- Back to Home »
- Aventuras em Kalos , Capítulos »
- Capítulo 19
Posted by : Haos Cyndaquil
Feb 25, 2017
Capítulo 19
Curioso Destino
Após
do temporal do dia anterior, o céu no litoral de Kalos mostrava-se em um tom de
azul vivo, com pouquíssimas nuvens dispersas, quase que como pedaços de algodão
derrubados acidentalmente em uma malha azulada. Winguls voavam pelas alturas,
planando com o vento e emitindo ruídos que pareciam uma música descompassada.
Uma brisa fresca soprava levantando o aroma da maresia e balançando as folhas
das árvores típicas da costa da região.
O
clima estava discretamente mais quente que nos dias anteriores. Não sabiam se
era devido à mudança de localização – uma vez que a área litorânea de Kalos
tinha um clima ligeiramente mais aquecido e úmido. – ou apenas uma
coincidência. Após pagar as despesas do hotel, o trio preparou-se para deixar
Ambrette. A cidade era acolhedora e interessante, mas só pesquisadores ou
pescadores – o que não era o caso de nenhum dos três – tinham reais motivos
pelos quais permanecer naquela localidade.
Lembrando-se
do dia anterior, Calem pediu para que dessem uma rápida passada no Laboratório de Fósseis de Ambrette. O rapaz havia feito uma visita pouco depois
do ocorrido com Serena, o qual evitaram comentar desde o dia anterior. Ao
tocarem uma campainha, a porta da frente abriu-se automaticamente com um
comando.
Um
piso branco e liso impecável estendia-se por todo o espaço, só terminando onde
levantavam-se paredes igualmente esbranquiçadas, geralmente com alguns
certificados e quadros informativos pendurados de maneira uniforme. Havia uma televisão ligada a um
canal de notícias, e ar condicionado para reduzir a temperatura do ambiente.
Todo o conjunto dava a imagem de um espaço limpo de tudo, até mesmo de
personalidade própria.
Uma
senhora de meia idade trabalhava na recepção, por trás de um balcão. Havia
portas que levavam a corredores e salas restritas, e algumas rochas envolvidas
por vidro – indicando que tinham certo valor. – ornamentando o espaço.
—
Olá, — disse Calem à senhora. — o senhor Cuvier pediu que eu viesse vê-lo hoje,
depois…
Antes
que ela pudesse dizer qualquer coisa, um senhor baixo abriu uma das portas, de
forma empolgada, enquanto ajeitava seus óculos com a outra mão.
—
Calem, que bom que voltou!
Serena
aproveitou o momento para checar as preciosidades expostas no lugar. Se em um
primeiro olhar pareciam ser apenas pedras quaisquer, após uma observação mais
apurada era possível notar como tinham características peculiares. As placas
mostravam que haviam sido retiradas de diversos lugares: desde cavernas
espalhadas por Kalos e outras regiões a meteoros provindos de áreas longínquas
e desconhecidas do espaço.
— O
que é isso? — perguntou o garoto, quando lhe fora oferecida uma Pokébola.
O
pesquisador riu.
—
Há algumas décadas pesquisadores descobriram uma técnica fantástica. —
explicou. — Através de fósseis, é possível mapear o genoma de algumas criaturas
já extintas… E com os equipamentos certos, somos capazes de trazê-los de volta
à vida!
Até
mesmo a menina virou-se, espantada.
—
Trazer Pokémons de volta à vida? — perguntou ela.
—
Sim, sim! — concordou ele, animado. — Não é incrível? Com isso estamos
conseguindo desvendar como as espécies mais recentes foram formadas.
Ele
mostrou desenhos pendurados na parede contendo a fisiologia de algumas
criaturas primitivas.
—
Em Kalos já conseguimos recuperar duas espécies. Mas ainda há algumas outras
descobertas por outros pesquisadores.
Os
garotos ficaram boquiabertos e empolgados com a ideia. Era tão louco imaginar
aquilo que parecia até mesmo um filme de ficção científica.
—
Aí dentro tem uma dessas criaturas. — falou, apontando para a Pokébola que
anteriormente entregou a Calem. — A mesma que deixou vestígios no fóssil que
lhe entreguei.
O
garoto estendeu a Pokébola, liberando a criatura, estranhamente ansioso. Um
feixe de luz branca formou a silhueta de uma criatura de cerca de um metro.
Tinha uma aparência draconiana, coberto por escamas que mais assemelhavam-se a
placas, duras e resistentes. As patas dianteiras eram diminutas, contraídas em
direção a seu peito. O mais chamativo era sua enorme mandíbula, com dentes enormes
que indicavam ser um carnívoro pré-histórico - dentes maiores e até mais
agressivos que outras criaturas de origem mais recente. O olhar reptiliano
vasculhou o local, examinando tudo com um ar de desconfiança.
Serena
imaginou como seria isso. Acordar, de repente, e descobrir que se passaram
milhares de anos e que o mundo agora estava completamente diferente. Talvez
fosse assim que o Pokémon se sentia. Calem retornou o Pokémon à esfera e
agradeceu diversas vezes o senhor Cuvier, que ficou contente também em presentear um garoto interessado pela hsitória. Ficaram por mais alguns momentos falando sobre assuntos que Charlie e
Serena não entenderam, e logo se despediram.
Seguindo
pelo solo rochoso de Ambrette, aos poucos desceram uma escadaria que era
indicada por uma placa, alertando que o caminho seguinte levaria à Rota 8. Se
antes vieram pela parte superior daquele trajeto, agora experimentariam a parte
inferior, toda composta por areia. Ao final do longo caminho, estaria Cyllage.
O som das ondas era agora mais próximo que
nunca. Charlie sugeriu que tirassem seus calçados para caminhar, bem como os
dois garotos prepararam-se naquele dia usando bermudas, para não se sujarem
muito. O garoto seguiu na frente, chamando por Serena, e Calem ia por último,
usando um chinelo que comprara especialmente para a ocasião, preferindo isso a
caminhar descalço.
—
Pronta para caminhar na praia? — convidou-lhe Charlie, já tendo descido as
escadas e esperando pela garota embaixo.
A
menina desceu com passos rápidos, saltitando os pés nus pela pedra das escadas.
Por fim, chegou à areia, sentindo algo como nunca antes. O solo segurou o
impacto de seu pé quase que com suavidade, os mínimos grãozinhos fazendo o
contorno de todos os seus dedos, em um misto de cócegas e carinho. A cada passo
percebia a areia tornando seus movimentos mais confortáveis e reconfortantes.
Ela abriu os braços, sentindo uma brisa úmida de liberdade balançar seus
cabelos, enquanto as ondas, antes agressivas, abrandavam-se ao chegar na costa,
quase que como um beijo suave na areia, onde derramavam suas espumas.
—
Essa é a melhor sensação do mundo. — disse, com os olhos fechados, deixando-se
tomar pelos seus outros sentidos.
Seu
primo descia as escadas logo atrás, não muito convicto. Quando pisou na areia,
ficou assim parado. Foi acometido pela incerteza, pois o solo já não era mais
firme, parecia brincar com seus pés, o fazendo andar de maneira esquisita para
se manter sem cair. Por outro lado, não podia negar que sentia um estranho
conforto em pisar naquela areia fofa, liberto. O som das águas também lhe dava
um dúbio prazer.
— Venha molhar os pés. — sugeriu Charlie à
garota.
Serena
ria, seguindo o rapaz. A areia fofa e aquecida logo mudou quando se aproximou
do mar, agora ficando mais rígida e pegajosa. A umidade fazia com que seus pés afundassem
em um solo lodoso e esquisito, no qual ela sentiu um arrepio gostoso. Uma onda
lambeu a praia, molhando seus pés subitamente com o líquido gelado e salgado.
Ela não conteve uma exclamação de satisfação quando isso ocorreu.
—
Charlie, como eu vivi a minha vida toda sem isso?! — indagou ela, alto.
Ele
se aproximou dela, fazendo-lhe cócegas.
—
Não sei, princesa. — disse, sorrindo. — Mas agora toda essa imensidão azul é
sua. — e abriu os braços, abrangendo todo o oceano.
Ela
sorriu. Um sorriso sincero de uma criança que ganhava um presente que há muito
desejava.
—
Cal, vem molhar os pés! — convidou ela.
—
Hm, obrigado, já está desconfortável o suficiente por aqui. — respondeu ele,
ranzinza.
—
Pare de ser chato, “Cal”. — provocou Charlie. — Molhar os pés não vai matar
você.
Ele
fez um olhar de desprezo.
—
Quero ver você dizer isso quando um Sharpedo aparecer e o abocanhar.
—
Sharpedos não nadam próximos da areia.
— É
o que todos que foram mordidos disseram antes do ataque. — retorquiu.
Charlie
deu de ombros. Serena encheu as mãos com água e jogou no garoto, que lançou um
olhar fuzilante.
—
Serena, — falou, sem mover qualquer parte do corpo que não os olhos e a boca,
incomodadíssimo. — você não fez isso.
—
Se não gostou, é só fazer o mesmo. — provocou ela.
O
outro menino fez um barulho para alimentar a briga, aumentando as provocações.
Calem bateu as roupas onde foi molhado.
—
Você sabe que o mar é uma caixa gigante de sal e dejetos, não sabe?
—
Dejetos. — falou a garota, jogando água nele novamente.
A
menina fez o inesperado e tirou seu chapéu, jogando para o primo. Em seguida
ameaçou tirar a regata que vestia, fazendo-o se assustar.
— O
que você pensa que está fazendo?! — indagou.
—
Calma, primo, eu coloquei um maiô por baixo. — tranquilizou-o. — Comprei ontem
em Ambrette.
A
garota revelou um tecido grosso e elástico de tons róseos por baixo de sua
roupa. Tirou primeiro a camiseta e em seguida abaixou sua saia. Charlie evitava
olhar para dar privacidade à garota, mas não conseguia conter uma ponta de
curiosidade. Serena tinha pernas alvas, que contrastavam com o rosa do maiô que
desenhava a sua silhueta. A menina não tinha um corpo curvilíneo desses que se
esperava em uma capa de revista, mas particularmente não se importava. Tinha
uma cintura afinada, e quadris mais largos. O amigo pareceu hipnotizado por um
momento, mas ela sequer reparou. Soltou totalmente seu cabelo, permitindo que
os fios louros dançassem com o vento e lhe recaíssem sobre as costas pálidas de
quem nunca tomara sol em uma praia antes.
—
Você vem comigo? — perguntou inocentemente a Charlie, estendendo-lhe a mão.
O
garoto acordou do transe, ficando levemente corado, mas a garota não parecia
ter notado. Deu-lhe a mão de volta, em seguida.
—
Princesa, tem certeza que é uma boa ideia? — questionou de volta. — Digo, você
é uma boa nadadora?
—
Na verdade não. — respondeu, um pouco encabulada. — Mas prometo não ir muito
longe.
Charlie
concordou com a cabeça, mas preferiu ficar na beirada. Não que não apreciasse o
mar, mas alguém precisava ficar com as coisas de Serena enquanto ela se
divertia, e inclusive preferia supervisioná-la de longe, como um adulto fazia
com uma criança. E Calem estava ocupado demais tentando lidar com a realidade
naquele momento.
—
Serena, se você começar a se afogar eu já aviso que não vou pular nessa água
para salvá-la. — alertou o primo.
A
menina fingiu não escutar e continuou avançando. As ondas, apesar de suaves,
quebravam-se em seu corpo, molhando-a. Ela soltava alguns gritos quando
acontecia, parte de felicidade, parte de frio. Mesmo com a temperatura
levemente mais quente naquele dia, Kalos ainda era consideravelmente fria, e as
águas mostravam isso.
Alguns
passos para frente. Devagar. A areia se mexia com a água, levantando grãos que
brincavam em seus pés, causando cócegas. Estava tão cristalina que podia
enxergar os próprios pés. Ela atirou-se para frente e tentou nadar, enfiando a
cabeça por baixo de uma onda, sentindo a água cobrir sua cabeça. Era como estar
em uma banheira, mas várias vezes melhor. Calem discordaria.
—
Princesa, tome cuidado. — gritou Charlie, ao longe. — Pode parecer que não está
tão longe, mas o mar é imprevisível. Ele puxa.
Ela
concordou com a cabeça, mas não pareceu se importar muito. Calem, enquanto
isso, tirava seu abrigo, suando levemente com o caminhar sobre o sol. A garota
nadava de um lado para o outro, tão empolgada que sequer tinha tempo para se
preocupar com os avisos de Charlie, que ficavam mais frequentes.
De
repente, em questão de segundos, aproximou-se uma onda, que a puxou com força
para trás. Sem ter como lutar contra a correnteza, tentou apoiar-se no chão,
mas deu um piso em falso que a assustou. Devia ter sido arrastada para um
buraco. Instantes que mudam uma vida para sempre.
A
garota começou a bater os braços sem ter que fazer, sem ar suficiente para
chamar por alguém, nem forças para fugir da correnteza que a puxava cada vez
mais para o fundo. O desespero tomou conta de si, e viu a costa parecer cada vez
mais distante, enquanto a água fria lhe atacava na visão e puxava pelo pé.
Percebendo
a mudança no comportamento da garota, Charlie jogou as coisas no chão, ficando
desesperado. Preparou-se para correr, quando Calem tocou-lhe no ombro.
—
Ela está em perigo! — falou Charlie, tirando a mão do rapaz de forma agressiva.
— E
o que você vai fazer? Vai acabar igual ela! — Calem o puxou de novo.
—
Eu sei nadar, Calem! Estamos perdendo tempo! — gritou.
A
praia estava praticamente vazia. Havia pessoas, principalmente treinadores
jovens, longes demais para serem chamados. Exceto por uma dupla, que caminhava
na areia. A garota, de cabelos ruivos e curtos, trazia sua costumeira blusa,
mas amarrada na cintura, e carregava nas mãos seus tênis, permitindo que
andasse descalça. O garoto ao seu lado, consideravelmente mais alto, tinha um
olhar um pouco decepcionado no rosto.
—
Eu disse que ainda assim fazia frio, — dizia ela, ajeitando os óculos — mas
você nã…
Ele
a silenciou por um momento, apontando para longe. Via um pequeno borrão na
água, em uma profundidade que não parecia recomendável. Braços se debatiam na
água.
— O
que é aquilo? — perguntou ele.
A
garota semicerrou os olhos enquanto ajeitava os óculos, tentando enxergar.
—
Parece que tem alguém se afogando. — exclamou, puxando um aparelho eletrônico
de sua bolsa de forma ágil após se dar conta do que dissera. — Ó, céus, preciso
ligar para uma ambulância…
—
Não vão chegar a tempo. — disse o rapaz, jogando suas coisas – mochila,
calçados e Pokébolas. – na areia.
— E
o que a gente faz? Nada até lá? — antes que a pergunta realmente se mostrasse
perceptivelmente retórica, o rapaz já estava longe, correndo. — Ah, claro,
óbvio.
O
garoto correu como um relâmpago, os pés não se abalando pela areia. Passou
pelas ondas quebrando na beirada, jogando água para todos os lados. Calem e
Charlie, que discutiam, ouviram o som de alguém se aproximando com as gotas
espirrando. Deslizaram os olhos e viram um garoto passar tão rápido que quase o
perderam de vista. Ele não corria com dificuldades na água, e após atingir
certa profundidade, mergulhou de cabeça quase como um Pokémon aquático em seu
habitat.
Deslizando
pelas águas de maneira magistral, ele logo aproximou-se de Serena. A garota,
que já estava exausta de tentar gritar e nadar – ambas sem sucesso. – sequer
estava totalmente consciente. O menino a puxou por um braço e depositou de
forma ágil e perspicaz o peso em seus próprios ombros. Em seguida, venceu a
correnteza, conseguindo voltar em direção à praia.
Charlie
deu um pisão no solo, quando sentiu algo mais consistente que o solo. Viu algo
enterrado. Jogou algumas camadas de areia para fora e encontrou uma placa. Bem
grande estava gravado: PERIGO, PISO IRREGULAR. EVITAR NADAR NESSA DIREÇÃO.
Talvez a tempestade do dia anterior tivesse a derrubado. Era uma legítima falta
de sorte não terem visto antes.
Naquele
momento a menina de cabelos ruivos já se aproximava dos dois garotos, mas antes
que qualquer diálogo fosse iniciado, o terceiro rapaz apareceu, tão perto da
beira que jogou Serena em seu colo sem grandes dificuldades. Charlie
aproximou-se para ajudar, mas logo se afastou ao perceber que o garoto tinha
tudo sob controle.
Colocou
a menina com cuidado na areia, e todos se dispuseram em volta dela
instintivamente. O rapaz estava extremamente ofegante pela corrida e pelo nado,
mas colocou seu ouvido no peito da menina. Ouvindo uma resposta, fez uma
massagem em seu corpo para tentar expulsar a água. Calem dizia coisas um tanto
sem nexo, e a menina fazia perguntas. Charlie apenas observava.
Você não sabe quanto tempo há em alguns segundos até que eles mudem sua vida. Foram tão rápidos, mas da mesma forma, passaram em câmera lenta. Segundos que serviriam para Serena pudesse ter sua vida mudada para sempre. E se eu não tivesse dado ouvidos ao Calem e corresse na frente? Quem era aquele garoto? Por que eu estava ali, parado, impotente, apenas esperando que tudo desse certo no final?
Você não sabe quanto tempo há em alguns segundos até que eles mudem sua vida. Foram tão rápidos, mas da mesma forma, passaram em câmera lenta. Segundos que serviriam para Serena pudesse ter sua vida mudada para sempre. E se eu não tivesse dado ouvidos ao Calem e corresse na frente? Quem era aquele garoto? Por que eu estava ali, parado, impotente, apenas esperando que tudo desse certo no final?
Passados
alguns instantes, a garota sugeriu que tentassem fazer respiração boca-a-boca.
Todos os garotos ficaram corados, mas o salvador compreendera que era uma
questão talvez de vida ou morte. Encarou a garota deitada, e só então percebeu
como era bonita. A pele estava mais pálida que o usual, mas seus cabelos
molhados se espalhavam pela areia, como uma sereia. Seus lábios estavam secos,
mas pareciam macios. O rapaz aproximou-se dela, o coração palpitando como nunca
antes em toda a sua vida. A ruiva acelerava o processo, mas ele já não a ouvia
mais. Charlie e Calem tinham insegurança e reprovação no olhar. Especialmente
Charlie. Ele avançou, cada vez um centímetro mais perto. Faltava pouco.
Sentiu
um empurrão quando Serena se levantou em um impulso, tossindo e soltando água
que havia engolido acidentalmente. Ela levou alguns segundos para retomar
consciência. Só então conseguiu focalizar seus grandes olhos azuis em um rapaz
arqueado à sua frente. Ele parecia constrangido. Tinha olhos cor de mel profundos e aventureiros, mas que naquele momento esboçavam dúvida e surpresa. Os cabelos, pretos, estavam mais bagunçados
que nunca, molhados, escorrendo água por sua pele escura e brilhante. Todas as suas vestes estavam encharcadas, colantes no
corpo esguio do rapaz. Ele a contornava com os braços, quase que como uma
proteção. Estavam extremamente próximos. Ambos coraram.
—
D-desculpa, eu achei que tu não tava bem, ia…
O
garoto então levantou-se, envergonhado. Serena respirava fundo agora que podia,
e vez ou outra cuspia água ao seu lado. Charlie, na primeira oportunidade,
abaixou-se e seguro sua mão. Ela recostou a cabeça no amigo, agora sã e salva.
A menina de cabelos ruivos a chamou.
—
Está tudo bem? — perguntou.
Ela
tentou olhá-la, mas estava de pé. O sol estava forte demais para focalizar
nela.
—
Acho que sim. — disse, mas a voz frágil
falou por si só. — Quem é você?
O
garoto novo voltou a aproximar-se dela, sorridente.
—
Meu nome é Mikala. — disse, fazendo um gesto curioso com os braços. — Essa é
Ashley.
A
ruiva acenou para ela. A outra acenou de volta.
—
Serena. — introduziu-se. — Esse é o Calem, meu primo, e nosso amigo Charlie.
Feitas
as apresentações, ficaram por um momento em silêncio. Charlie queria falar
muitas coisas, mas era como se não encontrasse palavras boas o suficiente para
isso. Calem, de certo modo, também se sentia assim. Talvez impotente seria a
palavra. Mas por que se sentir assim, se a menina já estava bem?
—
Garota, tem certeza que está tudo bem? — perguntou Ashley. — Eu posso chamar
algum médico, se você precisar.
—
Não, está tudo bem sim. — respondeu de prontidão. — Só preciso de um minuto.
—
Princesa, você quase nos matou do coração. — foi tudo o que Charlie conseguiu
dizer, por mais óbvio que parecesse.
O
garoto então se levantou. Deixaram Serena sentada um pouco, retomando o
oxigênio que quase não conseguira mais inspirar. Calem cruzou os braços
pálidos, com um sorriso de canto.
—
Arriscado você sair pulando na água para salvar os outros. — comentou, ainda
que estivesse agradecido.
— Ah,
eu que sempre ajudava meus maninhos mais novos quando eles tentavam surfar. —
disse Mikala com simplicidade. — O mar aqui é tranquilo se comparar com onde a
gente nadava.
—
Você surfa? — Serena perguntou, admirada.
Ele
olhou para a ela, revelando um sorriso brilhante e sincero.
—
Gosto bastante. — respondeu. — E tu,
guria?
—
Não, na verdade eu mal sabia nadar. — ela riu. — Por isso que, né, quase me
afoguei. Acho que também não nadarei tão cedo de novo.
Ele
fez um gesto com a mão.
—
Imagina, foi só um caldo. Daqui a pouco tá pronta pra próxima onda. — comentou
com simplicidade. A menina sorriu.
—Você não é daqui, é?
—
Eu sou de Alola. — respondeu. — Conhece?
—
Isso é bem longe. — interveio Calem, um pouco surpreso.
—
Por que alguém viria de Alola até aqui? — questionou Charlie.
—
Perguntei a mesma coisa. — adicionou Ashley, compreendida.
Mikala
arqueou as sobrancelhas.
—
Eu vim disputar a Liga. — explicou.
—
Sério? — Serena se empolgou. — Meu primo
também é um treinador.
Os
rapazes trocaram olhares e acenaram com a cabeça, mas não disseram nada. Ashley
continuou;
—
Estávamos em Cyllage. Ele ia lutar contra o líder, mas resolveu que a praia era
mais importante. — falou com certa amargura em seu tom. — Agora temos que
voltar, antes que volte a ficar tarde.
—
Nós também estávamos indo para lá. — comentou a outra menina. — Por que vocês
não voltam com a gente?
Todos
se entreolharam. Como ninguém se opôs, - apesar de também não concordarem. -
tomaram como uma confirmação unânime. Serena levantou com a ajuda de Charlie,
respirando fundo, já pronta para continuar o trajeto. Foi caminhando na frente, ainda que a passos lentos, acompanhada pelo novo amigo, ambos conversando e brincando. Um pouco atrás, Charlie,
Calem e Ashley pareciam supervisioná-los, como crianças.
— E
você, moça, é treinadora também? — indagou Charlie à ruiva.
—
Não, não. — disse ela em resposta. — Sou uma pesquisadora. Estou indo para
Geosenge, mas meu senso moral disse para acompanhar o menino aqui em Cyllage. —
explicou.
—
Interessante seu senso moral.
—
Ele se chama Hazel na verdade.
— É
um bom nome.
A
garota deu uma risadinha.
—
Tenho tentado ajuda-lo, digamos, à minha forma. — falou ela. — Mas ele está
completamente deslocado. Não sei como funcionava na região dele, mas aqui tudo
é bem diferente.
Calem
balançou a cabeça.
— E
você não pode orientá-lo?
—
Eu não sou lá uma pessoa muito paciente. — sorriu. — Nem muito entusiasta de
batalhas.
—
Por quê? — questionou Calem, sério.
A
garota observou as ondas se formando ao longe.
—
Acho que elas já deram no que tinha que dar.
Calem
ponderou por alguns segundos, em seguida dando seu veredicto:
—
Interessante.
Ela
teve um leve espanto.
—
Sério? Normalmente eu sou muito julgada por causa disso.
—
Por que eu iria julgar você? — perguntou, dando de ombros. — Me julgam porque
eu normalmente não sou muito amável com Pokémons
—
Um treinador que não gosta de Pokémon? Essa é nova para mim. — comentou ela.
—
Julgamentos?
—
Nenhum.
Após
alguns passos em silêncio, os pés afundando na areia úmida, Charlie voltou a
falar:
—
Gostei de seu sotaque. De onde você é, princesa?
—
Meu nome é Ashley. — repreendeu, de prontidão. — Sou de Castelia.
—
Unova. — refletiu Calem.
Ela
assentiu com a cabeça. Colocou seus óculos e ficou por alguns instantes a
examinar Serena, em sua frente. Mikala jogava água na garota, que soltava um
gritinho e o repreendia, jogando água de volta. Riam. A ruiva já sabia que os
tinha visto de algum lugar:
—
Vocês são da família Windsor. —
murmurou.
Mikala
se virou.
—
Quem?
—
Ninguém. — retorquiu Serena instantaneamente.
—
Só uma das famílias mais importantes de Kalos. — disse Ashley, irônica. —
Poderosos e influentes.
—
Então vocês são tipo a família de um Kahuna? — questionou o rapaz tentando
compreender.
—
Hm… Não sei?
—
Então vocês devem ser parentes de Stevan Windsor. — prosseguiu a ruiva.
Serena
lançou um olhar sério para ela.
— É
meu pai.
—
Hm.
—
Algum problema? — perguntou Calem.
—
Nenhum. É que vez ou outra ele aparece nas notícias.
Voltaram
a caminhar todos em silêncio. Era bem verdade. Stevan frequentemente aparecia
em colunas sociais de jornais e revistas, falando sobre seus investimentos ou
da própria família, como se apresentando os bastidores, mas sem falar muito,
sempre muito discreto e conservador.
—
Tu é bem famosa então. — comentou Mikala para a garota, sorrindo.
— Isso não tem nada a ver. — falou, tímida. — Esquece
que alguém disse isso.
—
Tu não gosta da sua família?
—
Gosto, mas as pessoas pensam em nos tratar diferente por causa disso. Eu não
gosto disso, sabe? Eu sou uma menina igual a qualquer outra de Kalos. —
explicou, um pouco dengosa.
—
Tu não é igual as outras garotas. — ele rebateu. — Nunca vi ninguém igual a
você.
Ela
sorriu.
—
Você fala engraçado.
—
Eu, é? — cruzou os braços. — Tu que fala mais rápido e com a boca quase
fechada.
—
Eu falo normal. — ela se defendeu.
—
Você que pensa!
Os
dois riram, e foram mais próximos da água, molhando as canelas. Logo mais sentaram-se
todos e Calem ofereceu alguns lanches que carregavam com eles. Traziam sempre
em excesso, por garantia. Em determinado momento acabaram preferindo ficar ali,
sentados sobre a areia apenas observando as águas irem de encontro à terra. Ao
olhar para cima, a formação rochosa que atravessaram alguns dias antes se
estendia, imponente. Cyllage já estava próxima.
...
—
Vocês estiveram em Ambrette? — perguntou Ashley.
Calem
concordou.
—
Passamos por lá.
— É
uma cidade interessante. — falou,
tocando o queixo. — Foram à Glittering Cave? É parada obrigatória.
Calem
e Charlie entreolharam-se, lembrando dos ocorridos anteriores, desde a corrida
de Rhyhorn ao temporal que os forçou a continuar uma busca que não trouxe
resultados.
—
Tivemos o prazer. — assentiu Calem. — É uma caverna curiosa.
— Curiosa?
Estamos falando de minerais e seres capazes de sintetizar luz! Vestígios de vida
ancestral gravados em rochas! Um ossuário histórico! — disse a ruiva com brilho
no olhar. — É no mínimo fenomenal.
Mikala
e Serena contaram alguma piadinha um para o outro naquele momento, cochichando,
e riram ambos. Charlie, que os observava, interveio em um tom amargo:
—
Não, são pedras que brilham, restos de Pokémon e ossos humanos empilhados. Isso
é apenas curioso.
Todos
ficaram em silêncio momentaneamente notando o tom de voz ligeiramente exaltado
do rapaz, que extinguiu o interesse que havia de continuar o assunto. Ele
sentiu-se envergonhado, mas nada disse.
—
Charles, — murmurou Calem. — diz um velho ditado, que se você não tem nada de
bom a acrescentar, é melhor em silêncio.
—
Você poderia seguir seu próprio conselho, né?
Ele
achou a resposta justa e ficou em silêncio também.
—
Por que não leva seu amigo até Ambrette? — sugeriu Calem à garota. — Ele iria
curtir essa coisa toda de montar em Pokémons pra ir até a caverna.
Mikala
virou-se empolgado:
— Montar em Pokémons?
—
Aqui em Kalos são bem famosos os torneios de corrida, principalmente em
Rhyhorns. — comentou Calem, como se
sentindo a necessidade de situar o garoto. — Então gostam de colocar alguns
para a gente montar em certos lugares, tipo Ambrette ou os Gogoats de Lumiose.
— A
gente tem uma tia que é medalhista de corrida em Rhyhorns, não é, Cal? —
adicionou Serena, empolgada.
—
Caraca, eu também adoro fazer isso! — concordou o menino.
Charlie
deu um olhar de desconfiança.
—
Você monta em Pokémons? — indagou. — Em um Rhyhorn nervoso, pronto para atacar?
—
Com um Rhyhorn nunca tentei, — admitiu ele. — mas já subi em um Tauros brabo
que era uma coisa!
Vendo
o clima que a conversa estava adquirindo, Calem voltou a tentar conversar com o
novo viajante:
— E
o que está achando de Kalos?
Ele
coçou a cabeça e o encarou com seus olhos da cor do mel.
—
Diferente. — comentou. — Ainda estou tentando me adaptar.
—
Você já passou pelo Laboratório Pokémon? — indagou Serena.
Ele
assentiu.
— O
professor é muito firmeza. — comentou. — E me explicou algumas coisas básicas.
Vocês são cheios de regras pra tudo, hein?
A
garota deu uma risada.
—
Ele me deu uma Pokédex. — falou, mostrando o aparelho. — Disse que os dados
ainda estão sendo atualizados aos poucos. Mas já é de grande ajuda.
Em
seguida, puxou uma Pokébola.
— E
também me deixou escolher um parceiro. — girou a esfera em seu dedo com
simplicidade. — Estamos treinando há uns dias e já estamos prontos para nosso
primeiro desafio.
Calem
concordou.
—
Será meu segundo.
Ele
abriu uma caixinha em sua bolsa. Era pequena, discreta, toda da cor preta.
Dentro, depositava-se um símbolo, em um canto à esquerda. Um pequeno emblema,
na forma de um inseto.
—
Então isso é uma insígnia? — perguntou, intrigado. O outro se divertiu com sua
empolgação.
— É
a insígnia de Santalune, da líder Viola. — explicou.
Ele
observou como uma criança. O pequeno emblema brilhava. Ele precisava de oito
daquelas, para perseguir seu novo sonho de se tornar um mestre Pokémon.
— O
que acha de uma batalha, Calem? — convidou.
O
garoto fez um olhar esquisito.
—
Agora?
Ele
deu de ombros.
—
Por que não?
—
Assim, do nada?
—
É, ué. — riu. — Somos ambos treinadores, né?
Calem
olhou para sua prima, que o incentivou. Não estava muito certo daquilo, mas por
fim concordou e aceitou o desafio. Os dois garotos levantaram-se e
estenderam-se a certa distância. Mikala fez um gesto esquisito com as mãos, de
forma que os outros se entreolhassem.
—
Está tudo bem?
—
Está. É um costume que tenho, gosto de pedir boas energias antes de uma batalha.
Calem
concordou com a cabeça, embora ainda que com hesitação em seu olhar. O
rapaz puxou uma Pokébola e lançou seu Larvitar, que saiu da esfera e saltou
sobre a areia, afundando e levantando alguns grãos com o impacto. A areia era
um ambiente onde Larvitar sabia como lidar bem, levando em conta que alguns de
sua espécie viviam em desertos. Mikala puxou a Pokédex, com a excitação de um
garoto de dez anos que acabava de sair em uma jornada.
—
Caramba! Que foda! — disse, após conferir os dados disponíveis do adversário. —
Ele parece muito interessante.
O
garoto puxou sua Pokébola antes exibida, a encarando por alguns momentos.
—
Vamos lá, meu parceiro!
Ele
jogou a esfera bicolor, que revelou o clássico feixe de luz branca, que aos
poucos tomou forma de uma criatura baixa e quadrúpede. O corpo era reclinado
para frente, onde patas dianteiras mais compridas o sustentavam, e pernas
traseiras pareciam comprimidas, como uma mola. Tinha um tom vivo de azul, e uma linha imaginária do pescoço coberta por algo que parecia espuma,
depositando-se principalmente nas costas. Era Froakie, o inicial do tipo
aquático de Kalos.
—
Que fofo! — exclamou Serena.
—
Pode fazer o primeiro movimento. — anunciou Calem.
O
adversário assentiu.
—
Valeu. — disse. — Froakie, Bubble!
O
Pokémon avançou e disparou um certeiro jato de bolhas, que atingiu Larvitar.
Apesar das bolhas inocentemente irem dançando no ar, o ataque fora mais efetivo
que Calem esperava, fazendo seu Pokémon fraquejar ao se ver em desvantagem.
Froakie era, acima de tudo, ágil. Movimentava-se com saltos rápidos,
tornando-se um alvo mais difícil de se atingir.
— Calem e um iniciante... — comentou Charlie.
—
Não se engane, o garoto é um novato por aqui, mas já batalha há bastante tempo.
— alertou Ashley, séria. — Ele é bom.
— Sandstorm e depois Ancient Power. — anunciou Calem.
Larvitar
fez um movimento com o corpo, levantando uma quantidade de areia da praia para
o alto, e dificultando a visão. Os rapazes afastaram-se com isso, enquanto
Froakie tentava se recuperar. Aproveitando-se da deixa, o Pokémon atirou alguns pedregulhos na direção do sapo, que apesar de ter um tipo em vantagem,
foi seriamente afetado pela sequência de golpes.
—
Froakie, eu sei que você deve estar cansado, mas dê seu melhor! — pediu Mikala
ao Pokémon.
Calem
naquele momento hesitou. A forma com que seu adversário conversava com Froakie,
mesmo durante a batalha, era curiosa. Seu tom era sincero, como de quem
aconselhava um amigo e de fato se preocupava com o desempenho dele em combate.
Mesmo quando solicitava um ataque, não soava como uma imposição, e sim como um
pedido. Uma conexão que não parecia em nada com o que tinha com Larvitar.
O
rapaz voltou para si quando ouviu sua prima gritando.
Froakie
enfrentou a tempestade de areia com um Quick
Attack que atingiu Larvitar em cheio. Apesar do peso do Pokémon, ele
desequilibrou-se, caindo na água. Por mais que parecesse inofensiva, ela causava
danos na armadura de pedra de Larvitar, como em qualquer outro Pokemon de seu
mesmo tipo.
O
sapo avançou novamente contra ele, agora em seu habitat. Contudo, ainda
fraquejava devido aos golpes anteriormente recebidos, abrindo espaço para que
Larvitar se aproveitasse da parte terrestre do cenário para golpeá-lo mais uma
vez com o Ancient Power. Nessa oportunidade, Froakie não resistiu, caindo derrotado na areia.
Mikala instantaneamente correu até ele, indo salvá-lo, enquanto Calem o fitava.
—
Que droga. — comentou Mikala, com as mãos na cintura, suspirando. — Mas foi uma
ótima batalha, Froakie, você se saiu muito bem. — ele recolheu o Pokémon nos
braços, que conseguiu sorrir suavemente. —Valeu por tu ter me enfrentado,
Calem.
O
rapaz ficou estático por um momento observando seu adversário, preso em seus
próprios pensamentos, distante. Quando notou que ficou por tempo até demais em
silêncio, balançou a cabeça e voltou à realidade.
—
De nada… — respondeu, ainda se situando. — Você é muito bom.
O
rapaz sorriu, humilde.
—
Eu dou para o gasto.
—
Meninos, foi uma batalha excelente. — aplaudiu Serena enquanto se aproximava.
—
Teu primo é um treinador dos bons. — elogiou Mikala. — Esse Larvitar é foda! Eu
e o Froakie ainda estamos nos adaptando um com o outro. — comentou.
A
loura balançou a cabeça:
—
Vocês parecem ter muita sincronia.
—
Estamos tentando. — ele riu.
Larvitar
retornou para a Pokébola, sem que ele ou seu treinador trocassem quaisquer
palavras ou ruídos. Mais uma vitória para a lista, apesar do susto e da
incerteza. Ashley checou discretamente o horário em seu relógio de pulso:
—
Não querendo ser estraga prazeres, mas…
—
Como se você não adorasse. — retorquiu Mikala.
— …
está ficando tarde. Melhor continuarmos logo ou não chegaremos em Cyllage antes
de escurecer. — comentou ela.
Todos
concordaram e voltaram a caminhar. Já estavam perto, era possível avistar
algumas placas que indicavam que Cyllage se aproximava. O mormaço agora cessava
cada vez mais, conforme preparava-se para anoitecer. O céu pintava-se em tons
de laranja e rosa ao longe, cada vez mais intensos. O
mar refletia as cores vivas do céu em suas águas transparentes. A maré parecia
ter subido desde que começaram a caminhar, e a areia já esfriava. Alguns
treinadores – dos poucos com quem vez ou outra se deparavam. – já se preparavam
para ir para suas casas, enquanto outros pescadores preparavam seus barcos para
uma pesca noturna.
Serena
ainda caminhava na frente com Mikala. A menina olhava admirada para a mistura
de cores pintadas no céu e nas águas, como se alguém derramasse gotas de tinta
aleatoriamente em uma folha. Ela, após alguns ensaios, comentou, afável:
—
Sabe, eu nem agradeci você por ter me salvado hoje… Muito obrigada! Se você não
estivesse lá…
Ela
não tinha parado para pensar no que diria em seguida, gradativamente diminuindo
o volume da voz. Ficou com medo de continuar a frase, pois não sabia o que
teria acontecido, de fato. A ideia de que talvez não estivesse lá agora para
contar essa história era assombrosa. Charlie ouviu de relance a conversa e
ficou ofendido. Se ele não estivesse lá,
eu teria salvado você.
—
Guria, o que importa é que tu tá aqui agora. — ele sorriu mais uma vez.
—
Foi muita sorte. — ela brincou.
—
De onde eu venho, a gente não acredita só em sorte. — argumentou o rapaz. — Tu
acredita em destino?
—
Não sei. — ela respondeu, dúbia.
—
Que certas coisas estão predestinadas a acontecer, mais cedo ou mais tarde.
—
Então existe um motivo para eu quase me afogar? — ela brincou, provocando-lhe
uma risada.
—
Pensa: tu poderia já estar em Cyllage, mas ontem choveu, e tu decidiu ir hoje.
E foi nadar. Na mesma hora que eu decidi fazer a mesma coisa. E eu estava
exatamente lá para te salvar. Não pode ser só coincidência.
—
Nunca parei para pensar desse jeito. — ela disse, agora assumindo um tom mais doce. — Então nosso encontro foi só
uma brincadeirinha do destino?
Ela sorriu para o garoto, que sorriu de volta.
Ela sorriu para o garoto, que sorriu de volta.
— É
como tu pode pensar. Mas quer seja uma brincadeirinha dos deuses ou não — ele
disse, aproximando-se da garota ainda mais. Ela conseguia ver seus olhos cor de
mel brilharem, e sentir sua respiração quente ofegar. — eu tô muito feliz de
nossos destinos terem se cruzado.
A
garota corou ligeiramente, quase parando de andar. Sua respiração mudou
bruscamente, e sentiu palpitações no peito. O que era aquilo?
—
Eu também estou. — ela sorriu.
Não
muito atrás, Charlie observava cada movimento.
Por que eu sentia coisas estranhas quando os via juntos? Serena era uma garota inocente, mas a forma com que sorria e corava dizia muito mais do que ela poderia expressar com palavras. E não o fazia para mim. Sentia um gosto amargo em minha boca. Ele foi capaz de salvá-la. Eu não.
Por que eu sentia coisas estranhas quando os via juntos? Serena era uma garota inocente, mas a forma com que sorria e corava dizia muito mais do que ela poderia expressar com palavras. E não o fazia para mim. Sentia um gosto amargo em minha boca. Ele foi capaz de salvá-la. Eu não.
—
Calem eu não estou gostando desse garoto. — murmurou.
—
Quase nem deu para perceber. — retorquiu o outro.
—
Ele pode ser perigoso. — argumentou.
— O
ladrão está preocupado com a nossa segurança. — ironizou Calem, recebendo um
olhar de reprovação.
—
Que fofos os seus ciúmes. — comentou Ashley.
— Não
são ciúmes, mas você acha mesmo?
—
Não.
As
placas já davam boas vindas a Cyllage. A noite havia chegado, mas era possível
ouvir o som dos carros e das pessoas adiante. Prédios altos e casas se
iluminavam ao longe, anunciando que uma das maiores cidades do continente que
acabara de receber novos visitantes. Uma concentração maior de gente também
podia ser notada, ainda a certa distância.
—
Estou ficando cansada de andar, ainda bem que chegamos. — comentou Ashley.
—
Por que a gente não toma um banho de mar antes? — sugeriu Mikala.
Após
alguns instantes de silêncio, Calem teve as honras:
—
Você quer os motivos em ordem alfabética?
—
Deve estar frio, Mikala! — comentou Serena.
—
Que nada. De noite a areia esfria e a água esquenta. — falou o garoto.
—
Por que isso?
— Agora
não lembro, é alguma coisa tipo…
—
Calores específicos diferentes. — disse Ashley de prontidão, ajeitando seus
óculos.
O
rapaz a olhou com certo desdém.
— Vamos lá, a gente já tá chegando. Quando
chegarmos tomamos uma ducha bem quente. — pediu, começando a entrar na água.
Serena
animou-se para segui-lo, deixando suas coisas na areia antes.
—
Serena, se você entrar nessa água… — começou Calem, mas a menina ria sem dar
ouvidos a ele. — Você não sabe o que passou aí. E de noite não dá para ver
nada. Serena, você se afogar de novo ou se um Tinamo der um choque em você eu
vou rir e gritar “bem feito”. Serena, ninguém mais vai te salvar, está ouvindo?
Volte agora se não chamarei o Senhor Peixe para te trazer!!
Após
tantos gritos em vão, a menina começou a entrar na água. Estava fria, mas nada
que uma boa dose de animação e vontade não pudessem enfrentar. Ela seguiu
Mikala, e os dois logo começaram a brincar de jogar água um no outro.
—
Acho que nós é que somos muito caretas. — comentou Ashley.
Logo
Charlie apareceu, entrando também de roupa, dando um susto em Calem.
— Até
você vai entrar?
Ele
deu de ombros.
— É
melhor que ficar aqui ouvindo você reclamar.
A
ruiva fez um sinal com a cabeça, concordando, mas contentou-se em molhar os pés
apenas, enquanto Calem continuava longe, apenas praguejando contra Serena, que
se divertia com os amigos na água. As estrelas brilhavam com força ao longe na
malha escura do céu, que era refletido pelo mar, revelando uma imensidão negra
e pontilhada.
Passaram-se vários minutos de risadas, e a garota saiu correndo de volta, encharcada e com as roupas grudando.
Ela ria, mas resmungava alto:
— Está muito frio!!
—
Pois bem feito. — disse Calem jogando-lhe uma toalha e preparando-se para ir em
direção à entrada da cidade. —Agora vai tremendo até chegarmos no hotel.
{ 11 comments... read them below or Comment }
Regras de Comentário:
~Não ofenda os demais usuários, sejam visitantes, ou o administrador.
~Não faça divulgação.
~Não faça spam.
~Evite o flood.
Caso algo seja desrespeitado, o comentário está sujeito a ser deletado sem aviso prévio.
confesso que o título do cap já to [eyes emoji]
ReplyDelete(quando que vão colocar emojis aqui plmdds)
enfim
affs que ambientação maravilhosa, que bom que moro em kalos (em alola na vdd mas /qqq)
LAB DE FÓSSEIS JÁ FICO ME TREMENO SIM
Todo o conjunto dava a imagem de um espaço limpo de tudo > Calem está feliz por demais ein
ainda bem que jurassic park aqui deu certo né nom TRAZ MEUS DINOS DE VOLTA SIM
se eu li dragoniana em vez de draconiana ninguém pode provar
mds a serena pensando sob a perspectiva do pokémon............ eu amo muito minha filha ela é tão melhor que todos nós juntos plmdds
(e aliás indeed que locura deve ser pros pokés ressuscitados milenios depois)
eu já tava me perguntando como raios convenceriam o calem a andar descalço mas claro que ele tava preparado :v (tho ainda assim certamente tendo uma síncope né aksdnakldnsalkda)
e indeed cyllage tem mar pacas <33 um amor as cidades dessa parte affs
mds a serena pela primeira vez na areia, na praia......... so pure........ i feel so blessed.........
mds sério essa cena salvou minha vida eu vou imprimir e colar na porta e fazer uma blusa THIS IS JUST TOO PURE
BICHO EU TO CHORANDO, DE VERDADE, O CHARLIE DIZENDO QUE AQUILO TUDO ERA DELA AGORA E ELA SORRINDO, AQUELE SORRISO PURO, SINCERO AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
— Cal, vem molhar os pés! > bicha não exagere, cal só entra n'água se empurrarem /q
Quero ver você dizer isso quando um Sharpedo aparecer e o abocanhar. > EU TO BERRANDO magina um sharpedo se materializando do nada NA AREIA askldaldsdsandasld
MDS, ELA TACOU ÁGUA NELE, O BICHINHO VAI TER UM INFARTO ASKDÇANDÇKSADNADKSAÇ
DEJETOS mds tu é fresco demais mesmo, respeita meu mar (a gente sabe que tem mas ignora pls /qq)
mds vdd, a menina nem deve saber nadar, FICA DE OLHO NELA CHARLIE
aimds, não to gostando disso..... serena toma cuidado de vdd
BICHO, COMASSIM, COMO QUE ISSO SAIU DA CENA MAIS PURA E ALEGRE DA VIDA PRA ELA SENDO PUXADA PELO MAR
HAOS PQ EU AINDA CONFIO EM VOCÊ
AIMDS VAI SER MEU FILHO NOVO QUE VAI SALVAR ELA, YOU GO MIKA!!!!
(CERTAS @ PODIA APROVEITAR E SE AFOGAR NÉ NOM)
DUH, ÓBVIO QUE NADA ATÉ LÁ, ALGUMAS PESSOAS SE IMPORTAM COM AS OUTRAS, SABE??
indeed ele é todinho um ser aquático, alguém de alola totes sabe nadar numa boa
Você não sabe quanto tempo há em alguns segundos até que eles mudem sua vida > ooooooh quanta verdade há nisso
fazendo um gesto curioso com os braços > eu visualizei tão certinho, que sdds de alola bicho
Deletemds eu amo tanto o mika, ele é tão soft!!!
Ele ia lutar contra o líder, mas resolveu que a praia era mais importante > NITIDAMENTE MEU FILHO NÉ NOM (E AINDA BEM QUE FOI NÉ NOM)
alguém joga a ridicula no mar e pede pras ondas levarem pfvr (tá que seria poluição mas dessa vez o universo até entende /qq)
permita-me dizer que eu to amando demais serena e mikala pq os dois são bbzinhos soft e puros e totes vão se dar bem mesmo <333 (mas plmdds como brotp BROTP CARALHO)
Foram à Glittering Cave? É parada obrigatória. > sim, foi uma experiencia 10/10 :v
ao menos ela presta em algo né, ao menos reconhece a magnitude daquele lugar (mas também né, se nem isso ela fosse capaz de fazer.....)
noss sinhora charlie, contenha seu ciúme, até a @ tá sendo minimamente agradavel e tu me dá uma bola fora dessa
Vocês são cheios de regras pra tudo, hein? > isso é um porre mesmo migo, i feel u
E AI SOCRR O STARTER DELE FOI DE KALOS??? ME ROENDO PRA SABER
calem não sabe mesmo o que é vida de trainer açksdnaçkdnasdkandksa a gente tá caminhando de boas de repente OW BORA BATALHAR e nem tem chance de correr
— Está. É um costume que tenho, gosto de pedir boas energias antes de uma batalha. > plmdds EU AMO TANTO ESSE MOLEQUE
UM FROAKIE okay preferia um fennekin obviamente né MAS ARRE MIKALA UM SERZINHO AQUÁTICO MESMO
mds calem tu realmente deixou um cara com poké aquático atacar primeiro o seu de rocha??? migo vai estudar pelamor
claro que meu bb conversa com os pokes trata eles como amigos CLARO QUE SIM EU CRIEI BEM ESSE FILHO
espero que isso tenha ensinado certas lições pro calem hm
— Não querendo ser estraga prazeres, mas…
— Como se você não adorasse > EU MESMA QUE FALEI
E ELE ACREDITA EM MEANT TO BE AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
as engrenagens do destino realmente tem uma forma curiosa de girar, né nom?
ai pfvr se mantenha brotp se mantenha brotp se mantenha brotp
— Quase nem deu para perceber. > NÉ
— Ele pode ser perigoso > migo sério??? olha pro mika. OLHA PRA ELE. PERIGOSO ONDE. PERIGOSA É MINHA MÃO QUE VAI IR PRA TUA CARA SE NÃO SOSSEGAR ESSE CIÚMES BESTA
— Por que a gente não toma um banho de mar antes? > o bichinho é um ser d'água mesmo mds (meu filho sim)
— Você quer os motivos em ordem alfabética? > ASKLDBALJDSSAJDASNDADADSA pior que realmente esse não é o melhor dia migo, fica pra próxima xD
gente eu amo demais meus dois filhos que vivem a vida plenamente
agora to com sdds do mar affs
.......84 anos depois eu cheguei aqui com uma vergonha básica
DeletePrimeiramente SIM, OS EMOJIS FAZEM UMA FALTA IMENSA AQUI (principalmente quando a gente quer comentar de uma história e palavras não expressam as nossas reações HAUISDHAIUS)
Eu fico muito feliz que você sentiu toda a pureza desse momento da Serena chegando na praia, porque era exatamente essa a intenção, ser uma cena bem soft (a princípio, né -QQQQQQQ). Eu colocaria ela em uma das minhas top 5 cenas favoritas até agora, porque foi uma delícia de escrever e fico feliz que a leitura também ficou agradável.
"HAOS PQ EU AINDA CONFIO EM VOCÊ" /// EU RI TANTO MAS AGORA ESTOU CHORANDO, DESCULPA, EU SOU UM MONSTRO MAS NÃO CONSIGO EVITAR (E eu amo as suas indiretas pra @ HAUSDIHASUIDHASUI Ela precisa de umas verdadezinhas na cara).
Agora que grande parte das cenas é na praia me dá uma dorzinha, porque já até esfriou e eu fico relendo esses rascunhos falando de solzinho, areia, mar e dá uma dor básica. Comecei escrevendo isso matando a saudade do mar em clima de verão e agora já to com saudade de novo (gente que mora num lugar com 47 praias e fica em casa escrevendo e reclamando me add)
Obrigado pelo comment como sempre, Annezita <3 <3
Pokemons fosseis raramente dão errado (Acho que o único Pokemon fossil que eu não gosto é o Aurorus ,e nem é tanto assim) ,um cara como o Calem criando um time composto de Pokemon conhecidos por trazer a destruição e o Chaos ,o que pode dar errado ?
ReplyDeleteEu não tinha percebido o quando o Mikala e a Serena e o Calem e a Ashley são parecidos ,duas pessoas que estão totalmente perdidas e que amam a liberdade e duas pessoas que então em uma ''jornada '' e pensam exatamente o oposto do que se esperam
Charlie com ciumes ,18 capítulos ,4 anos ,e finalmente o unanime Charena começou a cair ,melhor parte do capitulo
Cara, eu também gosto muito dos Pokémons fósseis! Eu não sou tãão chegado nos da primeira geração (só Omanyte e Omastar) mas no geral gosto muito também, então um para o time do Calem era fundamental! Confesso que fiquei entre Tyrunt ou Amaura, mas acabei selecionando o T-Rex mesmo. (HASUDHAS E você viu, antes ninguém dava nada pro Calem quando era só um Magikarp capturado. Agora só de vingança ele vai ter um time matador (ou pelo menos gostaria).
DeleteE confesso que ri com o comentário de que finalmente o famigerado primeiro ship da fic começou a tombar. Vocês acharam mesmo que eu não ia destruir relacionamentos (que nem começaram de verdade) hoje, né? (Mas calma que tudo pode piorar ainda ASDHAIUSDHAISUA)
Haos, voltei dos mortos, e aparentemente tu precisa também, mas vim comentar que ficou bem bacana os capítulos, mas queria mais aparições do "Pexi". Fora isso gostei muito, então valeu e falou!
ReplyDeleteHey Sir! Esse retorno nosso foi bem sincronizado hauisdhaisudhuas Pode deixar que há ressuscitei por aqui, e pretendo ficar assim por um tempinho. Eu adoro que vocês curtem bastante o Sr. Peixe mesmo HAUEHUAYSDA Pode deixar que eu garanti que ele fizesse uma aparição no próximo capítulo (o 20, que acabei de postar), e ainda vem muito mais por aí! Valeu pelo comment, e até mais o/
Deletejá está mais um!
ReplyDeletenão consigo explicar as saudades que este capítulo me fez sentir de jogar pokemon! é um sentimento misto de saudade e impaciência porque confesso que, com o passar do tempo a fui perdendo e, talvez por isso, deixei de jogar.
em relação ao capítulo:
- esse tyrunt com certeza vai ser uma mais valia para a team de calem que está cada vez melhor!
- adorei esse encontro do trio com os novos personagens! as diferenças e as igualdades entre eles prometem alterar um pouco as histórias de cada um, principalmente a relação entre serena e charlie!
- também curti muito dessa batalha entre calem e mikala e essa chamada de atenção para o diferente tipo de relação que cada um deles tem com os seus pokemon, certamente um tema muito interessante a ser explorado!
foi um episódio mais chill mas muito interessante ver a forma como os novos personagens se relacionam com os nossos protagonistas. e agora que venha o gym!
see ya! :)
Ahhhh simm, os personagens apareceram alguns capítulos antes, mas logo tratei de incluí-los no enredo! Dá pra perceber essa distinção das personalidades deles com relação aos protagonistas, né? Na forma de encarar a vida, as batalhas, e tudo mais. Não que um seja melhor que o outro, mas todos são apenas diferentes e seguem a vida como julgam que seja melhor. E quando estão juntos, vemos como se completam! (além de render uns encontros cômicos HAUSDHAIS)
DeleteEu amo capítulos na praia e irei protegê-los com todas as minhas forças. Sabemos melhor do que ninguém como nossa cidadezinha é fria, Sinnoh também é vítima desse clima gelado, mas eu ainda tenho uma paixão pelo clima paradisíaco contagiante, sempre dou um jeito de fazer um capítulo na praia também. É como se os próprios personagens ficassem mais felizes, né? Uma curiosidade é que eu gostei muito da descrição que você fez do corpo da Serena cara, eu cansei daquele clichê "ela era linda de olhos claros e cabelos louros", sabe? Ela ainda é jovem, existem outras formas de se descrevê-la, ainda que isso não impeça de deixar o Charlie louco kkkk Mas gostei desse trecho em particular.
ReplyDeleteSenti uma baita tensão com a Serena se afogando mano, agora compreendo melhor o motivo de você inserir os dois novos personagens há alguns capítulos, seria esquisito um cara surgir do nada e "ei, te salvei, vamos ser amigos!" kkkkk É um baita rival interessante para a Liga, lembro-me até hoje do sujeito de Johto que bateu no Ash. Imagina se lá na frente Calem perde para Mikali, com seus exército de quatro Tapus lendários? kkkkkkkkkkk
Poxa, quase esqueci de mencionar o Tyrunt! Foi ótima aquisição, ficou meio de lado no capítulo, mas espero que ele ainda tenha uma participaçãozinha no ginásio de pedra. É curioso como o Calem com todo esse medo de Pokémons está montando um time de monstros haha Capítulo 20, aí vamos nós!
Ahh o Tyrunt acabou ficando meio esquecido por um tempo na fic... Acabei dando tanta atenção para os personagens humanos que os próprios Pokémon parece que ficaram meio esquecidos, coitados! HAUSDHASUDH Mas pode deixar que eu não irei sumir com ele, sei como você tem um carinho pelos fósseis, e eu também curto tanto eles que não pude deixar de incluí-lo no time do Calem. Além de tudo, é um personagem bem bacana de se trabalhar dentro da Royal Emperium. Espero dar mais destaque pra ele nos capítulos seguintes!!
DeleteE sim, eu curto demais esses capítulos de praia!! Até porque eu gosto muito, pessoalmente, de estar na praia. Acho um ambiente tão tranquilo e traz essa coisa de energia, natureza, alegria... O Mikala é um personagem que carrega muito disso, foi uma escolha muito bacana trazer alguém de Alola (apesar de não planejar mexer com os Pokémons da Geração VII) pra contrastar justamente com essa personalidade mais fria do Calem. O Mika não é um super estrategista, mas ele tem aquele jeito típico do herói das fics de Pokémon, o cara inexperiente que tem uma super ligação com seus parceiros e vai se desenvolvendo a partir disso. É engraçado porque sinto como se a gente estivesse analisando essa história clássica por outra perspectiva, pela do Calem, que em uma outra fic poderia ser só um rival chato e calculista do Mikala. Não dá pra esquecer, contudo, que ele já completou vários desafios na região original dele, então quando o virmos pra valer com Pokémons de fato mais evoluídos, vai ser um grande desafio!
E fico feliz que você curtiu esse trecho da Serena!! Foi pessoalmente um dos meus favoritos do capítulo, então me agrada demais que você também tenha observado! Acho que são pequenos detalhes que imprimem mais realismo na história, né, é como se a beleza dos personagens fosse exatamente esses detalhes naturais e "imperfeitos". Ou, pelo menos algo que chama a atenção do Charlie quando vê a Serena! HAUSDHAUSHD