Posted by : Haos Cyndaquil Mar 23, 2019


CAPÍTULO 31
Novos Tempos

Pingos finos caíam do céu cinza, em uma quantidade tão reduzida que deixavam o chão molhado em um delicado pontilhado. O moço ouvia os batuques das gotas ressonando em seu guarda-chuva como uma melodia tranquilizante da natureza naquele dia frio de outono. Um carro de porte intimidador estacionou alguns metros à frente, e bastaram alguns segundos para que alguém uniformizado descesse e abrisse a última porta.
Sua respiração mudou instintivamente quando viu os pés dela tocando o chão de pedra molhado.
O motorista a cobriu com um guarda-chuva para que descesse do carro. Ela já seria suficientemente alta sem os saltos, mas eles a deixavam ainda maior  Os olhos como duas pérolas negras cravaram no rapaz assim que desceu, mas seus grossos lábios desenharam um sorriso aparentemente simpático. Os cabelos perfeitamente enrolados subiam acima dos ombros, tocando a pele escura como a noite de uma maneira singela.
Ela seguiu uma sequência de passos até ele, e o rapaz estendeu o guarda-chuva para que entrasse. Foram alguns segundos de ponderamento enquanto ela fitava seus olhos azuis como o oceano da parte costeira de Kalos.
— Siebold. — disse a moça.
— Sienna. — acompanhou ele.
Ela se despediu do motorista e foi para debaixo do guarda-chuva do outro. Seus olhos não evitaram admirar a fantástica construção que estavam prestes a adentrar. Ela se lembrava daquele lugar perfeitamente. Sentiu um ar frio vindo de dentro, em conjunto aos ecos perdidos que escapavam pelo imenso portão. Quantas memórias cabiam dentro daquele castelo?
Quando a porta se fechou, um silêncio súbito restou dentro do salão. A chuva e o vento de Kalos eram inaudíveis por trás das paredes reforçadas. O lustre imenso que pendia do teto não iluminava tanto quanto deveria, por mais rebusques que tivesse. Ela ainda assim esfregou as palmas das mãos, tentando se afastar do frio costumeiro da região. Seus olhos se encontraram com os do rapaz, que moveu um conjunto de fios do cabelo louro para detrás da orelha. Sorriram levemente, soltando uma risadinha que se perdeu pelos corredores próximos.
— Faz algum tempo. — murmurou ele, indicando o caminho. — Por onde andou?
Sienna suspirou fundo.
— Por aí. — deixou escapar, simplesmente.
Knoc. Knoc. Knoc. Os saltos batiam na pedra a cada passo. Siebold seguia o caminho, e uma tempestade de pensamentos dançava em sua mente – tempestade essa mais forte que a garoa fina do lado de fora. Contudo, quando fitava aqueles olhos escuros sensuais e misteriosos, as palavras pareciam perdidas e tolas demais para serem colocadas para fora. Chegaram juntos após alguns silenciosos momentos a uma salinha.
Sienna admirou aquele espaço. Pequenas dimensões, com uma comprida mesa ao centro. Siebold pegou uma chaleira e derramou um jato de chá quente em duas pequenas xícaras de porcelana. Ofereceu uma à mulher, que agradeceu enquanto depositava os dedos sobre o vidro quente, sentindo o vapor doce subir até suas narinas.
O moço puxou uma cadeira e sentou-se, cruzando a perna direita sobre a esquerda. Tomou um gole e sentiu o líquido quente afagá-lo em meio ao frio do lado de fora. Os chuviscos tocavam o vitral da janela, por onde transpassava um fino feixe de luz. Ele depositou a xícara no pires, respirando fundo.
— Não penso que veio até aqui só para tomar um chá comigo. — ele murmurou.
Sienna revelou um sorriso.
— Eu gostaria. — disse, deslizando o indicador pela xícara. — Mas não.
Eles trocaram olhares por alguns segundos.
— Eu vim pelo meu desafio. — falou ela, por fim.
O rapaz pareceu contar até dez mentalmente. Os olhos escuros ainda o fitavam, aguardando uma reação.
— Seu desafio foi há um longo tempo, Sienna. — ele tomou mais um gole. — Você se lembra do que disse naquela época.
— Eu disse que não estava pronta.
— Bobagem. Mas sim. Sua oportunidade já foi. Infelizmente.
— Não pela legislação de Kalos.
Ele colocou a xícara de novo na mesa. Os olhos fixos em si eram desafiadores, provocativos. Ela sabia o tom que a conversa tomava, e parecia se divertir ligeiramente com o jogo de palavras. As pausas pareciam recheadas de pensamentos perdidos.
— Quando?
— Quando for possível. Provavelmente em não muito tempo.
Ele uniu as mãos em uma pirâmide.
— O que espera que eu diga?
Sienna suspirou, fazendo pequenas ondulações em seu chá.
— Eu, sinceramente, não sei. — admitiu, séria. — Não vim pedir permissão. Vim comunicá-lo. Como uma amiga.
Siebold abaixou a cabeça em um sorriso
— Uma amiga… — ponderou.
O moço balançou a cabeça negativamente.
— Ser campeão não é uma escolha que você faz em um dia de iluminação. É um fardo. E o escolhido deve arcar com as consequências sem fugir.
— Eu não fugi, Siebold. — ela deu um golpe na mesa com a palma da mão. O movimento não foi tão brusco, mas as paredes amplificaram o som de maneira que parecesse um estouro.
Sienna encarou o vapor quente da bebida se dissipando e brincando no ar.
— Eu só… Eu só precisava de tempo.
O outro passou a xícara por entre as mãos, segurando com firmeza.
— Teve seu tempo. — ele murmurou, levantando o olhar. — Mas não pode esperar que o resto do mundo tenha congelado esperando por você.
A moça tentou decifrar seu olhar, mas ele parecia tentar escondê-lo, como uma criança. Desviava para o lado, incomodado pela pressão. Mas ela não parava de encará-lo.
— É um pedido de desculpas que você esperou por todo este tempo? — indagou ela.
Siebold tomou um longo gole.
— Achei que fosse… Mas não acredito que desculpas curem tudo.
— …porque eu não iria me desculpar.
Ele a encarou. Sienna se levantou e ficou de costas, pensativa. Encarou uma estante de livros. Seus dedos longos e finos dançavam por entre as lombadas de cores e tamanhos diferentes.
— Eu precisava de tempo. Precisava amadurecer. Tudo aquilo era muito pra mim. — falou, quase que em uma melodia. — Hoje sei o caminho que quero e devo tomar. E estou aqui porque queria que você soubesse antes de qualquer outro.
Ele se apoiou na mesa com os braços. Ouviu com cuidado cada uma das palavras. Espinhos.
— Aprecio seu gesto. — falou, em um tom sincero. — Apenas não esqueça que sou um obstáculo para sua nova decisão.
— Você sempre foi. — ela sorriu. — Um atalho e um obstáculo.
Os saltos ecoaram conforme ela se aproximava. A cada passo mais perto, mais parecia que a pressão do espaço se comprimia e a sala ficava menor – como se as paredes se encolhessem. Ela lhe tocou no ombro, ainda apoiado na mesa.
— Minha função é impedi-la com todas as minhas forças. — murmurou ele.
— Não esperava nada menos. Não esperei tanto tempo para pedir piedade. — ela falou, tocando suavemente os dedos por suas costas. — Mas na próxima vez que pisar neste lugar, só sairei com a coroa de Campeã.
— Quero saber quem, por obséquio, deixou a toalha molhada em cima da minha cama!!
Os brados de Calem se perderam no campo aberto, mas com certeza de suficiente distância era possível ouvi-los. Alguns Fletchling se assustaram, voando em bando para longe. Charlie coçou a cabeça um pouco sem jeito.
— Ops.
Calem saiu de dentro do casebre balançando os braços em nervosismo. Sua expressão de poucos amigos se virava para os lados, procurando pelo transgressor. Ao avistar o rosto culpado de Charlie, os olhos semicerraram, como um predador que acaba de notar a presa.
— Ora, Charles…
Ele jogou a toalha no chão, soltando um rugido de desgosto. Charlie e Serena ficaram por alguns momentos fitando o garoto. Não era raro Calem estar estressado – especialmente nos últimos tempos – mas, naquela ocasião, ele parecia particularmente incomodado em um nível diferente.
— Por que você está tão estressado? — perguntou a menina se aproximando.
— Você quer saber, Serena? Bem, porque faz um mês que estamos nos escondendo em lugares péssimos, tipo esse sítio de um desconhecido…
— Cal, não fale assim do senhor Barnett, ele está sendo um amor em nos deixar ficar aqui!
— …morrendo de medo de sermos apanhados pela máfia do seu pai! — resmungou ele. — Bem, desculpe se isso me estressa, mas é que É ESTRESSANTE MESMO.
— Cal, eu sei fugirmos foi uma decisão… Difícil… — ela suspirou. — Mas a gente fez a coisa certa.
— Para quem, Serena?
— Para nós mesmos.
— Todos os dias a mesma discussão. — murmurou Charlie para si mesmo.
Calem balançou a cabeça.
— Existiam outras formas de resolver aquele problema. Que não incluíam explodir um salão e cuspir na cara do seu pai.
— Você foi muito corajoso fazendo tudo isso... — disse ela, tocando-lhe o ombro.
— Serena, eu fico realizado que conseguimos impedir que o casamento acontecesse. — disse o garoto, respirando fundo, retirando com leveza a mão da garota de seu ombro. — Mas é muito difícil pra mim lidar com todas as consequências disso.
O garoto saiu caminhando, e ela queria chamá-lo de volta, mas sabia que não deveria. Não adiantaria. A mesma discussão já perdurava havia semanas. Uma decisão tomada impulsivamente às vezes custava tempos em suas consequências. Ela não estava totalmente satisfeita com os rumos que sua jornada tomou, mas sabia que era melhor que a segunda opção – casada em Vaniville ao lado de sua família. O rosto de Stevan ainda lhe assombrava algumas noites, quando ela tinha pesadelos.
O pequeno Baa Mer Ranch era um espaço comandado por Barnett, um senhor simpático que permitiu que os jovens ficassem por algum tempo. Ele não fazia ideia do real motivo pelo qual estavam lá, mas eles sentiam que era melhor assim. Saber demais poderia deixá-lo em problemas. Além disso, o velho senhor evitava muitos meios de comunicação – se por um lado isso reduzia a ansiedade em evitar as notícias, por outro pareciam enlouquecer sem saber de nada.
Provavelmente a polícia estaria em busca deles nos arredores. Por mais que escolhessem um lugar retirado, sabiam que as coisas não eram as mesmas. A apreensão às vezes sufocava. Os momentos se tornavam angustiantes. Dormir às vezes era uma tarefa para Serena: ela sabia que poderia acordar com seu mundo se desfazendo diante de seus olhos a qualquer momento.
Calem sabia isso mais que ninguém. Se martirizava. Para o garoto, era como uma ampulheta. Estavam apenas evitando um final certo. Stevan iria encontrá-los. Poderia levar horas ou poderia levar anos, mas ele não desistiria. Não sem antes recuperar sua herdeira e se vingar do primo que a afastou de sua sina.
A menina se encarou em uma pequena poça. Às vezes ela ainda tomava um susto. Tinha o tique de mexer no comprimento de seu cabelo, mas agora ele já não tinha o mesmo tamanho. Ela o cortou. Primeiro porque queria dificultar que fosse reconhecida. Contudo, principalmente, porque sentia que precisava fazer aquilo. Ela não era mais a mesma. Não se sentia mais a mesma. Às vezes, quando fechava os olhos e ouvia os doces sons da natureza do rancho, era como se fosse transportada para os primeiros e inocentes dias de sua viagem…
…Mas quando abria, sabia que eles foram um momento passado. Talvez aquela Serena estivesse morta. Quantas mortes cabem dentro de uma vida?
— Seu Skiddo está tão feliz brincando com os outros… — ela comentou.
Charlie saiu de seu transe. Vários outros da mesma espécie brincavam com seu Pokémon. O senhor Barnett era especialista em criar produtos derivados do leite de Skiddo, então criava um considerável grupo. O de Charlie era um pouco agressivo nas brincadeiras, de maneira que os outros ficassem um pouco intimidados em acompanhá-lo.
— Dê um tempo pra ele. — disse Charlie, sem encará-la. — Lidar com essa pressão enlouquece.
Serena se apoiou no cercado ao lado do amigo, fitando os Pokémon correndo pelo pátio.
— Desculpe por arrastá-lo para tudo isso. — disse ela, como um devaneio.
— Eu? — ele balançou a cabeça. — Ora, eu fujo já faz anos. Fugir da polícia, fugir de um milionário, apenas detalhes.
Ela abriu um falso sorriso, tentando comprar a brincadeira. O rapaz era o único que não balançava com a situação. Mais que nunca ela compreendeu como Charlie era importante para o grupo – quando os primos pareciam desmoronar, ele aparecia com leveza e perspicácia. Ele deveria ser o a temer mais, pois tinha tudo a perder; Stevan não devia nada a ele. Porém, se isso o assustava, ele não demonstrou. Seus olhos verdes continuavam igualmente impassíveis e misteriosos por todas as semanas, se adaptando com relativa facilidade à nova realidade.
— Charlie...
Ela virou o olhar a ele.
— Quando meu pai e eu conversamos pela primeira vez, desde que eu voltei pra casa… Ele me mostrou uma carta. Uma carta que você entregou a ele.
Ele abaixou um pouco a cabeça, mas ela continuou o fitando. Talvez esperasse por algum sinal, alguma hesitação, alguma emoção. Mas, mais uma vez, ele nada esboçou. Os olhos da garota pareciam implorar para que aquilo fosse mentira, mas ambos sabiam que havia acontecido.
— Por quê?
— Eu queria tentar contornar a situação. — ele murmurou baixinho. — Não queria que ele a mandasse de volta.
— Você poderia ter falado comigo, Charlie.
Desta vez ela o tocou no rosto. Sentiu um leve arrepio na pele do garoto quando ele foi obrigado a se virar para ela, com o leve toque dos dedos da menina, tão macios que pareciam usar luvas. Agora ele parecia ter menos o controle da situação
— Meu pai fez perguntas sobre você. E me machucou demais que eu não sabia respondê-las.
— Serena, minha vida é um tanto… — ele respirou fundo. — Confusa. Eu não gosto de trazer essas coisas à tona.
Ela balançou a cabeça.
— Charlie, olhe onde nós estamos! Eu não sou mais uma desconhecida te pedindo informações sobre a próxima cidade. Meus riscos sãos os seus. E os seus também são nossos. Eu só quero que você seja sincero comigo!
Desta vez ela sentiu a hesitação em seu olhar. Parecia suplicar para que parasse, como se ela pedisse por algo que ele nunca poderia entregar. Era difícil dizer não para aqueles olhos azuis marejados – ele sabia que machucava.
Charlie tocou sua mão na dela e a abaixou, colocando em seu peito. Ela sentia as batidas descompassadas e incertas.
— Você confia em mim?
A resposta demorou a vir. Qual era a verdade e qual era a resposta certa? Que escolha ela tinha àquela altura? Ela suspirou e acenou que sim com a cabeça, com tanta leveza, como se não tivesse outra opção.
— Então, por favor, acredite em mim, Serena. Eu lhe prometo que essas perguntas eu vou responder no momento certo.
— Quando é o momento certo, Charlie?
— Só confie em mim. Eu vou responder.
Suspiro.
O vidro embaçava com a respiração da garota. Por trás da janela, avistava a campina onde os Skiddos brincavam e corriam livremente. Àquele momento, alguns se escondiam da tempestade que aparentava se formar ao longe. A caída da tarde tornava o quarto onde a garota repousava relativamente escuro.
Em torno de seus braços, tinha um ovo Pokémon. Não fazia muitas semanas que Serena o recebera. Tiveram a sorte de esbarrar com Aldrick e Katheryn acidentalmente quando os dois se dirigiam à próxima cidade. O garoto louro lhe entregou de presente, quase que em uma tentativa de reanimar Serena. Os dois não evitaram um espanto quando se depararam com seus amigos novamente. Estavam abatidos, assustados. Não era mais o mesmo trio de sempre.
Ela afagou o ovo em seu corpo. Era curiosa a sensação de pensar que por trás daquela grossa casca havia um ser vivo em formação. Por mais que tivesse um grupo de Pokémons consigo, nunca experimentou a sensação de ver uma criaturinha nascer diante dos seus olhos. De fato Aldrick estava certo. A esperança em ver aquele evento lhe dava energias boas para continuar a jornada.
As últimas semanas foram da mais amarga agonia. Por mais que as coisas continuassem razoavelmente as mesmas, a tensão que agora nos atingia era uma triste novidade. Eu não via meu pai desde o dia do casamento, que felizmente nunca aconteceu. Contudo, no silêncio, eu quase conseguia ouvir sua voz irada e sua mão socando a mesa do escritório. Aquele olhar de repressão estava sempre grudado na minha cabeça.
Os meninos sempre tentaram me proteger, mas chegou um momento em que isso parou de ser suficiente. Eles sabiam que corriam tanto perigo quanto eu. Por mais que tivéssemos feito aquela fuga em equipe, os dois pareciam distantes um do outro. Mais que o normal. Calem estava preocupado e insatisfeito. Eu sei que ele não me culpava, mas de certa maneira eu não conseguia afastar a ideia que eu sempre o arrastava de volta para meu conflito com meu pai. Nossa jornada começou por causa disso. O quase-final de nossa jornada foi por causa disso. E, agora, nossa fuga também era pelo mesmo motivo.
Charlie parecia mais sério. Ele sempre teve um lado descontraído, mesmo diante das situações mais adversas. Mas, dessa vez, eu o flagrava quase tão assustado quanto nós. Ele mentia, fazia uma piada, tentava me colocar para cima. Infelizmente eu já o conhecia o suficiente para saber que o desespero também o perseguia, por trás dos sorrisos tortos.
No fundo nós três sabíamos que aquilo era uma ampulheta, cada grão de areia nos arrastando para mais perto de meu pai. Ele com certeza assistia a tudo com gosto, contando os segundos para nos ter de volta. Eu sabia que esse dia chegaria.
O mistério era em como me antecipar para este evento.
 
O passar das semanas exigiu que Calem aprendesse algumas coisas novas.
Navegar em um pequeno barco seria algo impensável alguns meses atrás. Mas agora o garoto tinha muito tempo livre – e precisava se ocupar com algo que não o fizesse enlouquecer. Aos poucos reduziu seu medo e passou a conhecer melhor algumas das ilhotas ao redor da Rota 12. Não havia nada muito além de pedras e cavernas pequenas, mas eram interessantes. Elas pareciam estar conectadas a certo misticismo da região.
O senhor Barnett havia contado que, segundo lendas, uma das cavernas era habitada vez ou outra por guardiões dos oceanos. Ele mesmo havia testemunhado o que parecia uma ave em chamas outrora, mas nunca teve como registrar se não na memória. Isso tudo intrigava o garoto. Para além dos assuntos que o consumiam com Serena e Charlie, ele ainda tinha uma curiosidade guardada acerca do universo em que viviam.
Calem caminhou pela areia com suas botas. Aquela em especial era uma de suas pequenas ilhas favoritas. Não que ele tivesse desbravado muito mais – o Azure Bay era um canal repleto de habitações de terra espaçadas pelo mar – mas já conhecia duas ou três a poucos metros de distância do rancho onde passaram os últimos tempos. O tempo estava fechado – um céu cinza apático, que indicava que, em algum momento, talvez distante, uma tempestade cairia.
O garoto adentrou uma pequena caverna. Outrora reclamaria mais, mas o fato de ser bem pequena – quase uma gruta – fazia com que não se incomodasse muito. Havia uma pequena lagoa, que se comunicava ao fundo com o oceano. Ele apreciava como havia alguns sinais nas paredes, como se grupos ancestrais tivessem deixado vestígios naqueles ambientes pouco explorados.
Agachou para fitar as águas, e logo semicerrou os olhos para enxergar com melhor precisão. Parecia avistar algo brilhante bem no fundo, mas a água era turva àquela penumbra, dificultando que tivesse certeza. Era como um pontinho verde reluzente, que gradualmente se aproximava.
— O que é isso?
A luz se deslocou, indo em direção ao mar. O garoto correu para fora da caverna, acompanhando o trajeto. Era possível avistá-la, mas a velocidade com que se movia chamou sua atenção. Instintivamente, subiu no barco e ativou o motor, indo em direção a ela. Seus pensamentos traziam dúvidas – seria apenas um Pokémon predador tentando atrair uma presa? De qualquer maneira, ele não pretendia ir muito mais longe. Logo anoiteceria, e com certeza não era uma boa ideia ficar perdido no Azure Bay após a fuga do sol.
O ponto de luz desapareceu na imensidão do mar quando o garoto se aproximou de uma próxima ilhota. Logo estacionou o barco na areia e correu para fora, rumo a uma nova gruta, pensando se avistaria aquele curioso fenômeno como na outra vez. Poderia ser só um Chinchou ou um Finneon, mas algo em sua intuição contrariava essa ideia.
Quando olhou para baixo, não havia nenhuma conexão com o mar. Ele não disfarçou uma expressão de desagrado por ter perdido aquele pequeno ponto de luz. Contudo, os fundos da gruta davam em um buraco curioso que não chegava nas águas, mas parecia seguir em terra. Por mais que tentasse ver, seus olhos não avistavam a real profundidade daquele buraco.
Subitamente, sentiu um arrepio em sua espinha instintivo que seus sentidos dispararam. Assemelhava-se a um rugido, tão distante e abafado que não era possível afirmar o que era com certeza – mas ele podia garantir que não se parecia com nenhum Pokémon que já conhecesse. Um urro agonizante perdido na terra. O barulho surgia tão das profundezas que era impossível dizer se de fato era alguma criatura que o reproduzia, mas uma coisa Calem teve certeza: não deveria estar ali, e aquele era o sinal de que precisava ir embora.


Com o coração acelerado, correu o mais rápido que pôde até o barco. A adrenalina fez com que mal contasse os poucos passos que precisou para alcançá-lo. A audição aguçava, por mais que sentisse o palpitar cardíaco abafado – e o rugido perdido em suas memórias ainda frescas. Ligou o motor, que falhou algumas vezes, e foi rumo ao rancho. Não tardou muitos minutos para isso mas, naquele momento, cada segundo parecia vital. Olhava para trás, vez ou outra, mas estava sozinho. Apenas o ribombar de trovões ao longe, estalando em raios que cortavam o céu fúnebre.
Calem alcançou a terra novamente e correu até o rancho, só então descansando o corpo nas próprias pernas, respirando pausadamente. Ainda sentia o sangue correr agitado, o corpo em estado de alerta. Que diabos era aquilo? Mas sabia que ali estava a salvo. Ou, pelo menos, era o que pensava.
— Onde você estava?! — indagou Charlie, com uma mochila nas costas, com uma expressão em choque.
Antes que Calem pudesse responder, sua prima apareceu, igualmente atordoada, com várias coisas em mãos.
— Estão vindo para cá. — disse, simplesmente.
O coração do garoto voltou a sentir a agitação. Ele nunca descansava da tensão nas últimas semanas. Finos pingos de chuva começavam a respingar sobre a cabeça. Seus olhos se revezaram entre as duas figuras e, após conseguir formar uma frase com a respiração ofegante, inquiriu:
— Como você sabe?
— Um morador da cidade do lado comentou sobre uma equipe patrulhando os arredores. — respondeu Charlie.
— Então temos um tempo para despistá-los. — falou o garoto, voltando ao normal, pronto para pegar suas coisas. — Para onde vamos agora?
Coumarine City. — complementou o outro. — E depressa!

    

{ 12 comments... read them below or Comment }

  1. novos tempos, indeed. quão novo tudo vai ser, e quanto vão ter que fingir ser?
    gente espero demais que essa moça seja alguém lecal pq eu já to caidinha aqui derrubada no chão
    E AINDA CHAMA SIENNA. PLMDDS MEU CORAÇÃOZINHO (eu já amava esse nome, ainda tem uma moze de rwby chamada assim, it's harsh)
    siebold, moço, será que já te conhecemos? [eyes emoji]
    opa, que desafio? algo do nosso cotidiano ou tretas ainda maiores?
    NÃO VIM PEDIR, VIM COMUNICÁ-LO AKÇSDNANKDÇKÇADKNÇDS ai gosto mesmo dessa moça
    gente essa conversa é tão formal e tão pessoal ao mesmo tempo, só sentindo os babado no meio
    E VAI LÁ SER CAMPEÃ SIM, ARRASA TUDO
    "um atalho e um obstáculo", que baita definição
    Mas na próxima vez que pisar neste lugar, só sairei com a coroa de Campeã > EU ACREDITO TOTAL NISSO, U GO to eu mesma catando a coroa e te dando
    ASÇDKNSDAKDÇSNÇDAANDSKDAÇKSDA AI, CAL, CERTAS COISAS NUNCA VÃO MUDAR MESMO
    mas, naquela ocasião, ele parecia particularmente incomodado em um nível diferente > isso se chama acúmulo de estresse, onde uma coisa mínima é a gota d'água e tudo explode
    mas ai, nenes, essa decisão já foi tomada. se ficar questionando ela toda vez, vai ser tudo ainda mais desgastante >:
    Existiam outras formas de resolver aquele problema > cê tem certeza???? pq olha, não vi nenhuma (also, foi maravilhoso quando tu cuspiu na cara daquele nojento, mesmo que tivesse outras rotas essa ainda é a mais merecida q)
    pior que indeed, foi uma decisão tomada muito as pressas, então é foda pq não dá pra se preparar pra nada, mas o que mais lhes restava?? eles não tinham tempo pra nenhuma outra alternativa >.>
    ficar sem contato com o exterior é bom pra deixá-los fora de rastreamento, mas é péssimo tambem pq no fundo eles nem sabem se já é uma boa oportunidade ou não pra sair
    ai pra sempre muito biased por corte de cabelo em protag, é algo tão marcante
    Quantas mortes cabem dentro de uma vida? > muitas, minha menina. muitas mesmo. e isso é algo bom, por mais que as vezes não pareça
    O de Charlie era um pouco agressivo nas brincadeiras > AÇSKNDKÇDSANÇASDKNDASKÇSAND WHY AM I NOT SURPRISED coitados dos pacatos skiddos da fazenda afastada aksçndsdanksda
    assim, por um lado, charlie vai ser de muita ajuda pra eles agora, pq ele realmente tem a manha de escapar q
    (eu, definitivamente ainda birrada com o charlie, mas totalmente não por isso, então sem saber de que lado ficar na discussão,)
    tho de vdd não o culpo pela ação que ele fez. foi burra, mas entendo, assim como entendo como deve ser dolorosamente dificil mexer no passado dele
    Eu só quero que você seja sincero comigo! > é mais complicado que parece, nene >:
    Qual era a verdade e qual era a resposta certa? Que escolha ela tinha àquela altura? > QUE PESADO MEU IRMÃOZINHO, ATÉ DOEU
    mas, oh, charlie, acredite em mim. não existe um momento certo pra isso. espere demais, e a verdade vai vir à tona da pior maneira possível...
    MDS ELA TEM UM OVO AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA UM POKE NENE PRA ELA TOMAR CONTA!!!
    e fica aqui um bjo pra kath e aldrick MEUS NENE ESPERO QUE ESTEJAM SE CUIDANDO
    GENTE PARA, ESSE DIA NUNCA VAI CHEGAR, EU VO CAÇAR AQUELE CONDENADO ANTES QUE ELE SEQUER SONHE DE ENCOSTAR EM VOCÊS DE NOVO E_E
    quem diria, calem sendo explorador de ambientes....... tamo numa situação desesperada mesmo ein q
    eita uma luzinha misteriosa, e ainda numa zona mística [eyes emoji] (alias mds o cal simplesmente indo atras???? alguém confere se esse menino tá com febre mds)
    nem chinchou nem finneon brilham em verde, migo q (finneon taaaaaaaalvez tu confunda o azul dependendo do lugar, mas duvido q)
    ÊEEEEEEEEEEETA QUE DEU TRETA CALEM, CORRE Q
    well ao menos o cal já tava com adrenalina a postos pra fugir :v
    (zoando mas chorano, dEIXEM OS NENE EM PAZ ARGH)

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    1. "Quão novo tudo vai ser, e quanto vão ter que fingir ser?"
      Já começou o comentário me tombando e capturando melhor o sentimento da minha fic que eu mesmo -QQQ UHASDUHS

      Eu tenho a impressão que você vai gostar bastante da Sienna! Ainda é só uma pontinha, mas é uma personagem que vai dar mais as caras, e que eu pessoalmente gosto muito! A conversa parece bem deslocada do resto do capítulo (e da fic), mas percebi que você já foi sentindo que tem umas informações-chave escondidas aí que dão umas pistas do passado que essa personagem ainda vai ir revelando (e o Siebold!)

      E totalmente, tem coisas que não mudam! HAUSDHAUSDH Acho que o capítulo juntou um pouquinho dessa nostalgia (e saudade), mas também já trouxe um clima bem diferente. E é bem isso tudo que você falou, nunca dá pra saber de que lado ficar. Os três personagens são tão diferentes em certo ponto, e acho que com o fato de que todos eles são narradores em certo ponto da história, a gente se aproxima das motivações de cada um... Fica difícil de escolher um lado, e eles acabaram levemente se afastando (o que é meio paradoxal, porque eles nunca estiveram mais "eles por eles" que antes!). Termino quotando você de novo "Deixem os nene em paz" acho que é um mood da temporada -QQQ AUSDHAUSHDASUDHUASH

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  2. Haos, sem comentários. Sério, tu sempre me surpreende num modo bom.

    Todo o estresse, todo o abalo pode ser sentido neste capítulo. Vemos uma coisa daquelas diferentes do habitual. Muitos autores esquecem de colocar o estado mental do personagem de forma bem desenvolvida em situações assim. Alguns só colocam uns berros, e tal. Mas tu fez o que se espera de um bom autor, nos trouxe sentimentos, e mais, sentimentos mistos, que trazem vários tons de um mesmo mar de emoções.

    Pior que nem tenho tanto o que falar mesmo não, então vou parar de enrolar e dizer que estou esperando o próximo. Então é só.

    Até!

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    1. Hey Sir!! Cara, que bom saber que essa passagem entre as temporadas ficou perceptível. Acho que eu fiquei meio hesitante de tentar criar todo um clima e no final parecer que a fic continua a mesma coisa idêntica. Então, sério, que bom saber que dá pra sentir essa transição. Todos os três estão completamente com os sentimentos emaranhados, confusos, com medo, e cada qual com suas preocupações pessoais. Por mais que a boa e velha aventura esteja aí, dá pra perceber esses rancores e hesitações em vários pontos, e é uma coisa que vou abordar melhor nos próximos episódios!

      E pode deixar que muito em breve eu tô trazendo o próximo capítulo! Já tá pronto pra fazer uma visitinha a Coumarine? AHSUDAHS

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  3. Opa

    Começamos com a apresentação de uma personagem que parece que vai dar o que falar.
    Realmente tudo parece mais cinza, e essa chuva de leve não ajuda a melhorar o clima. Serena está bem diferente, bem mais madura, mas ainda não conseguindo lidar direito com a situação.
    Charlie tá bem para baixo, coitado, deve achar que foi culpa dele (em parte foi mesmo eoq). Mano, o passado dele não pode ter sido tão ruim, não é? Não é?...
    Calem continua estressado, mas 10 vezes mais. Olha só, agora ele sai para explorar, o que o tédio não faz.
    Aliás, quem precisa de Surf quando se tem um barco.
    Como não terminei os jogos (tenho apenas a primeira insígnia ainda) eu não faço ideia do que pode ser essa luz e o de quem seria o rugido, por isso estou deveras curioso.
    E sø.
    Bom, ótimo capitulo e espero ansioso o próximo, flws!

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    1. Hey Alefu! Ahh, gosto muito quando o clima se parece com o que a gente tá sentindo na história. A maioria dos capítulos da Saga X são de luz, claridade, sol, e tudo mais (até por ser na parte litorânea), então acho bem simbólico começarmos com um céu nublado e uma chuvinha. Pode ter certeza que essa nova personagem vai dar sim o que falar!

      Gostei que você citou do passado do Charlie! Por quanto tempo ele não tem escondido o jogo, né? Mas pode deixar que em questão de tempo as peças vão começar a se conectar (se ele vai contar, ou não, aí só o tempo vai dizer heheh). E olha, se tiver a oportunidade de ir jogando ainda, acho que dá um "plus" pra leitura da fic, cara! Tento sempre transcrever o que vejo nos jogos, misturando com as sensações da vida real. Acho que tem uma magia especial quando a gente conhece de fato os personagens e lugares do game! Embora tenha algumas coisas que eu tenha acrescentado de diferente :p

      Abraços e até o próximo capítulo! õ/

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  4. Fala aí, Halls! Firmeza?

    Está aberta, oficialmente, a temporada de caça aos primos Windsor! Não tivemos nem um capítulo inteiro com eles nessa nova temporada sem que a perseguição já começasse novamente. Se bem que eles ficaram cerca de um mês no rancho, então deu pra armazenar as energias, mas mesmo assim não foi possível descansar a cabeça. Esse tempo ainda é muito pouco para eles se acostumarem à vida de fugitivos. Tanto que até mesmo o Charlie está inquieto com a situação. Logo ele, que já deveria ser conhecedor do assunto.

    Interessante também a introdução do Siebold. Ir trabalhando a Elite aos poucos é uma boa maneira de nos deixar já cientes de como eles são. Isso vai ajudar nós leitores a já desenhar possibilidades na cabeça para como seriam possíveis confrontos futuramente, caso o Calem chegue até lá (até porque isso é algo incerto, já que no momento ele tem mais com o que se preocupar).

    E a Sienna, ainda desconhecida, mas já deixou um cartão de visitas intrigante. Espero que mais pra frente a gente possa ter a revelação de mais detalhes desse passado dela com a Elite, e até mesmo de sua amizade com o Siebold. Tudo isso pra trazer um aprofundamento muito maior para a Liga Pokémon.

    Até a próxima! õ/

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    1. Hey Shadow! Sem interlúdio, sem especial de aniversário, agora juro que é a Saga Y mesmo! HAUSDHAUSHD

      Pois é, cara, a Elite é uma peça tão importante dentro dos jogos que fico decepcionado que às vezes eles não tenham tanta importância no enredo... Em XY eu praticamente não vi eles, tirando uma ou outra cena da Diantha e da Malva. Espero suprir isso por aqui, já quero que a gente possa se relacionar com os personagens e compreendê-los melhor, inclusive vendo "além" dessa relação dos protagonistas da fic com a Elite. Pode deixar que vou trabalhar nisso.

      E simmm, pode parecer cedo para a perseguição voltar, mas quis deixar claro que tinha passado um tempo desde o capítulo 30. Dá pra ver que a poeira já abaixou um pouco, mas a tensão ainda tá bem presente, né? E para o Charlie ficar incerto, é porque realmente a situação não tá favorável, pode ter certeza! HAUSDHAUSHD

      Um abraço, Shadow, e obrigado pelo seu comentário! õ/

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  5. Olá Haos! Faz um tempão que a gente não visitava Kalos, mas agora estamos de volta, verdade?

    A segunda temporada começa com a participação especial de um membro da Elite dos 4. Todo este clima mais sombrio e misterioso desperta bastante interesse em mim, como já deve saber, portanto espero ver mais disso em breve! Fazer a introdução, aos poucos, de uma instituição tão importante, tanto na história como na região, parece-me muito boa ideia!

    Calem, Serena e Charlie estão de volta! E como eu senti a falta deles!
    Agora, obviamente, numa posição um tanto estranha e complicada. Depois da fuga dos primos, com a ajuda de Charlie, a família Windsor não baixará braços até os encontrar, obviamente.

    Achei bastante curioso essa mudança visual de Serena, acompanhando as "mortes" da personagem. Outro ponto fulcral e quase "evolutivo" quer na história, quer na própria personagem. O que isso significa? Que mudanças trará para ela no futuro?

    Charlie parece estar igualmente diferente. Não diria porque agora é um fugitivo, porque, na verdade, ele sempre foi, mas porque agora, Serena, a sua amada, é igualmente uma fugitiva, e isso coloca ela em perigo - algo que ele não deseja, nem quer imaginar.

    Por último, Calem parece que se tornou num aventureiro solitário, mas eu adorei essa cena mesmo! Azure Bay parece um cenário magnífico para este processo de recuperação e pensamento, afinal, ele próprio foi apanhado nesta espiral de acontecimentos e agora está preso na complicada situação da sua família. Mas o que foi aquilo que ele encontrou afinal?

    Estou ansioso para ver o desenrolar do drama familiar desta segunda temporada. Até porque eles não podem continuar fugitivos para sempre, verdade? Mais cedo ou mais tarde, haverá certamente um confronto. E como vai acontecer isso? Cá estarei para ver!

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    1. Hey Angie! Bom tê-lo de voltar por aqui!

      Quero mesmo ir montando as "peças" dessa Elite de pouco em pouco, e que bom que aprecia essa tensão e o mistério! Por mais que não tenhamos tanto suspense no jogo, quero manter essa dúvida dos personagens que realmente fazem parte do grupo e qual a história que cada um carrega. Eles são os "vilões", né, não dá pra ter uma batalha emocionante se não os conhecemos direito :p HAUSDHUAS

      Que interessante você comentar que agora uma das coisas que muda para o Charlie é o fato de que ele não é mais o único fugitivo! É bem isso! Agora ele sabe que as dores que ele já estava acostumado a carregar também é dividida com os amigos (e ele fica mais hesitante com isso).

      O fato de você citar o Calem como um aventureiro solitário também é muito pertinente! Ele sempre foi levemente deslocado na história (na época que a Serena estava animadíssima pra explorar o mundo e o Charlie a ajudava nisso), então agora sinto que ele está mais recluso ainda. Desconfiado do Charlie, sem muita estrutura para consolar a Serena, e tentando focar em seus próprios desafios. O bom é que isso tem potencial para que ele tenha um crescimento brilhante nessa temporada!

      E gostei demais do que disse: "eles não podem continuar fugitivos para sempre". Exato! Como é possível que essa situação fique resolvida? Essa é a questão que vamos respondendo nessa temporada!! :P HAUSDHAUS

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  6. Siebold! Que presença intrigante para marcar logo o primeiro capítulo da Saga Y, acho que de todas as Elites a de Kalos é uma das que menos estou familiarizado, mas ele me aparenta ser o cara mais centrado, enquanto Malva cuidaria das mídias e o Wikstrom seria o cara orgulhoso, o Siebold seria o representante (ainda estou quebrando a cabeça para pensar no que você faria com a Drasna kkkk). Cara, Sienna é um nome tão maravilhoso que por um momento pensei que ela fosse uma personagem que já existisse, que faz parte da mitologia do Mundo Pokémon há anos, mas damos de cara com uma nova personagem surpreendente disputando pelo cargo de campeã. Sinto que ainda ouviremos falar MUITO dela, e quem sabe o perigo que ela representará para os Royal Emperium!

    Cara, que loucura é reencontrar esses três num rancho, dormindo sem comodidades, com aquele clima de tensão no ar que incomoda até o leitor. Está tudo errado, tudo diferente. E isso é maravilhosamente incrível, sua história cresceu demais, a Saga X deixou para trás toda a esperança e a princesinha se foi junto. Esse tipo de coisa sempre faz com que nossos personagens cresçam, ver o Calem explorando a Azure Bay foi no mínimo... inusitado? Quem teria imaginado vê-lo assim kkkkk Ele cresceu demais em termos de responsabilidade, ao mesmo tempo que QUEM DEIXOU A TOALHA MOLHADA EM CIMA DA MINHA CAMA? kkkkkkkkkk É incrível enxergar que lá no fundo eles continuam os mesmos, você conhece seus personagens bem até demais cara.

    Sempre fico feliz quando você diz que Kalos é aquele cantinho especial que sempre está pronto pra te receber, é o seu quarto. Sei que 2019 trouxe apenas 2 capítulos, mas já foi algo excelente, acho que o passar dos anos só deixa sua escrita mais esbelta, suas ideias se renovam e você segue melhorando. Saiba que estaremos sempre aí para te acompanhar nessa jornada. Espero que 2020 nos traga algumas surpresas, conte comigo sempre, irmãozinho!

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    1. (Um milhão de anos depois vendo todos os comments que não havia respondido)

      Eu adorei os palpites que você já tinha sobre a Elite de Kalos, cara!! Sem dúvidas já imaginou bem como será! hhausdhas Demorei um pouco pra trazer a questão da Elite, mas ao longo dessa temporada eles terão uma importância bem maior, inclusive a Sienna, que conhecemos nesse epísódio! Fico feliz que ela chamou sua atenção, confesso que ela é uma das minhas personagens favoritas da fic

      E que legal que esse contraste com a outra temporada ficou perceptível! Acho que as duas são visões bem diferentes da mesma história, ao mesmo tempo que tudo continua de certa maneira a mesma coisa (felizmente sempre vai ter o Calem reclamando de alguma coisa básica se o clima pesar demais UAHSDUA) Agradeço pelo comment e pela força de sempre, Canas... Significa demais pra mim! Esse ano teremos umas boas surpresinhas por aqui!

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