Jul 15, 2017

Capítulo 21


Capítulo 21
Crescer
Dessa vez sem nuvens espessas de chuva, o céu de Kalos amanheceu em um tom de azul intenso. O sol brilhava com uma força suficientemente incomum para a região, mesmo para uma área litorânea. Apesar de ser bem cedo, algumas pessoas aproveitavam o momento para ir à praia de Cyllage, especialmente alguns esportistas que aproveitavam o movimento reduzido para surfar.
No Hotel Cyllage, os corredores ainda estavam vazios. Apenas uma porta era aberta com cuidado em um dos andares, e de lá Mikala saía com toda a discrição possível, na ponta dos pés. Trazia consigo uma pequena mochila em uma das mãos, e procurou encostar novamente a porta do quarto em silêncio, temendo acordar alguém.
A porta do quarto em frente ao seu foi aberta naquele momento, com igual cuidado. Ele ficou observando atentamente pela escuridão que se revelava alguém, e encontrou a figura de Serena se colocando à frente. A menina sorriu, já vestida para começar o dia. Ele sorriu de volta, sussurrando:
— Achei que tu não ia estar acordada agora cedo.
— Até parece. — ela brincou.
Ele aproximou-se.
— Combinei com o Dustin de pegar umas ondas. Ele disse que iria me emprestar uma prancha.
— Posso ir com vocês? — perguntou ela, como se estivesse lá justamente para esse propósito.
— Claro, guria.
Os dois se colocaram a caminhar pelo corredor cochichando, até que Mikala parou.
— Esqueci de pegar minha carteira. — disse.
A menina aguardou enquanto ele retornou ao quarto. Ao abrir a porta quase soltou um grito ao se deparar com uma figura que mais parecia um fantasma, mal-encarado e com imensas olheiras. Era Calem, ainda de pijama e fitando o garoto sem piscar.
— Uia, acordou cedo. — observou.
— Só precisava de um copo de água. — disse Calem, com voz de sono, observando o garoto vestido e com uma mochila. — Aonde você vai?
— Estou indo pra praia com a Serena. Vamos surfar. — sorriu. — Quer ir também?
— Oh, claro. Depois a gente pode escalar uma montanha.
— Parece uma ideia bacana!
Calem soltou um longo suspiro e voltou a sua cama sem o copo de água. Mikala deu de ombros, pegou sua carteira e voltou correndo para o corredor, enquanto o outro esticava tranquilamente sobre os lençóis e afofava o travesseiro. Ele soltou uma respiração profunda e preparou-se para voltar a dormir, quando vários pensamentos lhe percorreram a cabeça.
Prima sem noção de risco. Garoto igualmente sem noção de risco cuidando dela. Ela já quase se afogou. Os dois estão indo surfar. PERIGO! PERIGO! PERIGO! Eu não acredito que você vai me tirar da cama logo cedo, Serena…
Calem fechou os olhos com força, soltando um gemido de desgosto, esfregando o rosto com as mãos.
— Charles, acorde. Estamos indo para a praia.
...
— Cara, muito legal todos estarmos indo juntos! — disse Mikala.
No final das contas, com exceção de Ashley, todos se colocaram a caminho da praia. O hotel era relativamente próximo, estando a apenas algumas ruas da areia. Cyllage era uma cidade extremamente movimentada, mas de maneira que dos prédios era possível avistar o mar, e da praia podia-se ver não muito longe o concreto e os edifícios. Era uma perfeita junção entre a metrópole e a natureza. Todos caminhavam a pé, ainda que o sol estivesse relativamente forte.
— É verdade! — admitiu Serena. — Não imaginei que você fosse querer ir conosco, Cal.
— Ah, claro. — disse ele, ainda bocejando. — Para depois seu pai me cortar em pedaços porque você morreu afogada.
Houve um silêncio de alguns segundos.
— Não precisava se preocupar, eu estava indo com ela. — disse Mikala, sério.
— Estou tão mais tranquilo agora. — resmungou o garoto com ironia.
— Até você indo também, Charlie. — comentou Serena, empolgada.
— Cortesia do seu primo.
— Também sabe surfar, Charlie? — questionou Mikala, animado. Charlie o fitou de uma maneira desagradável.
— Não tive a oportunidade de aprender ainda.
Naquele momento, uma figura conhecida se aproximava. Dustin, o líder substituto do dia anterior acenava do outro lado da rua, próximo a um pequeno carro. Ele tinha um sorriso simpático no rosto, e logo Mikala e Serena acenaram de volta.
— Podem me ajudar a tirar essas coisas? — pediu o rapaz.
— Tem como o dia ficar melhor? — resmungou Charlie.
Todos auxiliaram a levar os artigos: pranchas, cadeiras e um guarda-sol. Serena foi correndo na frente, empolgada. Após mais alguns minutos de caminhada, o som de ondas era perfeitamente nítido, e bastou uma pequena escadaria para que a menina pudesse afundar seus pés novamente na areia fofa. Ela saiu correndo, e Mikala a acompanhou, feliz de retornar para aquele ambiente reconfortante.
Dustin apontou para um espaço onde seria ideal para montarem o guarda-sol, e todos se puseram naquele local, colocando as cadeiras debaixo da sombra. Após a caminhada no sol, todos suavam ligeiramente. Serena, sem conseguir esperar, despiu-se ficando apenas de maiô e prendendo seu longo cabelo louro em um rabo de cavalo.
Charlie sentou-se em uma das cadeiras assim que pôde, colocando um par de óculos de sol. Vestia uma camiseta e bermuda igualmente velhas, e seus pés estavam confortáveis em um par de chinelos. A menina deixou com ele sua bolsa e as roupas e não esperou para sair correndo na água. Dustin e Mikala deram risada e pediram para que os esperasse.
— O dia está bem bonito. — comentou o líder.
— Você não tem que trabalhar? — perguntou Charlie com naturalidade, olhando-o de baixo.
— O ginásio só abre mais tarde. Tenho um tempo até lá. — respondeu o rapaz, dirigindo seu olhar para Calem. — Não vai ficar de roupa de praia?
— Eu estou com a minha roupa de praia. — retorquiu, colocando seus óculos de sol.
O garoto estava com suas roupas de sempre deitado em uma espreguiçadeira: casaco, calça, botas e chapéu. Nada confortável para um passeio no litoral com um sol radiante. Dustin coçou o queixo, em seguida jogando as mãos para frente.
— Como quiser.
Serena chamou todos da água, ansiosa. Mikala e Dustin tiraram as regatas que utilizavam, ficando apenas de bermuda. Ambos tinham corpos definidos como não aparentavam geralmente, possivelmente devido aos esportes de alto impacto que eram acostumados a praticar. Os dois puxaram uma prancha cada, e prepararam-se para correr para a água.
— Vocês cuidam das nossas coisas? — pediu Dustin.
Calem apenas levantou uma mão, permanecendo em sua posição confortável na espreguiçadeira.
— Calem, você vai ficar com calor. — alertou Charlie, encostado em sua cadeira.
— Não se preocupe comigo. — disse ele, imóvel. — Se preocupe com você, que agora tem que competir com os modelos de revista esportiva ali.
Charlie ficou por um momento em silêncio.
— Não existe competição contra Charles Stuart.
Calem soltou uma gargalhada alta.
— É, com certeza.
A luz brilhante do sol refletia e atravessava as águas claras do mar. Serena ficou com frio para entrar, mas foi aconselhada pelos colegas que deveria entrar de uma vez só. Tendo feito isso e passada a friagem inicial, ela ficou relaxada. As correntes frescas de água passavam por sua pele sensível, fazendo carinho. A areia desse solo era macia, parecia massagear seus pés conforme pisava e essa copiava a forma de seus dedos. Por mais quente que estivesse, quando sentia a pele queimar, bastava afundar a cabeça e sentir a água fria refrescá-la.
Mikala e Dustin, sabendo que a garota não era muito habilidosa para nadar, ficaram próximos a ela. Contudo, o mar estava relativamente tranquilo, e os dois sabiam que deveriam deixá-la aproveitar sozinha. Era gratificante ver a garota mergulhando com gosto e tentando passar por baixo das ondas. Estavam em uma área onde a água atingia a cintura, preferindo não arriscar ir tão mais fundo.
— O que acha de subir? — ofereceu Mikala, puxando sua prancha.
— Eu não vou conseguir me equilibrar! — riu a menina.
— É só ir deitada. — aconselhou Dustin.
Os dois auxiliaram a garota, empolgada, a subir. Algumas vezes Serena perdeu o equilíbrio e acabou tombando na água, de maneira que os três começassem a rir. Por fim, ela conseguiu se equilibrar, segurando com força as bordas. Mikala e Dustin puxaram a prancha um pouco mais para trás, em uma área levemente mais funda da água. Em seguida aguardaram por uma onda mais forte.
— Está pronta? — perguntou o amigo.
— É só segurar firme e tentar manter o equilíbrio. — aconselhou o líder.
Os dois gritaram “agora” e deram um leve impulso quando uma onda passou. Serena começou a gritar de empolgação e hesitação, e sentiu a adrenalina subir. Ao mesmo tempo alertou aos berros para que todos saíssem de sua frente, e muitas pessoas correram com medo de serem atingidas pela prancha. Era uma sensação esquisita de não ter controle sobre o que acontecia, e a qualquer momento ela poderia cair. Porém, ao mesmo tempo, sentia-se livre e leve ao ser guiada pelas águas. Ainda que com toda a incerteza, ela conseguiu chegar até a borda, onde a prancha parou ao se arrastar na areia. A menina ficou por alguns instantes deitada, parada, respirando fundo. Sentia seu coração pulsar com tanta intensidade que tocava a tábua. Estava perfeitamente viva.
— Você está bem? — gritou Mikala, de longe.
Ela acenou e se levantou:
— Nunca estive melhor!
Sério, como ela conseguia subir num treco daqueles? Com tantas chances de dar errado, cair, se machucar, machucar alguém… Mas minha prima tentou, e não sei como ela deve ter se sentido. Será que é um sentimento tão gratificante que supera os medos? Eu não me via fazendo aquilo, e por mais que estivesse convicto, uma pequena voz interior parecia pensar nos “e se?”. Infelizmente era difícil levar a sério qualquer pensamento com aquele calor infernal.
Calem se revirou em sua espreguiçadeira, incomodado.
— Tudo bem, talvez eu esteja com um pouco de calor. — disse, se levantando e sentindo um incômodo ao tocar o chão maleável de areia. — Você fica de olho na criança por mim?
— Vá na paz. — acenou Charlie.


...
O rapaz transpassou algumas ruas de volta, ainda que não se lembrasse ao certo para onde ficava o hotel. Acima de tudo estava quente, de maneira que retirou seu casaco e o amarrou na cintura, ficando apenas de camiseta, ainda assim tendo que se abanar com a mão. Ele soltou um longo bocejo, ainda que já fosse aproximadamente o horário em que acordaria em dias normais. Encontrou um café grande em uma das esquinas e optou por sentar por algum momento para recuperar as energias.
Ao abrir a porta ouviu o som de um sino tocando. Um atendente imediatamente o abordou e perguntou onde gostaria de se sentar. Sabendo dos preços de cada lugar, – o balcão, as mesas e o terraço – optou pelo intermediário, sendo direcionado a uma sala com várias mesas, onde avistou Ashley. A ruiva parecia concentrada tomando alguma bebida e digitando notas em seu laptop. O local era ambientado com ar mais frio, refrescando todos naquela manhã abafada.
— Como me encontrou? — perguntou ela ao ver Calem puxando uma cadeira em sua mesa.
— Eu não encontrei. — rebateu ele. — Estava vindo tomar um café, e você estava aqui.
— Fofo. — ela assentiu, voltando a digitar.
Ele permaneceu parado a observando, enquanto a menina continuava a atividade sem parar e sem puxar assunto nos próximos segundos.
— Parece importante. — observou ele, em seguida se direcionando a um garçom. — Café crème, por favor.
— Apenas algumas pesquisas. — respondeu ela sem tirar os olhos da tela. — Nunca entendi a diferença desse com um cappuccino.
— O cappuccino custa mais caro porque é para turistas que não sabem a diferença, basicamente. — respondeu com simplicidade, fazendo-a dar uma risadinha. — Não quis ir à praia?
Ela parou de digitar, encarando-o através de seus óculos.
— Eu estava ansiosa, mas nenhum de vocês me acordou, então tive que me contentar com a solidão do café sem praia.
— Imaginei. — ele disse, abrindo um pequeno sorriso.
O garçom naquele momento trouxe uma pequena xícara para Calem. O garoto misturou suavemente a bebida e assoprou antes de levar até a boca, experimentando o líquido quente. A espuma do leite fez cócegas em seus lábios, mas o sabor do café o preencheu, ainda que o dia não estivesse frio, mas a temperatura do espaço sendo mais resfriada permitia que tomasse tranquilamente sem ficar com tanto calor.
— Parabéns pela batalha de ontem. — disse a menina. — Fiquei até surpresa.
— Achou que eu fosse perder? — ele sorriu de canto.
— Não, é difícil perder nos primeiros ginásios. — ela retorquiu com tranquilidade. — Eles pegam leve para você continuar alimentando o sistema de batalhas. Na Liga talvez você tenha problemas.
Ele soltou um “hum” anasalado, quase que como uma risadinha.
— Você é bem cética.
— Eu prefiro dizer realista.
Ele tomou mais um gole de seu café.
— Você sabe que pessoas como eu e você talvez estejam perdendo muita coisa, não é? — indagou.
Ela novamente desviou o olhar de seu aparelho eletrônico e dirigiu ao rapaz, por cima da tela.
— Tipo…?
— Minha prima e o garoto que viaja com você. Quem você pensa que aproveita melhor a vida? — questionou . — Nós ou eles?
— Esse garoto não “viaja comigo”. — ela fez aspas com os dedos. — Estou só fazendo um favor para uma amiga. E, sim, talvez você tenha razão.  — deu de ombros. — Mas quem está mais protegido de tudo? Nós ou eles?
Calem jogou levemente a cabeça na direção do ombro, com uma expressão de consonância.
— Um dia eles vão perceber que nem tudo é lindo e colorido. E vai ser meio difícil. — ela comentou quase friamente, enquanto digitava devagar. — Mas eles vão superar, e vão crescer. É parte da vida, feliz ou infelizmente.
Calem parou por um instante para refletir, enquanto a garota tomava suas notas.
Me pergunto quando foi que passei por esse crescimento. A Serena costumava dizer que eu praticamente nasci com a alma de um velhinho ranzinza – e às vezes é difícil negar isso. Por mais que reprovasse tantas vezes as atitudes de minha prima, em alguns momentos invejava seu brilho no olhar, sua curiosidade acima do medo. Se em algum momento tive isso, gostaria de saber quando perdi, e se era tarde demais para recuperar essa alegria infantil. Nunca perdi por ser de todo racional, mas o que exatamente eu ganhei?
— Você trabalha em Lumiose? — o rapaz perguntou, quebrando o silêncio.
Ela parou por um momento, estalando os dedos e tomando mais um gole de café.
— Atualmente sim. Em um laboratório de lá.
— E o que você precisou vir até Cyllage para pesquisar?
— Não é em Cyllage. — ela sorriu. — Estamos aqui apenas de passagem. É em Geosenge.
— A cidade com várias pedras. — induziu após alguns momentos de raciocínio.
— Isso mesmo. — ela deu um longo suspiro e olhou discretamente à sua volta, falando as próximas palavras em um tom um pouco mais baixo. — Já ouviu falar sobre energia infinita?
O garoto fez que não com a cabeça, intrigado. Ela abaixou um pouco a tela do laptop, começando a gestualizar com as mãos, ligeiramente empolgada.
— Basicamente, é possível que seja o tipo mais poderoso de energia no nosso mundo. Do tipo que mudaria a nossa sociedade de ponta cabeça se descobríssemos como manuseá-la.
Calem a olhou com grande curiosidade.
— E como se gera energia assim?
Ela deu um sorriso de canto.
— Não posso entregar os pontos fácil assim. E, de qualquer forma, essa é exatamente a questão. — disse.
— Parece o tipo de pesquisa que muita gente também estaria interessada. — observou ele. — Inclusive pessoas que possivelmente não deveriam ter essa informação.
— Você entende como as coisas funcionam. — assentiu Ashley. — Eu diria que essa é uma das pesquisas centrais em Kalos. Sei que há vários grandes pesquisadores atrás disso.
— E você pensa que pode competir com eles. — provocou o menino.
Ela arqueou uma sobrancelha e revelou um sorriso.
— Não subestime a equipe que eu represento em Castelia.
— Longe disso. Sei bem que você é pesquisadora plena do seu grupo. É na realidade um prodígio. — ele reconheceu, com uma expressão de admiração.
— Você pesquisou sobre mim. — comentou, falsamente honrada.
— Acha que é só você que pesquisa da vida dos outros? — ele indagou, fazendo-a soltar uma gargalhada.
Touché. Sabe, segundo fontes, você também teria certo futuro. Digo, como um pesquisador. Suponho que estudou em casa, e vejo que é bem inteligente. — ela falou, então murchando um pouco a voz. — Mas preferiu ser um treinador.
— Às vezes as pessoas gostam de tentar coisas diferentes.
— Tem uma fortuna a ser herdada, um futuro no mundo dos negócios, e com certeza uma inclinação para as áreas mais eruditas. — ela prosseguiu. — Porém, escolheu capturar Pokémons e batalhar.
— Você julga muito treinadores? — ele indagou, com certa repulsa.
— De forma alguma. — ela balançou a cabeça. — Só a sua escolha apenas não entra na minha cabeça, levando em conta seu histórico. Não é do seu perfil abandonar a segurança por um sonho como vencer a Liga Pokémon. — explicou, dando de ombros.
— Eu disse, pessoas gostam de tentar coisas diferentes. — ele insistiu.
— Talvez. — ela o encarou por trás dos grandes óculos. — Mas não me convence.
— E quem disse que eu preciso convencê-la? — perguntou ele tomando um último gole de seu café, incomodado.
— Apenas um comentário. — ela deu um sorrisinho, levantando o laptop novamente e voltando a digitar.
...
Charlie alongava as costas enquanto via Dustin guardar todos os artigos de praia em seu carro. No final das contas, terem trazido tudo em duas pessoas dera um trabalho imenso. O líder não parecia tão abalado, mas o garoto tentava disfarçar a dor que sentia nos músculos. Além disso, estava vermelho como um Corphish, queimado do sol. Tentou tocar seu rosto com um indicador, mas o ardor foi tanto que não evitou um gemido baixo.
— Eu falei para passar protetor solar. — disse Dustin se virando, com uma risada descontraída.
— Obrigado pela dica. — ele rebateu, com um aceno de cabeça.
O moço puxou sua mochila e pegou de lá uma pequena embalagem branca. Olhou o rótulo e estendeu para o menino.
— Precisa de algo para refrescar a pele?
— Não, eu estou bem. — ele negou, empurrando de volta a mão de Dustin.
O líder acenou com a cabeça, desconfortável e fechou a porta do passageiro do carro. Em seguida, foi para o banco do motorista e se sentou, vendo Charlie preparar-se para ir embora.
— Valeu por me ajudar a carregar as coisas até aqui. — agradeceu.
— Sem problema. — respondeu o garoto, seco.
— Ei, Charlie. — ele gritou, de maneira que o outro se virasse de volta. — Eu fiz alguma coisa para você?
— Não até onde eu sei. Fez? — perguntou de volta, novamente ríspido.
— Porque você age como se eu tivesse feito. — falou Dustin, vendo que ele se preparava mais uma vez para partir. — Eu sei que você tem um sentimento de proteção bem grande pela Serena. Mas isso que você está fazendo com os outros não é maneiro.
Charlie soltou uma bufada de ar.
— E o que seria?
— Tratar com hostilidade as outras pessoas por ciúmes. — ele disse. — Sei que ela é uma moça adorável, mas…
— Você. Não sabe. Nada. Sobre mim. — disparou o garoto, irritado, agora se aproximando novamente do carro, colocando as mãos no vidro abaixado onde Dustin estava sentado. — Certo? E até parece que você não adora fazer a linha modelo perto das garotas.
Dustin soltou uma longa risada.
— Charlie, você sabe que eu namoro, né?
— Sua namorada deve achar adorável você ensinando meninas que não sabem nadar a surfar. — apontou.
— Na verdade meu namorado não vê problemas nisso. — falou o líder, enfatizando sua frase.
Charlie pareceu ter levado um tapa.
— Ah. Foi mal. — ele disse, constrangido com a acusação, soltando o vidro do carro e coçando a cabeça.
Dustin deu partida no carro, preparando-se para ir ao Ginásio.
— Você precisa abrir os olhos. Não o conheço mesmo, mas se é que esses ciúmes exagerados têm algum fundamento, você precisa parar. Isso não é saudável para ninguém, principalmente para você e para Serena. — ele falou em um tom de conselho simpático e partiu antes que Charlie pudesse dizer qualquer coisa.
O garoto ficou lá parado tentando assimilar as palavras e refletir sobre o que havia feito. Talvez estivesse exagerando um pouco nos últimos tempos?
...
— Será que está tudo certo deixar o Charlie ajudando o Dustin a carregar as coisas? — perguntou Serena.
— Ele que se ofereceu, acho que está tudo bem sim. — respondeu Mikala.
Os dois caminhavam pelas ruas de Cyllage após a manhã de atividades. Serena havia colocado uma saída de praia por cima do maiô, e Mikala vestiu sua regata novamente para poderem adentrar outros estabelecimentos. Encontraram um Shopping Center onde poderiam se sentar e comer alguma coisa enquanto descansavam, e Dustin e Charlie levavam de volta os itens de praia para o Ginásio.
— Guria, esse shopping é enorme. — falou ele boquiaberto, recebendo um sinal de concordância.
Havia vários caminhos possíveis e anúncios de lojas que vendiam desde roupas a utilidades domésticas. Não se tratava do maior Shopping de Cyllage, claramente, mas ainda assim possuía três andares e tinha várias opções para visitar. Os dois encontraram uma placa que informava que a praça de alimentação era no último andar, e se dirigiram a um elevador para alcançarem mais rápido.
Muitas pessoas andavam bem vestidas no ambiente, ainda que outras igualmente tivessem acabado de deixar a praia, mesmo que estivessem limpas. Também havia um grande número de lojas de esportes e equipamentos, uma vez que a cidade se destacava por esse tipo de atividade e consequentemente gerava muita busca por isso.
A dupla sentou-se em uma mesa vaga, cada qual com um lanche. Os dois comeram quase em silêncio, de tanta fome e cansaço que estavam, precisando recarregar as baterias. Em algumas pilastras da praça havia aparelhos de televisão que transmitiam notícias e ofertas de lojas locais, entretendo as pessoas ao redor. Uma em especial pareceu bem chamativa.
ApareceramPokémons coloridos e graciosos utilizando os mais diversos ataques combinados, junto de treinadores com roupas igualmente destacadas, tudo de maneira harmônica e emocionante. Em seguida, um grande slogan apareceu:

O rapaz ficou boquiaberto.
— Uau, isso parece legal.
— Como será que eu me inscrevo? — perguntou a menina, se virando para um idoso que também havia assistido à propaganda. — Senhor, como me inscrevo para aquele concurso?
— O Pokémon Showcase? Você precisa ir ao hall de competições da cidade e fazer seu cadastro, eu acho. — explicou, tendo sido pego de surpresa.
Os dois se entreolharam e terminaram de comer às pressas, correndo para fora do Shopping. Após pedirem algumas informações, encontraram uma outra construção bem elaborada, que certamente seria o lugar mencionado. Ficava em uma área nobre da cidade, e tinha a parte de fora em uma arquitetura relativamente moderna, com várias paredes espelhadas, mas ainda algumas estátuas.
Ao chegarem, as portas abriram sozinhas, e eles se depararam com um chão perfeitamente encerado, sobreposto por um tapete rubro macio. Várias pessoas estavam nos arredores conversando, e logo que se puseram dentro do espaço perceberam que havia uma corrente de ar condicionado tornando a temperatura mais agradável. Uma música ambiente tocava em volume bem reduzido, apenas harmonizando o espaço. Várias paredes exibiam pôsteres e fotos de supostas competições, enquanto uma tela exibia vídeos com entrevistas e eventos passados.
Em um grande balcão havia quatro atendentes vestidas de maneira quase idêntica. Mikala correu para uma delas, animado.
— Oi, gostaríamos de nos inscrever para o… — ele releu o nome na parede. — Pokémon Showcase.
A atendente olhou por cima de seus óculos sem muita empolgação.
— Você não pode. Apenas meninas podem participar das competições. — falou, continuando a digitar.
— O quê? Por quê? — indagou, incrédulo.
— É uma regra. — respondeu ela. — Só meninas podem concorrer pelo título de Rainha de Kalos.
Mikala não evitou a expressão de decepção em saber que não poderia tentar. Serena ficou igualmente chateada, mas ele fez apenas um sinal com a cabeça, indicando que ela fosse à frente.
— Se inscreve tu.
A garota refletiu por um momento se seria a escolha certa, já que seu amigo não poderia tentar, mas acabou resolvendo se deixar levar pela ideia. Não havia nada a perder. Ou havia?
— Bem, então eu gostaria de me inscrever…
— Vou precisar de seus documentos, já que é sua primeira vez. — disse a atendente de printidão.
Ela puxou de sua bolsa alguns documentos que julgou necessários, com uma leve hesitação. A moça passou um longo tempo digitando, e vez ou outra fazia alguma pergunta. Ao final ela entregou um cartão a Serena, com sua foto e o título de “Pokémon Performer” e devolveu os demais papéis.
— Você será a competidora de número nove amanhã.
Ela assentiu e agradeceu, mas por algum motivo ainda se sentia incomodada.
...
Entardecia. O céu começava a se manchar de uma mistura de tons alaranjados, róseos e púrpuros de maneira harmoniosa. O sol passava a se colocar por trás do horizonte, como se fosse engolido por uma linha imaginária onde o mar supostamente terminava, e tingia as águas de laranja e amarelo. Agora o calor já era substituído por uma brisa mais fresca, e quase fria típica do litoral de Kalos.
Em um local afastado, próximo às rochas do final da praia, havia apenas uma pessoa. Calem já podia ir para a praia agora com suas vestes usuais, onde aproveitava o momento para treinar, sem ninguém o observando. Tinha seu Magikarp aproveitando por um pouco de tempo a beira da água salgada, enquanto Honedge e Tyrunt treinavam seus golpes em rochedos.
Pursuit e Tackle! — gritou.
Os dois avançaram contra dois pedaços de rochas. A espada desferiu um golpe tão certeiro no centro que cravou uma forte marca, e por pouco o Pokémon não ficou grudado como quando seu treinador o encontrou. O fóssil avançou contra um pedaço menor e o destruiu em vários pedaços menores ao atingir com seu corpo resistente como pedra. O rapaz fez um sinal de satisfação com a cabeça.
De repente, ouviu o som de seu Magikarp em um tom um tanto desesperado. O garoto se virou e o percebeu coberto de algum líquido esquisito, – ácido. – sendo puxado para alguma camada mais profunda da água. O rapaz ordenou que seu Honedge fizesse algo, e a espada adentrou o solo com o Shadow Sneak, aparecendo por baixo da água e separando o peixe do que quer que o estivesse puxando.
Stealth Rock, Tyrunt. — ordenou.
O pequeno dinossauro atirou vários dos pedregulhos pontiagudos que gerou anteriormente em volta do Pokémon peixe. Sabia que o que quer que tentasse atingi-lo anteriormente tentaria escapar, mesmo que não fosse visível. Calem ficou atento a qualquer movimentação anormal na água, e percebeu em um ponto um “splash”, como se tivesse tentado fugir mas se machucasse em alguma das pedrinhas.
Shadow Sneak ali! — disse.
A espada repetiu o ataque, golpeando certeiramente algo, que caiu na areia. Agora era possível entender a dificuldade para encontrá-lo: sua pele se confundia perfeitamente com o ambiente, mesmo olhando atentamente parecia no máximo um pedaço de alga. A criatura utilizava o Camouflage para se esconder, mas agora era obrigado a voltar à sua forma original. Tinha um corpo esguio e uma cabeça grande, sendo de tons marrons como parte da vegetação submarina. Tratava-se de um Skrelp, uma espécie de cavalo-marinho típica da costa de Kalos.



O rapaz ficou a encarar a criatura. Logo ela poderia levantar e fugir. Ele sabia o que deveria fazer, mas refletiu por um momento. Nunca fizera aquilo antes, – pelo menos não sem a presença de um espírito controlando suas ações. – mas teria que dar certo. Só poderia dar certo. Ele puxou uma esfera de seu bolso: esta de vários tons de azul claro e branco, com ondas e gotas desenhadas. Uma Dive Ball.
Calem atirou a Pokébola na criatura, e a viu ser convertida em raios de energia, sendo sugado para dentro do item. Seu coração disparava como poucas vezes antes. A esfera se remexia para os lados de maneira incessante, de maneira que ficasse a cada instante mais ansioso. De repente, viu o movimento cessar, e permaneceu parado por alguns momentos ponderando se aquilo realmente havia ocorrido.
Eu capturei um Pokémon.
— Eu consegui. — ele refletiu, abrindo um sorriso discreto, olhando à sua volta. — Vamos, pessoal, logo vai escurecer. E preciso levar o senhor peixe para o Centro Pokémon.
Várias pessoas iam embora da praia naquele momento, tornando o local mais vazio. Os carros passavam perto da orla e o trânsito àquele horário era maior, com todos voltando para a casa após um dia de trabalho. Fora o som das buzinas e motores, o barulho das ondas beijando suavemente a areia eram o que dominava o ambiente no momento. Charlie caminhava pela beirada, observando a água ao longe. Ficara a tarde toda sozinho, refletindo sobre o que o líder substituto lhe dissera.
Foi quando ouviu uma voz doce como uma melodia chamar seu nome.
— Eu estava te procurando! — disse Serena.
Ele levantou o olhar a ela, tentando evitar se mostrar cabisbaixo. Contudo, estava um pouco esquisito, e a garota com certeza repararia.
— Sabia que o Dustin namora? — perguntou, mudando de assunto.
— Claro. Você não prestou atenção? — ela deu uma risadinha, em seguida vendo que o olhar do rapaz estava fundo. — O que aconteceu com você, Charlie? Você está tão estranho ultimamente.
Ela lhe tocou no rosto, e ele evitou encará-la diretamente.
— Não é nada, princesa.
— É o Mika que te deixa meio incomodado? — perguntou.
— O “Mika” não me deixa de jeito nenhum, certo? — ele continuou a caminhar, sem saber ao certo para onde ia. Fez um círculo com os passos.
— Charlie, para com isso. — ela o parou, segurando em seus ombros. — Eu adoro ele. E adoro você. E vocês dois são pessoas ótimas, tenho certeza que se entenderiam muito. Ele com certeza estaria disposto a ser um grande companheiro seu.
Ela abriu um sorriso, enquanto reparava aquele par de olhos verdes a observava.
— Ele é incrível, mas ninguém nunca vai ocupar seu lugar. — ela se aproximou, tocando-lhe no rosto. — Só existe um Charlie. E eu gosto desse Charlie por quem ele é.
Ela o abraçou repentinamente, com força, e tocou sua cabeça no peito do rapaz, de maneira que ele ficasse sem jeito, não evitando que ruborizasse enquanto a envolvia com seus braços. Era um gesto sincero, tão puro e inocente que novamente sentiu-se estúpido pela forma com que agira anteriormente.
— Eu odeio que você sempre sabe o que dizer, princesa. — ele disse, puxando-a para a areia. — Que tal correr na beira da água?
Ela abriu um sorriso.
— Só se for agora.
Os dois começaram a correr juntos, pisando com leveza na areia, até chegar no mar. Lá Charlie espirrou água na garota, que correu e fez a mesma coisa. Ao longe, Calem observava os dois, fazendo uma aba com a mão para se proteger dos raios do sol se pondo. Ele não evitou um sorriso discreto.
Por mais que possa ter tido atritos com esses dois, era bom vê-los fazendo o mesmo de sempre, juntos. Se Serena é a mais nova e a mais inocente, com tanto a aprender, penso que às vezes ela é a mais madura de nós, por algum motivo. Não a deixe saber disso, só que é um pensamento que me ocorre mais que eu gostaria. Talvez crescer seja isso, não apenas descobrir e conhecer, se tornar mais sábio que nunca, mas sim conseguir buscar parte de sua antiga ingenuidade.
Talvez crescer também seja desaprender.
    
      

10 comments:

  1. ate agora nenhum evoluiu, skrelp na equipe de calem eu não esperava, fiquei surpreso, espero ansioso pelo capitulo 22

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    1. Até eu fiquei um pouco em dúvida antes se a Skrelp deveria entrar nesse capítulo, mas os próximos serão bem focados em outros assuntos, então no final acabei incluindo aqui haudhaisu (acho que ninguém esperava porque foi bem de repente). Agora com uma equipe maior e em formação resta esperar pra ver quem vai ser o primeiro do Calem a alcançar a evolução! Espero que já tenham palpites! :DD

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  2. [meninas que dizem que vão se atualizar e só voltam 24h depois]
    enf
    o tempo finalmente tá se ajeitando por aqui e tu vem me falar de sol, ew
    MAS PELO MENOS MEU BB CERTAMENTE VAI CURTIR A PRAIA, U GO MIKA
    E CLARO QUE MINHA BB TAMBEM VAI, CURTAM O DIA FILHOTES
    mika encontrando o cal é basicamente morning person/not morning person ASDÇKNDDSAÇKDÇSAKDS
    PARECE UMA IDEIA BACANA ASDNSDDKSASKÇDSA tadinho sabe nem identificar o sarcasmo pingando das palavras do cal
    A SEQUENCIA DE PENSAMENTOS DO CAL ADÇKNADÇSKASNDAÇKNDAÇKSNÇKSDANÇKSDANÇDSA PERIGO PERIGO PERIGO
    ai não chama o charlie não, deixa ele dormindo, pqp
    (se ele estragar o dia dos meus filho eu afogo no mar quero nem saber)
    pelo menos aquela @ ficou pra tras, bless (mas perdi a chance de afogar ela, affs)
    ai cal pls até parece que mika e dustin não iam cuidar bem da serena, melhor que vocês se duvidar com esse humor que estão
    A FELICIDADE DOS NENEM DE VOLTAR A PRAIA AFFS I LIVE
    not surprised com o outfit de praia do cal
    não existe competição indeed PQ A SERENA NÃO É NENHUM TIPO DE TROFEU. E TBH ELA MERECE BEM MAIS QUE ESSE MOLEQUE CHATO QUE VOCÊ ESTÁ SENDO
    ai que sdds de entrar no mar bicho >>:
    ai mano essas ceninhas de pura empolgação da serena me sinto tão #BLESSED to aqui pra ver minha criança sendo feliz e curtindo cada momentinho da vida sim :')
    eita cal, tá sentindo um chamado de aventura vibrando dentro de tu?? [eyes emoji]
    Infelizmente era difícil levar a sério qualquer pensamento com aquele calor infernal > eu todo dia

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    1. ah não, achei que teria pelo menos um cap livre da criatura, mas claro que ela tinha que aparecer ¬¬ @ morre logo que não tenho mais saco pra você
      FIQUEI ATÉ SURPRESA LMAO okay valeu por essa
      eu continuei lendo e tbh volto a meu pedido original pode morrer já pelamor o mundo não precisa de pessoas como você
      "cética" "realista" ai ai migos não ela é babaca mesmo É DIFERENTE
      ai gente sério eu quero tanto surrar a cara dela NÃO ME SEGURA ELA MERECE
      TBH SE CRESCER É PERDER A HABILIDADE DE VER AS CORES NO MUNDO NEM VALE A PENA, SE VOCÊ ACHA QUE CRESCER É SE TORNAR ESSA MERDA VAZIA SEM SONHOS E QUE NÃO SE CONTENTA EM VER OS OUTROS SENDO FELIZES E PLENOS TU NEM DEVIA ESTAR AQUI
      vo confessar que meu ódio por ela não tava tão intenso, mas em um diálogo simples ela me lembrou de pq eu tenho motivo pra querer arrastar a cara dela no asfalto CONGRATS
      cal eu tenho meus problemas contigo mas pfvr não ouve essa coisa, você é bem melhor que ela (e creio eu que ainda tem jeito)
      Parece o tipo de pesquisa que muita gente também estaria interessada > tbh
      Inclusive pessoas que possivelmente não deveriam ter essa informação > t b h
      ah pera, ela tá tentando roubar a descoberta de kalos?? POR UM MOMENTO EU ATÉ ACHEI QUE ELA PRESTASSE PRA ALGO E ESTIVESSE AJUDANDO, MAS CLARO QUE NÃO, EU MESMA VO MATAR ELA COM AS MINHAS PROPRIAS MÃOS, NÃO VAI TIRAR NENHUM MERITO DA MINHA SEGUNDA CASA NÃO
      Mas preferiu ser um treinador > não foi muito escolha dele mas né
      Você julga muito treinadores? > NÃO, MAGINA, SÓ QUER DESTRUIR ESSE SONHO EM MIL PEDACINHOS DE CADA UM QUE ENCONTRA
      E quem disse que eu preciso convencê-la? > HU3
      CHARLIE TODO QUEIMADO KKKKKKKKKKKK BEM FEITOOOO
      E NEGA AJUDA MESMO, CONTINUA SE FERRANDO POR PURA BIRRA, TO APLAUDINDO
      o dustin chamando ele pra perguntar se tem algum problema PFVR DÁ UMA BOA REPREENSÃO NELE, UNS TAPA NA CARA, ELE TÁ PRECISANDO E MERECENDO
      DUSTIN MEU NENEM MESMO AFFS
      você precisa parar. Isso não é saudável para ninguém, principalmente para você e para Serena > BRIGADAAAAAAAAAA, AGORA PLMDDS OUVE ISSO CHARLIE
      exagerando /um pouco/???? migo, o terreno de "um pouco" já passou tem alguns milhares de quilometros, dá meia volta e começa a correr agora que talvez tu alcance
      gente eu realmente lembro altos nada de cyllage, que absurdo >.>
      AI SOCORRINHO, A SERENA VAI NO SHOWCASE?? AGORA TO ANSIOSA POR VER ISSO
      eu já tava sentindo que viria esse preconceito MAS AI PQ MEU FILHINHO NÃO PODE ENTRAR, ELE SERIA MARA, VOCÊS QUE ESTÃO PERDENDO U-U
      aaaaaaaaaa por do sol na praia, two of my favorite things ever <3
      AIMDS UM SKRELP, MEU NENEMZINHO (eu já adorava, aí o primeiro shiny que treinei foi esse bichinho, AMOR DEMAIS SIM)
      .............mds vdd cal nunca capturou um poke, ele sempre consegue os dele de maneiras.... diferentes q
      AI A EMOÇÃO DA PRIMEIRA CAPTURA espero que isso o lembre de como ter cores na vida é algo necessário e incrível ^~^
      Ficara a tarde toda sozinho, refletindo sobre o que o líder substituto lhe dissera > espero que algo de bom tenha ficado na tua cabeça
      LMAO A SERENA JÁ TINHA ATÉ SACADO ASÇDKNDNÇKSANSASAÇ
      O que aconteceu com você, Charlie? > TAMBEM ME PERGUNTO, SABE
      espero que essa sacodida totes gentil da serena termine de dar jeito nesse moleque (mas ele ainda merecia mais uns tapas nada gentis tbh)
      penso que às vezes ela é a mais madura de nós > ELA É SIM, AFFS MINHA NENEMZINHA, ELA É QUEM MAIS SABE VIVER A VIDA TBH
      PORRA VIADO EU TO CHORANDO DEMAIS COM ESSE FINAL, TO CHORANDO REAL AQUI, AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
      SIM DEMAIS
      MEU PROPRIO GOAL TBH :')

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    2. "não existe competição indeed PQ A SERENA NÃO É NENHUM TIPO DE TROFEU" /// BRIGADO, POSSO IMPRIMIR E ENTREGAR PRO CHARLIE? ASIDHASUIDHASI
      Nesses últimos capítulos é real que ele mudou para caramba, e por um lado sei que teve gente que curtiu ver a dupla que mais interagia encontrando problemas, mas eu admito que o Charlie se tornou um cara bem chatinho (pra ser gentil) de uns tempos para cá. Com certeza a Serena pegou muito mais leve que merecia, mas foi com essa sutileza que ele com certeza deve ter sentido uma pontada enorme do tipo "putz, eu realmente tô sendo um babaca". Ainda tem peças do passado do Charlie faltando, mas com certeza daqui para frente ele vai se esforçar para ser menos desgraçado. Espero que ele rale bastante pra conseguir reconquistar um espaço entre seus filhotinhos HAUISDHAIUSHDAUISHDIUAS

      E eu amo o quanto você não curte a @ (PISA MEMO). Ela provavelmente vai ser uma das personagens que menos vai mudar ao longo da história, mas quem sabe essa pequena convivência com o Mika não ensine uma coisinha ou duas para ela? Ah, e sobre a pesquisa dela, calma aí que ela não iria ser tão ridícula assim! UAHSDIAUSHIDU Na real eu não expliquei tanto sobre o assunto porque é algo que vai ser tratado melhor em pouco tempo, mas esse tópico de Energia Infinita é um assunto de destaque em Kalos, mas que também chegou nos outros continentes (tanto que no próprio jogo isso é levado depois pra Hoenn). Além disso, é bem provável que apesar de ser de Castelia (e amaaaar sua casinha), a equipe dela tenha se juntado com algum laboratório local para fazer a pesquisa em Kalos. Foi um diálogo bem rápido, mas o tópico ainda vai ser muito importante para toda a fic! (E sei que vc não deixaria passar algo ainda mais da área de pesquisas e laboratório! haiusdhasiudh)

      E já te disse como fico feliz que esse finalzinho realmente tocou você. É em momentos assim que nossos personagens, seja a Serena, o Charlie ou o Calem param um pouco para pensar e falam: é, realmente eu não sei de tudo, e tenho um pouco para aprender com os outros. Por isso é um grupo que funciona tão bem, e que tem de tudo para progredir se aprenderem a ouvir uns aos outros <3

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  3. hello again!

    antes de mais, tenho que confessar: este capítulo foi mágico! sem grandes combates ou grandes acontecimentos, o haos conseguiu fazer, novamente, o que poucos conseguem: dar um pouco de humanidade, sentimento, ou até mesmo normalidade a uma fanfic de pokémon! e isso, na minha opinião é super importante!

    comecemos por calem que, finalmente, se começa a aperceber das suas atitudes não tão corretas e que, no fundo, o prejudicam. gostei bastante dessa cena com a ashley e espero ver mais deles. não estou a falar de algo romântico, porque não imagino calem numa situação dessas, mas uma relação de amizade e de entendimento... e também porque quero conhecer melhor essa menina pesquisadora que de certeza nos vai ligar à team flare!

    já charlie, o nosso personagem intermédio e que sofre graças aos sentimentos, cada vez maiores, que tem por serena. é completamente normal isto acontecer e é muito importante estes assuntos serem representados, especialmente em personagens que estão na sua adolescência. é muito interessante encontrarmos um ponto de fragilidade de um personagem tão discreto e misterioso.

    serena e mikala: os mais genuínos e incompreendidos xD é tão bonito vermos a a pureza deles os dois, no entanto, não acho que charlie tenha razões para ter ciúmes. eles são muito parecidos e é por isso que se dão tão bem. para serena, mikala é um grande amigo e aposto que o pobre rapaz também não vê a nossa protagonista de outra forma. ADOREI ADOREI ADOREI A CENA DA SERENA E DO CHARLIE NA PRAIA DURANTE O PÔR DO SOL!! LINDO!!! MELHOR SHIP!!

    also menção honrosa porque adorei a representação lgbt e quero conhecer esse namorado... GRANT IS THAT YOU?

    bye!

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    1. Eu achei interessante que você comentou sobre a Ashley e tocou numa coisa bacana: ela está mexendo com coisa que é mais perigosa que pensa - e sabemos que isso de alguma forma leva ao Team Flare mais para frente. Resta saber como as coisas vão se ligar e encaixar até lá, e quem vai estar do lado de quem durante essas descobertas...

      Outra coisa super importante que você comentou é a proximidade do Mikala e da Serena! Os dois funcionam muito bem juntos, e nem é por uma questão romântica, né. Eles são parecidos e se dão bem, é exatamente o que você disse. Também espero que eles tenham outros momentos juntos mais para a frente, e espero principalmente que o Charlie já tenha se tocado um tanto até lá (mas por enquanto ele aprendeu um pouco! Huashdiaus)

      Cara, e tem chances boas do Dustin aparecer mais para a frente. A princípio o namorado era só uma citação, mas não consegui não rir com seu comentário do Grant AUISHDAIUSHDUASJAISD E AÍ, BRASIL? SERÁ QUE É O NAMORADO MISTERIOSO? HAISUDHASUDHASU

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  4. Eu adoro capítulos na praia e irei protegê-los. Parte 2 HAHAEHUAE Não importa quanto tempo os personagens fiquem dispersos, como se estivessem apenas passando férias num clássico capítulo filler, eu entendo melhor do que ninguém os motivos que nos levam a escrever capítulos assim. Você quis explorar ao máximo os novos personagens que tenho certeza que serão primordiais no futuro, não é sempre que eles dão as caras e podem passar tanto tempo com os protagonistas. Houve alguns diálogos muito bons com a Ashley que ainda não tinha tido seu devido tempo de tela, quase cheguei a formar um shipp entre ela e Calem porque os dois são chatos para caraleo, mas me pareceu que ela terá uma trama mais obscura envolvendo a energia infinita no futuro, vamos ver. A essa altura, já nos acostumamos com a presença de Mikala e ele tem sido uma ótima companhia para a Serena. Outra conversa interessante que me pegou desprevenido foi do Dustin com o Charlie, que por sua vez tem aquele síndrome de machão inseguro que acha que "todo mundo quer pegar sua mina", ele levou um tapão mais do que merecido kkkk Receio que a estadia em Cyllage já esteja no finzinho, mas foi muito bom ter esses personagens no grupo por um tempo!

    Eu gostei bastante da reflexão do Calem sobre crescer, no fundo acredito que todos os adultos ainda são crianças que não fazem ideia do que estão fazendo, a diferença é que eles aceitam melhor as consequências. Mal posso esperar para ver o time do Calem em ação, eu estou adorando a escolha de Pokémons porque são uns bichos diferentes e monstrões, até agora eu senti que nenhum deles teve uma luta realmente definitiva, mas isso faz parte daquela velha preferência por desenvolvimento dos personagens ao invés das batalhas em si que compartilhamos. Estou com saudade dos Pokémons da Serena e do Charlie kkk Já dei uma conferida nas fichas e quero ver como como o Larvitar vai alcançar a evolução kk As coisas devem estar pegando fogo na Royal Emperium!

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    1. Ahh sei que você entende como esses capítulos são importantes! Alguns dos meus favoritos de Sinnoh eram sempre esses que os personagens ficavam de boa conhecendo melhor a cidade, e interagindo entre si. Que saudade agora bateu desses momentos! Eu quis mesmo aproveitar um tanto da presença desses personagens novos. Senti que utilizei muito pouco do Aldrick e da Katheryn quando eles apareceram pela primeira vez, porque acabaram ficando um tanto ofuscados com a história dos protagonistas (não sei se é algo inevitável, mas gostaria de pelo menos ter aproveitado melhor! HAUSDHAUS) O destaque maior do Mika e da Ash foram no capítulo 17, justamente de quando os dois ainda não estavam tão localizados na história central, mas tiveram um espacinho para dar uma chacoalhada nos protagonistas nesses últimos episódios. Os dois tem funções bem separadas na fanfic, o Mikala vai ser um rival, mas a Ashley tem uma trama bem mais diferente, exatamente como você comentou, dá pra perceber que ela está ligada a assuntos científicos e que ainda não sabemos direito onde vão se encaixar dentro da história.

      E também senti um tanto de falta dessas batalhas que você comentou, cara, mas foi realmente uma questão de não ter espaço! Acabei priorizando muito mais essas tramas pessoais dos personagens e suas relações, mas pelo menos no final tivemos umas lutas dignas pra fechar a temporada com chave de ouro! E espero sim aproveitar esses Pokémons deles, o Calem tem uma equipe incrível, e falta umas brechinhas para incluir os da Serena e do Charlie também!

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  5. Cara, lindo capítulo! Contamos com a primeira captura consciente de Calem, contamos com alguma informação de Dustin e de Ashley, e os pontos continuam!

    Corro para o próximo capítulo com grandes expectativas.

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