CAPÍTULO 37
Lembre Quem Você É
Além de ter imagem de qualidade
péssima, o pequeno televisor não comportava mais que alguns canais
desinteressantes. Ou notícias catastróficas, ou programas que mais irritavam
Charlie que de fato cumpriam a missão de distraí-lo. Havia concordado de ficar lá,
mas não esperava que os primos fossem abandoná-lo por completo enquanto
resolviam suas pendências. Acima de tudo, ficava preocupado.
Nunca sabia se seus amigos estavam
próximos de retornar ou não. Só respirava profundamente aliviado quando eles
chegavam. Aquele seria um longo dia sem a companhia deles, e sem poder fazer
muita coisa dentro daquele cubículo. Caminhou pelo quartinho e olhou no
frigobar. Haviam deixado algo para que comesse, mas ele estava razoavelmente
sem fome. Voltou para a cama e ficou a observar Thanos que dormia ao seu lado.
Abriu um sorriso tímido. Geralmente
tinha uma cara fechada com qualquer um que aparecesse, mas dormindo poderia ser
um Pokémon qualquer. Levou anos para que o Pancham conseguisse dormir assim, um
sono tranquilo ao seu lado, sem despertar com o menor dos ruídos. Charlie o
entendia. Também custaram anos para que conseguisse.
Tocou o pelo escuro do Pokémon,
fazendo-lhe uma pequena carícia.
♠ ♣ ♠
—
Praga!
Após
o ruído de vidro se quebrando, um silêncio dominou os arredores. Charlie
respirou fundo. Quando pareceu seguro e os passos se distanciavam, tentou
espiar. Em um monte de lixo, parecia não haver nada que chamasse sua atenção,
até um pequeno monte de pelos se mexer.
Charlie
se aproximou, cauteloso. Os olhos grandes de criança pareciam assustados, era
como se por alguns instantes tivesse sido transportado novamente para o
pesadelo de sua casa, onde era seu pai quem lhe atormentava. Uma pequena
criatura estava entre vários descartes da parte de trás daquele hotel. Ele não
sabia exatamente que espécie era – nunca fora muito bom em reconhecer Pokémon –
mas parecia um ursinho de pelúcia.
Talvez
não os ursinhos de pelúcia que vendiam nas lojas de lembrança de Lumiose. A não
ser que eles fossem vendidos encardidos, com os pelos emaranhados e pedaços de
uma garrafa de vidro entre os cortes do corpo. Um dos olhos da criatura estava
ferido, de maneira que ele não conseguisse abri-lo. Mesmo para o costumeiro
frio de Kalos, tremia mais que deveria.
Charlie
ficou perplexo a encarar aquela criatura, sem saber o que fazer entre os
ganidos de sofrimento que eram emitidos. Ele tentou aproximar sua mão da
criatura, mas ao perceber que não estava sozinho, o Pokémon tentou atacá-lo.
O
garoto recuou, assustado, mas notou que a criatura sequer tinha forças para
atingi-lo. Seu coração disparava. Olhou para os lados, mas nenhuma resposta
mirabolante lhe ocorreu.
—
Ei, calma… Eu não… — Charlie limpou uma lágrima. — Eu não quero te fazer mal.
Ele
tentou aproximar as mãos, mas o Pokémon fez o que pôde para resistir, até por
fim fechar os olhos, desmaiado. O garotinho sentiu um aperto no peito, sozinho
naquele espaço. Não poderia deixá-lo ali, não poderia fingir que nada aconteceu.
Não poderia, pois entendia mais do que gostaria as dores daquela criatura
perdida. Por mais que não fosse um treinador, sabia que havia um Centro Pokémon
não muito longe, onde talvez pudessem explicar como proceder.
Quando
entrou pelas portas de vidro correndo, não precisou mais do que gritar
desesperado para que alguns enfermeiros corressem para tentar resgatá-lo.
Todavia, ele foi obrigado a ficar na sala de espera enquanto o Pancham era
levado, desacordado, sem que o garoto tivesse qualquer ideia do que viria a
seguir.
—
O que aconteceu? — perguntou uma enfermeira, em tom quase acusativo.
—
Eu não… Eu não sei.
—
Não é teu Pokémon?
—
Não…
E
foi deixado só na sala de espera.
Calem passou algumas páginas da
revista e a jogou na pilha, junto das outras. A moça da recepção continuava com
o olhar fixo no computador, quase ignorando sua presença. A sala de entrada era
pequena, mas visualmente harmônica. Não era tão agradável quanto a do
laboratório de Sycamore, mas também não precisava atrair jovens de dez anos do
mesmo jeito que o outro. O garoto virou a cabeça e abriu um sorriso.
Uma moça ruiva avançou olhando para
os lados, à procura de alguém. Tirou seu jaleco após entrar na recepção e
ajustou os óculos no rosto. Calem se levantou da cadeira e acenou com a mão:
— Surpresa.
Os olhos de Ashley quase saltaram
do rosto. Ela empurrou o garoto para mais longe, tampando sua boca com a mão. A
recepcionista não desgrudou os olhos do computador.
— Você é louco?
Calem coçou a cabeça.
— Eu sinceramente esperava uma
reação menos pior.
Ashley cruzou os braços.
— É mesmo? Bom, um procurado de
Kalos cujo rosto está em quase todos os canais entra de repente no meu
laboratório. Desculpe, não deu tempo de encomendar flores para acolher sua
chegada.
Ele fechou o olhar.
— Você sabe que nós não somos
perigo algum.
A menina respirou fundo e soltou o
ar, como quem finalmente começava a raciocinar melhor.
— Desculpe. — murmurou, balançando
a cabeça. — Como…?
— Longa história. — ele deu de
ombros. — Cadê seu amigo treinador?
Ashley raciocinou por alguns
segundos, até abrir um sorriso.
— Seguindo sua jornada. —
respondeu. — Achou que eu ia largar tudo pra viver nas rotas de Kalos
enfrentando ginásios?
Calem reclinou a cabeça.
— Milagres podem acontecer.
Ela sorriu, mas logo fechou a cara.
— Por que veio aqui? Resolveu sair
por aí se mostrando pra caso alguém te encontre de uma vez? — indagou ela,
sussurrando.
— Se eu ficasse no nosso quartinho
ia enlouquecer. — balbuciou ele. — Estão supervisionando as fronteiras da
cidade.
— Eu sei. Vai dar um trabalhinho
sair.
— Vim aqui lhe dar um aviso.
Ashley tentou ler sua expressão.
— Sua pesquisa. — Calem alertou. — Acho
que você não tem dimensão do quão perigosa ela é.
Ela deu uma risadinha.
— Eu tenho bastante dimensão.
— Eu estou falando sério.
Ashley colocou o jaleco e ajeitou
os fios de cabelo ruivos espalhados.
— Calem, eu lhe confiei em segredo.
Eu nem podia ter aberto a boca. Se você andou espalhando…
— Eu conversei com o professor
Sycamore sobre, e as pesquisas da Tower
of Mastery foram roubadas. — sussurrou ele. — Junto de todos os documentos.
E eles estavam pesquisando sobre o mesmo assunto.
Ela parou por um momento.
— Eu vi nos jornais. Alguém invadiu
a Torre.
— Exato. E o Team Flare está atrás disso também.
A menina fez uma expressão de nojo.
— O Team Flare é uma organização… Estranha.
— Ashley… Eles são perigosos. — o
garoto endureceu o tom. — Tive um mínimo contato com eles recentemente, e
quando vi que falavam sobre isso, a conversa ficou… Intensa.
— Bem, eu sei que é perigoso. —
murmurou ela, se preparando para voltar.
Antes que concluísse seu
raciocínio, uma explosão balançou o prédio. Pela primeira vez a recepcionista
tirou os olhos da tela do computador. Ashley sentiu seu coração disparar e, sem
pensar muito, entrou correndo por entre os corredores do laboratório. Calem a
acompanhou, igualmente assustado.
— Parece que meu timing foi um tanto quanto ruim. —
murmurou Calem.
— Você tem alguma coisa a ver com
isso? — retorquiu ela.
Quando entraram na sala, Ashley
sentiu um aperto no peito. Não era um espaço imenso, mas todo coberto por
equipamentos de alto valor. O piso e as paredes eram de um branco clínico,
assim como as bancadas. Os armários tinham consigo objetos importantes para as
pesquisas, enquanto uma série de computadores auxiliava com os comandos.
Fiações, lousas, contas, experimentos. Era o principal laboratório de pesquisas
do prédio.
Ao centro, uma criatura robótica
como um experimento que resolveu se levantar e voltar contra os seus criadores.
Tinha uma altura não muito diferente dos dois, mas o corpo era coberto por uma
veste mecânica, junto de um capacete que lhe dava um aspecto quase alienígena.
Pela expressão de todos, Calem presumiu que ela não deveria estar ali. Apesar
do som da explosão e de um buraco na parede, ela não havia machucado ninguém.
Talvez fosse uma figura suficientemente inteligente para compreender que
destruir itens irresponsavelmente naquele espaço poderia significar um risco a
todos em um raio de quilômetros.
— O que está havendo aqui?! —
inquiriu Ashley.
A criatura avançou alguns passos,
em direção a um computador. Conectou fios de seu traje na máquina, como se
estivesse extraindo arquivos.
— EI! — gritou a ruiva.
Antes que pudesse fazer algo, a
criatura levantou as mãos, disparando uma onda de energia tão forte que atirou
Ashley e Calem para longe, derrubando uma mesinha.
— Alguém pede socorro! — berrou um
dos pesquisadores.
♠ ♣ ♠
Sentado
na cadeira da sala de espera, Charlie sentiu os olhares tortos. Lumiose recebia
treinadores de diversas partes do mundo, e talvez estivesse ocorrendo alguma
competição, pois ouvia até mesmo outros idiomas em conversas atravessadas. E lá
estava ele, sem qualquer expectativa de batalha ou competição, aguardando uma
criatura que nunca havia visto na vida tentar retornar com vida.
Ele
nunca se esqueceu. Na televisão, passava algum desenho de super-herói. Ele se
chamava Thanos, aparentemente, um personagem que voltara da morte para salvar
seu planeta natal. Pela décima vez, as portas de vidro se abriram e ele ficou
apreensivo em ouvir o anúncio. Algum dos médicos pareceu examinar a prancheta
mais uma vez antes de arriscar:
—
Pancham sem nome, de treinador sem cadastro? — mais soou como pergunta que
exclamação.
Quando
ninguém se moveu, Charlie percebeu que era sua vez. O médico o indicou o
caminho e começou a falar, mas ele não ouviu. Apenas correu até aquela criatura
o mais rápido que pôde. O Pokémon estava conectado a tantos aparelhos que
poderia ter se tornado Steel-type naquele momento.
—
Foi difícil fazê-lo parar assim. — murmurou o médico. — Ele é um Pokémon um
tanto durão.
Charlie
encarou os olhos tristes daquela criatura. Naquele momento o Pancham talvez
estivesse tentando lutar contra todos, mas estava tão imobilizado que não
conseguiria fazê-lo.
—
Que bom que pôde trazê-lo aqui, garoto. — continuou o doutor.
—
O que vai acontecer com ele?
O
médico endureceu a voz.
—
Ele vai precisar ficar em observação. As contusões e os cortes não foram muito
graves, mas deixaram marcas bem… Desagradáveis. — disse, encarando os olhos
fuzilantes do lutador. — Infelizmente é um pouco comum encontrar Pokémons
abandonados vivendo em más condições…
—
Como assim abandonado?
—
Bem, ele é de uma espécie que não costuma habitar cidades assim, menos ainda
Lumiose. E algumas marcas de treino indicam que já deve ter pertencido a alguém
anteriormente. A recuperação é um pouco complicada, mas não é difícil acontecer
aqui no Centro. — pontuou o médico. — Iremos enviá-lo quando se recuperar para
uma instituição que cuide de Pokémon de rua. Foi sorte ele ter te encontrado.
O
médico foi chamado para um atendimento, deixando Charlie sozinho com o Pokémon.
O Pancham encarava o teto, enquanto apenas o ruído do maquinário ao seu redor
cortava o silêncio entre os dois. O garoto parecia confuso naquele local, havia
esquecido como era dividir o espaço com outras pessoas que não faziam parte da Lumiose Gang. Ali só havia jovens falando sobre criação de seus Pokémon de
estimação, torneios e batalhas. Por um instante, ele teve um vislumbre de uma
vida que ele nunca teria.
E
quando voltou a encarar Pancham, se lembrou da sua vida real.
—
Eles não entendem — murmurou. O Pokémon pareceu ter sua atenção atraída, mas
ele sequer reparou. — o que você deve ter passado… Eu consigo imaginar. Eu…Eu
sei como é.
Pancham
virou sua face para ele.
—
Se você quiser… Você pode vir comigo. Não é um caminho dos sonhos mas…Mas eu
prometo que nunca vou te abandonar. Nunca.
Ele
encarou a placa ao lado, escrita com uma caneta de lousa. “Pancham sem nome”.
Esfregou a mão e por alguns momentos ficou a ponderar o quadrinho em branco,
reescrevendo com caneta preta. “Thanos”.
♠ ♣ ♠
Serena olhou de novo para o cartão.
O nome da rua conferia. O número também. Ela bateu na porta e aguardou por
alguns momentos, mas ninguém a atendeu. Fez uma segunda tentativa. Na terceira,
girou a maçaneta e abriu.
Um cheiro de lugar fechado adentrou
suas narinas, de maneira que ela coçasse instantaneamente o nariz. Ligou a luz
e se deparou com um escritório pequeno, mas já meio marcado pelo tempo, como se
ninguém o usasse como qualquer coisa diferente de um depósito nos últimos
meses. Grandes estantes com livros e arquivos estavam bagunçadas, reviradas e
já não pareciam seguir qualquer ordem possível. As mesas estavam repletas de
papelada, algumas cartas direto do correio caídas em qualquer canto, e as
plantas restantes bem murchas. A luz do teto, já meio fraca, de vez em quando
falhava.
Ela pegou a correspondência caída,
examinando por alguns segundos até ser interrompida.
— É um prazer conhecê-la, Serena.
Serena deu um salto com a voz rouca
que saiu de uma porta que ela sequer tinha visto quando entrou. De imediato
iria fazer diversas perguntas, mas foi tranquilizada:
— Augustine me avisou que você
viria.
Era um sujeito alto, deveria ter
mais de quarenta anos. Os olhos acinzentados como um dia nublado se mostravam
sérios e exaustos, marcados por olheiras escuras e rugas que pareciam ser
ressaltadas àquela luz. Repousava as mãos nos bolsos de um grosso sobretudo acastanhado
como madeira velha. Ele deu um passo, e ela sem querer recuou. Ele levantou as
mãos, tentando acalmá-la.
— Não precisa se preocupar.
Ainda assim, Serena teve de se
forçar a ficar tranquila. Não era sempre que alguém a chamava nos últimos
tempos pelo seu nome real. Tampouco alguém que ela não conhecia. O homem
caminhou tranquilo pela sala – juntou um monte de papéis em uma das mesas, como
se isso fosse ajudar a deixar o cômodo mais organizado, e avançou a uma cadeira
de rodinhas em uma outra mesa maior, em uma área reservada.
Estendeu a mão sobre uma cadeira e
Serena se sentou, ouvindo um pequeno rangido. A garota notou uma mesa vazia e
velha próxima à porta. O Observador se sentou à sua frente, soltando um suspiro
ao se acomodar. Guardou umas canetas espalhadas em um porta-bugigangas caído
sobre a superfície da mesa.
— O senhor não…
— Eu não trabalho para a polícia. —
respondeu ele com a voz grave. — Não mais.
Ele tinha olhos cansados, de quem
já viu mais coisas que gostaria. Serena não sabia dizer se ele só tinha tido
uma noite ruim de sono, ou se de fato carregava consigo toda aquela energia
melancólica. A menina deslizou os olhos pela mesa e parou em alguns
porta-retratos meio antigos, empoeirados. Ela viu o moço bem mais jovem. Em uma
das fotos marcava “Jubilife City”. Em
outra, ele tinha na companhia um Pokémon que lembrava um sapo, um Croagunk,
típico das terras de Sinnoh. Em um último, estava na companhia de uma
garotinha.
— Minha hora com isso já passou. —
murmurou o Observador. — Estou em outro momento.
Serena, para não ser deselegante,
parou de olhar para as imagens. Respirou fundo, antes de entrar no assunto que
lhe pesava.
— O professor disse sobre o por que
vim aqui?
O Observador concordou com a
cabeça. O silêncio perdurou na sala. Um silêncio real.
— E o que você acha disso?
Ele pigarreou e depois fez uma
pirâmide com as mãos, apoiando o queixo.
— Eu não gosto de afirmar coisas,
Serena. Stevan é um homem influente. Isso significa que não é difícil encontrar
conteúdo que lhe diga respeito... Da mesma maneira que ele pode ter tido grande
esforço para apagar.
Ela não piscou.
— Quanto você cobra?
— É um caso especial, Serena.
— Eu sei. Ele é rico.
— Não apenas isso. Claro, já seria
suficientemente difícil. Mas você é uma fugitiva. Eu estaria indo totalmente
contra a corrente, tentando acima de tudo mantê-la segura frente a isso.
Serena sentiu um aperto no peito.
— Eu pago. Quanto for.
— É mais do que dinheiro, Serena.
— Eu sei disso, senhor. É
exatamente por isso que preciso de sua ajuda, mais que tudo!
Ela ouviu sua voz ecoando pelo
escritório, se perdendo entre os vãos dos livros nas estantes. O Observador
soltou um longo suspiro e afagou as mãos em seu casaco.
— Eu irei.
A menina continuou olhando curiosa,
em dúvida se de fato aquilo era uma confirmação.
— Eu já gostei mais de desafios.
Acho que não estou meio velho pra essas coisas. — ele abriu um sorriso amarelo
e frágil.
Serena acompanhou seu sorriso.
— Mas espero que saiba onde estamos
pisando. — acrescentou ele.
— Como assim?
O Observador parou para pensar,
como se escolhesse com cuidado as próximas palavras frente aos olhos instigados
e brilhantes de Serena.
— Sei que ele é seu pai. Mas, se
nunca mais ouvimos falar dela... Não sei o que ele foi capaz de fazer para
fazê-la desaparecer.
A loura engoliu em seco, mas
retorquiu com uma certeza que, ainda que não tivesse, soou firme o suficiente:
— Senhor, eu só preciso saber essas
respostas. Custe o que custar.
O homem ficou a encará-la. Seus
olhos azuis não piscaram. Ele concordou com a cabeça, convencido, e se ajeitou
em sua cadeira. Puxou um bloco de anotações de uma das gavetas e procurou por
alguma folha usável. Havia um certo tempo que não se envolvia com mais nenhuma
atividade. Não uma que de fato utilizasse sua energia. Em meio aos comentários
soltos, Serena indagou, cuidadosa.
— Por que você concordou?
Ele levantou o olhar brevemente, e
ela jurou vê-lo desviar para as fotografias.
— Digamos que eu sei como é perder
alguém que amamos.
Ela não perguntou mais. Preenchidos
pela quietude, um celular de modelo meio velho começou a tocar, e o homem
apenas lhe dirigiu uma expressão de desagrado. Contudo, após examinar por alguns
segundos o número que discava, mostrou-se intrigado. Colocou o celular na
orelha e, embora Serena evitasse, não conseguiu deixar de ouvir a conversa,
dado o tom que o detetive lhe atribuiu.
— Código E? — indagou o Observador
como se tivesse acabado de ouvir um palavrão.
E começou a anotar rápido em outra
página.
— Edifício Aube, Estival Avenue,
número trezentos e dezessete. Certo, vou para aí imediatamente.
Serena deu um salto quando ouviu o
endereço.
— Serena, peço imensas desculpas,
mas tenho uma emergência. — falou ele fechando o bloco de papel e guardando
algumas coisas no bolso.
— Eu vou com você! — ela se
levantou.
— Negativo. Não posso levá-la
comigo.
Serena fechou os punhos.
— Senhor, esse lugar é onde meu
primo está!
♠ ♣ ♠
Eram
tímidos os raios de luz que ousavam transpassar pelas janelas tapadas do
casebre. Em um local onde nem mesmo o brilho da Cidade Luz podia alcançar,
diversas almas perdidas da metrópole se reuniam. Os jovens tinham das mais
diversas idades, desde uma criança que ainda aprendia a falar no colo de sua
mãe – que talvez tivesse em torno de quinze anos – a alguns mais adultos, já
com barba e cicatrizes no rosto.
Se
sentavam como que em roda. As expressões atormentadas se entreolhavam,
sussurros atravessando e tentando se fazer audíveis em meio aos ruídos caóticos
daquelas vielas de Lumiose. Lá não se ouvia o som dos turistas ou os anúncios
dos vendedores das avenidas. Uma figura mais alta, de cabelos arrepiados e
selvagens caminhava de um lado para o outro. Sua expressão fechada significava
problemas para qualquer um que o conhecesse. Subitamente, desferiu um soco em
uma mesa de madeira escura, fazendo suas pernas tremerem e um eco ressoar pelas
paredes frágeis.
—
Pegaram a Eris. — resmungou. — Porra!
Seu
rugido fez um silêncio imediatamente se instalar. Após respirar ofegante
algumas vezes, virou os olhos agressivos em direção a um rapaz que devia estar
em torno dos dezesseis anos, com seus cabelos negros espalhados caindo no
rosto. Deu alguns passos em sua direção. O outro engoliu em seco. Tocou o dedo
indicador em seu peito. Ele sentiu a pressão apertando-lhe o tórax. Charlie, um
tanto distante, prendeu a respiração.
—
Marc. — falou o líder. — Você vai ficar responsável pela parte dela. — pausa. —
Tá ligado?
Marc
se demorou por alguns segundos, mas foi capaz de manter a expressão séria.
Apenas acenou positivamente com a cabeça. A responsabilidade nova fez com que levasse
alguns tapinhas de congratulação. Novamente, seu irmão mais novo sentiu um
calafrio, como se fosse ele a tomar a nova responsabilidade.
—
Eu tenho medo deles.
Ele
se virou para o lado. A confissão veio de uma voz fraca, como que se tivesse
escapado da emissora sem real intenção de ser ouvida. Era uma menina, Charlie
nunca havia visto ela antes ali. Tinha cabelos escuros longos caindo
desajeitados e ondulados pelos dois lados do rosto, e ombros tão retraídos que
parecia uma bolinha. Apertava contra seu peito uma pequena criatura, ainda
filhote – um Espurr, de pelos cinzas emaranhados. Charlie reconhecia aquele tom
perdido que seus olhos tentavam esconder – ele também os tinha.
—
Eu também. — murmurou em resposta.
Ela
levantou a cabeça ligeiramente, procurando consolo no novo amigo. Ele abriu um
sorriso aconchegante, tentando aliviar a tensão. Charlie sabia como era ser
novo na Lumiose Gang. Geralmente as crianças que começavam a integrá-la não
traziam consigo um histórico agradável.
—
Como é seu nome? — inquiriu ela.
—
Charlie. — falou, baixinho. — E o seu?
—
Prazer, Charlie. — ela finalmente conseguiu desenhar um sorriso tímido. — Eu sou a Emma.
♠ ♣ ♠
— De novo não, Essentia. — murmurou
o Observador para si mesmo.
O carro do detetive era de um
modelo antigo. Tinha algumas partes gastas e mesmo quebradas – a menina
hesitava de perguntar o que poderia ter acontecido. Certamente o homem já havia
vivido alguns capítulos intrigantes durante suas investigações no passado.
Ainda assim, ele parecia tenso naquele momento, de uma maneira anormal.
Quando chegaram, Serena fez o que
pôde para se disfarçar. Correram para dentro do prédio, onde várias pessoas
tentavam evacuar. Ao atingir a sala que haviam citado, se depararam com um caos.
Dois Crobats cortavam o ar com uma velocidade absurda, quase ferindo as pessoas
no espaço. Serena fitou aquela figura misteriosa causando um rebuliço no ambiente,
sem conseguir se conter:
— … de novo…
O Observador a encarou.
— Você a conhece?
— Ela invadiu a Tower of Mastery, em Shalour… E roubou
diversos documentos relacionados às Mega Evoluções. — disse a garota.
Calem tomou um susto ao perceber
que sua prima estava ali. Não conseguiu falar nada, pois precisou desviar de um
Air Slash naquele momento. Ashley
tentou correr em direção à androide, mas o garoto a segurou.
— O que pensa que está fazendo?
Ashley cerrou os olhos.
— Eu não vou sentar e assistir a
alguém levando todo o meu trabalho embora!
A garota, tentando se esconder,
correu até um casaco pendurado na porta.
— Elgyem, Psybeam!
De sua Pokébola, revelou uma
criatura que emitiu uma sequência de ruídos curiosos, parecidos com as grandes
histórias de extrarrestres. De suas misteriosas luzes, disparou um feixe
suficiente para confundir os dois morcegos que pairavam pelo ambiente. Calem se
aproveitou do momento para ir até sua prima, segurando-a pelos ombros.
— O que você está fazendo aqui?!
— Longa história... — murmurou ela.
— A polícia deve chegar logo. —
falou ele. — Precisamos ir embora.
Simultaneamente, um pequeno Pokémon
deu alguns passos à frente. Serena tomou um susto: era um Espurr. Colocou
instintivamente a mão em suas coisas, mas a Pokébola de Mary ainda estava lá. Antes
que o mistério parecesse sem resolução, o Observador soltou um grito:
— Mimi!!
Talvez tivesse vindo com eles – o
banco de trás do carro do Observador estava tão bagunçado que ela não teria
reparado se um dos casacos jogados fosse, na verdade, um ser vivo. O Pokémon
avançou contra a androide, que se preparou para contra-atacar, mas algo a
impediu. Subitamente, seu traje robótico pareceu entrar em um estado de confusão,
parando de responder de maneira padronizada. Naquele instante, Serena teve um
estalo.
— Aconteceu exatamente isso na última vez, Cal.
— falou a garota, roubando sua atenção. — A Mary ajudou a pará-la, na torre de Shalour.
O garoto suou frio. Todos ficaram
tensos de se aproximar da androide enquanto enfrentava algo similar a um bug. Ajoelhou-se no chão, atormentada,
enquanto o pequeno Espurr parecia utilizar de suas habilidades psíquicas. Era
como se houvesse alguém ali, alguém tão humano capaz de reagir a estímulos como
qualquer outro na sala. Entretanto, um som mecânico ecoou pela sala.
—
Transferência completa.
A androide como um raio saiu pelo
mesmo local que entrou, vagando com saltos tão altos que ganhou as alturas e
desapareceu por entre os prédios de Lumiose. As sirenes ecoavam pelos
arredores, restando a Calem apenas o tempo de segurar na mão de sua prima. Ele
lançou um olhar para Ashley, que parecia abalada demais para falar qualquer
coisa, e fugiram, deixando para trás os destroços do laboratório, enquanto o
Observador apenas conseguia vê-los partir.
♠ ♣ ♠
A
tarde caía na Autumnal
Avenue. Naquele período do ano, ainda
fazia calor. O Sol tardava a se pôr, as ruas ficavam mais cheias e coloridas.
Naquele dia, Charlie e Emma tiveram sorte. Haviam conseguido alguns trocados
para visitar a Juice Shoppe, famosa
franquia de Kalos sediada em Lumiose onde se podia escolher dentre diversas
berries para montar uma bebida. Era o menor copo, e eles tinham de dividir –
mas pelo menos era suficiente para que matassem a vontade. Ele chacoalhou o
copo, estendendo para ela.
—
Pode terminar.
A
menina abriu um sorriso. Tomou um gole pequeno, deixando poucas gotas, e
estendeu.
—
Pode terminar.
Ele
riu. Ficaram assim, tentando tomar o menos possível para deixar mais para o
outro. O Pancham de Charlie o acompanhava, caminhando tranquilo pela rua, vez
ou outra mexendo com o Espurr de Emma, ocasionalmente resultando em uma briga
inocente. Thanos se recuperara bem com o passar das semanas e razoavelmente
havia se adaptado à vida de Charlie. Pelo menos tinham a companhia um do outro.
Dizer
que as coisas estavam perfeitas seria arriscado. Uma das primeiras coisas que
se aprendia na Lumiose
Gang era de evitar este tipo de conceito,
onde se esquecia que o pior estava a apenas a um piscar de olhos de emergir
diante da calmaria. Mas Charlie, durante aquela época, quase esqueceu.
Quase.
Quando
alcançaram de volta sua morada, apostando uma corrida, o menino freou ao
encontrar seu irmão parado, com uma expressão fechada. Não conseguiu ver seus
olhos, pois um par de óculos escuros os cobria. Emma ficou muda quando o viu.
Marc puxou Charlie pela camiseta, arrastando-o para um dos becos no arredor.
—
Onde tu tava a manhã inteira? — inquiriu, quase gritando.
Charlie
se empurrou contra a parede – seria um ótimo momento para entrar dentro dela.
—
Eu tava… Dando uma volta.
Silêncio.
Marc apertou os próprios dedos na mão, logo chacoalhando o garoto, que em um
instante entrou em estado de alerta.
—
Tá achando que isso é o quê? — indagou o irmão, aproximando seu rosto. —
Brincadeira de casinha?
E
largou Charlie. O menino se encolheu.
—
Você tá diferente…
Marc
balançou a cabeça.
—
Tu não entende… — ele suspirou. — Primeiro aquele Pokémon… Agora…
Dos
curtos instantes em que Marc se perdeu, fez o possível para retornar à linha.
Segurou o irmão com força, força suficiente para que sentisse medo. Aquele dia
foi um divisor de águas. Marc outrora fora o porto-seguro de Charlie. Ele sabia
que enquanto o tivesse, as coisas estariam mais seguras em casa. Contudo, com o
passar dos meses dentro da gangue, o rumo passou a ser outro. Aos poucos seu
irmão se afastava da memória que Charlie construiu, tomando uma forma que
sequer o menino tinha coragem de admitir.
—
Charlie, abre o olho! — gritou Marc. — Tu não é um treinador Pokémon. Tu não é
um moleque qualquer. E se ficar agindo como se fosse…
Charlie
sentiu dor com aquelas palavras. Todos os resquícios que tinha de uma vida
normal – ou o que quer que essa merda de palavra significasse – eram perigosos,
pois ele se esquecia quem era. Ele podia passar a tarde fora, que quando
voltava, se recordava de onde estava, e com quem estava. Mas só anos mais tarde
ele descobriu que aquelas palavras também doeram em seu irmão.
Marc
cerrou o punho e o levantou. Charlie se cobriu com os braços, como havia muito
não fazia. Não desde que saíra de casa. Mas, naqueles curtos instantes, todas
as memórias retornaram com um soco, que doeu por lhe arrancar memórias mais
tormentosas que o próprio golpe. Aos poucos, ele via os terrores que achou que
deixara para trás vivos em sua frente, naquele que era o principal elo entre
seu passado sombrio e seu tenso presente: seu irmão.
Marc
deu um passo para trás e encarou as próprias mãos trêmulas. Charlie não
conseguia encará-lo por detrás dos óculos, e tampouco tentou. Chorou, mas logo
percebeu que poderia ser pior se o fizesse. Tentou engolir as lágrimas, com
medo de uma nova ameaça.
—
Por que você fez isso?
O
mais velho cerrou os próprios punhos e respirou fundo. Começou a caminhar para
fora, evitando transparecer qualquer emoção. Suas últimas palavras saíram
soando como um perdido desabafo; foi talvez a última vez que Charlie ouviu esse
tom de seu irmão, ao dizer:
—
Pra você não esquecer quem você é.
♠ ♣ ♠
— …parece que a Campeã terá
problemas — disse o comentarista da televisão.
— Quem diria… Depois de tanto
tempo, finalmente um desafio. — concordou outro. — As apostas estão altas, a
desafiante conseguiu vencer todos os membros da Elite sem grandes dificuldades…
A televisão desligou.
O homem abaixou o controle remoto,
abrindo um sorriso. Em seguida, se virou para a vidraça imensa, observando as
luzes brilhantes das diversas ruas de Lumiose, como um céu cheio de estrelas.
Lysandre tocou o vidro, admirando aquela beleza que talvez estivesse com os
dias contados, a perder de vista.
dorei esse titulo com impacto de rei leão pra arrasar a leitura que ainda nem começou
ReplyDeleteo charlie com o thanos :(((( eu to bem trist mermao
MDS DO CÉU O JEITO QUE ELE ENCONTROU O THANOS AAAAAAAAAA NÃO MANO MDS QUEM QUE FAZ ISSO COM UM POKE NENEZINHO mds do céu as pessoas de lumiose realmente NÃO TEM CORAÇÃO
noss. a praga. alguem que eu definitivamente não esperava encontrar, mas ao menos pra situação atual ela não é um perigo (......acho)
she's warm as ever also q
ainda bem que tu não saiu em jornada e tá longe do meu anjo por agora, ele não merece sua aura negativa ao lado (e anyways UM BJO MIKA TO COM SDDS TE AMA)
oh, o cal foi avisar ela, a good boi >: (deixa ela se ferrar tho i'm cheering for this moment q)
KK EU PEDI MAS NÃO AGORA QUE O CAL TÁ NO MEIO DA BAGUNÇA SABE
.........is this the same from the tower or
O NOME DO HERÓI EU TO MUITO TRIST MERMAOZINHO
he really is a fighter :(((( a survivor :(((
o choque de realidades dói demais mano ai, ainda mais pensando como esses treinadores nem imaginam quantos charlie tem aí afora :((
looker plmdds não mata a menina do coração asdçksdançksda
ai bicho nem fala, pode ter Tanta Merda escondida por debaixo dos panos nessa busca, mas a serena tambem já levou tanto baque da vida que né :'D
o pior é que essa busca é uma esperança. e quando uma esperança se quebra, ainda mais quando estamos em um momento tão perdido........ espero mesmo que venha algo positivo disso
AAAAAAAAAAA CACETA, EPICENTRO DE TRETAS VIU
olha a gente testemunhando a ascenção e simultanea queda do marc kk
AI MDS, A EMMA
IT'S THAT EMMA, AINT IT
mds do céu eu não acredito que todos os traumas e tretas estão se interligando e vão despencar em conjunto na mesma hora ALGUEM SALVA AS CRIANÇA MDS
jesus cristo que bom que nao sou cardíaca pq mds é porrada sem cessar
AI BICHO O GIF AÇKSDNDSAÇKSDNDSAKÇ E A DOR DE LEMBRAR ESSA TRETA QUE SÓ CRESCEU AQUI MDS
eles dividindo o suco caro >>: babes >:
quase kk como se ele tivesse escolha, como se algum dia a vida dele deixasse ele esquecer
ai mano......... o jeito que tudo começou pro marc manter o irmão (e a si mesmo) a salvo.......... e ver onde isso acabou...........
pausa na leitura pq to vendo nada com a vista embaçada de lagrimas (não é nem meme eu to mesmo)
porra não bastava tudo que já aconteceu nesse cap, agora ainda sabemos que lysandre tá por aqui. this will not end well
(also eu tambem adoraria que pudesse enviar imagens por aqui, mas pode imaginar todas as minhas reactions de choro, desespero e armas apontadas pra você vlw flw)
Eu amei que vc ligou demais as coisas <3 (Tanto uns detalhezinhos escondidos na fic quanto as próprias partes dos jogos! Sério, feliz demais de ver isso)
DeleteSimmm, acho que são tantas coisas rolando ao mesmo tempo, mas aos poucos a gente vê como tudo tem suas conexões. Fiquei satisfeito demais de trazer essa parte do Thanos, porque a gente vê ele faz tanto tempo e nunca pude mostrar de fato como os dois se uniram e como foram importantes um pro outro em um momento crucial... Acho que nesse cap a gente entende o que de fato o Thanos significou pro Charlie e vice-versa
Essa transição do Marc e do Charlie acho tão intensa, apesar de difícil é uma das minhas coisas favoritas... Como as coisas se transformaram para um e para o outro, como seu porto-seguro se transformou em seu maior medo. São alguns vãos em branco que cabe a nós preencher, e que nos trazem mais profundidade entre eles, né... Acho que no capítulo 12 o Marc pareceu um arquétipo de vilão bem padrão, mas imagino que nesse retorno à cidade começamos a ver algumas outras dimensões que permitem que a gente entenda o quão mais funda a relação entre os irmãos é...
AHUSDHASU Confesso que ainda assim to na torcida pro Blogger deixar a gente incluir essas reactions sensacionais nos comentários QQQ
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
ReplyDeleteUAHSDUAHSDUAHS Diria que essa é a única reação possível! :V
DeleteDe facto, o Haos não brincou quando disse que Charlie seria o foco principal em Lumiose. E eu estou a adorar descobrir a sua incrível triste história. A forma como ele e Pancham (Thanos) se conheceram e criaram os seus laços foi simplesmente linda! Mas nem tudo pode ser assim maravilhoso. Depois de um dia mais tranquilo, o garoto é atacado pelo seu irmão, que agora pensa que exerce algum tipo de controlo sobre o mais novo... Charlie, você é um fofo e eu espero que supere o seu passado <3 É uma história bastante triste.
ReplyDeleteSerena encontra-se, pela primeira vez, com O Observador e os dois conversam sobre a investigação da família Windsor. Eu gostei muito desse toque misterioso de O Observador e quero muito ver a forma como a própria Serena se vai aventurar por esse "mundo", sabe?
Como é óbvio, Calem voltou a enfiar-se em problemas. Desta vez, acompanhado por Ashley (que eu admito já não saber quem é). Os dois reencontram o robô que roubou as informações sobre as Mega Stones há uns capítulos lá atrás. No entanto, com a ajuda de Serena e O Observador, tudo acaba bem. Quer dizer, dentro dos possíveis.
Já agora, porque toda a gente tem um Espurr nesse capítulo? Eu sei que ele é bem fofo, mas tem algum significado por trás disso?
Por fim, vemos Lysandre a observar o combate da Campeã com a desafiante que conhecemos no capítulo anterior. Mas, afinal, ele tem alguma coisa a ver com isso ou não?
Hey Angiee!!
DeleteFeliz que tá curtindo os rumos que a história tá levando. Pra mim é muito especial poder compartilhar essa história do Charlie... Afinal, acompanhamos ele por tanto tempo e o vimos só segurar os segredos com ele... Por muito tempo ele foi esse personagem que trazia até um tom de humor, então revelar as outras camadas por baixo dele foi uma decisão muito importante.
Confesso que o outro Espurr foi coincidência ASUHDAHSU Essa trama do Observador é baseada nos jogos, e realmente existe um Espurr pelo meio. :'D Geralmente eu tomo uns cuidados pra não inserir Pokémons repetidos na história pra não confundir e até não ficar repetitivo, mas dessa vez como ia ser inevitável, acabei criando algumas tramas pra aproveitar essa coincidência... Vem aí hein AHSUDAHS
Eu tenho suspeitado muito forte da volta do Marc desde que eles voltaram pra Lumiose, aí você vem com esses flashbacks dele e do Charlie... Cara, eu consigo ver a treta chegando, e o negócio vai ser feio kkkkkkkkkkk Fora isso, muito interessante ver como o Charlie e o Thanos se conheceram. São dois renegados jogados às obras do acaso, que encontraram um no outro algo em que podem se agarrar pra tentar seguir adiante.
ReplyDeleteE E cara, essa invasão ao laboratório... Essa androide voltou pra criar mais caos, e essa reação dela ao ver a Espurr aparecendo ali de novo... Eu tenho minhas teorias, mas não vou jogar aqui agora. Se quiser eu posso te contar no privado depois, pra você dizer se eu tô certo, porque seria um plot twist grande. :v
Ótimo capítulo, meu caro!
Até a próxima! õ/