Capítulo 15
O Furfrou Desaparecido
Nuvens
grossas atravessavam o céu, cortando o sol em alguns momentos. A manhã mais
parecia um triste final de tarde, estando ainda mais fria que o clima de Kalos
já costumava ser. Uma chuva poderia cair a qualquer momento, mas isso não seria
motivo para atrasar o trio, que já se preparava para continuar a estrada,
deixando Camphrier para trás.
Calem
acertava as últimas despesas no balcão do hotel, enquanto Serena terminava de
guardar seus pertences no quarto, ainda que não fossem muitos, e tampouco
estivessem espalhados. Charlie fazia o mesmo com suas coisas, enquanto Thanos
jazia sentado encarando a paisagem pela janela. A neblina impedia que visse
muito longe de onde estavam. Era bem cedo, mas havia um movimento considerável
entre os moradores, e inclusive alguns turistas indo atrás de pontos históricos
da cidade — entre eles, treinadores.
Charlie
revirou sua pequena bolsa, checando se algo faltava — dificilmente faltaria,
pois, dos três, era o que menos carregava coisas. — e deparou-se com aquela
mesma carta endereçada para Serena. Fitou o envelope discretamente por alguns
momentos, e seus pensamentos esvoaçaram pela mente, como um vendaval que
espalha as folhas das árvores pelo chão.
— Já
terminou?
Serena
trouxe-o de volta à realidade, de forma que este levasse um pequeno susto. Eles
se encararam por alguns momentos — ela com um olhar doce e inocente, ele ainda
meio em choque.
— De
guardar suas coisas... Já terminou? — especificou a pergunta, podendo jurar que
o viu sentir-se mais aliviado.
— Já sim,
princesa. — respondeu, por fim, fechando a mochila com a carta dentro sem que
ela visse. — Vamos descendo.
...
Os muros de
Camphrier aos poucos iam tornando-se parte puramente da paisagem de fundo.
Serena passara uma última vez pela casa do pintor, dando a oportunidade que seu
novo Pokémon fizesse uma despedida, e após Calem comprar alguns itens
importantes no Centro Pokémon, seguiram pela Rota 7.
Bastaram
poucos metros para que encontrassem um obstáculo: uma bifurcação. Uma das
alternativas era seguir reto pelo caminho em que já estavam, enquanto o outro
trajeto, cerca de 45 graus à direita, também poderia ser acessado. O trio
parou, ponderando as possibilidades, quando Charlie assumiu a frente,
analisando:
— Para esse
lado, continuamos a rota. Para aquele — Charlie virou-se na outra direção. —
vamos à Rota 6, onde tem aquele palácio famoso.
— O Parfum
Palace…? — indagou Serena, puxando um cartão postal com uma foto do lugar de
dentro de sua bolsa.
Ela
estendeu a foto para Charlie, que a observou atentamente. A imagem mostrava um
imenso palácio, cujo tom predominante era dourado. Ele assentiu com a cabeça.
— Isso,
esse mesmo. — concordou ele. — É uma mansão de um ricaço, que é tão ricaço que
deixa aberto para visita só pra mostrar como ele é ricaço.
Calem analisou
a foto também, e levando em conta que estava com Serena, ele a fitou:
— Serena, —
chamou, com um tom de incerteza. — esse não é o…
— O palácio
do tio Louis. — concordaram os dois em uníssono.
Charlie
soltou um berro.
— O QUÊ? O
DONO DESSE LUGAR É TIO DE VOCÊS? SÓ TEM RICO NA SUA FAMÍLIA, É ISSO? ESSE MUNDO
É COMPLETAMENTE INJUSTO! — praguejou, andando para os lados.
Os primos
se entreolharam, um tanto hesitantes. A menina tentou consertar:
— Charlie,
não fale assim. — pediu. — Até porque não somos exatamente próximos desse tio,
na verdade… — disse Serena, tímida, balançando as mãos para acalmar o amigo.
— Digamos
que ele é um tanto quanto… Excêntrico. — continuou Calem. — E na verdade o
palácio não é dele, o Parfum Palace é um patrimônio histórico de Kalos, nosso
tio apenas obteve sua posse. — explicou. — Então deve mantê-lo sempre aberto
para visitas.
— Foi assim
com todos os proprietários anteriores. — concordou Serena.
Charlie
refletiu por um momento. Em seguida, continuou andando.
— Nesse
caso, vamos visitá-lo. — decidiu.
Serena e
Calem entraram em sua frente, impedindo sua passagem.
— Charles,
você não sabe onde está se metendo. — disse Calem.
— Será que
não podemos tentar o outro caminho? — pediu Serena, com as palmas das mãos
juntas.
Charlie desviou
de ambos, continuando seu trajeto.
— Vocês me
devem essa. Vamos para o Pum Palace, sim.
— Parfum. —
corrigiu-o Calem.
— Que seja.
Ambos
suspiraram, concordando.
Seguindo
pelo outro trajeto — que levava ao suposto palácio. — a paisagem tornava-se
diferente. A vegetação ficava mais densa, e imensas árvores margeavam um
caminho de terra. Suas copas eram tão vastas e tão altas que encobriam os finos
raios de sol restantes, tornando o percurso escuro. À sua volta, atrás dos
troncos, podia-se ver uma grama alta, onde vez ou outra ouvia-se o som desta
mexendo, combinada ao som de risadas de treinadores que batalhavam pelas
redondezas. Calem apertou o passo, um tanto desconfiado com aquele ambiente, de
maneira que Charlie não conseguira disfarçar uma risada.
Após um
certo tempo de caminhada era possível avistar a claridade novamente, com as
árvores já chegando ao fim. Agora a paisagem era de um extenso campo verdejante
com arbustos, mas com uma grande construção chamando a atenção naquele espaço.
Em determinado ponto, a terra e a grama davam espaço para um chão ladrilhado
preto e branco, com postes de visual antigo o contornando.
Muros
baixos de pedra tinham algumas esculturas entre as grades de metal sobrepostas,
e entornavam o palácio por inteiro, com exceção de um grande portão na entrada.
Quando se aproximaram deste, um dos guardas que rondavam o local os barrou,
exigindo uma taxa para a visita. Calem desembolsou a quantia, e seguiram em
frente.
A entrada
ainda era metros adiante, mas as paredes do lugar contornavam o caminho até
ela. As paredes douradas brilhavam à luz dos finos raios de sol daquela manhã,
dando-lhe um aspecto até mesmo místico. As grandes janelas davam vislumbres dos
extensos andares do palácio. Estátuas de mármore se dispunham ao longo da
residência, formando a imagem de figuras importantes da história de Kalos.
O fato de
Calem e Serena morarem em uma imensa mansão não os impediu de ficarem boquiabertos
com a beleza histórica daquele lugar. Quando se aproximaram da entrada, viram
portas de ouro, com minuciosos desenhos de lendários a decorando. Cada pequeno
detalhe era surpreendente.
Uma coisa que eu sei, por ter vivido em
Lumiose: As pessoas, hoje, são imediatistas. Não existe uma preocupação muito
forte com os detalhes — o que eles querem é levantar prédios, o mais rápido
possível, e para o maior número de pessoas possível. Cara, esses castelos são
totalmente o oposto: podem ter levado décadas, porém cada detalhe é importante.
Claro, um excesso de luxo e ostentação feito às custas da exploração dos
outros, na minha opinião, mas não nego que são surpreendentes.
Ao entrar, depararam-se
com um imenso hall. O piso feito de pedras era da cor de tijolo, de onde subiam
paredes predominantemente rubras, ornamentadas por pilares claros, onde no topo
jaziam estátuas de ouro de Pokémons que lutaram em guerras passadas —
principalmente Bisharps. No topo, o teto era todo desenhado, com imagens de lendas antigas da região de Kalos. Havia caminhos para todas as direções, que levavam aos
quartos do palácio.
Um senhor
recepcionava alguns dos visitantes. Era um tanto alto e tinha uma generosa
barriga, impedida de parecer maior devido à sua camisa azul celeste de marca
abotoada até em cima. Os cabelos já lhe faltavam em alguns pontos da cabeça.
Estava em torno de seus cinquenta anos, e dava gloriosas risadas, que chamavam a
atenção dos outros. Quando avistou Serena e Calem, os fitou por alguns
instantes, e interrompeu a pessoa com quem conversava para vê-los.
— Ooh, meus sobrinhos! — exclamou, falando
tão alto que os outros ao redor levaram um susto. — Finalmente resolveram me
fazer uma visita! Há quantos anos peço para que façam isso, mas o Stevan não
permite!
— Nem me
fale, tio. — disse Serena, tímida.
— Como você
cresceu, querida! — falou, a abraçando. Um abraço sufocante e não muito
agradável, no qual ela conseguia sentir as axilas molhadas de seu tio. — Mil desculpas por não poder ter ido à sua
festa de aniversário, eu estava em uma reunião importante, não pude
presenteá-la!
— Não tem
problema. — disse a menina, retomando o fôlego.
— E você,
Calem, nem recebeu um abraço ainda! — falou, abraçando o rapaz. — Quase que
você me escapa, ho ho ho.
— Pois é. Quase... — comentou o garoto, tentando
respirar.
Charlie já
deu um passo para trás e estendeu a mão para cumprimentá-lo, antes que
recebesse um abraço também. O menino virou-se para os lados, admirando
novamente o lugar e só então reparando como estava cheio de turistas e
visitantes, conversando ou fotografando. Havia até uma excursão com crianças.
— Tem
muitas pessoas aqui, visitando. — observou.
— O Parfum
Palace tem mais de trezentos anos, meus queridos. — ponderou o tio. — É um ponto
histórico de Kalos, construído por um rei de grandessíssimo poder.
— Posso
perceber. — observou Calem, olhando para os lustres que iluminavam o quarto em
conjunto à luz natural provinda das janelas.
— Eu não
imaginava que Kalos tinha tantos castelos. — comentou Serena.
— Oh, a história de nossa região é
riquíssima, minha sobrinha. Repleta de guerras, revoluções e grandes reinados!
— disse Loius, animado. — É uma imensa responsabilidade manter a ordem deste
palácio, mas vale a pena.
A menina
avançou um pouco, tendo sua atração atraída por uma estátua grande, duas maior
que ela mesma. Era uma figura moldada em ouro, com forma serpentina. Tinha
escamas em sua parte inferior, e dispunha-se quase enrolada. A expressão tinha
um ar de magnificência. Ela encarou aquela criatura feita de metal, admirada.
— É um
Milotic. — explicou-lhe o tio, vendo seu interesse. — Tido como o Pokémon mais
belo de todos. No passado era, talvez quase um mito entre os navegadores. Hoje
sabemos que é um Pokémon de verdade, apesar de raro. — observou.
— É mesmo
lindo. — comentou ela, com os olhos curiosos.
O homem por
um instante parou para observar à sua volta, trocando sua expressão de
divertimento por algo que próximo ao desespero. Soltou um grito, que novamente
atraiu atenção de todos, assustados:
— Oh, céus!!
— O que
houve? — indagou a garota.
— Meu novo
Furfrou… — dizia o senhor, enquanto continuava rondando o olhar pelo ambiente.
— Ele sumiu!
— O que é
um Furfrou? — perguntou Calem.
Antes de
explicar, o tio puxou uma foto de seu bolso com certa dificuldade. A figura
amassada mostrava um Pokémon canídeo, cujo pelo branco espalhado ocupava tanto
seu corpo que seus olhos quase ficavam escondidos, assim como seu esguio
focinho.
— Pokémon
de rico. — murmurou Charlie baixinho, lembrando de ter visto alguns da mesma
espécie transitando pelas ruas de Lumiose.
— O palácio
é enorme, ele com certeza deve estar em algum lugar aqui dentro. — disse
Serena, tentando tranquilizar seu tio.
— Mas onde?
Onde? — indagava ele, até mesmo ofegante, com as mãos na cabeça.
Sem uma
resposta na ponta da língua, ela tocou-lhe o ombro:
— Continue
recepcionando as pessoas, que nós o procuraremos, certo?
O homem
assentiu, ainda abalado, tentando se controlar. Algumas pessoas se aproximaram
dele e o ajudaram, enquanto o trio se afastava para um canto um pouco menos
movimentado do hall. Serena fitou novamente a foto do Furfrou, como se
decorasse sua aparência antes de qualquer outra coisa.
— O que nós
temos a ver com o bichinho de estimação do nosso tio? — questionou Calem,
emburrado.
— Você
prefere ficar aqui abraçando ele? — indagou Charlie.
Calem
ponderou por um momento.
— Bom
argumento.
Serena
olhou à sua volta:
— Vamos
marcar aqui, em frente à estátua, nosso ponto de encontro. — falou, apontando
com a cabeça para o majestoso Milotic de ouro.
— Serena,
você procura no jardim. Charles, você procura no térreo. Eu irei para o segundo
andar — esquematizou mentalmente Calem.
Sem
qualquer outra palavra dita, os três se separaram. Charlie e o outro viraram à
direita no primeiro corredor, o último seguindo até uma escadaria. Serena seguiu
em frente, notando corredores longos por ambos os lados, e um grande portão
aberto no centro, na mesma direção da entrada. Avançou por ele, e a claridade
lhe atingiu novamente.
Nas vezes
em que ouvira falar sobre o Parfum Palace, certamente havia alguma associação
com seu jardim. Agora a menina entendia o motivo: não conseguia definir com o
olhar seus limites, mesmo olhando o mais longe que podia. Via diversos tipos de
plantas, desde arbustos altos a gramíneas, todos artisticamente aparados,
formando desenhos algumas vezes. Um grande contingente de pessoas admirava a
beleza do ambiente.
A menina
atravessou uma ponte, passando por um lago imenso de água cristalina, possivelmente
artificial, entre o jardim e o palácio. O que chamava a atenção eram estátuas
de pedra, postas uma de cada lado, de algum guerreiro, que Serena não sabia
definir ao certo quem era. Em torno do lago, uma vegetação de árvores
organizadas por tamanho.
Serena
permaneceu por alguns momentos observando o lugar. Óbvio que preferia a beleza
da natureza, mas o local que mais a fascinava em sua mansão era o jardim. Logo,
se deparar com um ainda maior era de tirar o fôlego. Será que alguma princesa
também fora aprisionada pelo pai lá, algum dia?
O chão de terra
não tinha uma direção definida, mas o melhor caminho era o que direcionava a
uma fonte — embora houvesse ainda várias outras, dispersas. Ela olhou
discretamente para trás, vendo a parede dourada do palácio com uma sacada que
direcionava diretamente para o jardim. Pilares com estátuas de Dratinis
jorravam jatos de água.
Tentando
focar novamente, ela virou-se de volta e procurou com os olhos por algo
suspeito, como o Furfrou, mas havia apenas outras pessoas admirando a beleza
natural para se divertir e tirar fotos. A menina teve de caminhar alguns
minutos, sem destino certo, procurando pelo Pokémon perdido, até parar
novamente.
Desta vez
deparou-se com uma estátua ainda maior, apoiada em uma base também feita de
pedras, mas estas enegrecidas. O formato era de uma espécie de cervo, com
chifres cujas ramificações assumiam diferentes direções incertas. Ela parou
para observá-la, assim como algumas pessoas à volta que também o faziam.
— As
estátuas são alguns dos fatores que mais chamam a atenção no palácio…
Serena
virou-se para onde ouvira a voz, deparando-se com um homem alto, de longos
cabelos louros, e pele clara. Ele não a encarava, pois seus olhos focavam na
estátua.
— Quem é? —
indagou ela, virando-se de volta.
— Você não
os conhece? — indagou, com certo tom de surpresa, e talvez um pouco de deboche.
— São grandes lendas de nosso continente. A vida… — fez uma pausa, apontando em
seguida para longe. — E a morte.
Ela
semicerrou o olhar para conseguir olhar longe, onde este apontava, notando a
presença de outra estátua bem ao longe, do outro lado do jardim. Contudo, não conseguia
definir ao certo sua aparência, conseguindo deduzir apenas uma silhueta com
formato de “Y”.
A garota
voltou a observar a estátua mais próxima. Os olhos daquela criatura pareciam
encará-la de forma até mesmo ameaçadora — afinal, a estátua de uma lenda de
metros de altura consegue intimidar qualquer um. Após alguns instantes, foi
como se alguma dor de cabeça repentina a tivesse afetado. Por algum motivo seu
cérebro assimilou imagens de batalhas, alternadas com outras totalmente opostas:
uma serena natureza, especialmente uma árvore de frutos coloridos. Alguém
tentava se aproximar de seus galhos.
A menina
sentiu uma pontada de tontura, como se sua visão ficasse turva e seu senso de
equilíbrio sumisse momentaneamente, a fazendo ameaçar cair. O homem, de
supetão, tentou segurá-la.
— Você está
bem? — indagou, instintivamente.
— Acho que
estou, sim. — falou ela, com uma voz frágil, tentando não preocupá-lo.
— Alguém,
por favor, chame ajuda! — gritou uma moça, vendo a cena, enquanto o homem a deitava
no chão. Serena sentiu os olhares virando para si. Ela odiava isso.
— Eu já
disse que estou bem, senhor… — falou, mas seu corpo não respondia às suas ações.
Seus olhos
tentavam resistir, mas era como se um sono forte a atingisse. A luz do sol era
intensa demais, e silhuetas de pessoas a rondavam, curiosas. Alguns agachavam
para socorrê-la, enquanto seus olhos fechavam, e sua última visão era a do
homem louro, que se destacava na multidão, com uma expressão neutra deixando o
lugar.
...
Calem
caminhava pelo segundo, que estava consideravelmente vazio. Ele notou uma
pequena placa escrita “Corredor dos Espelhos” e avançou até onde ela indicava.
Chegou até
um largo e curioso corredor. De um lado, portais intercalados por pilastras que
levavam a uma sacada de pedra, com uma vista privilegiada para o imenso jardim.
Do outro, espelhos posicionados na mesma direção dos portais, conferindo uma
reflexão que criava a impressão de que aquele lado da parede também era aberto.
O teto em formato cilíndrico tinha candelabros dourados iluminando o piso cor
de barro.
Ele
caminhou, admirado, vendo seu reflexo não apenas nos espelhos, como também na
vidraria polida que ornamentava o caminho. Até notar que não estava sozinho. Ao
longe, uma criatura quadrúpede e quase de seu tamanho, felpuda, coçava a cabeça
com as patas. A imagem era familiar.
— Óbvio que
era eu quem tinha que encontrar o Furfrou. — suspirou Calem, sem qualquer
surpresa.
Ele olhou
para os lados, à procura de alguém, mas estava sozinho.
— O que eu
faço agora…?
Deu mais um
passo, e notou o Pokémon o encarando, de forma que sentisse um leve arrepio.
Puxou um folheto informacional disposto próximo de onde estava e o amassou,
formando uma bolinha. Em seguida, estendeu o objeto em direção à criatura, a
alguns metros de distância, oferecendo com a voz meio trêmula:
— Vem
pegar.
Em seguida
atirou a bola de papel alguns metros adiante, notando que o Furfrou não movera sequer
um músculo.
— Acho que
só funciona com ossos mesmo… — balbuciou.
Mais uma
vez olhou à sua volta, tentando gritar:
— Serena!
Charles! Tio! — mas só ouviu o eco de sua voz. — Alguém?
O Pokémon,
então, levantou-se e deixou o corredor, seguindo para outro, com quartos que
talvez tivessem sido usados para serviçais no passado, em suas origens. Calem o
seguiu, tentando impor ordens.
— Vamos
logo, venha para baixo. Não tem nada para você fazer aqui em cima. Vamos,
desça. — falou, com a voz mais firme que pôde.
O Furfrou
nem mesmo o encarou, apenas continuou caminhando normalmente. Empurrou uma
porta entreaberta, indo para um dos quartos. Calem correu para alcançá-lo. Não
conseguiu disfarçar surpresa ao observar o quão bem conservada estava aquela
acomodação. Alguns quadros se distribuíam pelas paredes avermelhadas, enquanto
uma cama grande com dossel estava no centro de uma das paredes. Até alguns
móveis de mogno e a vidraria estavam bem conservados.
A criatura
mexeu em uma espécie de guarda-roupas, puxando com a boca algumas vestimentas
antigas.
— Não mexa
aí!
Após
soltar, as roupas caíram no chão. Eram vestes claramente bem diferentes das
atuais, mas que resistiram ao tempo, e que não deveriam estar jogadas. O
Pokémon seguiu para a porta, e Calem instintivamente desviou, deixando-o
escapar para outro quarto. O rapaz pegou sua Pokébola do bolso, atirando-a:
— Larvitar.
Eu o imploro, não sei o que fazer
para esse Pokémon descer. Você precisa me ajudar.
O Pokémon
por si só fez uma expressão não muito agradável, como já era costumeiro.
Contudo, virou-se e viu a imagem de um inocente Furfrou mastigando cortinas de
uma janela, o que o fez suspirar e se recusar a ajudar seu treinador.
— É por essas
e outras que eu prefiro o Senhor Peixe. — falou o garoto, retornando-o para a
esfera.
Calem
permaneceu encarando o Pokémon, de longe:
— Vamos lá,
Calem, pense. Os humanos colonizaram o planeta e dominaram os Pokémons. Você
consegue levar um Pokémon pulguento para o andar de baixo sozinho. —
convenceu-se.
O Pokémon
soltou um latido, e o garoto pulou para trás.
...
— Minha
querida, você está bem?
Serena
abriu os olhos lentamente, notando um teto alto repleto de figuras desenhadas.
Um lustre brilhante jazia pendurado bem no centro, iluminando com intensidade
suficiente para que ela o tampasse com a mão, ainda recuperando consciência.
Sentiu com as mãos que estava em uma cama — uma muito confortável, aliás. — e
notou a presença de seu tio, bem perto. Alguns empregados do palácio pareceram
ficar aliviados ao vê-la acordando.
— Estou,
tio. — falou ela, levantando a cabeça devagar. Ele a ajudou.
— Oh, se seu pai descobre que você
desmaiou, bem quando me visitava… — ponderou ele.
— Não, tio.
— falou a menina de prontidão. — Nem precisamos contar para ele. Acho que comi
pouco, e foi uma longa caminhada até aqui. Minha pressão deve ter baixado, só.
Nada para se preocupar, de verdade.
Ele
assentiu com a cabeça, e ambos ficaram em silêncio, sentados sobre a cama. Os
trabalhadores voltaram para suas funções. Ela sentiu um clima desconfortável, e
que deveria falar algo para quebrá-lo. Contudo, nada lhe veio à mente. Por
sorte, antes que pudesse tentar algo inútil, seu tio quem se pronunciou.
— Estou
pensando em passar o palácio adiante, sabe, querida? — refletiu Louis, com
certa seriedade incomum a ele.
— Por quê,
tio? — perguntou ela, apertando os olhos. — Ele é tão maravilhoso…
— Isso é
inegável — concordou ele, jogando-se para trás. — mas fico preocupado… Ouvi
falar sobre uma organização que está atuando sobre Kalos nos últimos meses…
A menina
inclinou a cabeça, intrigada.
— Que tipo
de organização?
— Eu não
sei ao certo. — admitiu. — Até onde sei, estiveram atrás de pessoas… Com um
pouco mais de poder aquisitivo. — falou,
como se buscasse palavras.
Aquela
afirmação não parecia estranha a Serena, por algum motivo.
— Não sei o
que procuram, mas o palácio é um chamariz para alguém que procura itens de
valor. Então me coloca em risco. — completou. — Ainda não sabemos a força
deles, mas tome cuidado, minha querida. Você, tão linda, não sabe que tipo de
coisas ruins esse mundo reserva.
— Posso
imaginar. — respondeu a menina, baixinho, lembrando-se de alguns dos ocorridos
nas últimas semanas.
— Sem
mencionar que, como progênie do Stevan, és um alvo para qualquer organização. —
falou o senhor, por fim.
— Estou
ciente disso, tio. — assentiu ela, inocente. — Mas pode ficar tranquilo, nós sempre
tomamos cuidado. — e sorriu.
Ele a
observou por alguns instantes, até puxá-la para um outro sufocante abraço.
— Você está
tão crescida, mal posso acreditar que é aquela mesma garotinha!
...
— Eu lhe
dou todo o meu dinheiro no bolso se
você for para baixo.
À essa
altura, Calem já estava sentado no chão, — coberto com um pequeno lenço
descartável. — com as mãos apoiando na cabeça. Suava, e sua voz já beirava um
tom de desespero e súplica. Estava no corredor, observando o Furfrou dentro de
um dos cômodos brincando com algum artefato de valor como se fosse um brinquedo
qualquer.
Ele foi
para outro quarto, e Calem o seguiu, arrastando-se. Nesse outro, reparou algo
de novo. Não havia quase nada além de algumas estátuas como as dos andares de
baixo. Contudo, entre dois pilares dourados, estava preso um quadro imenso,
ocupando quase toda a parede oposta à porta. Era o retrato pintado de alguém
pomposo e bem-vestido para sua época. O rapaz não sabia dizer quem era, mas
supôs tratar-se do rei que construíra o palácio. Ficou por alguns momentos
fitando o retrato, até que o Pokémon passou na frente de sua visão, jogando o seu
“brinquedo” para pegá-lo de novo.
— E o
cartão de crédito também. — ofereceu o garoto, em vão.
— Eu não quero nada de você.
Calem
sentiu um arrepio, encarando o Pokémon com firmeza. Ele havia… Falado algo?
Foi quando,
após alguns segundos, ouviu uma risadinha discreta e conhecida. Virou para o
lado, mirando o fim do corredor, e deparou-se com Charlie rindo, apoiado no
corrimão de forma folgada e descontraída.
— Como você
faz isso? — indagou, perturbado. — E há quanto tempo você está aí?
— Acabei de
chegar... Há uns trinta minutos.
Calem se
levantou, quase com dor nas costas.
— Por que
você não falou nada?
— Porque
estava divertido ver você tentando levar o Furfrou para o andar de baixo
sozinho. — respondeu ele com simplicidade.
Calem
esfregou as mãos na própria face, emitindo alguns sons, sem ao certo saber como
reagir.
— Charles,
já disse que eu odeio você? — resmungou, mal-humorado.
— Algumas
vezes. — admitiu o rapaz.
— Pois
saiba que eu realmente odeio você. — frisou ele.
Charlie
virou-se novamente para a escadaria, fazendo um sinal de desprezo com a mão.
— Boa sorte
então. — falou, começando a descer os degraus.
— Não.
Espere! — gritou Calem, sem resposta. — CHARLES, EU ORDENO QUE VOCÊ VENHA AQUI
ME AJUDAR!
Alguns
segundos de silêncio depois, Charlie subiu as escadas de volta.
— Ah, você
ordena? — confirmou. — Bem, nesse caso…
Charlie deu
alguns passos tranqüilos em direção ao garoto, virou-se, e abaixou as calças
repentinamente, mostrando os glúteos para Calem por alguns instantes, que foram
suficientes para traumatizá-lo. Em seguida puxou a calça de volta e desceu as
escadas rindo, enquanto ouvia seu “inimigo” reclamar.
— EU ODEIO
VOCÊ CHARLES STUART. — gritava Calem.
O rapaz
desceu as escadas rindo alto. Enquanto o fazia, sentiu algo se revirar de
dentro da sua mochila, até Thanos pular para fora e entrar em sua frente, o
impedindo de continuar o trajeto. Ficaram parados, e notou o Pokémon o
encarando com mais seriedade que o usual.
— Não fique
me olhando assim. — falou.
Charlie
tentou desviar e dar mais um passo, mas o Pokémon entrou em sua frente de novo.
Mais uma vez ficaram parados, se encarando.
— Ele não
vai morrer, é só um Furfrou. — disse, com simplicidade. — Uma hora ou outra ele
vai sentir fome e descer.
Uma terceira
vez tentou continuar andando, sendo novamente bloqueado.
— Ah, O.K.,
que saco. Você ganhou. — admitiu, e desceu correndo na companhia do Pokémon,
aparentemente indo buscar algo.
Odeio admitir, mas eu deveria ajudá-lo. O
Calem é um mala, mas às vezes ele não tem culpa por isso… É simplesmente o
Calem. Eu também deveria reconhecer que ele e Serena me fizeram grandes favores
nesse meio tempo, e que eu deveria retribuir. Até porque, de certa forma, eu
era culpado por algo horrível que acontecera com Serena.
Alguns
minutos depois Charlie subiu as escadas novamente, com algo em mãos. Parecia um
bolinho colorido e decorado, chamado de Poké Puff, normalmente não muito
saudável, mas cujos Pokémons adoravam. Calem ainda se encontrava no dilema para
controlar o Furfrou, até que o outro soltou um assovio agudo, atraindo a
atenção de ambos.
— Ei,
garoto, que tal um agrado? — sugeriu Charlie balançando o bolinho.
O Furfrou
foi correndo em direção ao garoto, que soltou o Poké Puff na boca da criatura.
Esta o comeu, satisfeita. Charlie o acariciou enquanto isso, sem qualquer
hesitação, e também sem receber sinais negativos do Pokémon.
— Bom
garoto. — falou.
Calem ficou
encarando a cena de longe, incrédulo.
— Que tipo
de técnica de encantamento de Pokémons é essa? Achei que assovios fossem só um
barulho irritante. — disse, se aproximando, mas sem chegar perto demais do
Furfrou.
— Também
tem outras utilidades. — admitiu. — Principalmente quando se está munido de um
doce.
Calem juntou
os lábios, tentando fazer o barulho. Concentrou toda a energia possível de seus
pulmões, mas tudo o que saiu foi uma chuva de saliva na direção de Charlie, que
colocou o braço para se proteger. Mais algumas tentativas foram necessárias
para que ficasse claro que ele não sabia assoviar.
— Um dia
você consegue. — falou, tocando o garoto para que ele parasse. — Vamos levá-lo
para baixo?
O rapaz
concordou, aliviado, e ambos desceram na companhia da criatura. O Furfrou foi
descendo à frente, e Calem parou de andar, chamando o amigo:
— Charles…
— fez uma pausa. Quando o outro o encarou nos olhos, ele disse: — Obrigado.
Charlie
sorriu para ele, com as sobrancelhas ainda arqueadas. Ambos desceram em
conjunto, desta vez sem intrigas. Até que Calem novamente abrisse a boca:
— E a
imagem dos seus glúteos vai ficar perturbadoramente na minha mente por um tempo.
— falou o garoto, incomodado.
— Acho que
estamos quites. — completou Charlie, lembrando-se do ocorrido no hotel de
Camphrier.
...
— Oh, meus queridos, não tenho como
agradecê-los!
O tio
abraçava o Pokémon com todas as suas forças, de forma que os olhos do Furfrou
quase pulassem para fora. Por um momento eles se arrependeram de ter levado a coitada
da criatura de volta para seu novo dono, e entenderam o motivo da tentativa de
fuga do Pokémon.
Pobre Furfrou.
— Me
perdoem por incomodá-los com essa maluquice! — falou, se levantando com
dificuldade. — Como vocês o encontraram?
— Foi só
atrair ele com um Poké Puff que ele desceu do andar de cima para cá. —
respondeu Charlie, orgulhoso.
O tio
inclinou a cabeça, curioso.
— Onde
vocês o conseguiram? O armário de bolinhos estava trancado… — ponderou.
Calem
fuzilou Charlie com o olhar, reconhecendo a fama do garoto, mas o outro
simplesmente disfarçou. O tio tocou o pescoço do Pokémon revelando uma nova
coleira.
— Agora
coloquei um guizo para saber onde ele está. — falou, tocando o sino, que fez um
barulhinho.
O movimento
do palácio diminuíra. Àquele horário as portas se preparavam para fechar,
finalizando outro dia de visitas. Os lustres se acendiam, revelando uma outra
face do palácio. Por um momento era como se as sombras das estátuas ganhassem
vida, revelando um batalhão de soldados prontos para uma guerra, enquanto os
gritos de batalha de guerreiros perdidos ecoavam ao longe. Era uma viagem de
cerca de trezentos anos ao passado.
— Não
querem passar a noite aqui, já que está escurecendo? — sugeriu o tio. — Sem
dúvidas há lugar para todos.
Os três
observaram ao longe a escuridão tomando as rotas vizinhas, que tornavam-se
assustadoramente obscuras. Se entreolharam, parecendo aquele um convite
adequado para o momento. Como não houve ressalvas, a menina pronunciou-se:
— Seria
ótimo, tio. — disse Serena.
Ele ficou
em silêncio por alguns minutos, até, em seguida, abraçá-los todos de uma só vez:
— Vocês
cresceram taaaanto!
Talvez não tenha sido uma ideia tão boa
assim…
Yo Halls!
ReplyDeleteFinalmente em dia! E disse que dessa vez eu não ia deixar acumular capítulos de novo, né? Então cá estou!
Cara, com certeza a parte mais chata de Pokémon X pra mim foi encurralar esse Furfrou! É praticamente do mesmo nível daqueles Pokémons da rota ao norte de Lumiose, que ficam cavando por baixo da terra, parecendo o Pernalonga, e aos poucos vão te cercando até que você não consiga escapar deles! E se você acha que é só dar "run" nas batalhas, taran! Um Trapinch com Arena Trap! OH GOD, WHY?
Cara, essa família Windsor cada vez mais me surpreende. O Louis conseguiu comprar o Parfum Palace! o_ô É até interessante comentar essa parada que você criou em torno desse ponto histórico como patrimônio cultural de Kalos, fazendo com que o dono tenha que deixar o palácio aberto a visitas. Boa sacada!
Agora eles vão pegar a estrada pra Ambrette, né? Cara, capricha na Muraille Coast! É uma das rotas mais legais de Kalos em termos de paisagem, então dá pra tirar uma inspiração bacana de lá!
Enfim, meu caro, acho que é isso. Foi mais um ótimo capítulo! Aos poucos vamos descobrindo Kalos por um outro ponto de vista, e cada vez mais vamos gostando dessa região.
Nos vemos! õ/
Hey Shadow!
DeleteNovamente, fico feliz de ver que você ficou em dia, e está curtindo a história, cara!
Essa parte de encurralar o Furfrou até que pra mim foi de boa (meio igual aquele Farfetch'd de HGSS), mas esses Pokémons que ficam te encurralando por baixo da terra são um saco mesmo HAUEHAUEHUAEH Aquela rota é infernal.
Tentei fazer essa parte do Parfum Palace um mesclado do próprio jogo com o palácio "da vida real", que bom que você curtiu! O vantajoso de lidar com localizações reais dentro do jogo são essas possibilidades, de misturar um pouco de tudo... E logo estaremos partindo para Ambrette sim! A Route 8 é realmente uma das mais lindas, cara. Não ficaremos muito tempo em Ambrette, mas essa passagem pela praia tem de tudo para ser bem agradável! Obrigado por tudo, cara, e até mais! õ/
Que capítulo divertido! Dei altas risadas com Calem e Charlie!
ReplyDeleteJá começarei elogiando o modo em que você descreveu o Palácio Parfum, deu para imaginar muito bem a beleza do local.
Outra coisa que me chamou bastante atenção foram as dicas e possibilidades para o futuro, além de diversas perguntas. Serena conversando com o tio sobre uma organização criminosa que está atras de dinheiro, isso me cheira a Equipe Flare, mas o que os dois não esperam é que a própria Serena já conheceu o líder dessa organização em pessoa e ele revelou estar interessado na garota. Corre menina! Corre! Que lá vem bomba!
Além disso, a parte em que a Serena desmaiou me fez criar milhares de teorias. O que foi aquela visão? Será passado? Presente? Futuro? Ou nada disso? Já que Serena teve uma visão será que ela tem poderes psíquicos que nem Olympia ou Sabrina? Ou será que eu estou viajando demais? E aquele homem loiro, será um personagem importante? Ou apenas um figurante?
É muita coisa para acontecer! E não ache que eu já esqueci da carta, o que será que tem nela? Se bem que eu acho que você vai nos tortura um pouco até revelar isso.
Foi um capítulo muito divertido com momentos muitos engraçados e que deu um gostinho do que estar para vim. Estarei esperando ansiosamente para os próximos capítulos, até mais!
Hey Zoroark!!
DeleteCara, agradeço pelos elogios, como sempre! Fico feliz de saber que vocês se sentiram dentro do palácio, fiz o possível pra tentar passar essa imagem... Considero o Parfum Palace um dos lugares mais bonitos do jogo, até pela fidelidade com o palácio oficial.
Suas perguntas serão respondidas com o tempo, pode deixar! Hauehaueh Mas achei legal você ter feito uma ligação com a Olympia e a Sabrina... Curiosas essas personagens, especificamente. Quanto ao moço loiro, acabou que foi um pequeno detalhe em meio à toda a confusão dentro do palácio... Mas vocês sabem o que eu penso dos detalhes! Huaehuah
Obrigado pelo comentário, Zoroark, e até a próxima! õ/
Cara,esse tio deles é que nem aquelas tias que gostam de apertar bochechas,a maior diferença é que é uma versão masculina!Realmente tenho dó do pokémon dele,boa sorte Furfrou,vai precisar...
ReplyDeleteMas bem,as nádegas de Charlie traumatizando Calem era algo que eu nunca imaginaria em toda minha vida!!É sério,isso é ideia para loucos!Mas bem,Serena aprendeu um pouco mais sobre sua região natal,enquanto Calem aprendeu uma das finalidades do assobio e boas causas para estar munido com doces!
Bem,é só e té mais!
Ass:
Supremo Líder da Ordem Da-Qual-Faz-Parte
Sir Naponielli
Yo Sir!
DeleteNem me fale daquelas tias que apertam as bochechas. O pior é que eu realmente me baseei nessa (terrível) referência! HAUEHAUEHHAUE Acho que todos temos uma tia assim, que a gente torce para não encontrar nos aniversários ou nas outras festas. O bom é que quando a gente vai crescendo isso diminui... Mas não no caso doi tio Louis! HAEUHAEUHAUH
Essa do Charlie foi novidade até para mim, praticamente KKKKKKK Acabei mantendo a ideia, e no final temos como resultado um Calem traumatizado. E de certo ele aprendeu mais sobre assobios (como sempre, na teoria, porque na prática ele sempre empaca)! HAUEHAUEHAE
Até mais, cara! õ/
Hey Haos!!!
ReplyDeleteEu sempre me surpreendo com a sua escrita fantástica, eu consigo imaginar a história como se tratasse realmente de um episódio do anime, com personagens completamente diferente - e muito melhores, por sinal.
Estou a sentir o mistério a aumentar cada vez mais. O que foi aquilo de Serena? Ela teve uma visão? E eu tenho uma teoria meio louca, quer ouvir? Todos sabemos que Charlie tem várias facetas, certo? E se ele fosse um infiltrado da Team Flare para ter acesso à familia de Serena e Calem? Ele pode estar fingindo este tempo todo... ou secalhar até nem está fingindo a parte do que sente pela Serena, o que tornaria as coisas muito mais interessantes!
Haos, por favor, continue com o trabalho excelente!!!
Bye!
Hey Ângelo!
DeleteCara, você sempre me deixa sem-graça com esses elogios! HUAEHUAEHAUE Muito obrigado!!
Achei muito interessante sua teoria! Como temos bastante coisa a tratar sobre o Charlie, só não vou poder confirmar nem refutar ainda! Mas foi uma análise muito boa. Afinal, levemos em conta que até o capítulo atual o Team Flare praticamente não apareceu, a não ser de maneira indireta. Continue mantendo a atenção na história, é tudo parte de um quebra-cabeças que aos poucos faz zentido!!
Obrigado pelo comentário, e até a próxima! õ/
e cá estou eu de novo, é hoje que eu me atualizo /o/ [ludmilla playing at the background QUE]
ReplyDeleteenfim
legal que aqui tá bem o clima que tu descreveu pro cap, oloco
isso charlie, entrega que tá escondendo coisa mesmo :v e mds não guarda a carta assim, era melhor já ter mostrado pra resolver qualquer que seja a treta dela >.>
SÓ TEM RICO NA SUA FAMILIA ASDHAUDHASUDHSAUDHSAUDHSAUD TIPO ISSO :'D
noss, quão ~excentrico será esse tio, até a doce serena fica meio (bem) pé atrás de visitá-lo .-.
apressa o passo mesmo antes que aqueles insetinho pule em você do nada (detesto forte esses bichinhos tbh (tho, seria mega engraçado o surto do calem se isso acontecesse ashdaudhasudasd))
essa reflexão do charlie a gente podia fazer um meme daqueles "quando tu tá curtindo a visita e se lembra do capitalismo e da exploração operária" (mas indeed sobre a parte de detalhes <33 )
só consigo pensar no calem se desinfetando depois desse abraço asduhasdushaudshaduas
história de kalos <33 (história em geral <33 )
"pokemon de rico" melhor definição não há :v (confissão: eu não simpatizava nada com esse poké, só capturei um depois de ter visto no anime, onde ele ganhou alguns pontos comigo)
— Você prefere ficar aqui abraçando ele? > ASDHAUDSHAUDHSADUAHS MELHOR MOTIVACIONAL PRA PROCURAR O BICHINHO
jardins realmente >>>>>>>>>>>>
(oe pera, aquela é uma estatua do yveltal na imagem??? (faria mais sentido do que o que tem no jogo tbh))
Será que alguma princesa também fora aprisionada pelo pai lá, algum dia? > não me faça fazer uma fic disso /q
(e agora fiquei com vontade de caçar umas fic de ancient kalos GREAT)
uma estátua do xerneas deve ser lindona mesmo *o* (tho colorida ficaria >>>>>>>>
"a vida..... *pausa dramática para apontar o senhor do caos* e a morte"
(mas gent realmente deram nem uma aula de mitologia pra garota, qorro (tho talvez fosse pra ela não sonhar ainda mais com sair e explorar isso tudo?? hm))
ETA COMASSIM A SERENA PASSOU MAL E ~VISÕES SÓ DE OLHAR A ESTATUA DO XERNEAS??? EITCHAAAAA
"eu já disse que estou bem" *faints*
noss loirinho, brigadão pela ajuda ein :v
— Óbvio que era eu quem tinha que encontrar o Furfrou > ASHDAUHDASUDHASUDHASUD INDEED SOCORR
ELE PEDINDO AJUDA AO NEAL ASDHADUAHSDUASHDUASHDU VAI DAR RUIM, MIGS
É POR ISSO QUE PREFIRO SENHOR PEIXE ASHDAHDASHDSADHISADHASIDSAD URREI
O BICHO SE OFENDEU COM PULGUENTO EIN (até pq duvido que tenha uma pulga sequer nesse lugar /q)
noss se aquele tio chato descobre que serena minimamente se indispos, vai usar como argumento pra trancá-la em casa pra sempre ¬¬
eta, já temos menções a certas equipe, hmmmmm
kkkkkk pior que ela sabe, tio, ela sabe :'D
O CHARLIE SÓ OBSERVANDO O TOUR MICAO DO CALEM ASDHASUDHASUDHASUDHASUDHSAUDHSAUDHAUSDH
ASDHASUDHSADUASHDUSAHDSAUDHSAUDHAS O CHARLIE MDS ASUDHSAUDSAUDHSAUDHAS O CALEM VAI MATÁ-LO NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE
O THANOS PONDO MORAL SOCORR ASDHSAUDHASUDHASUD AMO ELE
comassim esses bolinhos não são saudaveis, entupi meus pokes disso, os bichinho devia estar morrendo então /q
deu pra sacar mesmo pq o coitado tava fugindo ashdausdhasudhasd
não existe lugar trancado na presença de charles stuart :v
ASDHAUSDHASUDHSAUDHAS MAGINA A DESPEDIDA PELA MANHÃ /Q
AHEUAHEUAHEUAHEUAEH ESSE MEME DO CHARLIE QUE VOCÊ COMENTOU SERVIRIA TÃO PERFEITAMENTE NESSE CAPÍTULO
DeletePosso dizer que também achei meio sem nexo o Reshiram e o Zekrom no jardim do game? -q Acabei modificando por conta do enredo, mas achei que ficou um pouco mais coeso assim, com as lendas de Kalos Huaehaue
Também tive a mesma imagem do Charlie com relação ao Furfrou, e pra ser sincero não cheguei a ver como o anime trabalhou com isso (mas agora fiquei curioso -q). Acho que é um Pokémon que permite várias possibilidades, e com certeza teremos mais aparições deles em outros capítulos. Não sei se isso fará você gostar mais ou menos do bichinho :v HUAEHUAEH (E nada como uma briguinha Charlie X Calem pra manter a rotina, né? -QQ)
A família Windsor é muito divertida mano, eu não me surpreenderia se todos os pontos turísticos de Kalos pertencessem a eles kkk Essa é uma sem sombra de dúvidas uma das regiões mais bonitas para se explorar, ele tem o ar requintado e nobre da Europa, por isso não é estranho se deparar com castelos. Você mistura isso muito bem ao Mundo Pokémon, como o detalhe do Milotic de ouro retratado como um monstro marinho pelos marinheiros de antigamente, ou então das estátuas de Yveltal e Xerneas. Você segue a história e ainda respeita a região, cara. Essas pequenas coisas nos fazem mergulhar de volta no universo Pokémon.
ReplyDeleteO time do Calem vai ser tão lindo, mano kk Depois preciso parar pra ler tudo da Royal Emperium e me atualizar com seus desenhos. A cena do OLHA MEU PEIXE foi tão marcante que até hoje zoamos ela, mas e quando o Senhor Peixe virar um Gyarados matador, hein? Espero que o bullying continue kkkkk
Eu vivi para ver uma piada de Pum Palace kkkkk Parfum Palace é um nome foda por si só porque até pra falar você tem que fazer um biquinho HAHA Furfrou e Calem, melhor dúvida. Eu tenho a constante impressão de que uma hora os Pokémon vão falar, mas é sempre o Charlie, acho que convivi tempo demais com Pokémons falantes!
Eu nem posso zoar os tios e tias que ficam falando: "Como vocês cresceeeeeeram" na família, porque hoje eu sou o tiozão velho da Aliança que fica lendo as fanfics dos mais novos e repetindo: "Como você cresceeeeeeeu, te carreguei no colo quando Ethron ainda existia!" kkkkkk Melhor cena, mano. Me diverti pra caramba nesse capítulo!
Confesso que uma das minhas coisas favoritas na hora de escrever é descrever essas paisagens e pontos do mundo Pokémon, cara! Sério, gosto de ficar andando pelo jogo imaginando a paisagem, e geralmente busco um pouco também sobre o lugar original da França que originou os criadores. Tento sempre trazer esse misto da beleza do nosso mundo com essa magia do mundo Pokémon. É uma das minhas partes favoritas da fic, e fico feliz que também crie uma descrição agradável para quem está acompanhando!
DeleteAUSHDIUASH E nem me fale, às vezes sinto que eu sou o tio que comenta com as crianças que elas estão crescidas :''D Nem posso falar muito do tio Louis mais AHSUDHASU Fico feliz que o capítulo tenha sido divertido, é um daqueles episódios que não acontece tanta coisa decisiva para o enredo, mas gosto muito dele por todo esse clima de descontração e a exploração de lugares novos. Eu não via a hora de passar pelo Parfum Palace, e espero que tenha sido uma experiência boa pra quem acompanhou tanto quanto foi pra mim! :D