
eles sendo fugitivos duas vezes nessa cidade que ainda por cima é a mais movimentada kk qualquer somzinho já deixa geral em alerta kkkkkkkkk cada k uma lagrima
E ELES AINDA ESTÃO PRESOS NESSE INFERNO KK nem to surpresa pq claro que isso ia rolar mas putz
pior que charlie é quem mais conhece a cidade e sabe quais caminhos são seguros ou não, mas indeed pra propria segurança pode ser melhor continuar escondido ://
AI BICHO PLMDDS PARA COM ESSAS MEMORIAS
NÃO ME FAZ TER PENA DESSE CONDENADO
mds do céu ver como o rancor e o desespero foram corroendo alguem que só queria proteger a si mesmo e ao irmão e transformou isso naquele monstro........
o sycamore de cara abraçando eles >>>: thanks buddy they really need it ç_ç
"era como uma combinação das coisas mais Lumiose possíveis" was this supposed to be good bc rn i just never wanna be around him q
a foto do trio de crianças also [eyes emoji]
oooooooh é por isso o empenho em tentar achar algo da mãe agora (bem, em qualquer momento seria justificavel, e totes achava que era uma maneira de ela distrair a mente tambem, mas Oh)
fiquei me perguntando pq serena foi atras do sycamore pra essa info, mas, well, se ela era trainer né, talvez ele tivesse alguma ligação ou ao menos soubesse onde mais procurar além de coumarine...... mas ai ai, mãos atadas de novo
ver a serena tão contida, tão fria por fora, dá um aperto tão grande....
looker!! boa!! mas vamos ver se ele ainda vai ser contatado no meio desse caos né....
e pensar que o marc ainda tentou pelos jeitos certos.... mas lumiose é cidade sem coração né
e esses dois realmente nunca tiveram um lugar pra voltar....
SIENNA RAINHA MARAVILHOSA OI DE NOVO
(mas tbh surpresa de já vê-la desafiando, it's too soon to have a conclusion..... então sentimos como isso vai mudar o jogo)
ai cenarios de água TUDO pra mim
CARAI ELA TEM UM FUCKING DIANCIE ASÇDKNSDAKNSDAÇKADSÇKSDAÇKÇDKSA PODEROSISSIMA ESSA MULHER
mds do céu o jeito que só um momentinho da batalha já me deixou na beira da cadeira aaaaaaaaaa magina quando for os nossos frente a frente com isso
carai o siebold troxissimo pela sienna (mood)
"como se pode ter saudade de alguém que está na sua frente?" hi i didnt need this pain q
vai lá pegar a coroa pq é toda sua rainha u goooooo
A parte mais triste do Blogger é não conseguir adicionar imagens nos comentários porque eu iria querer muito ver as suas reactions por aqui UAHSDUAHSDUH
DeleteFeliz de ver que bastante do que eu queria com o capítulo consegui transmitir! Esse arco acho que foi o que mais exigiu de mim até agora. Um comentário que você fez que achei demais foi sobre como o Marc foi corrompido nesse tempo. Acho que o mais legal de ter esses flashbacks é que a gente sabe mais ou menos como termina, então fica aquele vão imenso entre o passado deles e a situação de hoje. Espero com os próximos capítulos ir "preenchendo" essas lacunas, acho que é uma das partes mais ricas da própria construção desses personagens do passado do Charlie.
O fato da Serena ter procurado o Sycamore deve ter ficado um pouco solto mesmo, fiquei em dúvida se colocava algo a mais explicando no próprio capítulo, mas basicamente o motivo é por o Professor ter sido um dos poucos ""adultos"" de confiança ao longo da jornada. Como ele também carrega meio esse papel de "mentor" nos jogos (assim como os outros professores), imagino que ele transmita para a Serena pelo menos uma ideia de alguém que, se não a ajudasse a resolver o problema, saberia orientá-la melhor de como proceder. Acho que é até menos por uma ligação afetiva que por uma ideia de que ele saberia o que fazer (Você falando que ele ter cheiro de Lumiose não ser uma coisa boa foi TUDO HAUSDHAUSDHAU)
E nossa, feliz de trazer mais um pouco da Sienna por aqui! Gosto muito dela, e pode deixar que ela vai aparecer mais ainda pra deixar a gente igual o próprio Siebold UAHSDUHASUH <3
De volta a Lumiose, o sítio onde tudo acontece, não é mesmo? E a prova dessa afirmação é mesmo esse capítulo, onde somos apresentados a várias histórias e núcleos distintos.
ReplyDeletePrimeiro, temos a história do passado de Charlie que, com certeza, irá encontrar o presente. O que será que irá acontecer desta vez? Teremos um confronto final entre Charlie e o seu irmão? Ou ainda será muito cedo para fechar essa trama?
Logo a seguir, Serena continua a procurar pistas pela entidade da sua mãe. E, como tal, pede ajuda a Sycamore. Eu esperava que ele ajudasse, mas, na realidade, acho que ele tem algo a esconder que ainda não foi revelado... aquele retrato que Calem viu? Sycamore mais novo, acompanhado de possivelmente Lysandre mais novo e uma menina mais nova... será ela a mãe de Serena? Aposto que sim!
Por falar em Calem, ele não teve muito destaque neste capítulo, mas aguardo ansiosamente para ver como será o seu desempenho no ginásio da cidade.
Finalmente, temos o tópico relativo à Liga Pokémon e o confronto entre Siebold e Sienna. Eu não me recordo de Sienna nos jogos, então julgo que seja uma personagem original. Isso será bem interessante e tenho a certeza que terá um propósito maior por de trás de tudo isso.
Vou continuar a acompanhar, certamente, os próximos capítulos, Haos! Bom trabalho!
Hey Angie!!
DeleteDe fato o Calem ficou um pouco pequeno nesse capítulo. Confesso que apesar de gostar muito muito dele, durante Lumiose ele vai ceder um pouco o brilho para o Charlie ASUDHASH Mais por conta do foco ficar no passado dele e das memórias, mas prometo também dar uma boa atenção para o nosso treinador. Afinal, em Lumiose temos ginásio!!
E gostei bastante do seu palpite sobre o Sycamore e seu passado! Por enquanto só tivemos umas sugestões, mas ele é um personagem que vai ser bem importante ainda, até por isso quis trazê-lo de volta por aqui. Que legal que já está ligando as coisas, não vejo a hora de revelar mais um pouco para vocês! :p
Obrigadão pelo comentário e pela leitura, Angie!! :D Até a próxima õ/
AAAAAAAAAAAAAAA adorei a forma como os flashbacks foram construídos imaginei todo o capitulo quase como um filme. Obrigado mais uma vez por esta fanfic incrível!
ReplyDeleteHey Shii! Ahh que legal que os flashbacks estão funcionando! Queria muito contar essa história contrastando o passado com o presente, acho que isso intensifica ainda mais as tensões que a gente já sabe que existem. Ouvir que pareceu um filme me deixa muitooo feliz, de verdade! :D Espero que os próximos capítulos também te tragam isso! E sou eu quem agradece por você estar sempre acompanhando por aqui <3
DeleteAcho que o que tenho que comentar logo de cara é como a estrutura que você montou pra este capítulo me prendeu na leitura. Foi interessante ver essa dinâmica de presente e passado entrelaçados, de forma que a gente vê a história andando pra frente em vários pontos diferentes, mas ao mesmo tempo os flashbacks sempre voltam pra nos lembrar de onde estamos agora.
ReplyDeleteLumiose, é a palavra que logo vem à mente quando passeamos pelas memórias distantes de Charlie. Talvez um prenúncio do que está vindo. Um encontro desastroso que está na iminência de acontecer a qualquer momento. Ainda mais agora que o trio está preso dentro da cidade, já que Stevan mobilizou um verdadeiro cerco trancafiando os protagonistas como ratos em uma gaiola.
As opções da Serena pareciam estar se esgotando na busca por sua mãe, mas Sycamore conseguiu dar a ela um sopro de esperança. Curioso pra saber quem é esse Observador.
Cara, eu leio devagar, então perdão mesmo, mas eu não lembro se a Sienna já apareceu na história antes ou se ela está estreando aqui e agora. Mas cacetas! Ter uma Mega Diancie no time é um claro indicativo de que ela não tá pra brincadeira kkkkkkkkkk
Ótimo capítulo, manim!
Até a próxima! õ/
Que incrível saber que funcionou essa formato dos flashbacks, Shadow!! Às vezes sou meio resistente com essa dinâmica quando tô lendo/assistindo, e o fato de ter organizado desse jeito o arco me deixou pensando se era a melhor escolha... Então fico muito feliz que tenha funcionado e não ficado tão parada a leitura! Espero que isso se mantenha nos próximos capítulos pra aprofundar ainda mais os sentimentos nos acontecimentos do presente.
DeleteUAHSDUAS E a Sienna chegou a aparecer bem no comecinho da temporada, mas foi uma aparição bem discreta. De repente ela tá quebrando tudo com uma Mega Diancie ahudahsu Ainda vamos ter um tempo pra nos acostumarmos com a personagem dela, foram ainda menções mais distantes, mas ela tem bastante guardado pra surpreender a gente ainda!
Obrigado demais pelo comentário e por acompanhar, cara! Sempre feliz com suas observações!