Apr 2, 2016

Capítulo 15



Capítulo 15
O Furfrou Desaparecido


Nuvens grossas atravessavam o céu, cortando o sol em alguns momentos. A manhã mais parecia um triste final de tarde, estando ainda mais fria que o clima de Kalos já costumava ser. Uma chuva poderia cair a qualquer momento, mas isso não seria motivo para atrasar o trio, que já se preparava para continuar a estrada, deixando Camphrier para trás.
Calem acertava as últimas despesas no balcão do hotel, enquanto Serena terminava de guardar seus pertences no quarto, ainda que não fossem muitos, e tampouco estivessem espalhados. Charlie fazia o mesmo com suas coisas, enquanto Thanos jazia sentado encarando a paisagem pela janela. A neblina impedia que visse muito longe de onde estavam. Era bem cedo, mas havia um movimento considerável entre os moradores, e inclusive alguns turistas indo atrás de pontos históricos da cidade — entre eles, treinadores.
Charlie revirou sua pequena bolsa, checando se algo faltava — dificilmente faltaria, pois, dos três, era o que menos carregava coisas. — e deparou-se com aquela mesma carta endereçada para Serena. Fitou o envelope discretamente por alguns momentos, e seus pensamentos esvoaçaram pela mente, como um vendaval que espalha as folhas das árvores pelo chão.
— Já terminou?
Serena trouxe-o de volta à realidade, de forma que este levasse um pequeno susto. Eles se encararam por alguns momentos — ela com um olhar doce e inocente, ele ainda meio em choque.
— De guardar suas coisas... Já terminou? — especificou a pergunta, podendo jurar que o viu sentir-se mais aliviado.
— Já sim, princesa. — respondeu, por fim, fechando a mochila com a carta dentro sem que ela visse. — Vamos descendo.
...
Os muros de Camphrier aos poucos iam tornando-se parte puramente da paisagem de fundo. Serena passara uma última vez pela casa do pintor, dando a oportunidade que seu novo Pokémon fizesse uma despedida, e após Calem comprar alguns itens importantes no Centro Pokémon, seguiram pela Rota 7.
Bastaram poucos metros para que encontrassem um obstáculo: uma bifurcação. Uma das alternativas era seguir reto pelo caminho em que já estavam, enquanto o outro trajeto, cerca de 45 graus à direita, também poderia ser acessado. O trio parou, ponderando as possibilidades, quando Charlie assumiu a frente, analisando:
— Para esse lado, continuamos a rota. Para aquele — Charlie virou-se na outra direção. — vamos à Rota 6, onde tem aquele palácio famoso.
— O Parfum Palace…? — indagou Serena, puxando um cartão postal com uma foto do lugar de dentro de sua bolsa.
Ela estendeu a foto para Charlie, que a observou atentamente. A imagem mostrava um imenso palácio, cujo tom predominante era dourado. Ele assentiu com a cabeça.
— Isso, esse mesmo. — concordou ele. — É uma mansão de um ricaço, que é tão ricaço que deixa aberto para visita só pra mostrar como ele é ricaço.
Calem analisou a foto também, e levando em conta que estava com Serena, ele a fitou:
— Serena, — chamou, com um tom de incerteza. — esse não é o…
— O palácio do tio Louis. — concordaram os dois em uníssono.
Charlie soltou um berro.
— O QUÊ? O DONO DESSE LUGAR É TIO DE VOCÊS? SÓ TEM RICO NA SUA FAMÍLIA, É ISSO? ESSE MUNDO É COMPLETAMENTE INJUSTO! — praguejou, andando para os lados.
Os primos se entreolharam, um tanto hesitantes. A menina tentou consertar:
— Charlie, não fale assim. — pediu. — Até porque não somos exatamente próximos desse tio, na verdade… — disse Serena, tímida, balançando as mãos para acalmar o amigo.
— Digamos que ele é um tanto quanto… Excêntrico. — continuou Calem. — E na verdade o palácio não é dele, o Parfum Palace é um patrimônio histórico de Kalos, nosso tio apenas obteve sua posse. — explicou. — Então deve mantê-lo sempre aberto para visitas.
— Foi assim com todos os proprietários anteriores. — concordou Serena.
Charlie refletiu por um momento. Em seguida, continuou andando.
— Nesse caso, vamos visitá-lo. — decidiu.
Serena e Calem entraram em sua frente, impedindo sua passagem.
— Charles, você não sabe onde está se metendo. — disse Calem.
— Será que não podemos tentar o outro caminho? — pediu Serena, com as palmas das mãos juntas.
Charlie desviou de ambos, continuando seu trajeto.
— Vocês me devem essa. Vamos para o Pum Palace, sim.
— Parfum. — corrigiu-o Calem.
— Que seja.
Ambos suspiraram, concordando.
Seguindo pelo outro trajeto — que levava ao suposto palácio. — a paisagem tornava-se diferente. A vegetação ficava mais densa, e imensas árvores margeavam um caminho de terra. Suas copas eram tão vastas e tão altas que encobriam os finos raios de sol restantes, tornando o percurso escuro. À sua volta, atrás dos troncos, podia-se ver uma grama alta, onde vez ou outra ouvia-se o som desta mexendo, combinada ao som de risadas de treinadores que batalhavam pelas redondezas. Calem apertou o passo, um tanto desconfiado com aquele ambiente, de maneira que Charlie não conseguira disfarçar uma risada.
Após um certo tempo de caminhada era possível avistar a claridade novamente, com as árvores já chegando ao fim. Agora a paisagem era de um extenso campo verdejante com arbustos, mas com uma grande construção chamando a atenção naquele espaço. Em determinado ponto, a terra e a grama davam espaço para um chão ladrilhado preto e branco, com postes de visual antigo o contornando.
Muros baixos de pedra tinham algumas esculturas entre as grades de metal sobrepostas, e entornavam o palácio por inteiro, com exceção de um grande portão na entrada. Quando se aproximaram deste, um dos guardas que rondavam o local os barrou, exigindo uma taxa para a visita. Calem desembolsou a quantia, e seguiram em frente.
A entrada ainda era metros adiante, mas as paredes do lugar contornavam o caminho até ela. As paredes douradas brilhavam à luz dos finos raios de sol daquela manhã, dando-lhe um aspecto até mesmo místico. As grandes janelas davam vislumbres dos extensos andares do palácio. Estátuas de mármore se dispunham ao longo da residência, formando a imagem de figuras importantes da história de Kalos. 




O fato de Calem e Serena morarem em uma imensa mansão não os impediu de ficarem boquiabertos com a beleza histórica daquele lugar. Quando se aproximaram da entrada, viram portas de ouro, com minuciosos desenhos de lendários a decorando. Cada pequeno detalhe era surpreendente.
Uma coisa que eu sei, por ter vivido em Lumiose: As pessoas, hoje, são imediatistas. Não existe uma preocupação muito forte com os detalhes — o que eles querem é levantar prédios, o mais rápido possível, e para o maior número de pessoas possível. Cara, esses castelos são totalmente o oposto: podem ter levado décadas, porém cada detalhe é importante. Claro, um excesso de luxo e ostentação feito às custas da exploração dos outros, na minha opinião, mas não nego que são surpreendentes.
Ao entrar, depararam-se com um imenso hall. O piso feito de pedras era da cor de tijolo, de onde subiam paredes predominantemente rubras, ornamentadas por pilares claros, onde no topo jaziam estátuas de ouro de Pokémons que lutaram em guerras passadas — principalmente Bisharps. No topo, o teto era todo desenhado, com imagens de lendas antigas da região de Kalos. Havia caminhos para todas as direções, que levavam aos quartos do palácio.
Um senhor recepcionava alguns dos visitantes. Era um tanto alto e tinha uma generosa barriga, impedida de parecer maior devido à sua camisa azul celeste de marca abotoada até em cima. Os cabelos já lhe faltavam em alguns pontos da cabeça. Estava em torno de seus cinquenta anos, e dava gloriosas risadas, que chamavam a atenção dos outros. Quando avistou Serena e Calem, os fitou por alguns instantes, e interrompeu a pessoa com quem conversava para vê-los.
Ooh, meus sobrinhos! — exclamou, falando tão alto que os outros ao redor levaram um susto. — Finalmente resolveram me fazer uma visita! Há quantos anos peço para que façam isso, mas o Stevan não permite!
— Nem me fale, tio. — disse Serena, tímida.
— Como você cresceu, querida! — falou, a abraçando. Um abraço sufocante e não muito agradável, no qual ela conseguia sentir as axilas molhadas de seu tio.  — Mil desculpas por não poder ter ido à sua festa de aniversário, eu estava em uma reunião importante, não pude presenteá-la!
— Não tem problema. — disse a menina, retomando o fôlego.
— E você, Calem, nem recebeu um abraço ainda! — falou, abraçando o rapaz. — Quase que você me escapa, ho ho ho.
— Pois é. Quase... — comentou o garoto, tentando respirar.
Charlie já deu um passo para trás e estendeu a mão para cumprimentá-lo, antes que recebesse um abraço também. O menino virou-se para os lados, admirando novamente o lugar e só então reparando como estava cheio de turistas e visitantes, conversando ou fotografando. Havia até uma excursão com crianças.
— Tem muitas pessoas aqui, visitando. — observou.
— O Parfum Palace tem mais de trezentos anos, meus queridos. — ponderou o tio. — É um ponto histórico de Kalos, construído por um rei de grandessíssimo poder.
— Posso perceber. — observou Calem, olhando para os lustres que iluminavam o quarto em conjunto à luz natural provinda das janelas.
— Eu não imaginava que Kalos tinha tantos castelos. — comentou Serena.
Oh, a história de nossa região é riquíssima, minha sobrinha. Repleta de guerras, revoluções e grandes reinados! — disse Loius, animado. — É uma imensa responsabilidade manter a ordem deste palácio, mas vale a pena.
A menina avançou um pouco, tendo sua atração atraída por uma estátua grande, duas maior que ela mesma. Era uma figura moldada em ouro, com forma serpentina. Tinha escamas em sua parte inferior, e dispunha-se quase enrolada. A expressão tinha um ar de magnificência. Ela encarou aquela criatura feita de metal, admirada.
— É um Milotic. — explicou-lhe o tio, vendo seu interesse. — Tido como o Pokémon mais belo de todos. No passado era, talvez quase um mito entre os navegadores. Hoje sabemos que é um Pokémon de verdade, apesar de raro. — observou.
— É mesmo lindo. — comentou ela, com os olhos curiosos.
O homem por um instante parou para observar à sua volta, trocando sua expressão de divertimento por algo que próximo ao desespero. Soltou um grito, que novamente atraiu atenção de todos, assustados:
Oh, céus!!
— O que houve? — indagou a garota.
— Meu novo Furfrou… — dizia o senhor, enquanto continuava rondando o olhar pelo ambiente. — Ele sumiu!
— O que é um Furfrou? — perguntou Calem.
Antes de explicar, o tio puxou uma foto de seu bolso com certa dificuldade. A figura amassada mostrava um Pokémon canídeo, cujo pelo branco espalhado ocupava tanto seu corpo que seus olhos quase ficavam escondidos, assim como seu esguio focinho.
— Pokémon de rico. — murmurou Charlie baixinho, lembrando de ter visto alguns da mesma espécie transitando pelas ruas de Lumiose.
— O palácio é enorme, ele com certeza deve estar em algum lugar aqui dentro. — disse Serena, tentando tranquilizar seu tio.
— Mas onde? Onde? — indagava ele, até mesmo ofegante, com as mãos na cabeça.
Sem uma resposta na ponta da língua, ela tocou-lhe o ombro:
— Continue recepcionando as pessoas, que nós o procuraremos, certo?
O homem assentiu, ainda abalado, tentando se controlar. Algumas pessoas se aproximaram dele e o ajudaram, enquanto o trio se afastava para um canto um pouco menos movimentado do hall. Serena fitou novamente a foto do Furfrou, como se decorasse sua aparência antes de qualquer outra coisa.
— O que nós temos a ver com o bichinho de estimação do nosso tio? — questionou Calem, emburrado.
— Você prefere ficar aqui abraçando ele? — indagou Charlie.
Calem ponderou por um momento.
— Bom argumento.
Serena olhou à sua volta:
— Vamos marcar aqui, em frente à estátua, nosso ponto de encontro. — falou, apontando com a cabeça para o majestoso Milotic de ouro.
— Serena, você procura no jardim. Charles, você procura no térreo. Eu irei para o segundo andar — esquematizou mentalmente Calem.
Sem qualquer outra palavra dita, os três se separaram. Charlie e o outro viraram à direita no primeiro corredor, o último seguindo até uma escadaria. Serena seguiu em frente, notando corredores longos por ambos os lados, e um grande portão aberto no centro, na mesma direção da entrada. Avançou por ele, e a claridade lhe atingiu novamente.
Nas vezes em que ouvira falar sobre o Parfum Palace, certamente havia alguma associação com seu jardim. Agora a menina entendia o motivo: não conseguia definir com o olhar seus limites, mesmo olhando o mais longe que podia. Via diversos tipos de plantas, desde arbustos altos a gramíneas, todos artisticamente aparados, formando desenhos algumas vezes. Um grande contingente de pessoas admirava a beleza do ambiente.
A menina atravessou uma ponte, passando por um lago imenso de água cristalina, possivelmente artificial, entre o jardim e o palácio. O que chamava a atenção eram estátuas de pedra, postas uma de cada lado, de algum guerreiro, que Serena não sabia definir ao certo quem era. Em torno do lago, uma vegetação de árvores organizadas por tamanho.



Serena permaneceu por alguns momentos observando o lugar. Óbvio que preferia a beleza da natureza, mas o local que mais a fascinava em sua mansão era o jardim. Logo, se deparar com um ainda maior era de tirar o fôlego. Será que alguma princesa também fora aprisionada pelo pai lá, algum dia?
O chão de terra não tinha uma direção definida, mas o melhor caminho era o que direcionava a uma fonte — embora houvesse ainda várias outras, dispersas. Ela olhou discretamente para trás, vendo a parede dourada do palácio com uma sacada que direcionava diretamente para o jardim. Pilares com estátuas de Dratinis jorravam jatos de água.
Tentando focar novamente, ela virou-se de volta e procurou com os olhos por algo suspeito, como o Furfrou, mas havia apenas outras pessoas admirando a beleza natural para se divertir e tirar fotos. A menina teve de caminhar alguns minutos, sem destino certo, procurando pelo Pokémon perdido, até parar novamente.
Desta vez deparou-se com uma estátua ainda maior, apoiada em uma base também feita de pedras, mas estas enegrecidas. O formato era de uma espécie de cervo, com chifres cujas ramificações assumiam diferentes direções incertas. Ela parou para observá-la, assim como algumas pessoas à volta que também o faziam.
— As estátuas são alguns dos fatores que mais chamam a atenção no palácio…
Serena virou-se para onde ouvira a voz, deparando-se com um homem alto, de longos cabelos louros, e pele clara. Ele não a encarava, pois seus olhos focavam na estátua.
— Quem é? — indagou ela, virando-se de volta.
— Você não os conhece? — indagou, com certo tom de surpresa, e talvez um pouco de deboche. — São grandes lendas de nosso continente. A vida… — fez uma pausa, apontando em seguida para longe. — E a morte.
Ela semicerrou o olhar para conseguir olhar longe, onde este apontava, notando a presença de outra estátua bem ao longe, do outro lado do jardim. Contudo, não conseguia definir ao certo sua aparência, conseguindo deduzir apenas uma silhueta com formato de “Y”.
A garota voltou a observar a estátua mais próxima. Os olhos daquela criatura pareciam encará-la de forma até mesmo ameaçadora — afinal, a estátua de uma lenda de metros de altura consegue intimidar qualquer um. Após alguns instantes, foi como se alguma dor de cabeça repentina a tivesse afetado. Por algum motivo seu cérebro assimilou imagens de batalhas, alternadas com outras totalmente opostas: uma serena natureza, especialmente uma árvore de frutos coloridos. Alguém tentava se aproximar de seus galhos.
A menina sentiu uma pontada de tontura, como se sua visão ficasse turva e seu senso de equilíbrio sumisse momentaneamente, a fazendo ameaçar cair. O homem, de supetão, tentou segurá-la.
— Você está bem? — indagou, instintivamente.
— Acho que estou, sim. — falou ela, com uma voz frágil, tentando não preocupá-lo.
— Alguém, por favor, chame ajuda! — gritou uma moça, vendo a cena, enquanto o homem a deitava no chão. Serena sentiu os olhares virando para si. Ela odiava isso.
— Eu já disse que estou bem, senhor… — falou, mas seu corpo não respondia às suas ações.
Seus olhos tentavam resistir, mas era como se um sono forte a atingisse. A luz do sol era intensa demais, e silhuetas de pessoas a rondavam, curiosas. Alguns agachavam para socorrê-la, enquanto seus olhos fechavam, e sua última visão era a do homem louro, que se destacava na multidão, com uma expressão neutra deixando o lugar.
...
Calem caminhava pelo segundo, que estava consideravelmente vazio. Ele notou uma pequena placa escrita “Corredor dos Espelhos” e avançou até onde ela indicava.
Chegou até um largo e curioso corredor. De um lado, portais intercalados por pilastras que levavam a uma sacada de pedra, com uma vista privilegiada para o imenso jardim. Do outro, espelhos posicionados na mesma direção dos portais, conferindo uma reflexão que criava a impressão de que aquele lado da parede também era aberto. O teto em formato cilíndrico tinha candelabros dourados iluminando o piso cor de barro.


Ele caminhou, admirado, vendo seu reflexo não apenas nos espelhos, como também na vidraria polida que ornamentava o caminho. Até notar que não estava sozinho. Ao longe, uma criatura quadrúpede e quase de seu tamanho, felpuda, coçava a cabeça com as patas. A imagem era familiar.



— Óbvio que era eu quem tinha que encontrar o Furfrou. — suspirou Calem, sem qualquer surpresa.
Ele olhou para os lados, à procura de alguém, mas estava sozinho.
— O que eu faço agora…?
Deu mais um passo, e notou o Pokémon o encarando, de forma que sentisse um leve arrepio. Puxou um folheto informacional disposto próximo de onde estava e o amassou, formando uma bolinha. Em seguida, estendeu o objeto em direção à criatura, a alguns metros de distância, oferecendo com a voz meio trêmula:
— Vem pegar.
Em seguida atirou a bola de papel alguns metros adiante, notando que o Furfrou não movera sequer um músculo.
— Acho que só funciona com ossos mesmo… — balbuciou.
Mais uma vez olhou à sua volta, tentando gritar:
— Serena! Charles! Tio! — mas só ouviu o eco de sua voz. — Alguém?
O Pokémon, então, levantou-se e deixou o corredor, seguindo para outro, com quartos que talvez tivessem sido usados para serviçais no passado, em suas origens. Calem o seguiu, tentando impor ordens.
— Vamos logo, venha para baixo. Não tem nada para você fazer aqui em cima. Vamos, desça. — falou, com a voz mais firme que pôde.
O Furfrou nem mesmo o encarou, apenas continuou caminhando normalmente. Empurrou uma porta entreaberta, indo para um dos quartos. Calem correu para alcançá-lo. Não conseguiu disfarçar surpresa ao observar o quão bem conservada estava aquela acomodação. Alguns quadros se distribuíam pelas paredes avermelhadas, enquanto uma cama grande com dossel estava no centro de uma das paredes. Até alguns móveis de mogno e a vidraria estavam bem conservados.
A criatura mexeu em uma espécie de guarda-roupas, puxando com a boca algumas vestimentas antigas.
— Não mexa aí!
Após soltar, as roupas caíram no chão. Eram vestes claramente bem diferentes das atuais, mas que resistiram ao tempo, e que não deveriam estar jogadas. O Pokémon seguiu para a porta, e Calem instintivamente desviou, deixando-o escapar para outro quarto. O rapaz pegou sua Pokébola do bolso, atirando-a:
— Larvitar. Eu o imploro, não sei o que fazer para esse Pokémon descer. Você precisa me ajudar.
O Pokémon por si só fez uma expressão não muito agradável, como já era costumeiro. Contudo, virou-se e viu a imagem de um inocente Furfrou mastigando cortinas de uma janela, o que o fez suspirar e se recusar a ajudar seu treinador.
— É por essas e outras que eu prefiro o Senhor Peixe. — falou o garoto, retornando-o para a esfera.
Calem permaneceu encarando o Pokémon, de longe:
— Vamos lá, Calem, pense. Os humanos colonizaram o planeta e dominaram os Pokémons. Você consegue levar um Pokémon pulguento para o andar de baixo sozinho. — convenceu-se.
O Pokémon soltou um latido, e o garoto pulou para trás.
...
— Minha querida, você está bem?
Serena abriu os olhos lentamente, notando um teto alto repleto de figuras desenhadas. Um lustre brilhante jazia pendurado bem no centro, iluminando com intensidade suficiente para que ela o tampasse com a mão, ainda recuperando consciência. Sentiu com as mãos que estava em uma cama — uma muito confortável, aliás. — e notou a presença de seu tio, bem perto. Alguns empregados do palácio pareceram ficar aliviados ao vê-la acordando.
— Estou, tio. — falou ela, levantando a cabeça devagar. Ele a ajudou.
Oh, se seu pai descobre que você desmaiou, bem quando me visitava… — ponderou ele.
— Não, tio. — falou a menina de prontidão. — Nem precisamos contar para ele. Acho que comi pouco, e foi uma longa caminhada até aqui. Minha pressão deve ter baixado, só. Nada para se preocupar, de verdade.
Ele assentiu com a cabeça, e ambos ficaram em silêncio, sentados sobre a cama. Os trabalhadores voltaram para suas funções. Ela sentiu um clima desconfortável, e que deveria falar algo para quebrá-lo. Contudo, nada lhe veio à mente. Por sorte, antes que pudesse tentar algo inútil, seu tio quem se pronunciou.
— Estou pensando em passar o palácio adiante, sabe, querida? — refletiu Louis, com certa seriedade incomum a ele.
— Por quê, tio? — perguntou ela, apertando os olhos. — Ele é tão maravilhoso…
— Isso é inegável — concordou ele, jogando-se para trás. — mas fico preocupado… Ouvi falar sobre uma organização que está atuando sobre Kalos nos últimos meses…
A menina inclinou a cabeça, intrigada.
— Que tipo de organização?
— Eu não sei ao certo. — admitiu. — Até onde sei, estiveram atrás de pessoas… Com um pouco mais de poder aquisitivo.  — falou, como se buscasse palavras.
Aquela afirmação não parecia estranha a Serena, por algum motivo.
— Não sei o que procuram, mas o palácio é um chamariz para alguém que procura itens de valor. Então me coloca em risco. — completou. — Ainda não sabemos a força deles, mas tome cuidado, minha querida. Você, tão linda, não sabe que tipo de coisas ruins esse mundo reserva.
— Posso imaginar. — respondeu a menina, baixinho, lembrando-se de alguns dos ocorridos nas últimas semanas.
— Sem mencionar que, como progênie do Stevan, és um alvo para qualquer organização. — falou o senhor, por fim.
— Estou ciente disso, tio. — assentiu ela, inocente. — Mas pode ficar tranquilo, nós sempre tomamos cuidado. — e sorriu.
Ele a observou por alguns instantes, até puxá-la para um outro sufocante abraço.
— Você está tão crescida, mal posso acreditar que é aquela mesma garotinha!
...
— Eu lhe dou todo o meu dinheiro no bolso se você for para baixo.
À essa altura, Calem já estava sentado no chão, — coberto com um pequeno lenço descartável. — com as mãos apoiando na cabeça. Suava, e sua voz já beirava um tom de desespero e súplica. Estava no corredor, observando o Furfrou dentro de um dos cômodos brincando com algum artefato de valor como se fosse um brinquedo qualquer.
Ele foi para outro quarto, e Calem o seguiu, arrastando-se. Nesse outro, reparou algo de novo. Não havia quase nada além de algumas estátuas como as dos andares de baixo. Contudo, entre dois pilares dourados, estava preso um quadro imenso, ocupando quase toda a parede oposta à porta. Era o retrato pintado de alguém pomposo e bem-vestido para sua época. O rapaz não sabia dizer quem era, mas supôs tratar-se do rei que construíra o palácio. Ficou por alguns momentos fitando o retrato, até que o Pokémon  passou na frente de sua visão, jogando o seu “brinquedo” para pegá-lo de novo.
— E o cartão de crédito também. — ofereceu o garoto, em vão.
— Eu não quero nada de você.
Calem sentiu um arrepio, encarando o Pokémon com firmeza. Ele havia… Falado algo?
Foi quando, após alguns segundos, ouviu uma risadinha discreta e conhecida. Virou para o lado, mirando o fim do corredor, e deparou-se com Charlie rindo, apoiado no corrimão de forma folgada e descontraída.
— Como você faz isso? — indagou, perturbado. — E há quanto tempo você está aí?
— Acabei de chegar... Há uns trinta minutos.
Calem se levantou, quase com dor nas costas.
— Por que você não falou nada?
— Porque estava divertido ver você tentando levar o Furfrou para o andar de baixo sozinho. — respondeu ele com simplicidade.
Calem esfregou as mãos na própria face, emitindo alguns sons, sem ao certo saber como reagir.
— Charles, já disse que eu odeio você? — resmungou, mal-humorado.
— Algumas vezes. — admitiu o rapaz.
— Pois saiba que eu realmente odeio você. — frisou ele.
Charlie virou-se novamente para a escadaria, fazendo um sinal de desprezo com a mão.
— Boa sorte então. — falou, começando a descer os degraus.
— Não. Espere! — gritou Calem, sem resposta. — CHARLES, EU ORDENO QUE VOCÊ VENHA AQUI ME AJUDAR!
Alguns segundos de silêncio depois, Charlie subiu as escadas de volta.
— Ah, você ordena? — confirmou. — Bem, nesse caso…
Charlie deu alguns passos tranqüilos em direção ao garoto, virou-se, e abaixou as calças repentinamente, mostrando os glúteos para Calem por alguns instantes, que foram suficientes para traumatizá-lo. Em seguida puxou a calça de volta e desceu as escadas rindo, enquanto ouvia seu “inimigo” reclamar.
— EU ODEIO VOCÊ CHARLES STUART. — gritava Calem.
O rapaz desceu as escadas rindo alto. Enquanto o fazia, sentiu algo se revirar de dentro da sua mochila, até Thanos pular para fora e entrar em sua frente, o impedindo de continuar o trajeto. Ficaram parados, e notou o Pokémon o encarando com mais seriedade que o usual.
— Não fique me olhando assim. — falou.
Charlie tentou desviar e dar mais um passo, mas o Pokémon entrou em sua frente de novo. Mais uma vez ficaram parados, se encarando.
— Ele não vai morrer, é só um Furfrou. — disse, com simplicidade. — Uma hora ou outra ele vai sentir fome e descer.
Uma terceira vez tentou continuar andando, sendo novamente bloqueado.
— Ah, O.K., que saco. Você ganhou. — admitiu, e desceu correndo na companhia do Pokémon, aparentemente indo buscar algo.
Odeio admitir, mas eu deveria ajudá-lo. O Calem é um mala, mas às vezes ele não tem culpa por isso… É simplesmente o Calem. Eu também deveria reconhecer que ele e Serena me fizeram grandes favores nesse meio tempo, e que eu deveria retribuir. Até porque, de certa forma, eu era culpado por algo horrível que acontecera com Serena.
Alguns minutos depois Charlie subiu as escadas novamente, com algo em mãos. Parecia um bolinho colorido e decorado, chamado de Poké Puff, normalmente não muito saudável, mas cujos Pokémons adoravam. Calem ainda se encontrava no dilema para controlar o Furfrou, até que o outro soltou um assovio agudo, atraindo a atenção de ambos.
— Ei, garoto, que tal um agrado? — sugeriu Charlie balançando o bolinho.
O Furfrou foi correndo em direção ao garoto, que soltou o Poké Puff na boca da criatura. Esta o comeu, satisfeita. Charlie o acariciou enquanto isso, sem qualquer hesitação, e também sem receber sinais negativos do Pokémon.
— Bom garoto. — falou.
Calem ficou encarando a cena de longe, incrédulo.
— Que tipo de técnica de encantamento de Pokémons é essa? Achei que assovios fossem só um barulho irritante. — disse, se aproximando, mas sem chegar perto demais do Furfrou.
— Também tem outras utilidades. — admitiu. — Principalmente quando se está munido de um doce.
Calem juntou os lábios, tentando fazer o barulho. Concentrou toda a energia possível de seus pulmões, mas tudo o que saiu foi uma chuva de saliva na direção de Charlie, que colocou o braço para se proteger. Mais algumas tentativas foram necessárias para que ficasse claro que ele não sabia assoviar.
— Um dia você consegue. — falou, tocando o garoto para que ele parasse. — Vamos levá-lo para baixo?
O rapaz concordou, aliviado, e ambos desceram na companhia da criatura. O Furfrou foi descendo à frente, e Calem parou de andar, chamando o amigo:
— Charles… — fez uma pausa. Quando o outro o encarou nos olhos, ele disse: — Obrigado.
Charlie sorriu para ele, com as sobrancelhas ainda arqueadas. Ambos desceram em conjunto, desta vez sem intrigas. Até que Calem novamente abrisse a boca:
— E a imagem dos seus glúteos vai ficar perturbadoramente na minha mente por um tempo. — falou o garoto, incomodado.
— Acho que estamos quites. — completou Charlie, lembrando-se do ocorrido no hotel de Camphrier.
...
Oh, meus queridos, não tenho como agradecê-los!
O tio abraçava o Pokémon com todas as suas forças, de forma que os olhos do Furfrou quase pulassem para fora. Por um momento eles se arrependeram de ter levado a coitada da criatura de volta para seu novo dono, e entenderam o motivo da tentativa de fuga do Pokémon.
Pobre Furfrou.
— Me perdoem por incomodá-los com essa maluquice! — falou, se levantando com dificuldade. — Como vocês o encontraram?
— Foi só atrair ele com um Poké Puff que ele desceu do andar de cima para cá. — respondeu Charlie, orgulhoso.
O tio inclinou a cabeça, curioso.
— Onde vocês o conseguiram? O armário de bolinhos estava trancado… — ponderou.
Calem fuzilou Charlie com o olhar, reconhecendo a fama do garoto, mas o outro simplesmente disfarçou. O tio tocou o pescoço do Pokémon revelando uma nova coleira.
— Agora coloquei um guizo para saber onde ele está. — falou, tocando o sino, que fez um barulhinho.
O movimento do palácio diminuíra. Àquele horário as portas se preparavam para fechar, finalizando outro dia de visitas. Os lustres se acendiam, revelando uma outra face do palácio. Por um momento era como se as sombras das estátuas ganhassem vida, revelando um batalhão de soldados prontos para uma guerra, enquanto os gritos de batalha de guerreiros perdidos ecoavam ao longe. Era uma viagem de cerca de trezentos anos ao passado.
— Não querem passar a noite aqui, já que está escurecendo? — sugeriu o tio. — Sem dúvidas há lugar para todos.
Os três observaram ao longe a escuridão tomando as rotas vizinhas, que tornavam-se assustadoramente obscuras. Se entreolharam, parecendo aquele um convite adequado para o momento. Como não houve ressalvas, a menina pronunciou-se:
— Seria ótimo, tio. — disse Serena.
Ele ficou em silêncio por alguns minutos, até, em seguida, abraçá-los todos de uma só vez:
— Vocês cresceram taaaanto!
Talvez não tenha sido uma ideia tão boa assim…

    

12 comments:

  1. Yo Halls!

    Finalmente em dia! E disse que dessa vez eu não ia deixar acumular capítulos de novo, né? Então cá estou!

    Cara, com certeza a parte mais chata de Pokémon X pra mim foi encurralar esse Furfrou! É praticamente do mesmo nível daqueles Pokémons da rota ao norte de Lumiose, que ficam cavando por baixo da terra, parecendo o Pernalonga, e aos poucos vão te cercando até que você não consiga escapar deles! E se você acha que é só dar "run" nas batalhas, taran! Um Trapinch com Arena Trap! OH GOD, WHY?

    Cara, essa família Windsor cada vez mais me surpreende. O Louis conseguiu comprar o Parfum Palace! o_ô É até interessante comentar essa parada que você criou em torno desse ponto histórico como patrimônio cultural de Kalos, fazendo com que o dono tenha que deixar o palácio aberto a visitas. Boa sacada!

    Agora eles vão pegar a estrada pra Ambrette, né? Cara, capricha na Muraille Coast! É uma das rotas mais legais de Kalos em termos de paisagem, então dá pra tirar uma inspiração bacana de lá!

    Enfim, meu caro, acho que é isso. Foi mais um ótimo capítulo! Aos poucos vamos descobrindo Kalos por um outro ponto de vista, e cada vez mais vamos gostando dessa região.

    Nos vemos! õ/

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    1. Hey Shadow!
      Novamente, fico feliz de ver que você ficou em dia, e está curtindo a história, cara!

      Essa parte de encurralar o Furfrou até que pra mim foi de boa (meio igual aquele Farfetch'd de HGSS), mas esses Pokémons que ficam te encurralando por baixo da terra são um saco mesmo HAUEHAUEHUAEH Aquela rota é infernal.

      Tentei fazer essa parte do Parfum Palace um mesclado do próprio jogo com o palácio "da vida real", que bom que você curtiu! O vantajoso de lidar com localizações reais dentro do jogo são essas possibilidades, de misturar um pouco de tudo... E logo estaremos partindo para Ambrette sim! A Route 8 é realmente uma das mais lindas, cara. Não ficaremos muito tempo em Ambrette, mas essa passagem pela praia tem de tudo para ser bem agradável! Obrigado por tudo, cara, e até mais! õ/

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  2. Que capítulo divertido! Dei altas risadas com Calem e Charlie!

    Já começarei elogiando o modo em que você descreveu o Palácio Parfum, deu para imaginar muito bem a beleza do local.

    Outra coisa que me chamou bastante atenção foram as dicas e possibilidades para o futuro, além de diversas perguntas. Serena conversando com o tio sobre uma organização criminosa que está atras de dinheiro, isso me cheira a Equipe Flare, mas o que os dois não esperam é que a própria Serena já conheceu o líder dessa organização em pessoa e ele revelou estar interessado na garota. Corre menina! Corre! Que lá vem bomba!

    Além disso, a parte em que a Serena desmaiou me fez criar milhares de teorias. O que foi aquela visão? Será passado? Presente? Futuro? Ou nada disso? Já que Serena teve uma visão será que ela tem poderes psíquicos que nem Olympia ou Sabrina? Ou será que eu estou viajando demais? E aquele homem loiro, será um personagem importante? Ou apenas um figurante?

    É muita coisa para acontecer! E não ache que eu já esqueci da carta, o que será que tem nela? Se bem que eu acho que você vai nos tortura um pouco até revelar isso.

    Foi um capítulo muito divertido com momentos muitos engraçados e que deu um gostinho do que estar para vim. Estarei esperando ansiosamente para os próximos capítulos, até mais!

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    1. Hey Zoroark!!

      Cara, agradeço pelos elogios, como sempre! Fico feliz de saber que vocês se sentiram dentro do palácio, fiz o possível pra tentar passar essa imagem... Considero o Parfum Palace um dos lugares mais bonitos do jogo, até pela fidelidade com o palácio oficial.

      Suas perguntas serão respondidas com o tempo, pode deixar! Hauehaueh Mas achei legal você ter feito uma ligação com a Olympia e a Sabrina... Curiosas essas personagens, especificamente. Quanto ao moço loiro, acabou que foi um pequeno detalhe em meio à toda a confusão dentro do palácio... Mas vocês sabem o que eu penso dos detalhes! Huaehuah

      Obrigado pelo comentário, Zoroark, e até a próxima! õ/

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  3. Cara,esse tio deles é que nem aquelas tias que gostam de apertar bochechas,a maior diferença é que é uma versão masculina!Realmente tenho dó do pokémon dele,boa sorte Furfrou,vai precisar...

    Mas bem,as nádegas de Charlie traumatizando Calem era algo que eu nunca imaginaria em toda minha vida!!É sério,isso é ideia para loucos!Mas bem,Serena aprendeu um pouco mais sobre sua região natal,enquanto Calem aprendeu uma das finalidades do assobio e boas causas para estar munido com doces!

    Bem,é só e té mais!

    Ass:

    Supremo Líder da Ordem Da-Qual-Faz-Parte

    Sir Naponielli

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    1. Yo Sir!

      Nem me fale daquelas tias que apertam as bochechas. O pior é que eu realmente me baseei nessa (terrível) referência! HAUEHAUEHHAUE Acho que todos temos uma tia assim, que a gente torce para não encontrar nos aniversários ou nas outras festas. O bom é que quando a gente vai crescendo isso diminui... Mas não no caso doi tio Louis! HAEUHAEUHAUH

      Essa do Charlie foi novidade até para mim, praticamente KKKKKKK Acabei mantendo a ideia, e no final temos como resultado um Calem traumatizado. E de certo ele aprendeu mais sobre assobios (como sempre, na teoria, porque na prática ele sempre empaca)! HAUEHAUEHAE

      Até mais, cara! õ/

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  4. Hey Haos!!!

    Eu sempre me surpreendo com a sua escrita fantástica, eu consigo imaginar a história como se tratasse realmente de um episódio do anime, com personagens completamente diferente - e muito melhores, por sinal.

    Estou a sentir o mistério a aumentar cada vez mais. O que foi aquilo de Serena? Ela teve uma visão? E eu tenho uma teoria meio louca, quer ouvir? Todos sabemos que Charlie tem várias facetas, certo? E se ele fosse um infiltrado da Team Flare para ter acesso à familia de Serena e Calem? Ele pode estar fingindo este tempo todo... ou secalhar até nem está fingindo a parte do que sente pela Serena, o que tornaria as coisas muito mais interessantes!

    Haos, por favor, continue com o trabalho excelente!!!

    Bye!

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    1. Hey Ângelo!

      Cara, você sempre me deixa sem-graça com esses elogios! HUAEHUAEHAUE Muito obrigado!!

      Achei muito interessante sua teoria! Como temos bastante coisa a tratar sobre o Charlie, só não vou poder confirmar nem refutar ainda! Mas foi uma análise muito boa. Afinal, levemos em conta que até o capítulo atual o Team Flare praticamente não apareceu, a não ser de maneira indireta. Continue mantendo a atenção na história, é tudo parte de um quebra-cabeças que aos poucos faz zentido!!

      Obrigado pelo comentário, e até a próxima! õ/

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  5. e cá estou eu de novo, é hoje que eu me atualizo /o/ [ludmilla playing at the background QUE]
    enfim
    legal que aqui tá bem o clima que tu descreveu pro cap, oloco
    isso charlie, entrega que tá escondendo coisa mesmo :v e mds não guarda a carta assim, era melhor já ter mostrado pra resolver qualquer que seja a treta dela >.>
    SÓ TEM RICO NA SUA FAMILIA ASDHAUDHASUDHSAUDHSAUDHSAUD TIPO ISSO :'D
    noss, quão ~excentrico será esse tio, até a doce serena fica meio (bem) pé atrás de visitá-lo .-.
    apressa o passo mesmo antes que aqueles insetinho pule em você do nada (detesto forte esses bichinhos tbh (tho, seria mega engraçado o surto do calem se isso acontecesse ashdaudhasudasd))
    essa reflexão do charlie a gente podia fazer um meme daqueles "quando tu tá curtindo a visita e se lembra do capitalismo e da exploração operária" (mas indeed sobre a parte de detalhes <33 )
    só consigo pensar no calem se desinfetando depois desse abraço asduhasdushaudshaduas
    história de kalos <33 (história em geral <33 )
    "pokemon de rico" melhor definição não há :v (confissão: eu não simpatizava nada com esse poké, só capturei um depois de ter visto no anime, onde ele ganhou alguns pontos comigo)
    — Você prefere ficar aqui abraçando ele? > ASDHAUDSHAUDHSADUAHS MELHOR MOTIVACIONAL PRA PROCURAR O BICHINHO
    jardins realmente >>>>>>>>>>>>
    (oe pera, aquela é uma estatua do yveltal na imagem??? (faria mais sentido do que o que tem no jogo tbh))
    Será que alguma princesa também fora aprisionada pelo pai lá, algum dia? > não me faça fazer uma fic disso /q
    (e agora fiquei com vontade de caçar umas fic de ancient kalos GREAT)
    uma estátua do xerneas deve ser lindona mesmo *o* (tho colorida ficaria >>>>>>>>
    "a vida..... *pausa dramática para apontar o senhor do caos* e a morte"
    (mas gent realmente deram nem uma aula de mitologia pra garota, qorro (tho talvez fosse pra ela não sonhar ainda mais com sair e explorar isso tudo?? hm))
    ETA COMASSIM A SERENA PASSOU MAL E ~VISÕES SÓ DE OLHAR A ESTATUA DO XERNEAS??? EITCHAAAAA
    "eu já disse que estou bem" *faints*
    noss loirinho, brigadão pela ajuda ein :v
    — Óbvio que era eu quem tinha que encontrar o Furfrou > ASHDAUHDASUDHASUDHASUD INDEED SOCORR
    ELE PEDINDO AJUDA AO NEAL ASDHADUAHSDUASHDUASHDU VAI DAR RUIM, MIGS
    É POR ISSO QUE PREFIRO SENHOR PEIXE ASHDAHDASHDSADHISADHASIDSAD URREI
    O BICHO SE OFENDEU COM PULGUENTO EIN (até pq duvido que tenha uma pulga sequer nesse lugar /q)
    noss se aquele tio chato descobre que serena minimamente se indispos, vai usar como argumento pra trancá-la em casa pra sempre ¬¬
    eta, já temos menções a certas equipe, hmmmmm
    kkkkkk pior que ela sabe, tio, ela sabe :'D
    O CHARLIE SÓ OBSERVANDO O TOUR MICAO DO CALEM ASDHASUDHASUDHASUDHASUDHSAUDHSAUDHAUSDH
    ASDHASUDHSADUASHDUSAHDSAUDHSAUDHAS O CHARLIE MDS ASUDHSAUDSAUDHSAUDHAS O CALEM VAI MATÁ-LO NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE
    O THANOS PONDO MORAL SOCORR ASDHSAUDHASUDHASUD AMO ELE
    comassim esses bolinhos não são saudaveis, entupi meus pokes disso, os bichinho devia estar morrendo então /q
    deu pra sacar mesmo pq o coitado tava fugindo ashdausdhasudhasd
    não existe lugar trancado na presença de charles stuart :v
    ASDHAUSDHASUDHSAUDHAS MAGINA A DESPEDIDA PELA MANHÃ /Q

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    1. AHEUAHEUAHEUAHEUAEH ESSE MEME DO CHARLIE QUE VOCÊ COMENTOU SERVIRIA TÃO PERFEITAMENTE NESSE CAPÍTULO
      Posso dizer que também achei meio sem nexo o Reshiram e o Zekrom no jardim do game? -q Acabei modificando por conta do enredo, mas achei que ficou um pouco mais coeso assim, com as lendas de Kalos Huaehaue
      Também tive a mesma imagem do Charlie com relação ao Furfrou, e pra ser sincero não cheguei a ver como o anime trabalhou com isso (mas agora fiquei curioso -q). Acho que é um Pokémon que permite várias possibilidades, e com certeza teremos mais aparições deles em outros capítulos. Não sei se isso fará você gostar mais ou menos do bichinho :v HUAEHUAEH (E nada como uma briguinha Charlie X Calem pra manter a rotina, né? -QQ)

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  6. A família Windsor é muito divertida mano, eu não me surpreenderia se todos os pontos turísticos de Kalos pertencessem a eles kkk Essa é uma sem sombra de dúvidas uma das regiões mais bonitas para se explorar, ele tem o ar requintado e nobre da Europa, por isso não é estranho se deparar com castelos. Você mistura isso muito bem ao Mundo Pokémon, como o detalhe do Milotic de ouro retratado como um monstro marinho pelos marinheiros de antigamente, ou então das estátuas de Yveltal e Xerneas. Você segue a história e ainda respeita a região, cara. Essas pequenas coisas nos fazem mergulhar de volta no universo Pokémon.

    O time do Calem vai ser tão lindo, mano kk Depois preciso parar pra ler tudo da Royal Emperium e me atualizar com seus desenhos. A cena do OLHA MEU PEIXE foi tão marcante que até hoje zoamos ela, mas e quando o Senhor Peixe virar um Gyarados matador, hein? Espero que o bullying continue kkkkk

    Eu vivi para ver uma piada de Pum Palace kkkkk Parfum Palace é um nome foda por si só porque até pra falar você tem que fazer um biquinho HAHA Furfrou e Calem, melhor dúvida. Eu tenho a constante impressão de que uma hora os Pokémon vão falar, mas é sempre o Charlie, acho que convivi tempo demais com Pokémons falantes!

    Eu nem posso zoar os tios e tias que ficam falando: "Como vocês cresceeeeeeram" na família, porque hoje eu sou o tiozão velho da Aliança que fica lendo as fanfics dos mais novos e repetindo: "Como você cresceeeeeeeu, te carreguei no colo quando Ethron ainda existia!" kkkkkk Melhor cena, mano. Me diverti pra caramba nesse capítulo!

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    1. Confesso que uma das minhas coisas favoritas na hora de escrever é descrever essas paisagens e pontos do mundo Pokémon, cara! Sério, gosto de ficar andando pelo jogo imaginando a paisagem, e geralmente busco um pouco também sobre o lugar original da França que originou os criadores. Tento sempre trazer esse misto da beleza do nosso mundo com essa magia do mundo Pokémon. É uma das minhas partes favoritas da fic, e fico feliz que também crie uma descrição agradável para quem está acompanhando!

      AUSHDIUASH E nem me fale, às vezes sinto que eu sou o tio que comenta com as crianças que elas estão crescidas :''D Nem posso falar muito do tio Louis mais AHSUDHASU Fico feliz que o capítulo tenha sido divertido, é um daqueles episódios que não acontece tanta coisa decisiva para o enredo, mas gosto muito dele por todo esse clima de descontração e a exploração de lugares novos. Eu não via a hora de passar pelo Parfum Palace, e espero que tenha sido uma experiência boa pra quem acompanhou tanto quanto foi pra mim! :D

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