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Posted by : Haos Cyndaquil
Mar 10, 2018
Capítulo 28
A Coisa Certa
—
Eu estava torcendo para você.
Korrina
parou de andar. Era cedo, a Tower of
Mastery ainda estava fechada para visitas. Perguntou-se como conseguiram
encontrá-la. A frase a pegou de surpresa. Não simplesmente pelo seu conteúdo,
porque ela poderia esperar algo assim sendo dito por seu avô, ou por Grant. Mas
não era nenhum dos dois que estava lá, de manhã, em cima de um conjunto de pedras
sobre a água. Era uma garota de cabelos loiros esvoaçantes e grandes olhos
azuis. Era Serena.
A
líder de Shalour parecia intrigada. Seus olhos melancólicos procuraram consolo
no rosto angelical da menina ali parada. Serena deu passos delicados, cuidando
para não pisar em uma pedra errada e cair. Estava descalça, carregava os
sapatos nas mãos. A líder estava de frente para o mar, sobre as rochas também.
Após chegar mais perto, Serena encarou a imensidão azul à sua frente que se
estendia após uma estrondosa tempestade. O céu estava limpo, como olhos que
brilhavam após horas de choro intenso.
—
Quero dizer, eu queria muito que meu primo ganhasse…Mas eu também não podia
deixar de torcer para você. — murmurou Serena.
—
Por que está dizendo isso? — perguntou Korrina, automaticamente.
Serena
abaixou o olhar.
—
Por que… Bom, eu não sei. — a menina parou, e sentiu que talvez estivesse sendo
ridícula ao fazer tudo aquilo. — Achei que gostaria de saber disso.
Quando
se preparou para sair, Korrina fraquejou. Encarou as próprias mãos, abrindo e
fechando-as entre a luva esportiva que usava. A moça respirou fundo,
disparando:
—
Por que você torcia para mim? — perguntou.
As
palavras foram jogadas no ar como um disparo, e pairaram sobre o ambiente.
Serena parou de andar, ainda de costas, absorvendo cada letra da frase. Um
grupo de Wingull passou cortando o céu, cantando de maneira desengonçada para
longe no mar, aproveitando as ondas que se formavam e espirravam água,
umedecendo suas penas e se refrescando naquela manhã quente.
Serena
virou o rosto com uma expressão compassiva, abrindo um sorriso discreto:
—
Porque eu sei o que é ter que convencer algum parente mais velho de que você é
mais forte que eles pensam.
...
O
frio do metal já havia ido embora de tanto que Calem passava a insígnia de uma
mão para a outra. O rapaz girava e ficava a observar nos mínimos detalhes
aquele simbolozinho que custou tanto a ser conquistado. Representava a figura
de duas luvas de boxe se chocando – apropriado para um ginásio que treinava
apenas lutadores. A Rumble Badge era
sua terceira insígnia.
Tomou
um pequeno susto quando o arrastaram de volta à realidade. Estava em um café na
área mais interior de Shalour, e fora interceptado pelo professor Sycamore, que
tocou a cadeira à sua frente, como se pedindo autorização para sentar. Calem
estendeu a mão, indicando para que o fizesse. O professor pediu para o garçom
alguma bebida e apoiou confortavelmente os antebraços na mesinha de vidro.
—
Meus parabéns pela batalha, jovem Calem. — murmurou Sycamore.
Calem
abaixou o olhar para a insígnia, com um sorrisinho de canto.
—
As notícias correm rápido.
Ele
inclinou levemente a cabeça, intrigado.
—
Já vi pessoas mais felizes por ganharem uma batalha de tamanha importância. —
retorquiu o professor.
Calem
soltou um longo suspiro e olhou para o lado. O espaço era bem arborizado,
apesar das calçadas de pedra cuidadosamente construídas, onde as pessoas
caminhavam conversando, procurando uma próxima atração em Shalour.
—
Não sei por que, mas não consigo me sentir plenamente bem. — balbuciou o
garoto.
—
Vejo que mudou muito desde nosso primeiro encontro. — comentou Sycamore. — Superou
o medo que tinha de Pokémon?
Calem
deu uma risadinha discreta.
—
Estou tentando.
Naquele
momento uma garçonete se aproximou com uma bandeja, depositando cuidadosamente
na mesa uma xícara média de café bem espumado, com alguns grãos de canela
salpicados no topo. Sycamore encarou com gosto o recipiente, bebendo um gole
generoso e logo depositando de volta a xícara. Ambos ficaram em silêncio, até
que Calem não conseguisse mais manter-se calado e sentisse necessidade de romper
com a quietude incômoda.
—
Por que eu não consigo? — indagou, as palavras saindo tão de surpresa como um
soluço.
O
professor fixou-lhe os olhos amendoados com ternura, aguardando que
continuasse.
—
Há tempos me dizem tanto sobre batalhas, professor. Batalhar por batalhar.
Porque se gosta. Porque se sente bem. Mas eu não consigo. Sempre tem algo mais
em jogo. Quando eu estou em uma batalha, eu nunca estou sozinho. Estou sempre
lutando contra mim mesmo, contra meu orgulho, contra meus medos… Por que eu não
consigo só batalhar? — indagou Calem, batendo as mãos na mesa.
O
garoto ficou em silêncio ao perceber que metralhara uma sequência de dúvidas
tão intensa. Depois do furacão, notou como o ambiente estava pacífico. As
xícaras de café ficaram a vibrar com o impacto na mesa. Aquelas perguntas lhe
corriam pela cabeça havia tempos, e os acontecimentos mais recentes apenas lhe
deixavam mais apreensivo. A luta contra Damien, contra Korrina. Isso não era só
uma diversão, não era o que lhe prometeram.
Sycamore
tomou mais um gole de sua bebida, sem qualquer pressa. Tinha um sorriso
reconfortante no rosto, como o de um adulto que estava prestes a consolar uma
criança sobre coisas da vida que ela ainda não sabia interpretar direito.
—
Meu bom rapaz, batalhar nunca foi só batalhar.
— falou o professor com uma risadinha. — Bons tempos os que somos apenas
crianças e lutamos porque gostamos de competir, porque nos diverte, porque
amamos nossos Pokémon. Mas no fundo uma batalha nunca é só uma batalha.
Um
vento fresco soprou, trazendo o cheiro da maresia para o café. Os cabelos
ondulados de Sycamore balançaram, brincando na brisa.
—
Batalhar é estar com você mesmo. Com seus medos e anseios. Isso é o que faz
tudo ser tão emocionante. — murmurou o homem. — Os motivos ao longo da história
mudaram, mas nunca paramos de batalhar, porque sabemos que tudo é muito mais
que apenas ganhar ou perder.
Calem
respirou fundo.
—
Gostaria de ter conhecido as batalhas na minha época de ignorância, então. —
murmurou ele, brincando com a insígnia.
—
Ahh, é mágico, eu lhe garanto. — disse o professor com um brilho no olhar,
lembrando-se de sua época de jovem. — Mas tem certas belezas que só a
consciência e o amadurecimento nos trazem.
—
Eu só queria ser como a Serena, às vezes. — comentou o garoto. — Ela tem essa
inocência, essa ingenuidade.
—
Quem disse que você precisa ser outra pessoa para resgatar sua própria
inocência? — brincou Sycamore. — Você sabe que parte do processo de se
transformar e amadurecer é manter essa essência de si mesmo, certo?
—
Crescer também é desaprender. — concordou o rapaz.
—
Exatamente. — assentiu o outro, com um estalo. — O grande desafio é combinar a
sabedoria e a experiência… Com a inocência e deleite pela vida. — falou,
entusiasmado. — Lute contra seus medos, jovem Calem. Lute contra suas
limitações. E encontre o garotinho que mora dentro de você que ainda tem brilho
no olhar. — ele fez uma pausa, mostrando um olhar solidário. — O garotinho que
ontem se agarrou a seus Pokémon e conquistou a vitória.
Calem
esboçou um pequeno sorriso, mas logo abaixou o olhar de novo, pensativo.
—
Faz um bom tempo que ele anda desaparecido. — brincou.
—
Ora, por que não damos uma oportunidade para resgatá-lo? — falou o professor.
Sycamore
levantou-se da cadeira vagarosamente, de maneira que Calem ficasse a fitá-lo
com um olhar de “o que você pensa que está fazendo?”. Ele tinha um tom brincalhão
no rosto, e começou a rodear a mesa, enquanto o garoto se apoiava, intrigado e
não escondendo um sorriso de diversão também.
—
Você é menino ou menina? — indagou Sycamore.
—
Hã?
—
Desculpe, é parte de uma piada interna. — disse o professor, rindo sozinho. Em
seguida, seu tom mudou para um muito mais instrutivo. — Bem-vindo ao
maravilhoso mundo dos Pokémon, onde seres humanos e Pokémon convivem
harmoniosamente.
O
professor falava tudo com uma voz falsamente robótica, como se repetisse um
discurso que há tempos se forçava a dizer, sempre que encontrava um novo
treinador. As palavras soavam decoradas, e o garoto, apesar de nunca tê-las
ouvido, sentia como se já tivesse visto aquilo em algum lugar. Calem observava
com um sorriso de satisfação, aproveitando a brincadeira.
—
Adorarei conhecer esse mundo. — falou, entrando na piada.
Sycamore
então voltou a se sentar e colocou as mãos no bolso do jaleco. Em seguida,
estendeu-as na mesa, revelando três Pokébolas, logo assumindo o tamanho normal.
A expressão de Calem mudou para um tanto de dúvida, observando as três esferas
paradas à sua frente, reluzindo à luz solar.
—
O que é isso? — inquiriu.
—
São os três iniciais disponíveis para novos treinadores da região de Kalos. —
falou o professor, apontando para cada uma. — Chespin, o inicial do tipo Grass. Fennekin, o tipo Fire. E Froakie, o tipo Water.
Arte por zaiggen |
—
Eu já tenho um inicial, professor. — falou o garoto, arqueando a sobrancelha.
—
Apenas entre na brincadeira. — Sycamore deu de ombros.
Os
olhos do garoto brilharam por um breve momento. Ele nunca havia parado para
pensar nisso. Quando completou dez anos, seu pedido não foi um Pokémon. Ele não
planejava como iria ao laboratório de Lumiose iniciar sua jornada. Enquanto a
maioria das crianças tinha como dúvida primordial o inicial que escolheria,
Calem pensava apenas nos negócios da família, que dirigiria quando fosse mais
velho. Mas naquele momento, ele era apenas um garotinho, sendo introduzido ao
mundo dos Pokémon, precisando descobrir qual o seu inicial.
Ele
estendeu a mão para uma das Pokébolas, e Sycamore revelou um sorriso.
—
Excelente escolha. — disse o moço, satisfeito.
...
Katheryn
não conseguia se conter no lugar. A menina saltitava no mesmo espaço centenas
de vezes, de maneira que Charlie tentasse segurá-la pra ficar parada –
claramente sem sucesso algum. Aldrick checava seu relógio ocasionalmente,
enquanto o outro menino jogou os braços atrás da cabeça, folgado:
—
Tem certeza que ela vem mesmo? — indagou Charlie.
—
Claro que eu tenho, Cha-Cha!! — rebateu a garota, saltitante.
—
Demora um certo tempo mesmo de Coumarine até aqui, se ela chegou de navio. —
comentou o loiro, checando o relógio.
—
Quem exatamente estamos esperando? — perguntou Elliot, inocente.
Antes
que alguém pudesse responder, uma pequena van se aproximou do grupo. Katheryn
começou a correr no próprio lugar, quase abrindo um buraco na terra abaixo de
si com tamanha empolgação. Algumas pessoas desceram, repletas de maletas e
mochilas, interessadas em fazer um passeio turístico em Shalour. Entre elas,
uma moça de corpo troncudo, com olhos claros tão vivos e brilhantes, que
parecia ter tomado um choque. Seus cabelos eram curtos e ruivos, de um jeito
inesquecível, e a forma com que andava admirada parecia... Katheryn.
—
PRIMAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!! — foi o grito em uníssono que veio das duas
garotas, como um trovão no meio da cidade, assustando as demais pessoas ao
redor.
A
ruiva jogou as coisas no chão, correndo para abraçar a outra. O impacto foi
tanto quando se juntaram que os amigos ficaram a se perguntar se alguma saiu
machucada. Contudo, começaram a gritar palavras de agrado – e alguns
xingamentos, principalmente – de maneira que parecessem ótimas, sem nenhuma
dor.
—
Por Arceus, é hoje que o mundo acaba. — murmurou Aldrick.
Katheryn
aproximou-se dos demais, ainda abraçando de lado a ruiva, empolgada:
—
GENTE ESSA É A VIVIAN (VIVI PARA OS ÍNTIMOS) MINHA PRIMA!
—
É um prazer conhecê-la oficialmente. — disse Aldrick.
—
Essa é aquela prima que quebrou a mesa da ceia no dia do Natal? — perguntou
Charlie.
—
Não, essa é outra. — respondeu Kath, com uma risadinha.
—
Ah, foi você quem se pendurou no ventilador e derrubou a avó de vocês sem
querer no cesto de roupa suja!! — exclamou o garoto.
—
Hm, não essa foi uma outra também — disse Vivian. — Mas QUE DIA ÓTIMO FOI ESSE!
—
Quantas primas exatamente vocês tem? — perguntou o rapaz, intrigado.
—
Não brinca que tu também achou um loirinho pra namorar!! — falou Vivian,
admirada, olhando para Aldrick, deixando o rapaz corado.
—
Hã… Namorar? — disse o garoto, tímido.
—
AH não é nada disso, sua louca!! — rebateu a outra. — O Aldy-kun é só um amigo
meu. E esse é o Cha-Cha, um ladrãozinho de araque amigo da Serena-chan
lindíssima. — disse ela apontando.
—
Hã… Prazer. — murmurou o garoto, um pouco incomodado com o título.
—
E esse aqui é… Pensando bem eu nunca vi você na minha vida, você tá aqui faz
tempo, fofo? — perguntou Kath para Elliot.
—
Eu sou novo por aqui mesmo. — riu o garoto. — Me chamo Elliot.
Katheryn virou-se para a prima, animada, sem se
importar muito.
—
Vivi-chan, tem tanta coisa para colocar me dia! Vamos até sua pousada! — falou
a garota, animada.
—
Quer ajuda pra carregar as malas? — indagou Aldrick por educação, indo até uma
das maletas.
—
Meu filho, ajuda? Olha pra essas coxas, eu carrego metade da família de Azalea
nas costas se precisar! — falou a garota, deixando o rapaz um pouco
constrangido. — Eu tô brincando, fofo, claro que quero, achei que em Kalos
vocês já viessem com um mordomo carregando as coisas.
—
Eu também fiquei desiludida que não era assim, Vivi. — murmurou Kath.
Apesar
de tudo, Vivian não tinha trazido muitas coisas. Era típico da família das
primas de Azalea que fossem pessoas simples de certa forma, então a garota
havia levado apenas o essencial para passar uns dias visitando uma de suas
parentes mais próximas. A ruiva, apesar de começar como uma treinadora em
Johto, havia tido êxito na carreira de Coordenadora ao se mudar para Sinnoh
alguns anos atrás, sendo uma das finalistas do Grande Festival.
Não escondo que apesar da loucura,
fiquei um tanto sensível à proximidade entre as duas primas. – até mais que
Calem e Serena. Quando conversavam, eu sempre imaginava um cenário
reconfortante de uma casinha no interior, em Azalea, e uma família grande e
unida. E, como sempre, assuntos de família me deixavam um tanto… Pensativo..
—
Como que estão as coisas em Azalea? — perguntou Aldrick, puxando assunto.
—
Uma baderna, né, colega, mas é por isso que eu amo!! — falou a garota,
empolgada. — Resolvi aproveitar uns dias de folga para visitar nossa priminha
nessas terras longínquas.
—
Vivi-chan, se você quiser podem rolar umas dicas de batalha! — disse Kath,
saltitante.
—
Claro, Kathy-chan, eu ficaria feliz em te ajudar!!
—
Eu quis dizer que eu posso te dar
dicas agora que sou uma treinadora experiente que tem três insígnias. —
corrigiu a outra, dando de ombros.
—
Conseguiu três insígnias e já tá se achando, é? Esqueceu que eu quase ganhei o
Grande Festival? — indagou Vivian, arqueando as sobrancelhas.
—
Vivi-chan, mas isso já faz tempo, você tá ficando enferrujada. Além disso, você
era um fracasso nas batalhas, ficou oitenta anos tentando vencer aquele Falkner
esquisito. — murmurou a outra.
—
AHH VOU TE MOSTRAR QUEM É UM FRACASSO!! — esbravejou a ruiva, partindo para
cima da prima.
As
duas se jogaram no chão, saindo rolando pela cidade, em uma briga. Os amigos
ficaram abismados com a cena, e Aldrick preparou-se para tentar separá-las.
Charlie segurou-o pelo ombro e fez um sinal de não com a cabeça.
—
Eu tenho a impressão que é melhor não se envolver em negócios de Azalea…
...
—
Achei que você estivesse dormindo.
Calem
se virou. Estava na varanda da pousada, encostado sobre uma grade. Estava sem
seu chapéu, e usava uma camiseta confortável enquanto respirou o ar marítimo
daquele final de tarde. O sol poente alaranjado deixava o céu rosa e
avermelhado, como um algodão doce, e o mar ao longe se tornava mais calmo, com
a ausência de ventos fortes para movimentá-lo. Serena apoiou-se na grade
também, ficando ao lado do primo. Ele voltou a olhar para o horizonte.
—
Não, eu não consegui. — respondeu.
A
menina também correu os olhos pela paisagem. De lá, conseguia observar os
outros prédios baixos e casas daquela área de Shalour. Todas as construções
tinham um visual antigo clássico de Kalos, criando uma harmonia em seu tom
pastel com o mar claro ao fundo, tingido pelas cores do céu ao pôr-do-sol.
—
Serena, eu estou fazendo uma coisa errada? — murmurou Calem.
A
menina virou-se ligeiramente para ele. Encontrou seus olhos perdidos na
paisagem, o cinza tão nebuloso como uma nuvem que se condensava, formando uma
tempestade imprevisível. Não era sempre que seu primo lhe perguntava coisas
importantes. Ele não especificou o que era, mas Serena sabia. Só uma coisa
poderia estar tomando sua mente tanto assim. E Serena tinha suas opiniões, mas
ao mesmo tempo, aquele era apenas Calem, seu primo, pedindo ajuda.
—
Não foi você quem desafiou ela, Cal. — falou a menina, dirigindo-lhe um olhar
terno. — E você fez seu lado da aposta. Só isso.
O
garoto virou-se para ela, como se tentasse cravar aquelas palavras em sua
mente, mas não conseguisse. Soltou um longo suspiro, e ela tocou-lhe no ombro,
abrindo um pequeno sorriso compassivo.
—
Eu acredito que o destino faz as coisas acontecerem do jeito que precisam
acontecer. E que no final tudo dá certo. — ela falou, meiga.
—
Parece como atravessar uma rua movimentada de olhos fechados. — resmungou
Calem, fazendo-a soltar uma risadinha.
—
Comigo funciona. — ela deu de ombros.
Algumas
luzes dos postes à distância se acenderam, conforme o céu escurecia
gradativamente. Pessoas passaram conversando embaixo, rindo. Eram jovens, até
mais novos que os dois primos, parecendo treinadores Pokémon. A menina não
evitou que um sorrisinho nostálgico se formasse em seu rosto.
—
Lembra quando a gente estava saindo pela primeira vez de casa? — indagou.
—
Você ficou tagarelando na minha orelha uma semana inteira. — rebateu Calem,
fazendo-a rir.
—
Parece que faz anos que isso aconteceu. — disse a garota, pensativa.
Serena
enrolou seus cabelos loiros nos dedos, ponderando como mudou desde o momento em
que pisou fora de casa até aquele instante.
—
Eu tenho saudade de como eu me sentia nessa época. — balbuciou. — É tão
diferente ter um sonho e estar realizando ele.
Calem
dirigiu-lhe os olhos, intrigado.
—
Você se arrepende? — perguntou, baixinho. — De tudo que fizemos?
Ela
lhe encarou, com os vibrantes olhos azuis em êxtase.
—
Não. Pela primeira vez eu me sinto viva.
— ela falou, sorrindo. — E ninguém pode tirar isso de mim.
Calem
abriu um sorriso, encarando o horizonte ao longe.
—
Ninguém. — repetiu ele, concordando.
...
—
Olha só pra essa mesa de buffet!! — gritou Katheryn.
A
morena saiu correndo em direção a uma imensa mesa colocada na cerimônia,
repleta de petiscos. Havia comida de vários tipos, mas eram relativamente bem
simples, preparados apenas para que as pessoas aproveitassem o festival que era
comum de se realizar em Shalour. Aldrick aproximou-se da menina, que colocava
mais coisas no prato que de fato ele comportava.
—
Kath, por favor, deixe um pouco para os outros também… — falou ele,
ligeiramente tímido.
—
Menina, achei que aqui só ia ter essas comidas chiques que a gente não consegue
pronunciar o nome, mas na verdade é tudo bem gostoso! — comentou Vivian,
colocando uma pilha de docinhos em seu prato.
Aldrick
soltou um longo suspiro.
—
Eu tenho medo de visitar Azalea. — falou para si mesmo.
O
festival de Shalour ocorreria na praia, logo à frente da Tower of Mastery. Era possível notar o grande banco de areia que
ligava a Torre Mestra à cidade. Naquela noite, ele estava decorado com luzes, quase
como uma passarela cujo final jazia muito distante. O festival não era muito
elaborado, como tudo era na areia as pessoas prezavam mais pelo conforto. Além
das luzes penduradas, havia várias tochas e outras chamas acesas para criar um
clima de festança típica da praia. Serena pensou que Mikala gostaria de
participar de um desses, que deveria ser frequente em Alola.
Calem
aproveitava um gole do suco que haviam preparado com algumas frutas de estilo
tropical. Era nítido que coisas desse tipo não aconteciam em Kalos, mas valia a
tentativa de criar um evento diferenciado. Elliot caminhou próximo ao garoto,
também aproveitando de outra bebida, empolgado. Havia algumas dezenas de
pessoas se divertindo, conversando, e até mesmo vestidas mais parecidas com os
rituais e festivais praianos. A lua, não muito longe, estava imensa e
brilhante, como um olho que observava tudo naquela noite.
—
Como você está? — perguntou o menino.
—
Calculando se eu me jogar nessa água quanto tempo leva para um Sharpedo me
engolir. — respondeu Calem cinicamente.
Elliot
soltou uma risada. Alguns dias atrás ele ainda não entenderia a ironia e
provavelmente ficaria preocupado com o comentário.
—
Eu diria que muito, porque não tem Sharpedos nessas águas. — brincou ele. —
Está tudo bem, Calem. Você se saiu bem na batalha. Merece esse título. — falou
ele, dando-lhe um tapinha no ombro.
—
Obrigado, Elliot. — assentiu o garoto, não muito convencido, mas tentando ser
simpático.
Katheryn
correu em direção a Serena, dando acidentalmente um susto na garota.
—
Vivi-chan, essa é a Serena que eu falei. — disse, apontando para a loira.
Serena
ficou um pouco deslocada, mas olhou admirada para aquela garota ruiva, que
lembrava Katheryn na forma de falar e se movimentar, além de pequenas feições
que se assemelhavam. A outra estendeu a mão, empolgada, revelando um sorriso
enorme e brilhante.
—
É um prazer conhecer… — disse Serena, singela.
—
O prazer é meu! — falou Vivian chacoalhando a mão da garota. — Menina, que
lindo seu cabelo, é natural? — perguntou ela tocando as mechas douradas.
Katheryn
deu um tapa na mão da ruiva.
—
Não encosta que ele deve valer mais que a nossa casa.
—
Kath, pare, não é verdade. — falou Serena, corando de nervosismo.
Antes
que pudesse corrigir, Katheryn já foi puxando Vivian de novo, apontando na
direção de Calem, que estava não muito longe tomando seu suco, pensativo.
—
E aquele é o Calem-kun primo dela, o molenga que também é treinador. — falou,
animada.
—
Por que ele tá com cara de quem tá fazendo xixi nas calças? — perguntou Vivian.
—
Ele está passando por um momento meio… Apreensivo. — falou Serena, cautelosa.
No
mesmo momento, Gurkinn apareceu, indo em direção a Calem. Serena só conseguiu
ver de longe, mas deduziu que chegara a hora da cerimônia. Seu primo
dirigiu-lhe um olhar sério, e ela fez um sinal com a cabeça. Correu os olhos
pelo ambiente procurando por Korrina, e a encontrou em um canto, conversando
com alguém. Ela sorriu. Pensou que a moça poderia se ausentar por não querer
ver a cena da conquista de Calem, mas pelo visto fora corajosa ao estar
presente.
Gurkinn
levou Calem a uma estrutura de madeira mais elevada, com uma pequena escadinha.
Outras pessoas também estavam ali, segurando cetros em chamas. Vagarosamente,
utilizaram os cetros para acender o fogo de outras tochas ao longo da
escadinha, tornando aquele ambiente consideravelmente quente. As pessoas ao
redor ficaram em silêncio, observando a cena.
—
Menina do céu, vão começar um incêndio, SALVA A COMIDA PELO MENOS! — comentou
Kath, recebendo vários olhares de reprovação dos outros ao redor.
—
Shhh é um ritual antigo, Kath! —
retorquiu Aldrick, envergonhado.
Calem
agachou no chão – embora seu interior gritasse que não havia nada de higiênico
naquela escada de madeira cheia de areia – e assim ficou, enquanto ouvia várias
palavras serem proferidas por Gurkinn e um outro representante. Eram de um
idioma antigo, e felizmente, graças aos estudos que fizera quando mais jovem,
conseguia desvendar algumas coisas. O senhor se colocava à sua frente, com uma
almofada segurando sua Key Stone, o
grande artefato da noite.
Ele
fez um gesto com uma espada, como se abençoasse Calem, tal como os guerreiros
antigos que eram apadrinhados por outros veteranos. Em seguida, dirigiu-lhe a Key Stone. Os olhos de Calem brilharam
com o tremeluzir das chamas ao seu redor. Uma gota de suor escorria pelo seu
rosto. Nervoso já estava de qualquer jeito, mas acima de tudo ali estava quente. A Key Stone era de fato incrível. Uma pedra perfeitamente esférica,
brilhando em tantas cores que era difícil definir o seu tom original. Ao
centro, um conjunto de pontinhos se movia, fazendo e desfazendo uma forma
cromossômica. Ele soltou um suspiro de admiração.
Arte por SuperSiriusXIII |
Chegara
o momento. Ele deveria pegá-la.
O
rapaz preparou-se para fazê-lo. Uma música tocava no ambiente, aumentando no
ápice a emoção daquele momento. Os olhares pesavam em seus ombros, intensos
como as chamas. Cenas percorreram sua mente, tais quais a batalha contra
Korrina, e quase ouviu o ribombar de um trovão em sua cabeça. O garoto limpou o
suor de seu rosto e fechou os olhos, incomodado.
—
Isso não está certo. — falou.
Calem
se colocou totalmente de pé, fazendo Gurkinn arregalar os olhos, surpreso. Ele
olhou ao redor as pessoas, que àquela altura, sob a penumbra das chamas,
pareciam muito mais intimidadoras do que de fato eram. Ele abaixou as mãos, sem
tocar a pedra. Sua pele queimava de nervosismo e de calor. A lua, gigante, o
encarava.
—
Eu não posso ser O Sucessor. — falou.
Gurkinn
preparou-se para falar alguma coisa, mas Calem se virou, procurando por algo.
Ele desceu as escadas, e todos abriram espaço, surpresos com o ocorrido.
Serena, sobretudo, não conseguia acreditar no que seus olhos testemunhavam. O
menino correu até uma moça de longos cabelos louros, apontando-lhe.
—
Korrina, você merece esse título. — falou ele.
A
moça ruborizou com o acontecido, vendo as dezenas pares de olhos se virarem
para ela. Sem jeito, sequer conseguiu encarar seu avô nos olhos.
—
Calem, nós fizemos uma aposta, e eu perdi. — falou ela, com a voz mais frágil
que gostaria. — Devemos agora honrar nosso trato.
—
Dane-se o trato. — cuspiu Calem. — Eu queria ser capaz de Mega Evoluir para ter
mais força em meus Pokémon. Você se dedicou a vida inteira para receber isso.
Eu não mereço ter essa droga de pedra por causa de uma única batalha. — falou o
garoto para ela, com uma certeza tão grande que Korrina ficou momentaneamente
sem palavras.
Ele
olhou para as pessoas. Seus amigos, Gurkinn, Grant, O professor Sycamore… Todos
tinham uma feição confusa no rosto. Mas Calem nunca fora exatamente o tipo de
pessoa que se importou com olhares tortos.
—
As Mega Evoluções só funcionam quando há um laço muito forte entre o treinador
e seu Pokémon, certo? — prosseguiu ele. — Eu e meu Pupitar somos próximos, mas
não como Korrina e seu Lucario. Eles são quase a mesma pessoa.
Calem
avançou em direção a Gurkinn novamente. O senhor lhe encarava com uma expressão
de poucos amigos, não muito satisfeito com a interrupção do ritual.
—
É assim que as coisas funcionam, garoto. — retorquiu o homem. — Há gerações.
Calem
deu de ombros.
—
Talvez seja a hora de começar uma nova tradição.
Ele
voltou a apontar para a Gym Leader,
com confiança.
—
Se necessário, eu completo o ritual e nomeio minha Sucessora, e ela será
Korrina. — falou.
A
moça avançou até ele, ainda sem muita reação, os olhos perdidos com todos
aqueles acontecimentos.
—
Calem, eu já disse, essa pedra para mim tem valor pelo que ela representa. —
explicou ela, segurando-lhe nos ombros. — Se não venci minha batalha, e
tampouco meu avô me confia essa posição, não tem sentido obtê-la.
Calem
semicerrou os olhos.
—
Eu não estou te dando porque tenho pena, Korrina. — falou o menino. — Estou
dando porque você merece. Meus amigos
me conhecem, e sabem que não sou de fazer gentilezas por nada. — os outros de
fato assentiram com a cabeça, concordando. — Estou entregando porque você é A Sucessora, é a única pessoa que
poderia receber essa Key Stone. — ele
tomou a almofada que continha a pedra, dirigida anteriormente a ele. — Pegue-a,
não estou fazendo caridade. Estou fazendo a coisa certa e entregando algo que
realmente lhe pertence.
Korrina
ficou em silêncio. As palavras de Calem a atingiram em cheio de uma maneira que
ela não estava pronta. Ela de fato havia se preparado a vida toda por aquele
momento, e quase viu lhe tirarem isso. Calem repetiu o gesto, levantando a
pedra. Os olhos da menina brilharam. Ela sonhara a tanto tempo com aquilo que
era difícil acreditar que de fato estava vendo aquela pedra em sua frente. Os
olhares ao redor cravavam nela, mas naquele instante não havia ninguém. Apenas
ela mesma.
—
Espere. — a voz grave de Gurkinn interrompeu.
Os
dois se dirigiram ao senhor, que deu alguns passos na mesma direção de ambos.
—
Vamos entregá-la juntos. — pediu ele.
Os
olhos de Korrina marejaram com o comentário.
—
Vovô? — perguntou.
—
O garoto está certo. — ele assentiu.
Gurkinn
foi em direção da garota, com a mesma expressão dura de sempre. Mas ainda assim
havia uma ponta de carinho, como um avô que olhava para a neta crescida com
orgulho, apesar de ser sempre tão exigente.
—
Você sempre teve minha benção, Korrina. — comentou ele. — Mas faltava algo.
Faltava maturidade. — ele abriu um pequeno sorriso. — E às vezes as derrotas
nos ensinam mais que as vitórias.
Logo
eles se organizaram novamente para concretizar o ritual. Calem, por fim, deixou
que os dois ficassem sozinhos. Ele não era O Sucessor de Gurkinn, afinal de
contas. Korrina era. Ele havia ganhado a insígnia que precisava, e sabia que
ainda tinha tempo de sobra para se fortalecer de outras maneiras. No final da
cerimônia, Korrina estendeu com orgulho a Key
Stone para os céus, fazendo a pedra brilhar com os raios da lua cheia ao
fundo. A cena preencheu o coração de todos, sabendo o tanto que a líder
aguardava por aquele momento. Ela tinha uma expressão de tanta realização no
rosto que valia a pena estar presente apenas para ver aquilo acontecendo.
Calem
sentiu algo curioso, que era raro que sentisse. Um sentimento que se equiparava
a quando convenceu sua família a deixar Serena sair em uma jornada. O
sentimento de fazer a coisa certa para alguém, de permitir que outros realizassem
seus próprios sonhos. E por mais curioso que fosse, isso acalmava seu interior.
Era um dos melhores sentimentos do mundo, por mais que não quisesse admitir.
Serena o abraçou com força quando ele retornou, os olhos azuis brilhando à luz
das chamas.
—
Você mudou tanto nos últimos tempos. Eu estou orgulhosa. — ela disse, com um
sorriso. — Sabia que faria a coisa certa.
Quem diria que o Calem chato que
brigou comigo por todos os primeiros minutos de nosso contato, um dia faria
algo do gênero para alguém? Depois de abraçar Serena ele levantou o olhar, e
por acaso nos encaramos. Não sei dizer o porquê, mas eu não disse nada. Apenas
lancei uma expressão que no fundo significava “parabéns, eu apreciei seu gesto”.
Não custava nada tentar dizer em voz alta, mas da forma que Calem sorriu e concordou com
a cabeça, sinto que entendeu a mensagem.
Após
a cerimônia, a música voltou a um tom contagiante. As pessoas aproveitaram para
dançar na areia, e mais comidas foram servidas – o que agradou especialmente às
primas de Azalea. A estadia dos jovens em Shalour estava logo para se encerrar e,
portanto, queriam aproveitar para fechar seus últimos momentos na cidade em
grande estilo.
Korrina
encostava-se em um canto, não conseguindo tirar os olhos da Key Stone que recebera. Aquela esfera
brilhante era tudo que sempre sonhou, desde criança, e marcava uma passagem
dela como uma treinadora completamente nova, digna do respeito de seu avô.
Grant apareceu, oferecendo-lhe um copo de ponche, que a garota aceitou, na
mesma empolgação em que se encontrava.
—
Será que preciso de autorização para conversar com A Sucessora? — perguntou
ele.
—
Ela pode tirar uns minutos para você. — brincou a moça, tomando um gole da
bebida.
Grant
observou a esfera na mão da moça.
—
Tudo o que ele falou é verdade. Você sabe, né? — disse o rapaz, com sua voz
firme.
Korrina
assentiu, com um brilho no olhar.
—
Amanhã volto para Cyllage. — disse o moço, os olhos escuros pensativos. — Já
fiquei afastado tempo demais do Ginásio.
—
Mas e as pesquisas que vocês estavam fazendo? — inquiriu Korrina.
Grant
hesitou.
—
Vai ficar difícil com os documentos roubados… — ponderou ele. — E afinal de
contas já compartilhei tudo que podia para ajudar. Agora é com seu avô e o
professor. — falou o rapaz.
Korrina
concordou com a cabeça, abaixando o olhar.
—
Vou sentir saudades. — disse a garota. — Nos veremos de novo em breve?
Ele
abriu um pequeno sorriso.
—
Logo teremos uma competição de patinação por lá. — disse. — Espero poder contar
com você.
—
Para ganhar de você de novo? — perguntou ela, aproximando o rosto. — Com
certeza.
Os
dois começaram a rir, suavemente.
—
Você trapaceou. — acusou ele, sorrindo. — Eu estava desviando de um Hawlucha.
—
Por que os perdedores sempre têm uma desculpa? — murmurou a moça, soltando uma
risada.
Calem
aproveitou uma área reservada da praia para pensar. Conseguia ouvir a música ao
longe, e ver as chamas acesas. Mas ali tinha um pouco mais de privacidade.
Conseguira alcançar uma leveza que a alguns dias estava à procura, finalmente
sua mente tinha alguns momentos de paz. Observou o barulho reconfortante das
águas molhando a beirada da areia áspera, derrubando as espumas com suavidade e
carinho, como um beijo do mar na terra. O céu limpo permitia que avistasse vários
pontinhos brilhantes de estrelas ao longe, na malha escura que era o céu
noturno. A lua, imponente, enchia-se com tanta pompa que inevitavelmente
protagonizava o espetáculo daquela noite.
Ele
ouviu alguém se aproximar, e aguardou quem fosse. Surpreendeu-se que não era
algum de seus companheiros próximos, mas sim Gurkinn. O senhor fez um sinal com
a cabeça e sentou-se sobre uma pedra, ao lado do rapaz, de pé. Ficaram por
alguns instantes em silêncio, mas o garoto sabia que não duraria muito. Dito e
feito:
—
Você fez uma ousadia bem grande, garoto. — comentou Gurkinn.
Calem
soltou um suspiro.
—
Não me venha falar sobre tradições agora, por favor. — pediu, sério.
Gurkinn
soltou uma risada. O senhor checou um bolso oculto de sua roupa, provocando a
curiosidade de Calem. O garoto não conteve sua surpresa quando Gurkinn
dirigiu-lhe a mão, preenchida por uma esfera parecida com a que entregaram para
Korrina
—
O quê? Você pegou de volta? — indagou Calem, confuso.
—
Óbvio que não. — retorquiu Gurkinn, ofendido. — Aquela Key Stone é de Korrina, e apenas dela. Ela foi imatura de
apostá-la, sendo que eu ia lhe entregar de qualquer jeito, mas por sorte deu
tudo certo. — ponderou o senhor.
Calem
arqueou uma sobrancelha.
—
Então não estou entendendo. Korrina disse que aquela era sua última Key Stone.
—
Eu falava isso para ela para que se sentisse mais motivada a conquistá-la. —
falou o homem, dando uma risadinha. — Claro, era a minha própria Key Stone, que usava com meu Medicham,
mas não era a última que eu guardava.
Gurkinn
poliu a esfera e soltou um longo suspiro, observando aquele objeto que estudara
sua vida inteira. Ainda lhe intrigava como as pequenas partículas no interior
se movimentavam, criando uma figura biológica tão perfeita, tão bem
arquitetada. Como aquele brilho tinha uma aura mágica que nenhum outro mineral
conseguia transmitir. Havia certos mistérios do mundo que nos intrigavam por
mais que tentássemos entendê-los.
—
Garoto, você planeja algo que só pode ser alcançado por meio disso. — falou,
apontando para a esfera. — Agora parece que tem tudo sob controle, mas um dia
você vai lutar contra gigantes. Contra poderes que não pode vencer se não for
forte o suficiente. — falou o senhor.
—
E isso me ajudará a obtê-lo? — perguntou Calem, apontando para a esfera.
—
Eu já disse; eu nomeei alguns dos maiores treinadores dessa geração enquanto
ainda eram novatos. — disse ele, sério. — Creio que um dia você será um grande
nome. Se de fato se esforçar. — falou.
Calem
segurou a esfera, podendo sentir seu peso desta vez, sua forte consistência,
como um vidro inquebrável e de aura sobrenatural. Era como se ela lhe fizesse
sentir diferente de alguma forma, ou era apenas seu psicológico, envolvido
pelas lendas?
—
E claro, sua ligação com seu Pupitar precisa progredir, e muito. — acrescentou
Gurkinn. — Talvez isso sirva de incentivo para vocês.
Calem
abriu um sorriso, fitando a bela Key
Stone em suas mãos. Afinal de contas, tudo se acertara. O senhor caminhou,
e o deixou sozinho novamente. Ele agradeceu, e ficou a segurar a esfera, enquanto
degustava de seus minutos de solidão e paz, como há muito precisava.
Serena,
não muito longe, aproveitava o festival. Vivian e Katheryn, juntas, tinham uma
energia que era capaz de contagiar uma cidade inteira, se necessário. A garota correu
até a mesa, servindo-se de mais um copo de suco para matar a sede. Com a visão
periférica, notou dois moços se aproximando, mas não pareceu se importar muito,
até que um deles puxasse assunto de maneira calma:
—
Serena? — perguntou um dos moços.
Serena
sentiu um frio percorrer a espinha. Os rapazes não estavam vestidos como as
demais pessoas da festa. Tinham trajes muito mais requintados, executivos, e
usavam pares de óculos escuros no rosto, refletindo as chamas ao redor e
escondendo seus olhares. A garota concordou com a cabeça, engolindo em seco.
Algo em seu interior dizia que havia alguma coisa errada.
—
Acreditamos que a senhorita gostaria de vir conosco. — disse o outro,
estendendo o braço.
—
Está tudo bem aqui, princesa? — perguntou Charlie se aproximando, ao ver a
apreensão da garota.
—
Estamos representando Stevan Windsor. — disse o primeiro, mostrando um
documento que comprovava o vínculo com o pai de Serena. — E pedimos que nos
acompanhe.
Serena
procurou refúgio nos olhos do amigo, mas ele também sentiu o coração disparar,
sem saber o que dizer ao certo. Calem apareceu caminhando naquele momento e
logo correu em direção a eles ao perceber que algo parecia estranho.
—
O que está havendo aqui? — perguntou.
—
Cal, meu pai quer me levar! — falou a menina, desesperada.
—
Só pode ser um engano. — retorquiu o garoto. — Temos um trato com o tio Stevan.
Os
dois homens deram uma risada.
—
Houve um imprevisto para o combinado de vocês. — disse um deles.
Calem
titubeou.
—
Pode nos dar um minuto?
Os
dois primos se afastaram um pouco, enquanto Charlie encarava os seguranças.
Serena tremia, tinha os olhos tão apreensivos que doía pensar que alguns
minutos atrás estava tão contente com o festival. Calem tinha o olhar baixo,
porque sabia o que viria a seguir.
—
Precisamos fugir, Cal. — disse a menina. — Se formos por ali, podemos…
—
Serena. — ele segurou as mãos da prima com cautela, como um adulto que tentava
explicar algo para uma criança. — Não podemos fugir deles.
A
garota sentiu um impacto com as palavras, voltando a tremer.
—
Claro que podemos, Cal, é só…
—
Serena. — ele repetiu, com a voz calma. — Eles vão nos encontrar.
—
Está dizendo para eu me entregar? — indagou a garota.
—
Nós vamos tirá-la de lá. Falaremos com o tio Stevan. O que for preciso. Fugir
só vai tornar tudo pior. — ele explicou, com a voz no tom mais tranquilo que
pôde.
Serena
virou os olhos para os homens representando seu pai. Estava mais pálida, e sua
mente não conseguia afastar a imagem dela presa novamente em casa, rezando pelo
dia em que descobriria o mundo que existe atrás do portão de sua mansão. O que
quer que seu pai quisesse com ela, havia conseguido causar um grande susto –
como ele sempre gostou.
—
Você me promete? — ela disse, estendendo-lhe um dedo.
Calem
sorriu.
—
Prometo. — completou, selando o cumprimento com seu dedinho.
Ainda que minha vontade fosse de
derrubar aqueles dois seguranças naquele momento, não o fiz porque 1) iria
tornar tudo pior e 2) eu tinha uma pequena desvantagem física e poderia acabar
machucado no lugar deles. Mas isso não me impediu de puxar assunto enquanto
Calem e Serena discutiam o que fazer. Todavia, um deles deixou escapar – no fundo,
penso que foi proposital. – uma informação
vital do motivo do retorno de Serena, e meu coração disparou em desespero.
Serena
caminhou rumo aos moços uniformizados, com uma expressão fechada.
—
Eu estou aqui. Pode me levar. — murmurou. — Estou com saudades do meu pai mesmo.
— acrescentou, com expressão de nojo.
Charlie
tentou impedir, mas foi ignorado. O garoto se apoiou em Calem, que não ficou
muito feliz com todo o contato físico. Charlie tinha uma expressão assustada no
rosto, chacoalhando o amigo com os braços, nervoso.
—
O que você acabou de fazer?! — indagou, intenso.
Calem
desprendeu-se dele, arrumando suas vestes novamente.
—
É a coisa certa, Charles. — falou, preparando-se para se retirar. — Eu irei com
ela.
Charlie
cobriu o rosto com as mãos, abafando um grito.
—
Calem, nós nunca mais vamos conseguir soltá-la de novo! — rebateu, ansioso,
fazendo o amigo revelar uma expressão de curiosidade. — Serena vai se casar.
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OLOCO QUE ENTREI AQUI PRA VER SE TINHA RESPOSTA NO COMENT E TINHA ERA CAP NOVO, ADORO ESSES TIRO SEM AVISO QQ
ReplyDeleteNÃO CREIO QUE SERENA FOI TODA NENEMZINHA FALAR ALGO ASSIM PRA KORRINA AFFUS I LOVE MY DAUGHTER (also TOO REAL)
alias que ambiente lindo dessa cena ai
e agora sinto que se passar por shalour vo desatar a chorar lembrando tudo que rolou aqui
Porque eu sei o que é ter que convencer algum parente mais velho de que você é mais forte que eles pensam > ESTOU ROLANDO NO CHÃO??? ESTOU SIM
AI MINHA NENEM (AS DUAS TBH) VENHAM CÁ CÊS PRECISAM PROVAR NADA NÃO JÁ SÃO MARAVILHOSAS Ç_Ç
noss vdd o sycamore tá por aqui OI TIO
Não sei por que, mas não consigo me sentir plenamente bem > é meio fácil saber q (and good you're feeling that. it means you have a heart there)
ai bicho o desabafo do calem bateu >>: but tbh, if you battle simply for battle, there's something wrong. it'd be empty
gente quem que promete só diversão nas batalha, cês nunca penaram pra baixar o hp do poke só pro adversario usar um full restore?? qqqq
Batalhar é estar com você mesmo. Com seus medos e anseios. > wooooooooah
Mas tem certas belezas que só a consciência e o amadurecimento nos trazem > i hope so qqq (but somehow.... indeed)
Crescer também é desaprender > EU AINDA CHORO COM ESSE CAP NAMORAL
VOCÊ É MENINO OU MENINA EU TO PASSANO MAL
EU TO ME BABANDO QUE TU COLOCOU ESSE DIALOGO NA HISTORIA
E DE UM JEITO QUE FUNFOU LINDAMENTE ASNAASNASDNÇKÇWÇDANDKÇSKSDÇKNDAS
MAS OW ELE VAI MESMO GANHAR UM INICIAL???? TO NERVOUSA AGORA (NERVOUSA POR TALVEZ SIM, NERVOUSA POR QUAL ELE ESCOLHERIA (alias indeed qual ele escolheria??? teste de personalidade qqqq))
aimds que que tá rolando pra kath estar assim asçdknsançdasnçdnkçasd
EU AINDA MORRO COM CHA-CHA ASÇDKNDASSDKSDDKÇSSD
MANOOOOOOOO A PRIMA DELA S O S
E ELAS SE ABRAÇANDO E GRITANDO ADKÇASNÇSNÇDSKÇÇNAKNDSSNÇKDÇSDKSDNK AMO ESSA FAMILIA MDS
Por Arceus, é hoje que o mundo acaba > ASKÇDNASDÇNKÇÇDKWKÇKÇKNÇSÇNKDNKAÇDKNS possivel tbh qq
A VIVI MEU JESUUUUUUUUUUS
MANO E OS CASOS DAS PRIMAS ASÇKDNAÇNKÇÇANKSNKÇDNKÇAKNÇKNÇSNKDÇASDS É REAL AMO ESSA FAMILIA SIM
TU TAMBEM ACHOU UM LOIRINHO ASKÇDNAÇWKNÇKÇSDKÇADKÇKDÇKÇSD but no not this
LADRÃOZINHO DE ARAQUE ASDÇKNASDNKÇDSNSDKÇSDNKDÇDS EU TE AMO KATH ENTENDE ISSO
E ELA AINDA NEM TINHA SE APRESENTADO PRO ELLIOT MDS
OLHA PRA ESSAS COXAS ASÇKDNNKÇSNKDASÇKSDNKÇDKÇNSÇDANKÇEKÇASDKÇDA
achei que em Kalos vocês já viessem com um mordomo carregando as coisas > ASÇDNAÇKDÇSDKÇNKDNÇNKDKÇDSÇKNDS mas tbh justo qqqq
ai que dorzinha esse paragrafo em primeira pessoa
Uma baderna, né, colega, mas é por isso que eu amo!! > MOOD
E ELAS SAINDO NA MÃO NO MEIO DA RUA ASDKÇNWNKDNKÇKSÇKADSNSÇKDSNKDÇDÇKÇDKSÇ EU AS AMO NAMORAAAAAAAAAL
ai calem babe não se culpe >>: it really wasnt your fault
Eu acredito que o destino faz as coisas acontecerem do jeito que precisam acontecer. E que no final tudo dá certo > i hope so
Comigo funciona > askçdnddskdçnd PQ TU É UMA FADINHA E AS MAGIA AJUDA
Parece que faz anos que isso aconteceu > feels like that indeed.......
Não. Pela primeira vez eu me sinto viva > eu não vo mentir tem uma lagrima escorrendo pelo meu rosto AI MINHA BB QUE BOM U GO PLEASE ALWAYS FEEL THIS WAY
Eu tenho medo de visitar Azalea > ASÇKDNADNKÇÇKASNDKAÇSNDÇKDSÇ PLS DEVE SER MASSA QQ
O festival de Shalour ocorreria na praia, logo à frente da Tower of Mastery > aesthetic
Serena pensou que Mikala gostaria de participar de um desses > EU TO CHOROS DELA SE LEMBRANDO DELE E AINDA MAIS PQ INDEED ELE IA CURTIR PACAS (tbh que que ele não curte né??? ele que sabe viver)
Calculando se eu me jogar nessa água quanto tempo leva para um Sharpedo me engolir > AKÇSDNASÇDNKÇDNKÇSDKÇSDNKÇSDNKÇNKÇAKÇDNS ASSIM QUE SE FAZ QQ
Eu diria que muito, porque não tem Sharpedos nessas águas > eu ia dizer isso qq
Não encosta que ele deve valer mais que a nossa casa > EU DEI UM BERRO MDS
BICHO E A KORRINA AINDA FOI??? ai nenem >>: i wanna hug her
VÃO COMEÇAR UM INCENDIO, SALVA A COMIDA ASDÇKNAÇDWNKÇSDÇKDASKÇSDNKÇSDNÇKSDNKÇSDÇN EU AMO DEMAIS A KATH MEU JESUS
DeleteMDS O CALEM SE LEVANTANDO E DIZENDO QUE NÃO PODIA FAZER ISSO EU TO URRANDO E BATENDO PALMA
PLS ACEITA KORRINA YOU KNOW IT'S TRUE
E ELE FALANDO DELA E SEU LUCARIO SIMMMMMMMMMMMM PQP UM LAÇO DESSES MDS
Talvez seja a hora de começar uma nova tradição > U GO MIGO, ESFREGA NA CARA DESSE TIO CHATO MESMO
Estou fazendo a coisa certa e entregando algo que realmente lhe pertence. > S I M
O garoto está certo. — ele assentiu > CACETA FINALMENTE VIU
E às vezes as derrotas nos ensinam mais que as vitórias > weeeeeeeeeell
Korrina estendeu com orgulho a Key Stone para os céus, fazendo a pedra brilhar com os raios da lua cheia ao fundo > QUE LINDOOOOOOOOOOOOO AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
O sentimento de fazer a coisa certa para alguém, de permitir que outros realizassem seus próprios sonhos > THIS IS SO BEAUTIFUL AND PURE U GO CALEM
ai a nenem toda felizinha encarando a keystone eu to feliz nessa vida T^T
E AFFUS ELA E O GRANT SÃO NENENS TAMBEM kereno ver essa corrida
Você fez uma ousadia bem grande, garoto > às vezes é necessario ne
OLOCO TINHA MAIS UMA KEYSTONE AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
affus bicho agora vo ficar admirando tanto as keystone arre #percepções que mudam depois de fanfics
Agora parece que tem tudo sob controle, mas um dia você vai lutar contra gigantes > nervousa desde já tbh
E claro, sua ligação com seu Pupitar precisa progredir, e muito > nem fala tio qq
ai dios qual é essa agora desses rapazes atras da minha menina NÃO ME PROVOQUEM SE TOCAREM NELA VAI ROLAR O INCENDIO PREVISTO
Estamos representando Stevan Windsor > OH NO FUCK FUCK FUCK DÁ NA CARA DELES MANO NEM VEM
Houve um imprevisto para o combinado de vocês > IMPREVISTO É MINHA MÃO NA TUA CARA TEUS BABACA NEM OUSEM
AI DIOS CALEM NÃO
NÃO DEIXA ELA IR PELAMOR
DÁ PRA VOCÊS FUGIREM SIM BICHO PLMDDS
Estou com saudades do meu pai mesmo > ah sim sempre sinto sdds de quem quero jogar de uma escada
Serena vai se casar > É O QUE
ELA LÁ TEM IDADE PRA ISSO
NOSS BICHO COMO QUE PODE ALGUÉM SER TÃO NOJENTO DESPREZIVEL E SEM NOÇÃO
É HOJE QUE EU ATEIO FOGO NA CASA DOS WINDSOR
SIMM! Apesar da brincadeira, o Cal realmente ganhou um inicial (o que ele escolheu). Mas você vai me matar muito se eu disser que vai demorar um tempinho pra gente descobrir qual é? AHUSDHASUID Eu juro que tentei encaixar nos próximos capítulos, mas acabou não rolando. Não que seja um mistério que vai fazer muita diferença, mas é que realmente ficou muito aleatório quando tentei colocar no meio dos outros capítulos (por conta do conteúdo sério e tudo mais).
DeleteAhh queria muito ver sua reação com tudo isso rolando com a Korrina! Uma pena que ela e a Serena não tiveram oportunidade de interagir muito, porque com certeza elas se dariam muito bem por conta de terem esses problemas familiares em comum. Mas só aquela ceninha no começo acho que já mostra certo respeito e compreensão entre as duas. Acho que as coisas realmente rolaram como deveriam pra fechar esse arco, sabe? O Cal passando por cima do próprio orgulho e reconhecendo o merecimento da Korrina, e ela finalmente alcançando algo que lutou a vida inteira para ter. Por mais que eu até tentasse cogitar outro caminho, essa era a melhor forma de concluir a saga que esses capítulos de Shalour.
E imaginei que você fosse querer me matar mesmo depois desse final QQQ Mas pelamor não desiste de mim, ainda tem dois capítulos pra fechar essa temporada, e muita coisa tá pra acontecer, juro!! HASUDHASDAS
heyooooooo kalos!!
ReplyDeleteEU SABIA QUE O CALEM IA FAZER A COISA CERTA!
meus deus haos, é tão bom presenciarmos as evoluções destas personagens tão queridas! afinal, lá no fundo, calem tem um bom coração e aprendeu alguma coisa com serena! sinceramente, fiquei muito feliz pela sua decisão e no final ele voltou a ganhar outra key stone! outra coisa que fiquei muito curioso para descobrir, ele ganhou mesmo um inicial do professor sycamore ou aquilo era mesmo tudo uma brincadeira?
adorei todos os núcleos do capítulo, apesar do principal ter sido claramente o de calem, achei bastante interessante a interação das primas de johto e de charlie, no entanto espero que possamos descobrir mais sobre esse elliot! a mesma coisa vai para aldrick, apesar dele não ter muito foco na história eu acho que me identifico muito com ele e gostaria de conhecer melhor a sua história :)
E ESSE FINAL????
haos eu vou morrer!!! você não pode estragar meu otp não!!! TIPO EU QUERO VER UMA CENA DE RESGATE MESMO À ESPIÃO, POR FAVOR CHARLIE NÃO DEIXA A NOSSA PRINCESA CASAR COM OUTRO!!!
é tudo, haos muitos parabéns por mais um capítulo!
Hey Ângelo!!
DeleteNem me fale, tenho um orgulho tão grande em ver o crescimento dessas personagens ao longo do tempo... Chega um ponto que elas falam por elas mesmas, né?? Elas mesmas parece que tomam as próprias decisões, seguem seus caminhos e, se eu tento mudar isso às vezes, não soa natural. Eu quase que só coloco em palavras, mas é como se eles agissem sozinhos HUASHDAUISHDAUS
Igual eu disse pra Anne, o Calem recebeu sim um inicial!! Mas por enquanto ainda manterei um tanto de sigilo :P Não por nenhum motivo específico, mas eu realmente não achei um espaço no roteiro para colocar esse Pokémon nesse finalzinho, de tanta coisa acontecendo. E gosto que você sempre atento a todos os personagens! O Elliot vai ter seu destaque ainda no final dessa temporada, e o Aldrick, apesar de ainda reservado, ainda tem muita coisa pra mostrar na fic. De verdade, pode não parecer, mas ele ainda será um personagem muito importante e um dos mais surpreendentes com o desenvolvimento da história! Pode confiar!!
E eu não deixaria vocês por curiosidade por nada nesse final! HHAUSDHAUS Pode deixar que ainda vai ter bastante atrito e emoção nesse final de temporada!! :P
Cara, eu não me surpreenderia se este fosse o capítulo de fechamento da temporada. Teve festa, teve encontro inusitado e ainda deixou lição para a vida, tudo necessário para concluir de forma magistral a Saga X de nossa boa Kalos. Mas ainda há muito o que se dizer, começo destacando essa conversinha da Serena para a Korrina. Durante meus últimos comentários eu devo ter dito o quanto gosto desses seus três protagonistas, cada um passa pelas próprias provações sem ofuscar o brilho do outro, cada um tem sua história que de alguma forma acabou por se interligar. Eu sempre tive em mente a Korrina como uma personagem feliz, mas você a retratou como uma figura triste e amargurado que constrata completamente do que eu imaginei, e eu te venero por isso. Amo personagens assim, não porque eles têm um passado triste, mas porque eles precisam se tornar muito mais fortes para continuar seguindo em frente, sabe?
ReplyDeleteE veja só esse Calem falando sobre a magia das batalhas Pokémon quando somos crianças. Eu enxerguei você ali, cara, o tempo todo você está trocando de personagem para falar sobre sua vida. Quando criança formamos memórias incríveis de nossas lutas e o Sycamore trouxe algumas palavras muito boas. Eu já não sei batalhar para me divertir, podemos interpretar como jogar, escrever, desenhar, qualquer coisa. Não me lembro da última vez que fiz algo porque era bom. Acho que fui me tornando um desses adultos chatos... Você sabe, eu parei de ler fanfics de Pokémon porque cansei. Mas de uns tempos para cá vendo você, o Shadow e o Dento escrevendo com tanto gosto eu pensei: Porra, por que deixei essas caras na mão? Fico muito feliz por ter voltado porque pude ver o quanto vocês melhoraram como autores e ainda ouvir muitos desses ensinamentos. "O grande desafio é combinar a sabedoria e a experiência… Com a inocência e deleite pela vida." Nossas histórias sempre trataram disso, cara. A aventura Pokémon que escrevemos é a nossa vida.
Eu poderia destacar todas as frases épicas do capítulo, mas aí eu acabaria estendo o comentário mais do que devia kkk A minha favorita foi essa: "Crescer também é desaprender." Vai pras notas do autor! hahah Pô, me pegou de surpresa o novo inicial do Calem, bela adição pro time e ainda vai causar muita surpresa na próxima temporada.
AH, VELHO, OLHA ESSA VIVIAN EM KALOS! Nós planejamos isso há quantas encarnações atrás? Não acredito que você conseguiu encaixar. Obrigado por isso mano, foi um verdadeiro presente ver as Primas de Azalea juntas outra vez. Tá do jeitinho que sempre a tratei, você até lembrou daquele detalhe que ela era péssima em batalhas e nunca passou do ginásio do Falkner kkkk "Você também achou um loirinho pra namorar?" PORRA, COMO NUNCA PENSEI NISSO! Vivian achou Stanley e até a Julia tinha Lúcia nas Ilhas Laranja kk Essas primas de Azalea só pode ter uma tara por loiros, viu.
Achei legal o Grant continuar tendo suas pontas ele é importante pro desenvolvimento da Korrina. Você não o arrancou só porque não gostava do personagem como líder (Wake e Maylene, oi? kkk) Mas admiro que você esteja respeitando tanto a sexta geração!
(Continua no próximo comentário kk É a primeira vez que isso me acontece)
Delete"Mas um dia você vai lutar contra gigantes. Contra poderes que não pode vencer se não for forte o suficiente." Olha esse Gurkinn cheio de palavras sábias, achei foda que ele reconhece um talento quando o vê e isso prova que a motivação da Korrina não era só orgulho. Baita fechamento épico para todos esses personagens, se a temporada tivesse terminado aqui eu estaria orgulhoso, mas não, Haos tem que concluir como se fosse um seriado da Netflix que nos obriga a fazer maratona de 12 horas seguidas kkkk
"É tão diferente ter um sonho e estar realizando ele." Nem me fale, cara. Cada um de nós seguiu sua jornada e a vida nem sempre é boa com nossos sonhos... Mas seguimos tentando, né? "Você se arrepende? De tudo que fizemos?" É difícil abandonar o conforto de casa para tentar a vida num lugar distante, mas olhando o caminho que Calem e Serena tomaram... Ah, velho, é você ali! É o menino Haos, o garoto de Ethron que saiu da sua cidadezinha natal e foi seguir seus sonhos. Não tenho outra forma de expressar, que puta orgulho de você, cara. Não somente como escritor, mas como amigo. Desde aquele encontro inusitado do meu carimbo no colégio, nossa história tá parecendo uma novela kkkk Você não tem ideia do quanto torço para você, e sempre que penso no Haos me abre um sorriso. Você chegou até aqui com esses personagens incríveis porque você é incrível, tá ligado? E no fim das contas, estou aqui me despedindo como se fosse um final de temporada haha Ainda tem dois episódios impactantes, mas é melhor eu deixar de lado todo esse desabafo todo. Eu já não sei como separar qual foi meu capítulo preferido, porque eu amo esse conjunto como um todo.
Ahhh Canas, não sei nem como responder a um comentário desses!! Ç___Ç Faz muito sentido o que você comentou sobre parecer bem um final de temporada, porque é um tanto disso mesmo! Por mais que depois eu cogitasse dar uma chacoalhada nas coisas nos últimos capítulos, senti que a história, os leitores e os personagens mereciam esse fechamento das coisas, esse descanso, sentir tudo se alinhando e algumas pontas abertas se encontrando. É aquele finalzinho clássico de outros tempos, nas nossas fics que ainda tenho um carinho imenso.
DeleteEu já comentei contigo o quanto tenho um amor enorme por AeXY. Em vários momentos me peguei pensando se com o tempo viria a desistir, largar tudo, e etc (levando em conta que Sinnoh é a única fic de tanta magnitude assim que eu vi terminada). No final, a real é que não tenho essa resposta. Meus dias estão tão corridos ultimamente (você deve ter reparado que respondi seus comentários em blocos, quase. Juro que não foi por mal, mas é que realmente eu sentei pra responder quando deu, por mais que quisesse demais acessar o blog e ver tudo!). Mas mesmo 5 anos depois eu amo isso. Eu não tenho mais a mesma energia de Ethron pra escrever, isso é fato. Eu tinha uns 12 anos na época? HAUSDHASU Era como um treinador saindo em uma jornada, tinha uma empolgação imensa pra escrever, planejar, desenhar Pokémons, personagens... Hoje nem tudo sai com tanta naturalidade, as responsabilidades são maiores... Mas chegou um ponto que eu percebi que esse espaço era único pra mim. Que não iria funcionar se eu pensasse na fic como um peso. Hoje eu escrevo porque eu de fato gosto daquilo que eu tenho, porque me traz coisas incríveis. É como sentar e pegar um capítulo antigo de Sinnoh pra ler (coisa que faço quando posso, porque é uma experiência tão gostosa!) e relembrar não só as aventuras do Luke, do Lukas, da Dawn e de todos os Fire Tales mas também esse nosso tempo, sabe? Sempre que entro aqui sei que posso esquecer um pouco das coisas, posso tomar um café em Lumiose, ou andar de bicicleta em Cyllage. Você sempre comentou muito que Sinnoh era pra você como um refúgio e, por mais que eu achasse que compreendia perfeitamente, é nos últimos tempos que de fato eu entendi o que isso significa. Foi o que restou dizer aos meus leitores: desculpe por não poder ser tão pontual mas, se ainda estiver aqui, prometo que faço tudo de coração.
Foi um caminho tão comprido até aqui. Eu comecei essa história no Ensino Médio, igual você, e agora ela também me acompanha na faculdade. É impossível dizer que eu estou com a mesma cabeça, e é um grande desafio manter os personagens com sua mesma essência em um intervalo tão grande... Mas ao mesmo tempo foi quando eu de fato passei a tentar olhar melhor pra eles, aprender com eles e ensinar coisas que de fato eu aprendi. Dessa vez eu me senti como a Serena, saindo de casa pela primeira vez depois de tanto tempo imaginando como seria isso. Tive receios como o Calem, pesares como o Charlie, e fascínios igual a Serena. Chegou um ponto que senti que eram partes de mim dialogando, se confrontando, interagindo. É como escrever parte de minha própria história, da pessoa que hoje escreve tentando relembrar como é jogar pela primeira vez um jogo, viver uma aventura imprevisível mesmo que saiba como ela vai acontecer. E se essa história e esses personagens são tão importantes para mim, você imagina como me sinto quando vejo que você os admira e se orgulha deles. Eu sou muito grato por cada palavra, de verdade.
Eu acabei me estendendo DEMAIS (até extrapolei o limite de caracteres KKKK) e falando quase nada do próprio capítulo em si, desculpa UIAHSDUAISHDU Mas cara, aproveito para também te deixar um imenso OBRIGADO. Obrigado por, mesmo tanto tempo depois, ainda estar aqui. Você sabe que foi um dos motivos pelos quais eu comecei, e esteve lá para me ajudar e orientar desde o princípio, como um irmão mais velho. Eu também tenho um carinho IMENSO por ti, por Sinnoh, e por toda essa vivência que nós tivemos e estamos tendo. Não tenho como colocar em uma caixinha de comentário o quão importante você foi no meu trajeto de escritor e, consequentemente, como pessoa. Por isso, fico honrado de vê-lo ainda tendo um apreço tão grande por mim e por minhas histórias. Espero conseguir também resgatar um pouco desse brilho nos olhos dos bons tempos de Aventura! :)
DeletePera, que porr* é essa no final!? Serena, casar?! Why?!
ReplyDeleteCara, você fez um dos capítulos mais bonitos até aqui tomar um rumo que nem imaginei com esse fim! E cara, por algum motivo, eu shippo o impossível, Calrrina e Calley, não questione.
Bem, vou ler o próximo capítulo, então, falou!